Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Então, post duplo, como eu disse.



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Anthony ficou imóvel por alguns segundos, fez uma pequena careta e me encarou – Continue... – Respondeu.

Sentei na cama e ajeitei o edredom no meu colo – Acho melhor você fazer as perguntas e eu dou as respostas.

– Ótimo, responda todas as questões possíveis de um modo geral e detalhado.

Resmunguei alto e revirei os olhos.

– Tudo bem, “senta que lá vem historia”.

E eu contei, desde o ataque a minha casa, os “esquemas” de adoção até sobre os infiltrados e sobre o mundo strigoi. Deixando tudo bem claro e ressaltando que eu não era e nem pretendia me tornar uma infiltrada ou uma strigoi. Foi mais fácil do que pensei, Anthony quase não fez perguntas.

– Não consigo entender, porque alguém iria querer ser um infiltrado? Quer dizer, humanos... são uma coisa, já dhampirs? Quer dizer, nenhum de nós quer isso.

Naquele parte da conversa nós dois já estávamos deitado lado a lado na cama, nossos fios de cabelo esparramados pelo mesmo travesseiro e emaranhados uns nos outros, respiração afetada pelo ar daquela conversa, seus olhos nos meus.

– Alguns fazem acordos com os strigois, imortalidade... Outros são compelidos....

Anthony pareceu pensar durante alguns segundos.

– E qual seria o motivo do Aadash ?- Anthony perguntou.

Respirei fundo e enfiei minha cabeça no espaço abaixo do queixo dele. Abracei seu tórax e respondi:

– Imortalidade...

– Ele é um idiota.

– Todos somos, cada um do seu jeito e com suas idiotices.

– E qual seria a sua?

– Eu tenho tantas... Diga você a sua.

Anthony riu – Acho que estamos na mesma.

– Ótimo, agora se não se importar em ficar parado e fingir ser um travesseiro, eu agradeceria.

– Você sabe que eu adoraria, mas isso é meio impossível – Ele riu.

Resmunguei e me afastei um pouco. Ele se virou, ficou de barriga para cima e me puxou para perto dele. Acomodei minha cabeça em seu peito e tentei manter meus olhos abertos, não funcionou, em menos de um minuto eu já tinha apagado.

Na manhã seguinte, quer dizer, na tarde daquele mesmo dia, Aadash havia saído para “tratar de negócios”. Nós dois havíamos ficado com a casa toda só para nós! Tarif havia me ligado mais cedo e havíamos chegado à conclusão de que seria muito perigoso viajar, já que ele também estava sendo incriminado por ser um Infiltrado. Depois que desliguei o telefone, um súbito pensamento me atingiu. August e Louise... onde eles estavam? Com certeza eles já tinham que ter vindo me buscar... Meus pais não tinham celular, e também não tínhamos telefone fixo. Eu teria que esperar Dash chegar ou ligar novamente para Tarif... Infelizmente a ligação internacional havia gastado todos os meus créditos.

– Então Stranvsky, já que insistiu para ter sua presença nessa parte da minha vida, me entretenha.

Anthony parou de mexer no armário de bebidas de Aadash e me encarou.

– Anna Dracul! – Ele exclamou – A que tipo de entretenimento você está se referindo?

Revirei os olhos e me apoiei no balcão – Que mente poluída é essa?

Anthony se apoiou no balcão e ficou com o rosto a poucos centímetros do meu – A mente que você formou e cativou. Não me culpe.

Eu ri e o beijei – Você é uma das coisas mais fofas desse mundo! – Disse fazendo uma voz fina e apertando suas bochechas, logo depois o beijando novamente.

Yeah, eu adorava os momentos que eu passava com ele, meu corpo era invadido por uma enorme e súbita sensação de paz e felicidade, era como se eu tivesse encontrado meu equilíbrio.

–//-

Aadash voltou no fim da tarde, e me trouxe roupas. Anthony estava usando as roupas de Dash, que por sorte serviam nele. Minhas antigas roupas estavam meio grudentas e suadas, e dei graças a Deus por Aadash ter pensado em roupas de baixo para mim. Vesti uma calça legue preta e uma blusa comprida com mangas caidas azul cobalto, prendi meu cabelo em um coque e continuei descalça. Voltei até a sala e me sentei.

