Beleza Perpétua escrita por Ruby Raiff


Capítulo 19
A dor do anjo


Notas iniciais do capítulo

- Esse capitulo me cortou o coração quando eu tive que escrever, mas ai está! Era necessário. Quem le " A anbu" já sabe o que é esse procedimento de fato e a verdade por detrás dele.

— COMENTEM, MEU POVO! Eu amo ler os comentarios de voces!

— Enjoy



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Kumiko cerrou os dentes. Não tinha nada que pudesse fazer? Não tinha como fugir? Ela sempre tentava forçar as amarras, na esperança vã de enfraquece – las e se soltar, mas nunca acontecia. Ela apenas sentia hematomas se formando em seus pulsos e canelas. Kabuto continuara sentado, as vezes debochando dela e especulando consigo próprio quando ela não respondia.

— Vamos, é impossível. O que você tem que aquele cara te sequestrou? Ele não costuma fazer essas coisas. – Kabuto disse com uma quase genuína curiosidade. Kumiko desviou os olhos tristemente deixando os pulsos relaxarem, não conseguiria sair dali. Uma lagrima correu pelo rosto dela e caiu no cabelo vermelho – Agora eu pensei em algo. O seu cabelo é vermelho. Qual seu nome?

— Te mandaram me guardar e nem sequer te disseram meu nome? – A menina perguntou confusa, Kabuto assentiu com um sorrisinho cínico – Uzumaki Kumiko. Eu sou filha do Yondaime Hokage.

—Isso não é grande coisa por aqui. Ninguém liga pra filhos de Kage. Exceto meu mestre, mas não acho que aquele homem deixaria ele tocar em você. Agora algo me intrigou... Ou você é ingênua ou resolveu ser tola ao ponto de confiar em mim. Por que me disse quem é seu pai?

— De que isso vai mudar? Eu já estou presa. – Kabuto riu da frase cabisbaixa da menina.

Era uma graça. E ao mesmo tempo triste. Queria não sentir compaixão, mas era impossível. Era apenas uma menininha de quatro anos e estava completamente desiludida com qualquer futuro, estava presa e sem esperança. Ele não esperava aquilo de uma Uzumaki, eles tendiam a ser persistentes, até idiotas. A menina era esperta, vira que não havia como sair dali.

Kumiko olhou pras amarras. Ela queria poder saber controlar aquele poder estranho que tinha. Queria apodrecer aquele couro igual fizera com a arvore, mas então um barulho alto de porta abrindo foi ouvido atrapalhando qualquer concentração da ruiva.

— Kabuto, aqui esta. – Uma voz rouca soou na escuridão. Kumiko não conhecia aquele chakra, não era da pessoa que lhe rondara a casa. Kabuto foi à escuridão, pegou algo e depois de trocar algumas palavras com a pessoa misteriosa voltou.

— O que vai fazer comigo? – Kumiko perguntou com medo. Cirurgião. Ela não gostava nada de como aquilo soava. Ela não possuía nenhum Kekkei Genkai, nem doujutsu, nem nada do gênero. Por que precisaria de um cirurgião?

— Não se preocupe, você vai sair daqui. Só não garanto que irá sair incólume.

[...]

Itachi e Shisui estavam a algum tempo procurando pela vila. Eles não viram pegadas, nem rastro, nem coisa alguma ao redor da vila. Então foram até a casa de Itachi falar com os pais do rapaz, talvez os sequestradores de Kumiko fossem os mesmos de Kushina.

— Não acho que sejam. – Mikoto suspirou – Por Kushina ser um Jinchuuriki o parto dela foi afastado da vila. Era perigoso. E altamente secreto. Ninguém sabe de Kumiko, apenas que Naruto sobreviveu. E o tempo dela na vila não é o suficiente pra ser notada por Kumogakure No Sato, que foi quem veio atrás de Kushina da primeira vez.

— Como vamos encontrar essa garota? – Shisui perguntou sem ninguém especifico.

—Não sei, mas vamos. Vem, vamos ir um pouco mais longe à vila.

[...]

Kumiko foi amordaçada novamente, ela se debateu e tentou gritar, mas Kabuto injetou um calmante em sua veia. Aquilo não lhe fez dormir, nem impediu de sentir, ver ou ouvir nada. Apenas de reagir.

— Me pediram algo muito difícil com você sabia? –Ele comentou enquanto colocava luvas e pegava um bisturi – Fazer um transplante de chakra e essência sem deixar rastros é difícil. Quase impossível.

