Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 13
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas, um milhão de desculpas, um zilhão de desculpas pela demora. Meninas, desculpem mesmo. Eu e a Giu estávamos passando por vários problemas na escola ... Enfim, para tentar compensar vocês vamos fazer um post duplo, okay?
Espero que gostem :)



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Respirei fundo e me sentei.

–Suas roupas estão sujas meu amor- Ela disse me servindo chá mate quente- Não quer trocá-las?

–Não obrigada...

–Eu devo ter... minha filha, ela saiu de casa a três anos para ir à escola, ela disse que voltava as sete, ainda estou aguardando, hihihi- Ela bateu os dedos em seu relógio de ouro no pulso- Ela era do seu tamanho, quer ver se gosta de algo? Posso trançar o seu cabelo, ele é TÃO lindo.

–Eu... hum...

Encarei Anthony, ele estava admirado com a mulher, seu queixo caído e um sorriso no rosto.

–Vai- Ele disse saindo do transe e me empurrando- Eu fico de olho para ver se para alguém na frente, indiano: do bem. Cara vestido de preto e óculos escuro: do mal.

–Eles são mesmo- A mulher disse rapidamente- Homens grandes, ternos pretos e óculos escuros. Tentaram me prender e me levar para um lugar cheio de médicos, hihihi, não conseguiram não. Temos muito que conversar jovem rapaz, muito mesmo, mas por enquanto vou ajudar sua namorada- Ela disse dando tapinhas nas minhas costas e me direcionando pelo lugar.

Como ela sabia que éramos namorados?

Ela me conduziu por uma cozinha em tons de vermelho e creme, um escritório cheio de flores, e por um corredor até um quarto com a porta fechada e um grande aviso “NÃO ENTRE”. A mulher abriu a porta e me mostrou um quarto que mais parecia ser de uma princesa.

–Arrumei ele –ela disse se referindo ao quarto – para quando Maria voltar, ela sempre deixa as roupas no chão, sabe? A toalha molhada na cama, papeis e roupas sujas espalhados pelas mesas... Aqui- A mulher disse abrindo um guarda-roupa vintage branco com flores em azul- Pode pegar a roupa que quiser, tenho certeza que Maria não vai se importar.

Eu sorri e ela me deixou sozinha no quarto. O que será que havia acontecido com a filha dela? O que será que havia acontecido com ela?

Folheei as roupas até encontrar uma bata roxa/azul com listras irregulares, achei bonita e acabei escolhendo ela, tirei um jeans azul escuro com os joelhos rasgados dali e me troquei. O quarto cheirava a margaridas.

Coloquei meu All star e andei até a sala, por tive certeza que nenhum guardião iria nos encontrar ali.

Anthony e a mulher loura já conversavam sem parar. Tentei me sentar no sofá, mas um gato branco e caramelo rosnou e tentou me arranhar, gatos não gostam de dhampirs, como eu já disse.

–Tudo bem, tudo bem- Eu disse andando em ré, tropeçando nos pés da mulher e caindo no colo de Anthony.

–Se machucou?- A mulher disse em desespero, porém não saiu do lugar.

–Não, eu estou bem- Eu disse tentando sair do colo dele, na verdade tive a honra de ter a própria ajuda de Anthony, ele colocou as mãos em meu quadril e me “ajudou” a sair dali, logo depois voltando a conversar com a mulher, que por acaso eu nem sabia o nome.

–Qual é o seu nome?- Perguntei interrompendo a conversa deles.

–É...é... As pessoas me chamam de Rut.

–Só Rut?

Ela sorriu.

–hihi, eu não me lembro do meu nome de verdade bobinha, me chame de Rut, eu gosto de Rut, aqui podemos ter o nome que quisermos. E qual é o seu?

–É Anna.

–Anna! Nome bonito, vai ser mãe muito dedicada, muito boa.

Meu coração parou naquele momento. Mãe?! Da onde ela havia tirado aquilo?

–hihihi- Ela disse- Você tem de tomar mais chá.

–Eu não...

–Você sim!- Ela exclamou.

E der repente fiquei com uma enorme vontade de tomar chá. Ela me serviu uma xícara cheia e eu bebi. Só depois que olhei para o rosto abismado de Anthony e percebi que ela usara compulsão em mim.