– E então, o que vamos fazer? – Perguntei me sentando no sofá vermelho de couro. Dash justificou sua saída para “tratar de negócios” dizendo que havia sido dada para resolver o que iriam fazer comigo, quer dizer, com nós. Já que Anthony havia escolhido se meter no meio também.

– Então...- Dash se sentou na poltrona do outro lado da sala, Anthony estava sentado no tapete, apoiado contra o sofá e lendo algum livro com capa de couro escura – Primeiro: a corte está cercando a cidade, a rodoviária, as estações e o aeroporto. Segundo: Por mais que seja improvável deles te encontrarem aqui, ainda é algo possível, não podemos arriscar. Terceiro...

– NÃO, não precisa continuar. Traduzindo tudo isso: Eu estou ferrada. Ponto.

– Mais ou menos isso. Acho que não vamos conseguir limpar o seu nome.

Eu ri.

– Claro que ninguém vai conseguir limpar meu nome. Não sou nenhum tipo de criatura fodastica... quer dizer, não sou nenhum tipo de Rose Hathaway. E alias, considerando os fatos, a encrenca que ela se meteu foi menor que a minha! Ela foi acusada de traição por matar a rainha, eu estou sendo acusada de ser uma infiltrada, que conta como além de traição, espionagem e conspiração!

– Bom... é.

– É! Agora o que eu vou fazer? Eu não sei o que fazer, merda, eu realmente não sei o que fazer. Isso...isso definitivamente não estava nos meus planos.

– Acho que esse é o divertido da vida. Nada nela poder ser planejado.

– Concordo – Anthony disse manifestando sua presença pela primeira vez na conversa.

– Em todo caso, temos que elaborar um plano – Dash avisou - Consegui algumas informações... não são muitas... mas com elas conseguimos ter uma boa idéia do que a corte está fazendo. Aparentemente agora todos os arquivos estão restritos. Tive que entrar com uma conta fantasma. Quer dizer, o dono daquela conta já existiu, mas ele meio que não precisa usar mais – Dash deu um sorriso torto.

Yeah, sempre tem que ter alguém morto na historia.

–//-

Era o seguinte: Existiam cerca de vinte e cinco guardiões trabalhando no caso. Estavam divididos em cinco grupos. Três daqueles grupos estavam sendo comandados pelos que, na minha opinião, eram os guardiões mais fodões da corte, Dimitri, Rosemeire e Janine. ELES NÃO TINHAM O QUE FAZER? Não tinham Morois para proteger? Acho que eles não perceberam, mas eles haviam deixado a corte desprevenida. Tudo bem, continuando: Quatro grupos estavam cercando a cidade, e um deles estava me procurando. O grupo em questão, que era o que eu mais tinha de me preocupar era composto por Rosemeire e Dimitri (não entendi muito bem essa parte dos arquivos, em um deles estava dizendo que Rosemeire e Dimitri estavam em grupos separados e no outro não... às vezes eles haviam renovado o plano, afinal as datas de criação dos arquivos eram diferentes), mas enfim, eu tinha de achar um jeito de entreter aqueles grupos e fugir dali, uma vez que alguns guardiões também estavam cercando o aeroporto. Uma coisa que eu não esperava era ter que outras “pessoas” também haviam pensado o mesmo que eu sobre a corte. Merda.

– De repente a pequena Dracul ser descoberta foi uma das melhores coisas que nos aconteceu – Armand, o chefão-da-mafia-strigoi-americana nos deu a honra de sua visita naquela noite. Fiz questão de deixar Anthony bem perto da porta da sala de estar que levava a garagem, para caso tivéssemos algum “descontrole” vindo do strigoi.

Por hora continuei em silencio.

– Aadash, peço que você entre em contato com Sohhan e peça a ele ir me ver o mais rápido possível, de preferência hoje mesmo. Dracul, você deveria vir comigo, temos muito o que falar.

– Ham... acho melhor...acho melhor não. Tenho que ficar aqui caso...caso aconteça alguma coisa com ele – Eu disse apontando para Anthony.

– Pode levá-lo junto. Eu não vou morder – Armand sorriu exibindo suas presas.

