Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas! Como vão vocês? Segue um novo capitulo! Nos vemos lá em baixo....



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Anna, sou eu, Tarif.

–Tio Tarif! Como vai?

Bem, bem. Eu estou de viagem, então tenho que falar rápido.

–Está viajando para onde?

Indo resolver alguns assuntos na Índia. Não se preocupe, August e Louise me asseguraram que você e seu amigo ficariam bem. Mas não é sobre isso que quero falar.

Eu liguei para o guardião responsável pelo relatório da sua experiência de campo nessa viagem, conversei com ele... Bem, não me pergunte. Eu achei que você iria querer aproveitar a viajem, sem ter um guardião tomando nota de todos os seus movimentos.

–Tio... eu...eu... Como você fez isso?!- Eu disse gritando de alegria- Obrigada! Oh Deus, obrigada!

Não precisa agradecer querida. Agora eu tenho que ir, já estou atrasado. Boa sorte!- Tarif disse desligando.

Tirando o fato de ele ter me acordado as três da madrugada- três da tarde para os humanos-, eu estava super, super feliz. Mesmo depois dos meus gritinhos de alegria, Anthony nem deu sinal de estar vivo. Como eu não estava mais com sono, me levantei e vesti um jeans cinza, uma blusa de alcinha branca e um longo casaco em um tom de azul arroxeado, com três botões dourados- fora os outros que ficavam na frente- em cada manga, coloquei um gorro da mesma cor e arrumei as pulseiras de madeira em meu braço. Calcei meu all star azul e peguei minha bolsa. Sai do quarto sem fazer muito barulho e desci pelas escadas.

–Bom dia!- Eu disse acenando para a recepcionista e saindo do prédio.

Comprei um Apple schorle, uma bebida não alcoólica muito famosa na Alemanha, que consiste na mistura de suco de maçã com água gaseificada em uma barraquinha e desci a rua. Algumas pessoas praticavam canoagem no canal, outras andavam de patins pelas calçadas, e também tinha, as que faziam piqueniques em uma área aberta e totalmente gramada. Algumas crianças desciam colina a baixo sentadas sobre pedaços de papelão e eram seguidas por suas mães eufóricas gritando e praguejando. Casais apaixonados tomavam cerveja- entre outras bebidas-, em mesas em baixo de guarda-sóis gigantes.

Uma estatua me chamou muito a atenção. Era de uma mulher e um homem, achei a estatua magnífica, tive uma enorme vontade de desenhá-la...fazia tanto tempo que eu não desenhava. Corri até uma loja de materiais artísticos e comprei um caderno com folhas grossas e um tanto amareladas, um pedaço de carvão e um chumaço de algodão para ajudar no sombreado. Voltei no centro da praça- onde a estatua estava-, me sentei em cima das pernas e comecei a desenhá-la. O sol estava um pouco forte naquele momento, então tirei meu gorro e o deixei ao lado da minha bolsa. Desenhei com calma um meio circulo, arrastei a ponta do carvão em uma meia lua e formei o formato do rosto, desci com traços um tanto curvados o pescoço, ombros e as curvas do corpo, o vestido, o xale, e fiz os pés retos e um tanto achatados- como na estatua-, ao lado comecei a desenhar a figura masculina, fiz traços um pouco mais fortes e bem traçados, um queixo quadrado e bíceps definidos, um xale cobria parte de seu peito e se juntava ao que me parecia uma saia, as pernas quase sem curvas e os pés grandes e largos. Os olhos foram à melhor parte, captei a sensação, a emoção, o momento, o sentimento da expressão daquelas estatuas, que me lembrava da primeira vez que havia desenhado um rosto, era o da minha mãe, Louise:

FLASHBACK:

