Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Hey, meninas! Estou com um emocional meio deprê, afinal a fanfic está acabando.
Bom, mais um capítulo. Divirtam-se.



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Eu gostaria de dizer que tive alguma experiência pós-morte, por exemplo: ter visto meu pai de braços abertos me esperando; meu peixinho de estimação; qualquer coisa parecida.

Enfim, as primeiras coisas que voltei a sentir foram minhas mãos. Começou com um pequeno formigamento na ponta dos dedos, um calor intenso emanando por eles e se espalhando pelo meu corpo. Meus pulmões formigaram, quase como cócegas, minhas pálpebras pesaram. Mas afinal, antes eu nãos as sentia. Não me lembrava de senti-las.

Depois disso, pulsações de ar. Foi estranho. Meu peito parecia explodir, nenhum pensamento coerente me veio à mente. Consegui mover alguma coisa, sentir meu corpo envolto em algo. Estava quente ou frio? Eu me sentia confortável. Ouvi barulhos repetitivos e monótonos. Senti um gosto estranho. Consegui mover-me, aquilo era meus pés?

Eu queria ver, queria abrir os olhos rapidamente e espiar o mundo. O que estava acontecendo?! Meu peito emanava ondas e eu sentia minha testa gelar. Ardia. Pulsações emanaram até ela e voltaram em um segundo, batendo com força contra o peito.

E por um rápido momento eu abri os olhos, enxergando uma luz. Aquilo me cegou. Ouvi um barulho contra alguma coisa, alguém caiu no chão? Quanto tempo eu havia ficado no escuro? E, tão subitamente quanto voltei a mim, simplesmente fui invadida novamente por uma escuridão e condenada a vagar.

Devo ter passado dias assim. Eu sentia meu corpo, mas não havia lucidez nenhuma ali.

A primeira coisa realmente “real” que senti, foi a mão de alguém no meu pulso.

“A pulsação está normal”

“É estranho. Ela estava morta.”

“Eu sei.”

“Vá checar o garoto. Eu termino por aqui.”

Respirei fundo e apaguei.

Mais tarde eu senti alguma coisa horrível na garganta. Aquilo, diabos,o que?

Acordei assustada, arfando. Tinha sopa derramada no meu colo. E aquilo ardia, queimava. Eu estava sentindo, senti o cheiro de limpeza do quarto, o ar frio vindo de algum lugar envolvendo todo o quarto, a televisão baixa com alguma novela.

Uma mulher de branco pareceu assustada e quase gritou.

Eu ignorei aquilo, minha concentração ficou completamente presa na janela, enquanto eu observava o sol fraco lá fora.

A enfermeira se levantou calmamente e apertou alguma coisa, enquanto continuei imóvel.

– Consegue me ouvir? – Ela perguntou. Tinha uma voz quase infantil, achei graça.

Concordei com a cabeça e me virei vagarosamente. Continuei parada, fora àquilo. Cerrei o pulso, senti a textura do lençol. Movi meus dedos do pé e as pernas. Quis me levantar, mas dois enfermeiros chegaram e me colocaram de volta na cama.

Passei a tarde em testes, minha cabeças simplesmente se recusava a se lembrar de alguma coisa. Se concentrava perfeitamente e completamente em cada detalhe do “agora”. No fim da noite, muitas horas depois, eles me deixaram comer sozinha. E se vale a pena ressaltar, a primeira coisa que lembrei foi como comida de hospital era ruim.

Passei a noite acordada, elétrica. E me toquei de que não tinha pronunciado uma palavra até aquele momento.

Continuei vendo TV, programas típicos das férias de verão nos EUA. Inutilmente olhei para um calendário e vi que já era agosto.

Pelo fim da madrugada, acabei dormindo, exausta, depois de ter dado pelo menos umas cem voltas pelo quarto. Fui acordada pelo menos quatro vezes durante a manhã, me deram remédios e injeções. Uma enfermeira me levou um espelho de mão, mais algumas revistas e alguns doces. Só voltei a mim, de verdade, lá pelas quatro da tarde.