Uma coisa que eu havia aprendido do pior jeito era: Nunca, nunca, nunca na sua vida, irrite ou faça um strigoi perder a paciência.

– Ham... Armand eu realmente prefiro...

– Vamos. – Armand disse estendendo a mão e me interrompendo.

Olhei para Anthony e engoli em seco.

– É... tudo bem.

O covil dos strigois não é o que as pessoas imaginam, um castelo medieval com salas subterrâneas, salas de tortura, um fosso, caixões, esqueletos... Na verdade são bem modernos. O atual era um prédio de 22 andares com janelas blindex com isufilm, daquele tipo de janela que se parece com um espelho do lado de fora e por dentro parece que você está vendo o mundo com óculos escuros. Lá residiam alguns strigois, eles não moravam nos andares positivos do prédio, eles moravam em baixo. Era um mundo subterrâneo com passagens para vários hotéis, cassinos, lojas (inclusive ao shopping), ao aeroporto etc... Yeah, o aeroporto, mas eu teria que passar pelos seguranças e pelas pessoas, e com certeza eu seria detectada. Armand nos guiou – em segurança -, o que eu gostei bastante, a maioria dos strigois abaixavam a cabeça quando Armand passava, claro que eles abaixavam a cabeça! O strigoi estava para fazer 1500 anos! Ele poderia muito bem arrancar a cabeça de alguém em menos de 2 segundos. Nós fomos para os andares superiores, em uma enorme sala cheia... cheia... de strigois. Engoli em seco e respirei fundo. Um ato que foi recebido com risadas de todos os strigois da sala, claro, era engraçado alguém estar com medo. Eu não tinha nenhuma estaca! Se um deles resolvesse antecipar a hora do lanchinho eu estava ferrada.

– Quem é a dhampir, Armand? Anda trazendo a diversão para cá? – Um strigoi ruivo perguntou.

– Ela não é diversão. A não ser que queira. Por enquanto a estamos ajudando. E, se eu fosse você eu calaria essa boca antes que alguém lhe arrancasse a língua – Armand disse seriamente.

O strigoi ruivo engoliu em seco. Pronto, eu já estava na lista negra daquele cara. Fiquei paralisada até que Armand estendeu a mão e mandou que eu e Anthony nos sentássemos. Concentrei minha atenção em tudo a minha volta, nas expressões serias dos strigois, nos números que indicavam os segundos em um relógio digital, na leve brisa do ar condicionado, no meu coração batendo.

– Por que Sohhan está demorando tanto? – Armand perguntou, um tanto irritado.

– Talvez você devesse retirar o cargo dele e dar-lo para alguém mais merecedor. Sohhan nunca cumpre com seus deveres – Outro strigoi, um alto de cabelos negros e olhos verdes/com os círculos vermelhos na pupila.

Armand riu.

– Marco, desista disso. Nem se Sohhan morrer você irá assumir o lugar dele.

O strigoi alto, Marco, se levantou e jogou uma cadeira contra uma parede.

– Pois bem, posso mostrar que sou tão bom quanto ele.

Armand abriu os braços e sorriu.

– Pois bem. Mostre! – Armand disse rindo.

Em uma fração de milésimos de segundos um strigoi alto, com os olhos em um tom de vermelho vivo- deveria ter acabado de se alimentar- entrou na sala, ele era bem alto, tinha o corpo bem trabalhado, como o de um dhampir, o cabelo em um tom de loiro escuro... O strigoi sorriu quando me encarou.

– Marco! Se me permitir, vou cumprimentar a convidada e o convidado antes de assistir a sua “provação de merecimento”.

Ele andou a passos largos e pesados até nós, com um súbito impulso, eu me levantei. Todos os fios do meu enorme cabelo acompanharam meu movimento.

– É um prazer, Anna – Ele disse beijando minha mão.

Sua mão correu pela minha até o pulso, pressionando levemente seu polegar sobre a artéria, logo depois soltando. Acho que foi um ato que só nos dois percebemos. Saindo daquele transe... Como ele sabia meu nome?

– Ham... é um prazer – Respondi sem sorrir.

– Perdão, mas não conheço o seu amigo.

– Ele se chama Anthony...