–Agora, Anthony, espírito não é nada fácil. Você tem estabelecer um equilíbrio- Ela disse estendendo as duas mãos- Dia e noite. Chão e céu. Escuro e luz. Todos andam sempre dois a dois, para manter o equilíbrio.

Anthony assentiu.

–Agora, você tem que descobrir o seu equilíbrio.- Rut disse.

Ela sorriu.

–Equilíbrio. Essa é a primeira lição. Quando encontrá-lo não deixe que ele escape. Segunda lição: Força de vontade. Espírito é tudo o que você quiser, você pode fazer tudo, espírito é tudo, é vida.

Ela puxou um gato para o seu colo e MEU DEUS, Rut quebrou o pescoço dele.

–Vê? O gato está morto.

Anthony havia mudado de cor, do típico branco Moroi para um azul-arroxiado-branco-avermelhado-esverdeado.

A mulher colocou as mãos sobre o gato e depois de alguns segundos o gato se levantou e começou a ronronar e acariciar com a cabeça a mão da mulher.

–Agora o gato está vivo.

Quase cai desmaiada no chão, ELA TINHA ACABADO DE RECUSSITAR UM ANIMAL! Ele era tipo, um zumbi? Iria comer meu cérebro?

–Espírito.- Ela disse abrindo os braços e juntando as mãos- Primeira lição: Equilíbrio. Segunda: Força de vontade.

–Eu não quero saber lições... quero saber o que posso fazer com espírito.

–Isso iria ficar um pouco mais para frente, mas vamos direto a isso... Controle- A mulher disse.

–Como?

Ela soltou o gato e me encarou.

–Anna, ande até a janela e pule.

–O QUE?- Anthony gritou.

Sem escutar nada, aquilo pareceu ser o certo: Obedecê-la. Eu me levantei. Anthony agarrou minha blusa, me jogou contra o sofá e me prendeu contra ele.

–Anna, se solte.

–Anna, não a obedeça!- Anthony exclamou me encarando.

Eu assenti com a cabeça e continuei sentada.

–Boa garota- Ele disse relaxando os músculos- A senhora... A senhora quase a matou!

–Vê? Controle.

–Compulsão! Isso é errado.

–Errado? Não. É um dom. Agora, dar e tirar.

Ela se levantou e pegou uma planta. Colocou as mãos ao redor dela, porém sem tocar, e a planta começou a murchar e murchar, até que não passava de um caule em um tom de preto esverdeado caído.

–Veja bem- Ela disse- Agora a vida da planta é minha.

Anthony assentiu. Ela repetiu o processo e a planta cresceu novamente.

–Agora parte da minha vida é dela. Compreende?

–Sim... Isso eu já sabia.

–Bom, cada um tem sua especialidade... creio que você terá que aprender sozinho. Não querem ficar para o jantar? Acho que temos frango... -Ela olhou para o gato- Não temos Albert?

O gato não respondeu, alias, se o gato tivesse respondido, eu realmente pularia daquela janela. Meu celular vibrou, uma nova mensagem, Aadash, ele estaria em frente ao bazar em dois minutos.

–Senhora, nós realmente temos que ir. Se alguém vier aqui e perguntar de nós... diga que nunca estivemos aqui- Eu disse me levantando e puxando Anthony pela gola da camisa. Eu realmente não queria ficar ali nem mais um segundo, principalmente se ela tentasse repetir o mesmo processo com o gato em mim. Ele cambaleou atrás de mim até a porta e nós nos despedimos, mas a porta não estava mais ali, não para mim.

–Rut...-Anthony disse em um tom sério.

–Desculpe - Ela disse.

Minha visão ficou embaçada, logo depois voltou ao normal... porta havia reaparecido. Descemos as escadinhas e continuamos dentro do bazar, olhando por uma das janelinhas. Por sorte a rua ainda parecia deserta. Um carro preto com vidros blindados parou na frente. Com certeza era de Dash, os guardiões não possuíam carros tão carros- e tão desnecessários.

Abrimos a porta do bazar e a fechamos novamente, desejei sorte para Rut.

