Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem pela demora :P Depois de muito trabalho, finalmente, capitulo novo!!!



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Como os meus pais eram strigois, tinham contato com todo o mundo strigoi. Eles não eram exatamente os “donos do pedaço”, mas conheciam esse mundo e mantinham uma relação sadia (nos termos de strigois), ou seja, meus pais tinham uma ótima influencia e eram muito respeitados. Então, depois de mandar um e-mail para Tarif avisando sobre viagem, explicando que, como não tínhamos idade suficiente para viajar sozinhos, um guardião nos colocaria em um avião e outro nos buscaria, logo seriamos acompanhados por ele até Bamberg, e lá passaríamos uma semana, mas até agora eu não fazia a mínima idéia de como seria nosso percurso até lá. Tive certeza que ele havia comunicado meus pais, que comunicaram os outros strigois, e deixaram bem claro, nas palavras mais sutis que não era para nenhum deles se aproximar de mim.

Depois de acordar por volta das nove da manhã no domingo, troquei meu vestido de baile por jeans, uma bata indiana em tons de rosa e laranja, um echarpe de lã bem quente e botas, voltei até o meu quarto e fiz minhas malas junto a Anthony. Era começo de abril, inicio do verão, sol, calor... Mas ainda estava frio... Eu estava em Montana! Sempre é frio!

Antes de fechar a porta, tive uma pequena sensação estranha que me fez voltar para dentro e aproveitar um pouco o lugar. Disse para Anthony que ele já podia ir indo. Dei uma ultima olhada nos meus livros e desenhos, toquei no apanhador de sonhos pendurado na janela e me sentei no chão. Senti o aroma de sândalo que vinha do frasco aromatizante, respirei fundo algumas vezes até o mal estar passar, coloquei minha mala no ombro e tranquei a porta.

Passei pelo corredor e desci os dois lances de escadas enquanto cantarolava “eu vou para a Alemanha e vocês não”. Ok, tirando o motivo de a viagem ser dada para nós irmos a um evento fúnebre, ela seria ótima, pelo menos para mim. Mas tentei me conter um pouco, afinal, Anthony havia acabado de perder a mãe.

***

Vasilisa veio se despedir junto a Christian, Adrian e seus guardiões.

–A gente se vê daqui a uma semana- Adrian disse abrindo um largo sorriso.

Revirei os olhos e assenti com a cabeça.

Christian se despediu com um aperto de mão e um sorriso mais que tentador, Guardiã Hathaway e Vasilisa com um abraço, Guardião Belikov nos desejou boa sorte e Alberta nos chamou para dar as instruções da viajem.

–Eu vou dizer o que vocês terão que fazer na viagem, mas só vou dizer uma vez.

–Sim senhora- Nós dois dissemos a Alberta.

–Vocês pegarão um jato até a corte, lá vocês vão esperar alguns minutos até que o outro fique pronto, então vão embarcar em um vôo de quatro horas e meia até Berlim- um guardião estará esperando vocês. De lá vocês pegam um trem até Munique, e trocarão de trem, depois disso o trem vai ir até Bamberg. Entenderam?

Assentimos com a cabeça. Essa viajem iria durar quanto tempo? Pelo menos um dia sem que parássemos para descansar.

Pegamos nossas malas e entramos no jato. Haviam quatro assentos, jogamos nossas malas em dois deles e nos sentamos nos outros, lado a lado. Levei meu exemplar de Orgulho e Preconceito para ler durante a viajem, porém eu já estava nos capítulos finais. Anthony parecia estar perdido em um transe profundo, tentei puxar assunto fazendo comentários sobre o livro e personagens, ele simplesmente sorria, dizia alguma coisa que não possibilitasse uma continuação de dialogo e voltava para dentro de sua mente.

Kirova havia dito que o guardião que nos acompanharia na viagem faria um relatório sobre meu desempenho, como na experiência de campo. Eu estava um pouco entusiasmada com o motivo de que aquela viagem simularia quase que perfeitamente, como seria minha vida quando eu me formasse, exceto que pelo fato nenhum strigoi iria nos atacar. Tudo o que eu teria de fazer era seguir Anthony por onde quer que ele fosse e fingir vigiar o perímetro. Tirei minhas sapatilhas azuis com bordados em dourado, e as coloquei em baixo do banco. Coloquei meus pés no assento e apoiei a cabeça na parede.