Transplante de chakra e essência? Ela se perguntou em pânico. Nunca ouvira nada sobre aquilo. Estudava tanto pra quando chegar a momentos como aquele ela não saber? Era frustrante. Ele pegou uma pasta transparente e segurando a pálpebra dela passou dentro do olho dela. A garota gritou contra mordaça ao sentir o olho queimar, queria se mexer e se debater, queria fugir. Queria qualquer coisa, mas não queria sentir aquela dor.

Kabuto fez o mesmo no outro olho.

— É uma pena que não possa te dopar.

Ela não chorava. E isso era impressionante.

Então ele pegou o bisturi e começou a mover sobre o olho direito dela, cortando em volta da íris. A menina berrava e de seu olho saia uma mistura de lagrima e sangue, Kumiko queria morrer. Nunca sentira aquela dor na vida. Ele cortava sem pena até rancar a íris dela do olho, então com uma mão emanando chakra esverdeado ele tocou o olho dela. Em vez de aliviar queimou mais.

Ele não podia simplesmente mata – la logo?

[...]

Itachi estava furioso. Shisui nunca o viu com tanta raiva. E por uma menina que ele mal conhecia. O que era aquilo? Ele não sabia se ficava feliz pelo amigo estar evoluindo em quesito de sentimentos ou se ficava irritado por quão insistente Itachi estava sendo.

Então quando até mesmo Itachi estava perdendo as esperanças eles revolveram voltar a casa da menina. Tinha um bilhete na parede pregada com uma kunai normal. Itachi estava inexpressivo quando pegou o papel e isso preocupou Shisui. Ele leu lentamente e estendeu ao primo, dava pra ver no olhar dele que estava furioso.

Parem de procurar, garotos Uchihas. Não irão encontra – la. Eu não deixo rastros e nem provas, mas não se preocupem. Pelo anoitecer a menina estará no mesmo lugar da onde eu a tirei.

Shisui ativou seu Sharingan encarando o papel. A caligrafia era simples, escrita por alguém destro. Não havia nenhuma pista, suspirou. Os Uchihas não falaram nada, apenas levaram em silencio o papel até o Hokage. Cada um imerso em seus próprios pensamentos. Eles não sabiam, mas Kumiko estava passando um inferno.

[...]

Quando os dois olhos da menina tiveram todo chakra drenado Kabuto pegou a caixa que Orochimaru lhe entregara, onde havia dois olhos negros. Ele suspirou enquanto cortava a íris repetindo o processo que fizera com Kumiko. Ele sabia que por enquanto a menina estava cega, mas em breve iria resolver. Ela soluçava contra o pano e suas mãozinhas se contraiam o tempo todo, na busca de alivio. De qualquer coisa que melhorasse sua situação.

Mas não havia nada.

E nem ninguém.

Kabuto tirou todo o chakra e toda a essência daquele par de olhos negros. Cada um em uma mão preso, a cor do chakra variava entre vermelho e preto, sem aviso prévio ele tocou ambos os olhos dela. Kumiko gritou. Gritou como ainda não tinha feito, o rapaz cerrou os dentes. Odiava aquele procedimento, era sadismo. Ele podia ser um cirurgião, mas nunca foi sádico, ainda mais com uma criança. O corpo de Kumiko se convulsionou na maca e Kabuto ficou feliz pelo homem da mascara te – la preso bem.

Ela só relaxou depois que enfim tinha sido transplantado. Kabuto usou o chakra pra pegar as íris azuis e colocar no lugar, seu chakra ioryn sempre velando tudo, mas aquele jutso era doloroso, não teria jeito. Kumiko sofreria cada comento. Não poderia ser dopada, nem anestesiada.

Enfim o procedimento feito ele injetou uma agulha na parte interna do cotovelo dela. Kumiko revirou os olhos e desmaiou, agradecendo a inconsciência e querendo a morte mais que qualquer coisa.

[...]

Horas haviam se passado desde a cirurgia em Kumiko quando o homem da mascara entrou no cômodo escuro. Ele olhou pra pequena menina. Por que fizera aquilo? Haviam muitos motivos, um mais sigiloso que o outro, mas Kumiko era importante. Claro, se tudo saísse como planejara.

Ele desamarrou a tala que cobria os olhos dela, então puxou um e viu as grandes íris azuis escuro, com um toque perolado que ninguém entendia. Eram olhos lindos pra serem desperdiçados, ele sorriu minimamente. Kabuto era um bom cirurgião. Não deixara rastros. Ninguém saberia identificar o que acontecera com ela.

Então ele a pegou no colo e ambos sumiram do cômodo.


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