Brinquei um pouco com as coisas novas que eu havia ganhado, penteei meu cabelo. Ele não era daquele jeito, estava tão mais curto. Mas na hora, eu não senti falta.

Às dez da noite perguntaram se eu queria alguma visita. Achei estranho, mas concordei.

Para ser sincera, uma hora depois eu estava aos prantos na frente de um homem que eu nem conhecia. Ele fechou uma pequena agenda, era alto e pálido, disse que tudo ficaria bem e saiu.

Uma enfermeira perguntou se eu estava com fome, neguei e ela me deu algum remédio. Voltei a apagar depois daquilo.

Aquele homem não me dissera nenhuma novidade, ao contrario, ele me questionara sobre o que acontecera nos últimos dias. Fizera perguntas simples, no começo.

“Se sente bem?” , “Sabe seu nome?”, “Sabe onde está?” e depois, piorando tudo “qual a ultima coisa que você se lembra?”

E yeah, sim. A última coisa que eu me lembrava... Eu estava morta, não estava? Quer dizer, era para eu estar! Não sabia o que estava acontecendo ali, comecei a gaguejar e tentar dizer algo coerente, porque até aquele momento eu não havia dito uma palavra. Lembrei-me da dor que senti naquela noite. Louise e meu pai. Clara morta. Tarif, onde ele estava? Anthony, o que tinha acontecido?

Lembrei do rosto dela e da forma como me senti quando descobri que toda a minha vida fora uma fraude. E eu tentei dizer aquilo, mas saiu apenas como gaguejos e choros.

Ele me disse que Anthony estava bem, quando perguntei. Disse que Anthony tivera uma recaída, mas já estava melhor. Que talvez viesse me ver assim que pudesse.

Quis perguntar quando eu iria sair dali, mas eu realmente queria sair dali? Eu não tinha ideia do que eu queria. Não tinha ideia do que poderia fazer. Eu só queria me deitar e me abraçar e ficar pensando em coisas reconfortantes e felizes para sempre.

Passei duas semanas sem receber visitas. As enfermeiras mantinham uma conversa calma e simpática comigo. Comecei a ver mais de um médico, sendo que o outro parecia um terapeuta. Sempre perguntando sobre o que eu queria falar e depois introduzindo um assunto calmamente. Yeah, geralmente eu também acabava chorando.

Acabei conseguindo acesso à alguns livros de ficção básica. Como “O corcunda de Notre Dame” e “Alice no Pais das maravilhas”. Eu não gostava muito daquilo, mas era ótimo para entreter.

Depois de mais uma semanas ou um pouco mais, um rosto conhecido finalmente veio até mim. Não era exatamente a primeira pessoa que eu queria ver no mundo, nem estava entre meus dez primeiros, mas Johann dava pro gasto.

Ele conseguiu que me deixassem ficar no jardim, mas eu não quis sair para fora com uma camisola de hospital. Então ficamos no quarto.

– Não tenho ideia de como iniciar uma conversa. – Avisei.

– É bom rever você, Anna.

Tentei sorrir.

– Eu vim aqui para conversar. – Ele prosseguiu – Consegui ver sua ficha médica nas ultimas semanas. Acho que eu deveria ter esperado um pouco mais, mas já tínhamos provas suficientes, então enviei elas.

– Enviou elas para o que? – Perguntei, franzindo o cenho.

Ele passou a mão pelo cabelo.

– Anthony queria ter vindo. Mas não tem autorização de deixar a escola. Faltam apenas alguns papeis para conseguir a guarda legal dele, mas por enquanto não posso tira-lo da escola por mais de vinte e quatro horas... Desculpe.

Por mais incrível que pareça, em vez de fazer uma brincadeira ou dar uma tirada, eu apenas disse que estava tudo bem.

– Perguntei ao doutor quando você poderia ter alta... Ele disse que depende. Bom, se quiser continuar aqui, não terá problemas... – Ele fez uma pausa, escolhendo o que iria falar – Anthony pediu para dizer que seu tio disse alguma coisa... não me lembro.

