Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 24
Capítulo final


Notas iniciais do capítulo

Bom, eis o último.



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Anthony sentou-se na cama, abraçou os joelhos e fechou os olhos por alguns momentos.

“O que eu fiz?”

Pensou brevemente em lançar uma pergunta no Google, no entanto riu e desconsiderou a ideia. Ele tirou um caderno de capa dura da mesa de cabeceira e abriu em alguma pagina com anotações. Escreveu “cansaço” e “desorientação” nela, circulou as palavras e ligou-as com “consequências”.

As costas das suas mãos coçaram. Existia pequenos machucados ali. Desceu da cama e lavou-as, passando alguma espécie de pomada sobre eles.

Ficou mais alguns minutos perambulando pelo quarto até que ligou um computador portátil e escreveu um email à alguém, perguntando sobre os efeitos do espírito.

Fiquei instantaneamente preocupada com aquilo, e só então percebi que era o MEU sonho, e que eu não era uma força mágica do universo dentro da cabeça de Anthony, ou o próprio Anthony.

Basicamente, pelo email que ele enviou, associei tudo.

Minha preguiça preguiçosa não havia me deixado raciocinar até aquele momento.

Merda, era tão simples.

Anna Dracul estava morta, e agora era uma shadow kissed.

Acordei suada, querendo chorar. A ideia me assustava. Eu sempre ouvira sobre a Rainha e sua guardiã compartilharem um laço, mas nunca pensei que aquilo poderia acontecer com outras pessoas.

Olhei para minhas mãos, tendo medo de encontrar feridas como nas de Anthony. Não, elas estavam perfeitas... As unhas... As unhas estavam crescidas. Não eram mais as rachadas e curtas de horas atrás.

Aquele idiota tinha feito aquilo, ele tinha me curado.

Só não entendi o porquê daquela sensação ruim depois daquilo, do sono e do cansaço. Bem, aquela descoberta ficava para depois.

Para ser sincera, só descobri isso no outro dia, quando tive que conversar com uma nanica morena, de descendência turca, que me confessou ter tido momentos de loucura e depressão enquanto estava na academia, enquanto a Rainha estava bem. Ela disse simplesmente que era o ritmo natural das coisas, uma vez que o laço me fazia “sugar” a energia ruim que vinha do outro lado. E esse laço era uma mão única, não era como o karma; tudo que ia não voltava. Maldito universo.

Rose disse que provavelmente meu cansaço fora por causa da cura que Anthony fizera em mim. Minha aura já estava pesada – ressalto que ela levantou as mãos, do nada, e riu “agora quem está falando de auras?!” – e com mais um pouco de escuridão, resultou naquilo.

Ela avisou que iria piorar, que eu provavelmente teria episódios piores. Mas que as coisas iriam dar certo – comecei a odiar aquela frase e ao mesmo tempo ama-la – e que Anthony e eu teríamos ajuda em relação a isso.

Muito tempo depois, na escola, alguns dias depois da minha formatura – foi ótima, se querem saber – olhei para as mesas e vi as famílias reunidas. Apertei a alça da mochila com força e me lembrei da minha família. Eu não via Tarif há meses, e estava animada para àquilo.

Tentei me enganar com o nome de Tarif, tentar não lembrar do nome de Louise ou de August. De repente, se eu não me lembrasse e ninguém falasse neles, eles passassem a nunca ter existido.

“'Só porque você não a via se alimentando ou matando pessoas, não quer dizer que ela não o fazia...” , a voz de Rose ressoou na minha mente. Uma conversa que tivemos alguns meses atrás.

“Como você sabe dessas coisas?”, tentei brincar e sorrir.

“Existe uma pessoa que eu amo muito e que virou strigoi. Fui atrás dessa pessoa para mata-la, e ela me prendeu em uma mansão de luxo, com todo o requinte e glamour possível. Eu deixei que essa pessoa bebesse de mim, e eu amava as mordidas, ah, amava. Obviamente, mordidas não transformam ninguém – Ela disse, provavelmente prevendo minhas perguntas obvias de “você não se transformou?!” – Mas eram mil vezes mais potentes que a de um Moroi. Enfim – Rose saiu de algum transe – Eu amava muito esse strigoi, e ele me tratou muito bem, como se realmente tivesse alma.”

Perguntei-lhe quem era essa pessoa.

O Guardião Belikov apareceu na porta e disse que precisavam ir. Eles finalmente sairiam de férias, pela primeira vez na vida. E eu achei a ideia de ver aquele cosplay de poste em uma praia só de sunga engraçada.

De repente entendi de quem Rose falava. E então fiquei horrorizada.

“Mas como?”

Ela disse ao seu namorado que poderia ir na frente e se voltou para mim.

“É uma longuíssima historia que prometo te contar quando voltar – Ela piscou – Mas só porque ela existe, não quer dizer que devemos nos arriscar sempre, pois pode ou não dar certo. E, afinal, não podemos brincar com Deus. Ou qualquer coisa que você acredite. “

Voltei àquela noite fria em Montana e balancei a cabeça, carregando minha mala nas costas.

Certo, eu aceito. Meus pais estavam mortos, estava acabado.

Poucas pessoas tinham finais felizes, ou quase.

Às vezes me lembro dela. Sem ódio, sem saudade, sem tristeza. Aquela mulher se tornou uma memória para mim, eu nunca tive uma mãe. Ela morreu quando eu era pequena. Em um ataque de strigois. Não me lembro dela. Não tenho como sentir saudades do seu abraço ou do seu beijo.

E de August, às vezes me lembro dele. Sim. Da sua risada rouca quando brincava comigo ou de quando deixou uma garota de três anos fazer a barba – ele tirou as laminas, é claro. Mas não importa, dizem que o tempo resolve tudo, de uma incerteza até uma novela mexicana. Então vou deixar isso com o Senhor Tempo, no final, esse é um dos deuses mais lindos.

Joguei minha mala no porta-malas do carro e encarei Anthony. Acho que sorri me lembrando de tudo o que acontecera, dos últimos meses e de quando deixei ele me beijar – entre outras coisas – de novo, entre termos, é claro. Não sei, acho que vamos ser o tipo de casal que é como um casal de brinquedo nas mãos de uma criança; não encaixa, mas para ela, dá certo.

– O que foi? – Anthony perguntou fechando o porta-malas. Com o fim das aulas do Ensino médio, Anthony iria viajar com Johann. E bem, eu já era uma carga incluída. Como ele não era ninguém da realeza, foi fácil conseguir ser designada.

Fitei mais uma vez suas sobrancelhas largas e os olhos divertidos. Depois passei para o anel no dedo, encantado com espírito. Eu também tinha um. “Afastava as energias ruins”.

Sorri divertida.

– Nada, só estou feliz por ter te conhecido.

FIM


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Notas finais do capítulo

Eu queria escrever um texto falando como foi bom estar com vocês durante essa história.
Mas não deu, sou emotiva demais.
Enfim, foi uma honra ter passado essa fanfic com vocês.
Agradeço por tudo.
Espero que nos encontremos em outras fanfics também.
Muita luz na vida de vocês, leitores!
Obrigada à todos que me ajudaram (Bia, Giu...) e todos os que leram.
Bom, é o fim :)
Até a próxima vez.
Com muito amor,
Rafa



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