– Só Anthony?

– Stranvsky...

Sohhan fez uma pequena reverencia e se virou. Quando voltei a me dar por mim Sohhan já estava conversando com Armand e Marco, que por visto não iria ter um dia muito bom hoje.

– Agora dê sua “provação de merecimento”, Marco.

As coisas não iriam acabar bem. Marco, com aquela rápida velocidade strigoi saiu de seu lugar, de modo que ficou cara a cara com Sohhan. Os dois tinham quase a mesma altura, Sohhan ganhava por poucos centímetros.

– Como Morois entram aqui sem ser para o lanche, Armand? Ele pode muito bem ser um espião.

Revirei os olhos, acho que ele estava meio que invertendo a situação.

– Está tentando mudar de assunto? – Armand disse, com certo tom de desacato.

Marco bufou.

– Nós nos alimentamos deles, não ficamos bancando os guarda-costas.

– E ele mudou de assunto! – Armand riu.

– Não estou mudando de assunto. Estou o introduzindo – Marco bufou.

Quis murmurar para Anthony ficar atento para correr caso a coisa ficasse feia, mas (1) provavelmente ele já sabia disso e (2) os strigois iriam ouvir. Então somente engoli em seco novamente e continuei de pé.

– Bom, continue então – Armand disse se apoiando á mesa.

– Desde que Sohhan assumiu o cargo temos perdendo cada vez mais pessoas. Estamos ficando fracos! Como você não percebe isso?!

Só eu que achava que aquele strigoi estava parecendo um idiota? Tive certeza que não quando Armand pronunciou:

– O que ganhamos ou perdemos aqui não é da sua conta, Marco. Já que suas afirmações não tem pé nem cabeça, por favor, peço que se retire para que possamos continuar com a reunião.

Marco rugiu, ou quase isso, ele gritou tão alto que cada fio de cabelo na minha nuca se arrepiou, dei um paço para trás, porém continuei me mantendo na defensiva. Um segundo se passou antes que Armand quebrasse o pescoço de Marco. Fiquei totalmente paralisada, acho que aquele era um bom momento para correr, mas eu já havia ficado tempo de mais em um transe pós traumático Marco já havia se regenerado, e estava olhando para mim, quer dizer, além de mim, ele estava olhando para o Moroi atrás de mim. Merda.

– Na próxima vez que ousar fazer isso, Armand, você sofrerá serias conseqüências.

Ferrou. Ferrou. Ferrou. Ferrou!

Armand ousou rir.

– Está de mau humor hoje? Aquela humana que você estava perseguindo foi marcada por outro antes de você? Que pena. Acho melhor você se retirar.

Faça isso, por favor, faça isso. Yeah, ele não fez, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Sohhan andou até ele, com passos calmos e sutis e sibilou:

– Marco, se você tiver o mínimo de vontade de continuar vivo se retire daqui.

A voz de Sohhan ecoou fria e vibrante por toda a sala, como um convite para Marco, um convite que ele desejava muito que Marco não aceitasse. Mas Marco aceitou. Lançou um olhar gelado para mim. Quando as ondas impulsivas do meu corpo que me mandavam sair correndo dali passaram, percebi que a sala toda estava em silencio. Andei até uma das mesas que estava próxima ao sofá e me apoiei contra ela. Era uma posição que me permitia ficar na defesa e confortável ao mesmo tempo. Não que aquilo fosse possível.

–//-

No fim da noite Armand não pode nos deixar em casa, disse que mandaria outra pessoa para nos levar, mas é óbvio que eu recusei. Preferia correr o perigo de ser presa a ficar perto de um strigoi que não tivesse o selo de autenticidade “Pais” estampado no rosto. Achei que ninguém estaria nos procurando a essa hora da noite, e, sinceramente, cinco guardiões em uma cidade de mais de oito milhões de habitantes não eram grande coisa. Mesmo assim, eu sabia muito bem que aquilo era um risco, um grande risco. Mas naquele momento uma das únicas coisas que estavam em minha mente era: Os strigois pretendiam atacar a corte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deles.
Me digam, sou boa com cenas de strigois? Gostaram?
Nos vemos em breve.
Com amor,
Rafa e Giu