–Você acha que o vôo até a corte será muito longo?

–Deve durar menos de três horas- Anthony respondeu automaticamente em uma voz que nem eu pude reconhecer.

Assenti com a cabeça e me enrolei na echarpe cinza azulada, fiquei olhando pela janela até dormir.

A viagem foi longa, chegamos a Bamberg cerca de vinte e seis horas depois. Eu estava mais que exausta, o guardião que havia nos acompanhado nos deixou hospedados em um hotel chamado Drusilia. Ficamos no mesmo quarto. Eu tinha uma sacada! O quarto era totalmente decorado em tons de branco, as paredes, o piso, as roupas de cama, os moveis, exceto pela namoradeira de carvalho, porém ela também tinha o estofado branco. Na parede frente à das camas havia uma grande TV de plasma, logo abaixo dela um rack branco com um vaso cheio de margaridas e rosas brancas e amarelas. Havia uma grande porta de vidro, com janelas blindex de ambos os lados, e uma enorme cortina branca que se estendia até o chão cobria a porta. O teto era de gesso branco com um lustre de porcelana.

–Uoww, esse lugar deve ser caro- Murmurei jogando minha mala em cima da minha cama e abrindo a porta de madeira branca com flores esculpidas que levava ao banheiro.

Uma enorme banheira de hidromassagem de porcelana branca ficava bem no meio do banheiro, havia um chuveiro com box em um dos lados, uma enorme pia de mármore branco com um enorme espelho no outro. Fiquei boquiaberta com o lugar. Um pequeno armário com portas de vidro ficava ao lado da pia com vários produtos para higiene, pude ler alguns rótulos; shampoo de flores brancas, óleo para o corpo (quando vi aquilo me lembrei de um filme indiano, onde os homens eram totalmente cobertos daquilo), creme para as mãos, loção para a pele de morango e champanhe... Yeah, caso Anthony entrasse em depressão e não quisesse sair do quarto eu ficaria muito feliz em ficar ali com ele. Voltei para o quarto e percebi que tínhamos um closet. Anthony estava jogado na cama, seus sapatos no chão e seu casaco também. Peguei minha mala e a desfiz no closet. Coloquei meus objetos pessoais no armário do banheiro e abri as janelas.

–Preciso comprar um livro de psicologia.

–Por que?

–Para saber como lidar com um namorado depressivo.

Ele sorriu sem abrir os olhos.

–Eu estou bem, só morrendo de cansaço.

–Ah, desculpe, me esqueci que você é um moroi- Eu disse me deitando na cama ao lado.

–O que ser um Moroi tem a ver com eu estar cansado?

–Vocês se cansam rápido, são mais fraquinhos.

Ele riu.

–Veremos, Anna. Vou te fazer andar tanto que você vai me implorar para voltar ao hotel. Então veremos quem é o fraquinho.

–Oh, não faça isso meu caro senhor, me deixe dormir que lhe retribuirei mais tarde com meu ótimo bom humor.

Tirando o fato de que o sol brilhava lá fora, não foi difícil pegar no sono, o clima era perfeito e o silencio daquele lugar também me fez achá-lo magnífico. Acordamos por volta das sete da manhã (sete da noite para os humanos), iríamos hoje para o funeral de Lydia. Tomei banho no chuveiro e vesti um vestido preto bordado com dourado, calcei as mesmas sapatilhas azuis, deixei meu cabelo solto e passei um gloss de brilho. Como era de se esperar Anthony se vestiu com um casaco de couro estilo bad boy- o que eu gostava, é claro. Jeans e uma blusa preta.

–Eu acho que vou cortar meu cabelo- Ele disse quando estávamos saindo do hotel.

–Corte que eu te mato.

–Eu gostaria de ver você tentar- Ele disse rindo.

Eu o encarei e ameacei jogá-lo no canal ao nosso lado. No caminho do hotel até a Igreja Anthony contou da sua infância, de como sua mãe veio da Rússia até aqui para fazer faculdade, como ele havia sido feliz aqui, e até mesmo de quando ele foi para os EUA estudar, pois na Alemanha não existem academias como St. Vladimir. Chegamos a Igreja, ela estava lotada de Morois, nenhum deles era da realeza. Todos me encaram, pela cor da pele eu parecia ser uma Moroi, mas meu corpo me denunciava. Ou melhor, o corpo de qualquer dhampir o denunciava ao lado de Morois. A maioria dos Morois nos cumprimentou e não demorou muito para eu me ver de pé no meio de um circulo de conversa entre alemães, eu não falava alemão e eles pareciam não querer ou não saber falar inglês.