Dash saiu do carro e sorriu para mim, ele era significativamente mais novo que Tarif, tinha cerca de 25 anos.

–Você fica cada ano mais bonita, sabia?- Ele disse fazendo um gesto para que entrássemos no carro.

Me sentei no banco da frente e Anthony no de trás. Dash deu partida no motor e nós saímos daquela rua.

–Como os guardiões ainda não nos encontraram?- Murmurei.

Dash riu, e com vontade.

–Não se preocupe, já cuidei de metade deles.

–Você... você sujou seu nome?!

–Claro que não! Eles nem desconfiaram que fui eu. Alias, ligue para Tarif, antes que ele surte e me decapite.

Eu ri, os poucos encontros que eu tive com Dash foram ótimos, nós até tínhamos ido ao cinema juntos alguns anos atrás. Não rolou nada. Se bem que na época eu queria que tivesse rolado. O nariz dele podia ser grande, mas era grande de um jeito muito bonito, eu realmente nunca me importei com essas coisas. Disquei o numero de Tarif, o celular chamou duas vezes até que ele atendeu.

–Estou viva.

Sem nenhum ferimento grave?

–Nenhum.

–Tudo bem, você vai dormir na casa do Aadash hoje, Anthony está com você, não está? Sabia que não iria se livrar dele. Tudo bem, ele pode ficar também, acho que não irá falar nada. Agora estou resolvendo alguns documentos, Aadash vai te explicar tudo, tudo bem? Conversamos mais tarde.

–Tchau...- Eu disse, Tarif desligou na mesma hora, acho que ele estava com pressa- Você mora mesmo em Long Island? – Perguntei para Dash.

–Sim... porque?

–Podemos pedir pizza?

–Você está sendo procurada por toda a corte Moroi e quer pedir pizza?! Sorte sua que Armand quis ajudar, se não você estaria com sérios problemas.

Armand era, como eu gostava de chamar, “O chefão da máfia strigoi dos EUA”, um dos “amigos” dos meus pais.

–Por que ele quis ajudar?!

Dash não respondeu. Era obvio, Armand deveria estar achando que eu seria uma infiltrada no futuro. Caramba! Eu não pretendia ser uma infiltrada, aquilo nunca sequer havia passado pela minha cabeça, e eu estava sendo acusada por ser uma! Que Droga.

Liguei o ar condicionado, mesmo eu tendo o mínimo de alivio em saber que Dash havia cuidado (temporariamente) dos guardiões da corte, eu ainda estava suando frio só de pensar que eu estava sendo acusada de ser uma infiltrada. Infiltrados cometem dois crimes: traição e espionagem. Traição tem como pena a morte. Espionagem tem como pena o resto da sua magnífica vida trancada em uma cela de 3X2m² em Tarasov. Tentei me acalmar um pouco jogando o peso do meu corpo para trás e encarando a rua por trás do insufilm escuro. Começou a garoar e, logo depois a chover, saímos daquele bairro que provavelmente estava com algum problema no disjuntor de energia e pegamos a pista expresso.

As luzes dos postes e dos faróis dos outros carros refletiam na água que se acumulava no asfalto, se transformando em pinturas abstratas em tons borrados. Alguns pingos pesados da chuva batiam contra a minha janela, eu gostava do barulho da chuva, do jeito como os pingos eram atraídos pela gravidade e formavam uma linha tênue com partículas de água por onde passavam. Respirei fundo e senti o cheiro de carro novo misturado com um leve aroma de sândalo. Fechei os olhos e me concentrei no barulho da chuva lá fora, do vento, dos carros, do mundo.

Na verdade eu nunca havia pensado muito no meu futuro, em maior parte porque, bem, eu tinha medo de ver que ele seria uma droga e ficar com medo de enfrentá-lo. Por isso eu sempre me jogava com todas as forças em cada escolha que eu tomava e quase nunca pensava no que aquilo levaria. Sim, eu era uma covarde que tinha medo de enfrentar o futuro.

Mas, como eu já disse, sempre fui o tipo de pessoa que se agarra com todas as forças no presente. Acho que foi por esse motivo que não fugi de casa e me tranquei as sete chaves na corte, ou que denunciei que meus pais estavam comigo, ou que qualquer coisa que fizesse esse dia ser diferente.