Eu havia acordado em uma manhã, úmida de inverno, desci na ponta dos pés a escada e fui em direção a cozinha. Era a manhã do meu aniversario de oito anos. Eu esperava encontrar uma mesa cheia de presentes, mas foi o contrário. Uma mesa vazia com apenas uma caixa embrulhada em papel de seda azul cobalto- minha cor favorita-, e com um laço prateado. Eu me lembro de sorrir e tropeçar na barra da calça do pijama, correr até a mesa e ficar na ponta dos pés para alcançar a caixa. “Para minha amada nunca mais ter de ficar queimando no sol para captar um momento”, dizia um bilhetinho, e dentro da caixa uma maquina fotográfica preta antiga, daquelas que a foto sai no mesmo momento em que você a tira. Lembro-me de sair pela casa fotografando tudo, os moveis, a tintura, as plantas, a paisagem da mata fechada por trás das janelas. Fui até o deque que dava para a floresta, mamãe estava sentada lá, a poucos centímetros de onde o sol batia, perdida em seus pensamentos, ela encarava o mundo a sua frente.

Naquele momento foi quando eu percebi que, apesar de tudo o que havia acontecido, de tudo o que diziam sobre strigois, do véu que cobria sua mente e a impedia de pensar como minha antiga mãe, ela ainda tinha poucos e curtos momentos de lucidez, de algum modo ela ainda estava ali. Ela pareceu não me perceber, eu pude ver em seus olhos- naquele momento quase como os de quando ela era uma moroi-, em sua pele clara que agora estava levemente rosada- o que me dizia que ela e papai haviam comido no dia anterior-, e na sua respiração calma. Olhei para aqueles olhos infinitamente perfeitos.

“Olhos do destino”, como meu pai dizia quando queria agradá-la. Eu nunca havia entendido o apelido até aquele momento. Era o destino, magníficos olhos cor avelã que se mostravam infinitamente, que pareciam sempre saber tudo, compreender tudo. E antes que meu cheiro pudesse fluir pelo ar até ela, antes que minha respiração calma e meu suspiro fosse abafado por um soluço, eu tirei uma foto, uma foto na qual eu havia transformado em desenho alguns dias depois e guardado junto a ela em baixo da minha caixinha com broches no armário de casa.

FIM DO FLASHBACK.

Terminei o desenho em alguns minutos e o coloquei a minha frente para comparar a estatua verdadeira. Sorri com o resultado e me levantei, pegando o gorro e a bolsa do chão. Caminhei entre as ruas enfeitadas e dei de cara com um museu de arte. Não hesitei em entrar. Fiquei admirando a beleza de vários dos quadros, que eram tão bem feitos, que eu quase conseguia sentir a textura deles, como se estivesse passando os dedos sobre, e passei alguns minutos admirando uma estatua de mármore branco esculpida em forma de uma mulher com apenas um pano cobrindo seu corpo.

–Será que os artistas tinham moldes reais?- Me perguntei.

Visitei o resto do museu rapidamente. Já na rua esbarrei com a última pessoa que imaginava em minha vida. Johann.

–O que está fazendo aqui?

–Lhe pergunto o mesmo gnädige Frau.

–Eu perguntei primeiro.

–Eu particularmente estava comprando vinho e você?

–Conhecendo a cidade. E o que significa gnädige fra-a-u?- Guaguejei.

–Gnädige Frau. Significa: minha senhora.

–Oh que educado.

–Me permita lhe mostrar a cidade.

–Eu já estava voltando para o hotel.

–Se o seu Moroi vive em um horário noturno, tenho certeza que ele não irá acordar em no mínimo quatro horas. Senti que não conseguiria escapar facil daquela situação e assenti com a cabeça.

–Os seus guardiões não estão com você?- Perguntei enquanto andávamos por uma ruela até o estacionamento.

–É dia! Deixei eles tirarem uma folga.

Abri a boca para dar alguma típica resposta espertinha, mas não consegui dizer nada. Johann abriu a porta de trás do carro e colocou a sacola de papel pardo com alças trançadas com fios de cordas.

–Nós vamos de carro?