A Igreja possuía teto de abóboda totalmente ilustrados com santos, piso de mármore bege, paredes em tons diferentes de brancos, estatuas de mármore, uma delas possuía uma mulher com um longo vestido e um véu escondia seu rosto, o relevo, a textura, tudo era perfeito. Anthony me arrastou pelo lugar até um banco nos fundos. O caixão estava fechado, imaginei que o fosse porque o corpo não estava “apresentável”. Um padre Moroi logo apareceu e todos se sentaram, todos rezaram por alguns minutos, logo depois todos se levantaram e levaram o caixão- junto a outros dois- para o cemitério que ficava bem atrás do lugar. Mesmo sendo noite, o lugar estava bem iluminado, parte por causa da enorme lua no céu, parte pelo excesso de postes de iluminação, o cemitério era totalmente gramado, havia poucas arvores e algumas flores brancas e arbustos perfeitamente podados brotavam do chão. Os túmulos consistiam em apenas uma cruz ou um pequeno memorial de granito, mármore ou concreto no chão. O padre conduziu mais algumas orações e algumas pessoas deram alguns discursos- em alemão. Anthony não quis dizer nada e depois de uma meia hora finalmente enterraram os caixões. Um Moroi que me chamou muito a atenção estava um pouco afastado dos outros, ele usava um blazer aberto e uma blusa social um pouco desabotoada no colarinho, jeans e um sapatos pretos tão brilhantes que chegava a refletir a luz, o Moroi usava óculos escuros e tinha o cabelo curto com um pequeno topete, ele aparentava ter pelo menos trinta anos, - os Morois não tinham uma taxa de envelhecimento igual a dos humanos, por isso era sempre difícil descobrir a idade de um deles sem perguntar-, ele tinha o corpo em forma e nenhum fio de cabelo grisalho, seus traços eram fortes, seu corpo perfeitamente trabalhado... Tudo bem, o cara era bonito. Ao lado dele, três guardiões com pelo menos 1,90 de altura com cara de maus e braços cruzados. Eles me encararam como se eu fosse algum bicho venenoso e me ignoraram. Depois de alguns Moroi falarem em alemão com o meu Moroi, o Sr. Humildade em pessoa- como eu havia apelidado o Moroi dos outros três guardiões- veio falar conosco. E por ironia do destino ele falava inglês.

–Você deve ser Anthony, não?- O homem disse se aproximando.

–Sim...- Anthony disse encarando o homem.

Os dois tinham praticamente a mesma altura. Senti-me baixinha em meio a eles, especialmente pelos guardiões, minha altura não chegava ao ombro de um deles.

–É um prazer te conhecer rapaz. Eu sou Johann- Ele disse- Poderíamos sair para jantar qualquer dia, fiquei sabendo que você irá ficar uma semana aqui em Bamberg, eu te ligo! Traga a sua garota- Johann disse. Ele abriu um largo sorriso e tocou de leve o meu braço, logo depois se virou e saiu andando. O pior de tudo era que ele tinha um Hummer. Droga, droga, droga.

–M.e.r.d.a- Eu disse silenciosamente.

–Isso foi estranho- Anthony disse.

–Estranho? É nessas palavras que você define um Brad Pitt alemão que aparece do nada e nos chama para jantar?

Ele sorriu.

–Brad Pitt alemão? Você é boa com apelidos.

–Esse não é o único.

Anthony riu. Estranhamente, ele estava aturando bem a morte da mãe.

–Vamos indo, quero comer alguma coisa- Ele disse segurando minha mão e indo em direção a rua de paralelepípedos ao lado do canal.

–Porque você nunca me disse que falava alemão?

–Você nunca perguntou- Ele disse fazendo uma pequena pausa- E eu sempre achei que era uma coisa meio obvia.

Assenti com a cabeça. Varias pontes ligavam uma rua à outra e alguns lugares abriam canais para a entrada de água, formando córregos no meio da cidade. Todas as ruas eram de pedras, a cidade possuía diversos tipos de arquitetura, algumas plantas rasteiras cresciam entre as pedras e subiam no parapeito.

