Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente. Como vão vocês?
Segue mais um capitulo :)



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Tudo bem, eu sabia muito bem o que eu tinha de fazer, mas não sabia como fazer. Enquanto eu ligava para Aadash (que vivia mais ou menos em horário vampiresco) e pensava em como avisar algum guardião sobre o ataque, um estranho arrepio subiu pela minha espinha. Era uma sensação que eu havia sentido à muito tempo atrás, uma espécie de medo...O que fez com que minha testa gelasse e meu corpo ficasse tenso. Eu só queria tudo aquilo acabado

Não, eu não podia pedir ajuda para Aadash, ele trabalhava para o lado negro e com certeza iria dizer “não” para mim. Eu tinha de achar um jeito de avisar alguém de dentro da corte... Ou quase da corte. Clara!

Sorri abertamente quando o nome dela me veio a mente, eu podia ligar para ela e dizer... Mas ela acreditaria em mim? Bom, era um risco que eu tinha que correr.

Quando Dash chegou e nos levou para casa, quer dizer, para a casa dele, depois do “jantar” eu disse que estava muito cansada, já que eram duas da manhã, e fui para o quarto, arrastando Anthony comigo. Eu ainda não tinha contado meu plano para ele. Aadash disse que iria resolver alguns assuntos e voltaria mais tarde.

Joguei meus sapatos em um canto do quarto e me ajoelhei sobre a cama e expliquei o que eu pretendia fazer.

– Ótimo – Anthony respondeu – Agora, por favor, me assegure de que a Clara não vai nos dedurar.

– Duvido que ela esteja com um rastreador na mão no exato momento em que ligarmos.

Anthony deu de ombros.

– Tudo é possível.

– Desde quando você pensa como um gênio do crime?

Ele riu.

– Sou uma espécie que se adapta a qualquer ambiente... Então... A uns dois dias.

Eu sorri.

– Tudo bem, agora só precisamos ligar para ela.

– Okay.

Respirei fundo e peguei meu celular. Abri a lista de contatos e cliquei em “Clara St. Vladimir”, encarei o perfil dela no meu celular durante alguns segundos, eu deveria mesmo ligar? Algo me dizia que era o certo a ser feito. Concordei quando Anthony pediu para tomar banho. O celular tocou duas vezes quando uma voz eufórica berrou do outro lado:

Você está sendo procurada por ser uma infiltrada e me liga no meio de uma aula? Sorte sua que eu estava matando ela. Agora pela alma do Santo Vladimir! Eu não deveria estar conversando com uma infiltrada.

– Espera! – Eu disse rapidamente – Não desliga!

Por que eu não devo desligar? Me de dois motivos!

– Eu sou sua amiga e os strigois estão planejando invadir a corte.

O telefone ficou mudo por alguns segundos.

Eu devo acreditar em você?

– Por favor, acredite.

E o que você quer que eu faça?

Expliquei para ela o plano dos strigois. Achei melhor não dizer onde ficava o covil deles, porque (1) Seria suicido da parte dos guardiões ir lá (2) eu meio que poderia denunciar minha localização.

Eu vou dizer. Vou dizer que você disse. Espera, eles não vão acreditar em você.

Respirei fundo. Eu só tinha uma escolha.

– Diga que foi Anthony que disse. Que eu estou com ele e que ele ouviu a conversa com os strigois e precisava avisar aos outros.

Você... você não quer que eu mencione o seu nome? Eles... eles podem pensar que você está fazendo ele de refém.

Respirei fundo. Talvez mesmo depois de Anthony ter fugido comigo eles ainda acreditassem que pelo menos ele não tinha nada a ver com o lado negro. Ou que ele era só amigo da garota do lado negro, ou algo parecido.

– Não. Tente convencer eles com isso...

Você vai voltar a me ligar?Eu preciso te contar tantas coisas! Eles ficaram me interrogando ontem o dia todo! Perguntaram sobre vocês dois, sobre você, sobre o que eu sabia sobre sua vida fora da escola... Eu disse que não sabia de nada, e perguntei como eles descobriram de você...

– E como eles descobriram de mim?

Bem... pelo o que eu entendi, eles encontraram os strigois, quer dizer, seus pais e os encurralaram... quer dizer, eles os seguiram até a casa, e esperaram amanhecer, e ai atacaram, mas pelo que entendi os strigois conseguiram fugir. Não sei como, mas foi... foi lá que acharam as suas coisas, suas fotos... provas invictas de que você vivia com eles.