Ótimo, o velho tinha Alzheimer.

– O importante – Johann continuou – É que você tente melhorar. Na segunda vou ter um resultado oficial, se tudo der certo, nos veremos na quarta.

Johann se levantou para se despedir e sair.

– Resultado sobre o que? – Perguntei baixo, como se soubesse e não quisesse confirmação daquela resposta.

Johann passou vários segundos em silencio, considerando as opções.

– Do seu julgamento na Corte, Anna. – Passou a mão pelo pulso e olhou no relógio – Creio que tudo ficará bem.

Ele se despediu e saiu, me deixando à beira de um ataque interno lá dentro.

Ótimo, enquanto eu estava morta em um hospital, e depois quase morta, e depois loucamente viva com sérios problemas psicológicos, aqueles malditos Morois planejavam me mandar para a guilhotina, ou para Tarasov, ou qualquer coisa parecida.

Tomei uma sopa e recebi um medicamento diário que sempre me dava sono. Se eu tivesse sorte, dormiria dez horas seguidas.

Alguns dias se passaram até a segunda. Tentei me manter calma, mas também era dia de consulta com meu “médico terapeuta”. Ele obviamente notou.

E não sei que diabos aquele homem tinha para me fazer chorar. Algumas vezes, assim que eu passava pela porta e olhava para ele, já era atingida por uma crise histérica de choro.

Contei para ele tudo o que estava acontecendo. Ele era um Moroi, e pela primeira vez consegui dizer alguma coisa clara para ele. Contei desde a viajem para a Alemanha até o incidente na ponte... E yeah, eu precisaria de muita água para não ficar com sérios problemas de desidratação.

No fim, ele simplesmente me empurrou uma caixinha de lenços e escreveu durante quinze minutos em uma prancheta antes de perguntar se eu conseguiria voltar ao quarto sozinha.

Enfim, passei a segunda feira assistindo filmes na TV, ou melhor, tentando não chorar enquanto assistia TV. Sinceramente, eu já estava ficando com raiva de mim mesma.

Na quarta feira, estranhamente, sonhei com Anthony. Foi estranho, eu estava na cabeça dele.

Não foi nada de interessante, no meu ponto de vista. Ou não, as coisas ficaram interessantes sim.

Anthony escovou os dentes, o sol de fim de tarde para os humanos desaparecia no horizonte lá fora. Penteou o cabelo para trás, que caiu instantaneamente para frente novamente. Ele parecia mal, quer dizer, não tão mal. A pele estava mais pálida que o normal e seus olhos possuíam olheiras fracas. Ele estava cansado, eu sabia disso.

Anthony vestiu uma camisa azul giz com mangas e calçou os sapatos depois do jeans. Ele pensou em alguma coisa sobre não querer se alimentar no café da manhã. Então, decidido, saiu do dormitório da escola e entrou no refeitório recém-aberto e vazio, ninguém acordava àquela hora.

Anthony pegou apenas uma maça e saiu, descendo as escadas até a parte dos visitantes. Alguns minutos depois bateu na porta de alguém repetidamente. Achei cômico. Johann abriu a porta com a cara mais “desarrumada” do mundo.

– Não creio que você ainda estava dormindo. – Anthony disse, parecendo animado – A lua está linda lá fora. – Ele sorriu.

– Você sabe que tem de pedir a autorização da diretora para isso, não sabe?

Anthony sorriu mais ainda e pegou algum papel do bolso, desdobrando-o algumas vezes.

– Assinado e carimbado. Se quiser, tenho outra copia autenticada.

Johann suspirou e voltou para dentro do quarto, deixando a porta meio aberta. Meia hora depois prestei atenção que podia ouvir o que Anthony pensava. Eu estava tão sonolenta que mal me tocara.

E nos últimos minutos daquele sonho, vi que ele pensou em mim.


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Notas finais do capítulo

Okay, o que acharam?
Comentem... favoritem...
Ah, acho que vocês devem ler essa mesma frase mil vezes no dia, suahsausa.
Até o próximo.
Com amor,
Rafa



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