–Do que mais iríamos?

Um “bip” apitou na minha cabeça. Não entre em um carro com estranhos, Anna, principalmente estanhos que você conheceu em um funeral e te chamaram para jantar no dia seguinte. E não esqueça o fato de ontem à tarde. Você o odeia. Tentei obedecer minha consciência, mas quando vi eu já estava no banco da frente do carro.

–Em duas horas quero estar de volta no hotel- Exigi.

–Duas horas é muito pouco... Vou tentar- Ele disse rindo.

Cruzei minhas penas nos calcanhares e me encolhi um pouco, o Hummer tinha todos os vidros cobertos por insufilm. Um chaveirinho com uma bola pintada como um nazar e uma correntinha de metal com varias pimentas estava pendurada no espelho. Resolvi parar de odiá-lo um pouco, e tentar conversar.

–Você acredita nessas coisas?- Perguntei indicando o chaveiro.

–Sim, você não?

Eu sorri e tirei meu colar em forma de nazar debaixo do casaco.

–Oh! Não somos tão diferentes assim.

–Você não parece ser de nenhuma família real.

–E não sou.

–Como consegue ter três guardiões?

Ele esfregou seu polegar no indicador.

–Dinheiro. Me formei em administração. Sou dono de algumas instituições por aqui que me dão muito dinheiro.

–Que bom.

Entramos em uma trilha de terra e depois de pedras e cascalhos, logo vi um enorme portão de ferro, um interfone ao lado e dois gárgulas de pedra em cima do muro cada um de um lado do portão. Johann apertou um botãozinho no teto do carro e o portão se abriu.

–Convidativo- Eu disse sorrindo.

–Também acho.

Paramos em frente a uma enorme mansão- e quando digo enorme, é enorme mesmo, tanto que eu morava em uma mansão e não a chamava de enorme-, com as paredes revestidas com pedras e pilares que se estendiam por dois andares, janelas gigantes- que pareciam ser mais vitrines de lojas-, por dentro eram tapadas por cortinas brancas, uma enorme porta de madeira com dragões esculpidos ficava bem no centro do local.

–Casa- Johann disse.

–Achei que nós iríamos ver a cidade.

–Precisamos trocar de carro. Esse é muito grande para passar por certas trilhas e também não quero sujar a lataria.

Fiquei boquiaberta e desci do carro. A terra era macia e úmida, o cheiro da mata molhada me deixava até meio tonta de tão bom que era. Entramos na casa e MEU DEUS! Só a sala de recepção era maior que o salão de jantar em St. Vladmir. A sala era totalmente decorada de branco, estatuas de gesso como as do museu e algumas plantas em vasos de gesso branco eram as únicas coisas que residiam ali. As enormes janelas com as enormes cortinas brancas deixavam um pouco do sol entrar.

–Se for perguntar, sim eu gosto do sol- Johann disse sem se virar para trás.

Passamos por um hall onde havia varias escadarias de mármore e entramos no que me parecia ser uma sala de jantar.

–Você mora sozinho?

–Yeah, parte da família está morta e a outra parte não gosta de mim.

–Imagino- Eu disse deslizando minha mão sobre o enorme balcão de madeira polida. Johann guardou sete tipos de vinhos diferentes no armário do balcão e bateu uma mão na outra.

–Agora podemos ir. Deixo você escolher o carro.

Não respondi nada e fui guiada pela casa até uma garagem. Passamos por uma sala de TV, uma de jogos, um jardim de inverno, uma porta que dava para um pátio interno com piscina climatizada- daquela porta pude ver que o andar de cima possuía sacadas para aquele pátio-, um banheiro, uma biblioteca toda bagunçada, um escritório, uma sala com apenas um sofá e uma enorme janela, outra sala de estar, uma sala com vários cavaletes e quadros abandonados e finalmente uma porta que guiava a garagem.