Não consegui dizer nada por um bom tempo.

Anna? Você está ai?

– Eu... eu... Você vai dizer para eles?

Sim claro, vou tentar convencer eles do melhor jeito.

– Tudo bem... eu... eu tenho que desligar... Obrig-obrigada.

Você está bem? O Anthony está bem?

– Yeah, ele está bem.

– Eu estou bem – Anthony disse. Ele acabara de sair do banho. Clara ouviu, já que o celular estava no viva a voz.

– Clara, eu tenho que desligar. Tchau.

Desliguei o telefone no exato momento e encarei o par de olhos cinzas a minha frente.

– Você quer que eu te deixe sozinha? – Ele disse, com a voz rouca.

– Por favor não.

Eu desabei na cama e enfiei a cara no travesseiro. Tudo bem, meus pais estavam desaparecidos, não queria dizer que estavam mortos. DROGA, se eles não estavam mortos estavam super bravos, e se estavam super bravos a convivência com eles ficaria bem difícil, e se a convivência com ele ficasse difícil haveria gente morrendo, e se houvesse gente morrendo iria chamar atenção, e se chamasse atenção a corte podia achá-los, o que os deixaria mais putos ainda e....AH! Não preciso continuar. Deu para entender.

Anthony se aproximou de mim na cama e deitou ao meu lado, mesmo não vendo o rosto dele eu sabia que ele estava me encarando.

– Pare de olhar para mim – Eu disse, quase chorando.

– Anna...

– Tudo bem. Fica olhando pra mim – Resmunguei.

Senti que ele se deitou na cama, há aquela hora nós dois já estávamos descalços, uma coisa que eu adorava era que nós dois compartilhávamos um estranho desacato por sapatos assim que entravamos em um ambiente que considerávamos “nosso”.

– Onde eu fui me meter? – Murmurei, rouca.

Achei que ele fosse dar uma típica resposta Anthony Stranvsky Sebastian Du Lac (Sebastian Du Lac era o sobrenome de Johann), mas, ao contrario das minhas expectativas ele ficou em silencio.

– Acho melhor eu ir tomar banho – Disse me levantando e pegando minha toalha.

Entrei no banheiro e fechei a porta. Liguei o chuveiro na água mais quente e joguei minhas roupas no cesto de roupas sujas, prendi meu cabelo em um coque e entrei no box. Tentei não pensar muito, tentei não pensar em nada. Acabei entrando em uma espécie de meditação com água quente batendo contra o meu peito e minhas costas. O banho em si demorou cerca de cinco minutos, fora o tempo em que eu fiquei parada, frente ao espelho, encarando o reflexo dos meus próprios olhos. Escovei meus dentes com a escova rosa e branca que Aadash tinha feito o favor de comprar e penteei meu cabelo, pensei que seria uma boa idéia cortá-lo um pouco, deixá-lo na altura da lombar e não na da cintura. Por mais que eu tenha tido cuidado para não molhá-lo, as pontas estavam encharcadas. Respirei fundo e enrolei a toalha sobre o meu corpo. Sai do banheiro e peguei Anthony mexendo no meu celular, para ser mais exata ele estava jogando “Snake”. Eu sei, era um jogo bem antigo, e meu celular, na época, era de ultima geração, mas fazer o que? Eu era fissurada por aquele jogo.

Me joguei na enorme cama, tendo como resposta meu corpo afundando gradativamente na espuma macia que a constituía. Abracei a coberta azul escuro e encarei o teto. Tudo bem, encarar o teto sempre era uma resposta para momentos daquele tipo. Exceto que...

– MEU DEUS! Ha quanto tempo você não se alimenta? – Exclamei me virando para o lado.

Anthony parou de mexer no celular e me encarou como que se aquilo fosse à pergunta mais idiota do mundo.

– Ham... Nós jantamos aqueles combos do Mc Donald’s há menos de vinte minutos.

– Não estou falando disso.

– Ah... Acho que a alguns dias.

– Você ACHA?!

– Por que você é sempre tão estressada? – Perguntou rapidamente.

– Por que você é sempre tão calmo? – Respondi na mesma velocidade, só que um pouco mais irritada.

– Por que você está brava com isso?

– Por que você não simplesmente responde?

– Por que você fica fazendo tantas perguntas?

– Por que você nunca responde?

– Por que nós estamos brigando? – Ele exclamou. Aquilo foi meio que um basta.