–//-

Chegamos a Long Island por volta das oito da noite, eu estava significativamente cansada.

–Você vai pedir pizza?- Gritei me jogando no sofá de couro preto.

Dash e Anthony entraram dentro da casa- que possuia um enorme e belo jardim. Dash sorriu e assentiu com a cabeça.

–Tamanho família, metade de calabresa com catupiry e uma coca- Eu disse me deitando e cobrindo meu rosto com a almofada.

–A senhora quem manda. Venha Anthony, vou te mostrar a casa.

Fechei os olhos por alguns segundos e respirei fundo. Tirei meus sapatos e corri atrás de Dash e Anthony, eles estavam na cozinha, conversando sobre alguma coisa a ver com strigois. Dash riu.

–Tudo bem, Dracul. Fazer parte do ramo negro era uma das primeiras coisas que estava na minha lista do que você realmente era. Mas serio, poderíamos ter feito varias rebeldias se você tivesse me contado isso antes. E você me deve umas belas explicações.

–Não sou do ramo negro- Resmunguei abrindo a geladeira e tirando uma garrafa de “água”. Tomei um gole e percebi que na verdade era whisky. Revirei os olhos e resolvi beber aquilo mesmo, afinal eu meio que merecia.

–//-

Tentei evitar conversar até que a pizza chegou. Enchi meu prato com 4 pedaços inteiros do mesmo sabor e liguei a TV no canal de noticiários. Anthony não tentou puxar conversa e simplesmente ficou em silêncio, o que, sinceramente, eu agradeci. Por maior que tenha sido o tempo em que passei olhando para a TV, menor era a chance de alguma parte do plano ter dado errado e os guardiões terem sido “flagrados”.

Dash disse que ficaria acordado até mais tarde e me avisaria caso alguém viesse, sem nenhuma novidade de Tarif, me retirei para meus novos aposentos e tentei dormir.

Uma voz me tirou do sono e fez com que eu desse um pulo da cama – Acho que você pode me explicar agora – Anthony estava ali. E eram... cinco da manhã?

Arrumei o meu cabelo; que por sinal deveria estar parecendo uma juba, e mordi o lábio – Não é muito cedo para isso?

Anthony passou a mão pelo cabelo – Meio que Aadash e eu estávamos acordados até agora.

Parei de trançar meu cabelo e gritei – Você o que? – Engatinhei até o lado dele na cama – Ele não é uma boa companhia – Sussurrei.

– Você também não parece ser. Em todo caso, e daí?

Respirei fundo e reprimi a vontade de socar a cara dele – Eu sou uma má companhia, então vá para o seu quarto antes que eu chame alguns strigois e eles drenem o seu sangue.

Anthony riu – “Ui, deu medinho!” – Disse ele com uma voz fina – Serio, agora, você me deve explicações.

– Não podemos esperar até amanhecer o dia?

Anthony negou com a cabeça e mordeu o lábio inferior.

Resmunguei um pouco e me joguei de volta na cama, arrumando bem o cobertor, já que eu estava só com as roupas de baixo e a camisa, devido ao pequeno incidente no aeroporto, tínhamos deixados nossas malas lá... meus sapatos, minhas blusas, jaquetas, calças, tudo... Acho que nessas férias teria que pedir para Louise me levar ao shopping de novo. Se eu não tivesse que trocar as roupas do meu guarda-roupas pelo tamanho “G”. Droga, se eu estivesse grávida era capaz dos meus pais comerem o bebê no café da manhã. Respirei fundo temendo esse futuro problema e resmunguei mais algumas vezes.

Rodei meu corpo de forma que ficasse apoiada pelos ombros na cama e abracei um dos cinco travesseiros que haviam nela, encarei Anthony e tentei parecer cansada, eu estava cansada – Por onde quer começar?

– Ham... Não sei, comece da parte que vá servir de suporte do início ao fim da historia.

Respirei fundo novamente e um súbito sorriso torto se formou em meu rosto – Primeiramente: Meus pais são strigois.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Daqui a pouco posto o próximo.
Não esqueçam de comentar, okay?
Com amor,
Rafa