Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo. Em termos seria o último, porém dividi em dois...
Ah, antes de lerem, um breve recado: Percebam nesses últimos capítulos as "reações" e os sentimentos da Anna, são todos intencionais e "importantes", de um determinado ponto de vista.
Agora, Boa leitura.



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Passei a manhã acordada, castigando meu cérebro por ter me dado um sonho daqueles.

Olhei brevemente no espelho – uma coisa eventual naqueles últimos dias – e só então percebi que eu estava um caco. Existia roxos nas minhas pernas e, que merda, minhas unhas pareciam de criança de tão pequenas. Sem contar que eu fora agraciada com uma baita dor de cabeça.

Eu já conseguira algumas roupas normais, graças à generosidade de algumas enfermeiras que me deram roupas que provavelmente vieram de doações. Então, naquele dia eu usava uma blusa vermelha com alcinhas e uma calça preta de algodão.

Passei pela minha consulta com meu terapeuta e convivi com a ideia de que aquele cara sempre me faria chorar. O resto da tarde foi resumido a assistir desenhos animados na TV, até que senti algo estranho. Não necessariamente senti. Eu simplesmente soube que Anthony estava perto.

Dei um tapa na minha testa, me considerando uma idiota. Cinco minutos depois a enfermeira disse que eu tinha visitas.

– Hey. – Eu disse meio boba.

Anthony suspirou e balançou a cabeça.

– Se estivéssemos em um filme, você teria corrido na minha direção e me derrubado no chão. – Ele brincou, depois ficando em silencio por alguns minutos– Mas não, fica bancando a preguiçosa e continua sentada.

– Não tem espaço para correr. – Avisei levantando da cama e o abraçando – Não diga nada sentimental. – Tentei parecer séria – Não quero que você entre pro ranking das mil pessoas que viram Anna Dracul chorar.

Ele sorriu.

– Vou ali buscar um exemplar de Romeu e Julieta e já volto.

Segurei forte o ombro dele.

– Eu estava com saudades. – Falei subitamente.

Ele pareceu muito, muito, muito assustado.

– Você? O que fizeram com você?

Me lembrei dos comentários dos enfermeiros. “Ela estava morta.”.

Nenhuma pessoa tocara no assunto depois daquilo.

– Tá. – Falei mudando bruscamente de humor – Certo. Acho que precisamos conversar.

Ele ficou desconfortável.

– O que aconteceu? – Perguntei – Quer dizer... antes de eu acordar aqui?

– Você já quer acabar com o clima bom logo agora? – Anthony resmungou – Calma, Anna. Temos bastante tempo. Podemos adiar isso.

Arrumei meu cabelo e me sentei na cama, encarando meus pés.

– Explique agora, voltamos ao nosso clima depois.

Anthony se sentou ao meu lado.

– Que garota direta. – Suspirou – Eu não sei direito o que aconteceu “antes de você acordar aqui”.

– Uma coisa que as pessoas vêm me dizendo nos últimos dias é “Diga apenas o que você sabe, do jeito que conseguir”.

Anthony segurou minha mão e encarou brevemente minhas unhas. Entrelaçou seus dedos com os meus e moveu a cabeça.

– Eu sei que Clara está morta... – Ele disse – Você estava também, quer dizer... Agora já está tudo bem. – Ficou em silencio por mais algum tempo – É disso que eu sei.

– Então eu sou tipo um zumbi? – Perguntei. Senti um leve formigamento na mão e uma sensação feliz, julguei como efeito de algum medicamento.

– Acho que sim. – Anthony sorriu – Morda alguém e comece uma epidemia. Se quiser, posso me oferecer para testes.

Soltei minha mão da dele e o empurrei para o lado. Senti-me bem, minha dor de cabeça melhorou, quase como se tivesse passado.

– Idiota. – Respondi – Precisamos estabelecer os fundamentos no fato de eu ser um zumbi,então.

– Vamos ter tempo para isso. – Anthony sorriu de leve e depois mudou de assunto – Tem alguma novidade?

Bufei e sorri, com aquela sensação idiota de que tudo ficaria legal.

– Estou presa há semanas nesse lugar. Como vou ter novidades?

– Hmm... – Ele riu – Na verdade isso era uma indireta.

– Divertido. – Resmunguei.

Anthony balançou a cabeça.

–Não vai perguntar se eu tenho novidades?

– Não. – Falei – Por quê?

–Eu tenho novidades. – Ele puxou a manga da camisa e cobriu suas mãos. A camisa era azul com mangas longas, igual a do sonho – Você vai poder voltar para a escola comigo daqui duas semanas. E se formar. Conseguimos provas suficientes e testemunhas... foi legal.

– Dá para tentar explicar um pouco melhor? – Pedi.

Tudo bem, resumidamente, ele me contou tudo. Não da maneira que eu queria; ele pareceu um robô. Mas eu mesma não sabia o que eu queria.

Em certo momento simplesmente me cansei de ouvir sobre aquele processo. Aquele processo que me acusava de traição, esse processo lindo ai mesmo. Cansei-me de ouvir – porque Anthony não era o primeiro a me dizer aquilo – de que o nosso lado havia ganhado o processo na Corte e eu poderia voltar para escola, ter uma vida normal. Entre termos, obviamente. Enfim, cansei de ouvir sobre ele. E graças a algum ser superior, meu cérebro e subconsciente se contentaram com respirar e deixar a Anna em estado pré-vegetativo, me fazendo pensar apenas no que eu iria comer mais tarde.

Anthony subitamente parou de falar no meio disso, parecendo perceber. Eu era tão obvia assim?

– Quer um pouco de água? – Ele perguntou olhando para mim.

– Não. – Respondi, com o cansaço, subitamente, tomando conta de mim.

Ele piscou algumas vezes, parecendo um pouco assustado, se levantou e me trouxe água, mesmo assim.

Eu naturalmente ficaria brava, mas estava tão cansada que apenas aceitei a água e tentei negar a mim mesma a possibilidade de dormir.

Tentei focar minha atenção em algo simples, como na cortina azul celeste cobrindo a janela retangular pintada de branco, como as paredes e o piso. Depois na cor do lençol de algodão; um tom de azul bebê, típico de hospitais.

Não funcionou bem. Confessei que estava cansada.

Uma enfermeira entrou na sala. Já passava das seis, eu precisava tomar algum remédio para ansiedade.

Quando me viu naquela situação, perguntou como eu me sentia. Avaliando a resposta, disse que era um efeito colateral do medicamento, que eu deveria dormir e ela conversaria com o médico, caso existisse a hipótese da troca do remédio.

Anthony pareceu culpado, foi estranho. Ele disse que conversaríamos quando eu acordasse.

Sinceramente, me senti uma donzelinha metida em perigo. Quis brigar com a enfermeira e pedir alguma coisa com cafeína para beber. Mas, logo que ela saiu, me deitei na cama e dormi, ignorando a existência do Moroi ali.


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Notas finais do capítulo

Bom, me digam o que acharam... :)

Até o próximo.

Com amor,
Rafa



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