– Não estamos brigando, estamos discutindo.

– Que diferença.

– Anthony Stranvsky! – Exclamei me virando para o lado e o encarando.

– Okay, okay, não se irrite, já parei.

Respirei fundo e enfiei minha cara no travesseiro.

– Faz uns três dias. – Ele respondeu por fim.

Voltei a me sentar e encarei seu corpo por uns instantes.

– Yeah, vou me arrepender disso amanhã.

– Vai se arrepender do que?

Respirei fundo mais uma vez. Merda.

– Tudo bem, se não fosse o fato de estarmos em constante perigo de vida eu não faria isso, okay? Não faria mesmo.

– Faria o que?!

Franzi os lábios, de modo que eles se curvaram em um pequeno sorriso torto, passei a mão pelo cabelo e expus o lado direito do meu pescoço.

– Você... você não quer que eu faça isso.

– Hum... querer ? Não. Mas meio que se você ficar com fome eu vou ficar com a consciência pesada porque você vai estar fraco e desprevenido contra o mundo.

– Anna...

– Vai logo. Não é todo dia que alguém tem uma chance de ter a honra de dar um chupão no meu pescoço.

Tudo bem, se a situação não fosse séria eu confesso que teria rido. Anthony deixou escapar o que me pareceu uma risada repreendida e colocou meu celular de lado.

– Você pode ficar... sabe, igual aos alimentadores, e me obrigar a fazer isso todo dia – Ele disse com um ar convencido.

– E você não iria adorar fazer isso todo dia? Anda logo, antes que eu mude de idéia.

Ele respirou fundo e se aproximou de mim, que estava mais ou menos no meio da cama.

– Sabe... eu não estou com tanta fome assim.

Revirei os olhos e me aproximei dele.

– Vai ficar fazendo graça?

– Anna Dracul, você vai saber quando eu estiver fazendo graça.

E com aquilo ele se ajoelhou na cama, de modo que eu ficasse meio que na altura do ombro dele. Fiz uma careta e me imaginei uma mulher de cinqüenta anos vivendo com vinte gatos que me odeiam e totalmente viciada em endorfinas das mordidas de um Moroi... tudo bem, eu sei, sempre tive uma ótima imaginação para esse tipo de coisa. Porém, enquanto eu pensava aquilo senti uma dor horrenda vinda da artéria do meu pescoço, tive uma súbita vontade de empurrá-lo para longe e gritar, mas tudo o que consegui antes de ser invadida por uma estranha sensação foi um grunhido. Depois daquilo... bem... eu gostei, nossos corações entraram em um ritmo monótono, todo o meu corpo foi invadido por uma estranha e nenhum pouco bem vinda (até o momento) sensação de prazer, tudo a minha volta desapareceu, e tudo o que existia era eu. Tudo bem, mais ou menos umas nove horas depois, quando eu acordei, me senti uma tarada por endorfinas, ou algo do tipo.

Em menos de um minuto ele já havia se afastado, e estava me encarando. Mas não olhei para ele.

– Como... como você se sente?

– Acho que como uma usuária de heroína em reabilitação. – De repente me senti cansada, e depois com frio – Hum... posso me deitar?

– Yeah, acho melhor você fazer isso – Ele disse com um tom preocupado.

Depois de me deitar, abracei o travesseiro e encarei o teto, de novo. Anthony se deitou ao meu lado e limpou o canto da boca com as costas da mão. Me recusei a olhar, achei que eu acharia repugnante ver meu sangue nos lábios dele. Meu cabelo estava esparramado pelo travesseiro e, o lado com a mordida estava virado para a parede. A lua cheia naquela madrugada penetrava pelas persianas e enchia o quarto, de modo que podíamos enxergar todo o cômodo sem ter sequer uma luz acesa. Estava frio lá fora, frio e úmido, havia chovido no período entre as onze da noite e ás uma da manhã. Me virei para o lado e sorri, foi meio que uma tentativa de fazer Anthony parar de pensar que havia me transformado em uma viciada em endorfinas e se acalmar.

– Eu realmente não sei o que dizer... – Eu ri – Hum... acho que você me deve um “obrigado”.

Ele sorriu.

– Ei, quem quis levar um chupão no pescoço foi você.

Ergui as sobrancelhas.

– E você concordou.

– Quem disse que eu não queria?

– Yeah, meu Deus! Não quero nem saber o que se passa na sua cabeça.