Nela havia um ecoesport preto de ultima geração, uma Ferrari vermelha, uma SUV preta, um camaro da mesma cor do último carro, um sedan esportivo prateado, um Porsche preto, um mustang cinza escuro... Haviam outros carros que eu não sabia o nome. Fiquei boquiaberta com aquilo e me escorei na parede. -Pode escolher- Johann riu.

–Qual você recomenda?

–Eu gosto do ecoesport, do mustang e da Ferrari. Mas como vamos andar muito por trilhas recomendo eco.

Andei até o carro e deslizei minha mão pela lataria.

–Feito.

Pulei para dentro do carro e me sentei no banco do passageiro. O painel do carro era cheio de botões, um deles tinha o desenho de um copo de bebida, outro de uma vela- para que alguém ia querer ter uma vela dentro de um carro?-, outro o desenho de um olho e por ai vai...

–O seu carro tem super poderes?- Perguntei quando ele entrou.

–Gosto de chamar de dotes.

–Oohhhh!

Saímos rapidamente da propriedade e voltamos à cidade. Johann me mostrou um milhão de coisas, desde lagos escondidos até catedrais particulares, boates submersas a concertos ao ar livre, barzinhos históricos à restaurantes de luxo, atividades turísticas a vida cotidiana dos cidadãos... Foram tantas coisas que nem me toquei de que horas eram.

–São seis e meia, eu preciso ir- Eu disse desistindo de olhar os quadros de uma exposição de artes ao ar livre no centro da cidade.

Eu precisava voltar antes de Anthony acordar, ou antes dele poder sentir minha falta e sair me procurando. O que ele pensaria quando eu dissesse que havia passado à tarde com Johann? Sai do meu transe temporário de felicidade e voltei à vida normal. Um fato nada divertido sobre a Alemanha é que o sol começava a se pôr bem cedo, então, já estava escurinho.

–Você não quer que eu te leve?

Considerando o congestionamento que as ruas estavam por causa do horário de saída dos trabalhadores e da pequena distancia do parque até o hotel, decidi recusar e ir a pé mesmo.

–Foi muito bom te ver hoje- Eu disse fazendo uma pequena reverencia.

Nós nos encaramos por um breve segundo e ele sorriu.

–Digo-lhe o mesmo.

Corri colina a baixo e pulei em algumas poças d’água. Dei a volta em alguns postes- eu estava parecendo uma garota adolescente, na verdade eu era- e cumprimentei Anton, que estava limpando as mesas do lado de fora do restaurante de sua família. Andei ao lado do canal e sorri ao ver um homem pedindo uma moça em casamento. Uma leve garoa começou a cair, não do tipo que molha totalmente suas roupas, mas do tipo que os pingos finos e gelados faziam sua pele corar.

Cheguei ao hotel em poucos minutos e cumprimentei a recepcionista. Subi pelas escadarias mais uma vez- o que achei meio desnecessário, mas eu queria correr-, e abri a porta do quarto. Ouvi o barulho do chuveiro e me senti aliviada. Fechei a porta e me joguei na cama, taquei meu par de sapatos no outro lado do quarto junto ao meu casaco e meu gorro. Deixei escapar um gritinho quando lembrei que teria uma semana livre em uma cidade turística na Alemanha. Em um súbito momento de lucidez me lembrei de Johann, e de como ele era sozinho, do seu rosto e seus olhos incrivelmente cinzas...

–Ai meu Deus!- Exclamei pulando da cama.

Ele é o pai de Anthony!


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Notas finais do capítulo

Entãããão, gostaram??!
Espero que sim! kkkkkk
Eu pessoalmente adorei esse capitulo! Ansiosas para saber como o Anthony vai reagir?! O que eles vão fazer agora?
Todas essas informações estarão disponíveis no próximo capitulo!

Tenho que agradecer a Ana Giulia ! Eu realmente nao sei N.A.D.A sobre a Alemanhã... Obrigada nega!

Com amor,
Rafa