–Por um lado a cidade tem ao todo 13 museus, 10 galerias, oito teatros e a mundialmente renomada Orquestra Sinfônica. Já ouviu falar?- Anthony perguntou.

–Não Sr. Guia Turístico, mas continue.

Ele riu e continuou.

–Mas por outro lado, existem festivais em espaço aberto, pelas ruas, praças, bares e clubes, tanto durante o dia como à noite...

Um vento forte passou por nós e fez meu cabelo “sambar” no ar. Em questão de segundos começou a chover. Não havia nenhum lugar para se esconder da chuva, nenhuma árvore e nenhuma loja aberta. Soltei um grito quando derrapei na calçada molhada. Anthony começou a rir e eu tentei tirar a lama do vestido.

–Ótimo, reze para ter uma lavanderia no hotel!- Eu gritei segurando a mão dele que me ajudou a levantar. Corremos pela calçada, minha sapatilha praticamente servia de patins naquelas pedras. O hotel ficava a pelo menos dois quilômetros dali. Desisti de tentar controlar minhas sapatilhas a as descalcei. Parei de correr um pouco, afinal, eu já estava totalmente encharcada. Ainda bem que meu vestido não é branco, pensei. Anthony e eu voltamos a andar e ele não parava de rir.

–Você não devia estar de luto?- Eu gritei.

O barulho da chuva era tão grande que era quase impossível um ouvir o outro.

–Uma coisa que você eu aprendi há algum tempo é valorizar mais a vida do que a morte. Eu estou de luto! Só que não preciso me exilar e ficar chorando por um mês seguido. Você pode até me achar louco, mas é isso que eu aprendi a fazer. Afinal, Lydia passou dessa para a melhor, não é?!

Assenti com a cabeça e sorri. Continuamos a andar na chuva por alguns quarteirões, vários quarteirões, até que eu me cansei e me apoiei no parapeito.

–Ótimo, eu vou pegar um resfriado- Gritei para Anthony.

–Quem está mais propenso a ficar doente aqui sou eu!- Anthony gritou de volta- Agora vamos Srta. Fraquinha!

–Fraquinha? Eu? Tudo bem- Eu disse batendo uma mão na outra- Aposto corrida com você até o hotel. O primeiro a chegar vai poder ter um pedido atendido pelo outro- Eu disse. Claro que eu iria ganhar- eu o mandaria levar meu vestido até uma lavanderia ou algo do tipo-, então nem pensei nos possíveis resultados para caso eu perdesse.

–Você tem certeza?- Anthony perguntou levantando uma sobrancelha.

–Absoluta- Eu disse automaticamente.

–Fechado, mas não vale voltar atrás.

Anthony e eu fizemos um aperto de mão.

–Feito- Ele disse.

Ficamos os dois lado a lado.

–3, 2, 1- Eu gritei- Já.

Comecei a correr, meus pés batiam com força contra as poças de água no chão. As luzes dos postes estavam acesas, o barulho da chuva inundou minha mente, meu cabelo molhado grudava no rosto, fiz um movimento rápido e o coloquei para trás. Eu estava tão objetivada a ganhar que nem olhei para trás. Segurei no cano de um dos postes e fiz uma curva rápida, corri por uma ponte de pedras que me atravessou até o outro lado do rio, os pingos da chuva estavam mornos, o que mostrava o inicio do verão, escorreguei pelo parapeito em um declive da rua e continuei a correr, acho que foram-se quatro quarteirões ou mais até que cheguei em frente ao hotel. Não havia sinal de Anthony. Entrei no saguão e fui recebida por um grito horrorizado da recepcionista.

–Querida, oh meu deus- Ela disse saindo de trás do balcão. Pelo menos ela falava inglês- Fique aqui vou te trazer uma toalha.

Ela correu pelo corredor e voltou em poucos segundos. Me entregou a toalha e ofereceu café quente. Recusei e disse que queria tomar um banho. Ela assentiu a cabeça e me disse para chamá-la caso precisasse de ajuda. Resolvi esperar por Anthony no quarto, peguei minha copia do cartão magnético e subi pelo elevador. Entrei no quarto e a primeira coisa que ouvi foi o barulho do chuveiro.

–Impossível...-Murmurei.


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?
Atenciosamente,
Rafa e Giu