Ele deu um sorriso torto.

– Muitas coisas.

– Não quero imaginar.

– Tem certeza? – Anthony disse, com a voz rouca.

– Cala a boca Stranvsky! Ow merda. Pronto, agora minha sanidade mental está seriamente danificada.

Ele gargalhou.

–//-

Acordei por volta das duas da tarde, era assim que Anthony e eu vivíamos agora; em um meio termo entre o horário vampiresco e humano. Respirei fundo e agradeci por ele ter se levantado para fechar a janela pela manhã, o ar condicionado estava ligado, a temperatura dentro do quarto se mantinha numa media de 20°. O que me fez sentir frio, estávamos dormindo no mesmo quarto, aquilo era meio que acidentalmente. Eu estava dormindo com um cobertor de casal azul turquesa, enquanto Anthony dormia com o que me parecia outro cobertor, que Aadash havia deixado dobrado na ponta da cama quando cheguei. Rolei na cama até esbarrar com as costas dele, parecia dormir, suspeitei que ele houvesse ficado acordado a noite toda cuidando caso eu passasse mal pela falta de sangue, ou algo do tipo. Sorri contra suas costas e abracei o cobertor. Em um súbito movimento – pelo menos para mim – Anthony se virou e me encarou.

– Dracul, você não consegue ficar doze horas sem me assediar? – Ele perguntou, com a voz risonha.

Eu ri.

– É da sua conta? – Perguntei com o mesmo tom de voz.

– Eu estou sendo seriamente assediado!

– Jura? Tudo bem, eu e minha coberta vamos nos retirar.

– Opa – Ele disse segurando a coberta, impedindo que eu fosse para o outro lado da cama – Eu disse que não gostava de ser assediado? Não. Então volte.

Eu gargalhei e me aproximei dele novamente. Anthony envolveu um braço na minha cintura e apoiou o queixo na minha testa. Há àquela hora eu já me sentia bem novamente, só um pouco fraca.

– Podemos ficar assim até as quatro da tarde? – Ele perguntou.

– Yeah...

Alguém bateu na porta.

– Isso já está enjoando. – Terminei de dizer, me referindo que aquela era a segunda vez que alguém batia na porta quando estávamos em um momento “crucial para o nosso relacionamento”.

Anthony mordeu o lábio inferior e assentiu.

Me sentei na cama e passei a mão pelo cabelo, subitamente a passando pelo machucado no meu pescoço, respirei fundo e coloquei o cabelo sobre ele. Anthony e eu nos entreolhamos. Dash avisou que se teria que sair, e se quiséssemos comer algo podíamos pedir para entrega. Gritei um “Tudo bem, obrigada” de volta para ele e me joguei na cama. Alguns minutos depois, quando eu finalmente iria tentar quebrar aquele maldito silencio o telefone vibrou. Era Clara.

Okay, Anna. Estava até agora falando com eles. Os guardiões acreditaram.

– Clara! Ai meu deus! Você não tem idéia... obrigada, obrigada, obrigada, obrigada!

HEY! Só tenho uma coisa a perguntar.

– Claro, qualquer coisa.

Você não é uma infiltrada, é?

– Clara, se eu fosse uma infiltrada, acha que eu estaria te ligando, acha que eu ainda estaria dando sinal de vida? Não sou. Juro por Deus ou por qualquer outra coisa sagrada. Juro pelo Rio Estige.

Ela ficou em silencio por alguns segundos. Nós havíamos lido alguns livros de mitologia e, Rio Estige é um dos rios mais profundos do Tártaro, jurar por ele é... não sei dizer... se você descumprir um juramento feito por ele, ou qualquer coisa do tipo, na mitologia grega, você morre.

Tudo bem. Vou acreditar em você. Ah, e caso queira saber: os guardiões não acham que você seqüestrou o Anthony. Eles acham que ele fugiu junto com você porque era seu amigo, tecnicamente o nome dele ainda está limpo.

– Isso é bom. Tudo bem, Clara, serio, vou ficar te devendo uma pro resto da minha vida.

Okay, vou anotar – Ela riu – Tenho que desligar, alguns guardiões estão vindo, até mais. A gente vai voltar a se falar?

– Espero que sim.

Então vou esperar.

Eu sorri e desliguei o telefone. Fase um do plano estava completa.

Agora eu só tinha de achar um jeito de provar que eu era inocente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentem, ok?
Com amor,
Rafa e Giu



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