Learning on vampire academy escrita por Mystic


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

ENTÃO! Como vão vocês? Curtiram o ultimo capitulo?
Ai vai um capitulo bem calmo para vocês se divertirem!
P.S: Próximo capitulo assim que esse capitulo atingir 8 reviews!



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Vocês devem estar achando que minha vida com pais strigois foi a mil maravilhas, saibam que não foi. Tudo bem, também não foi A PIOR COISA DO MUNDO, mas também não foi A melhor.

Uma das coisas ruins aconteceu quando eu tinha 11 anos, como na maioria das vezes, era fim de ano e eu estava passando as “épocas festivas” em casa, mas na verdade eu só dormia e jogava vídeo game a noite toda, enquanto durante o dia assaltava a geladeira e explorava o jardim de inverno- entre outros locais, como “O sótão”, o lugar assombrado e misterioso onde meu pai guardava sua estaca e alguns outros equipamentos de quando era dhampir. Mas aquelas férias não foram bem assim.

Eu meio que deixei escapar, quando uma garota da sétima serie disse que eu era uma vadia obsessiva e aproveitadora, porque, Anthony meio que tinha feito TODO o trabalho de Arte Eslava sozinho, eu e ele havíamos formado uma dupla; um dos primeiros motivos para que ela não interferisse nos meus assuntos. Mesmo assim, devido a uma “quedinha típica” das garotas por ele, e Anthony ignorando todas as cantadas, flertes, convites para bailes, “leituras” na biblioteca, filmes na sala de lazer e sempre dizer um educado e grande “NÃO”... Eu meio que deixei escapar, quando ela disse aquilo. Eu disse que mandaria minha mãe entrar no quarto dela á noite e sugar todo o seu sangue de barata... Bem, isso resultou em Diretoria, e Diretoria resultou em Telefonema-para-o-seu-responsável-porque-você-ameaçou-um-Moroi que no caso era Tarif, que estava na minha casa, e meus pais, devidos a linda, perfeita e maldita ótima audição Strigoi, ouviram a conversa. Resultou que: Três semanas depois, quando as aulas acabaram, eu fui arremessada (“carinhosamente”) de um lado para o outro da casa, acabei sem nenhum ferimento grave, apenas uma fina cicatriz que se estendia por metade do meu antebraço, acabou que: eu “tentei” fugir de casa, mas acabei sendo resgatada quando sai pela porta da frente por Louise e August, que compraram o meu perdão com uma biblioteca só minha, os 18 Cd’s originais de um jogo de simulação da vida real chamado The Sims 2, um jogo de quarto novo e uma viagem para Disney (onde fui acompanhada por Tarif, que me pagou sorvetes e me levou a uma imensa loja de doces. Engordei três quilos naquela viagem). Eu nunca achei que ninguém repararia naquela cicatriz, afinal com o tempo ela diminuiu um pouco na espessura e tudo mais... porém naquele dia, quando estávamos voltando para os EUA, Anthony percebeu.

Eu meio que estava dormindo. Eu estava dormindo.

–Onde você machucou isso?

–Hum?- Perguntei colocando o cabelo para trás- Isso? É uma cicatriz.

Ele suspirou.

–Eu sei, senhorita Dracul. Estou perguntando como ela surgiu.

Mordi o lábio e tentei pensar em uma desculpa rápida.

–Hm... Aliens?

Ele riu.

–Você deveria parar de assistir tanto The history Channel...

–Anotado.- Disse tentando fechar o assunto.

–Agora pode me responder?

–Porque isso te interessa?

–Você quer a resposta rápida e resumida ou a longa e elaborada?

Suspirei, só então percebi que ele ainda segurava o meu braço, os dedos compridos sob a cicatriz.

–Foi um acidente, bati contra um espelho e me cortei.

Não fora exatamente A verdade, mas era parte dela.

–Tudo bem, acho que um dia você vai me falar a verdade disso também.

–Mas é...

–Tudo bem – Anthony interrompeu – Eu espero. Caso você não queira me contar até o dia da sua morte, escreva em uma carta e a deixe para mim no testamento. - Ele riu.

–Vou fazer isso – Eu disse abrindo minha bolsa estilo hippie de couro e vendo que alguém tinha colocado algum papel lá dentro.

–Johann e suas cartas – Anthony disse tomando o papel da minha mão.

Senti um arrepio subir pela coluna vertebral e estalando na epiderme quando ele disse “cartas”, yeah, acho que eu estava com sérios problemas com associação.

–Como você sabe que é dele?- Perguntei tentando tomar o papel da mão dele.

–E de quem mais seria? Do gato?

–Tudo bem, tudo bem, me de uma folga, acabei de acordar.- Eu disse esfregando os meus olhos e tateando a mesinha a nossa frente no avião até achar a garrafa térmica de água, o que eu achei ser água.

–Você não vai abrir a carta?- Perguntei.

Anthony se entreolhou com a garrafa e assentiu com a cabeça.

Enquanto ele abria tomei um gole da “água”, e merda, deixei a garrafa cair no chão e cuspi no meu colo.

–Filho da p***!-Exclamei tirando um lenço da minha bolsa e cuspindo no mesmo.

Anthony começou a rir e recolheu a garrafa do chão, que agora estava sujo de sangue também.

–Ai meu deus- Eu disse, logo depois esfregando a parte limpa da toalha na minha língua- Eu vou te matar! – Joguei um exemplar da Bíblia nele.

Não me senti nem um pouco mal por jogar o livro de Deus, pois eu não era muito religiosa, na verdade, eu definitivamente não era religiosa, e só estávamos trazendo o livro pois Anthony estava com um mau pressentimento. O livro bateu no ombro dele, que o pegou e colocou na mesa a nossa frente, logo em seguida me oferecendo a verdadeira garrafa com água. Bebi a garrafa toda sem parar para respirar e voltei a tentar tirar o gosto de sangue da minha língua. Depois de uns trinta segundos, concordei que realmente, aquele gosto não iria sair daquele jeito. Graças a Deus, nós éramos umas das únicas pessoas na aérea vip do avião, ao todo éramos em cinco. Mas eles estavam sentados mais para o fundo (perto da saída para a aérea econômica) e nós na frente, as outras três pessoas consistiam em um casal de idosos dormindo e roncando e uma mulher- que parecia ser uma atleta- com fones de ouvido, então acho que quase ninguém ouviu meu “piti”.

Uma aeromoça passou por nós, e Anthony pediu para ela um suco de amora, que no caso era o meu preferido.

–Isso não vai compensar o que você fez- Sibilei, logo depois acrescentando histericamente- Ai meu deus, isso é nojento!

Anthony se virou no assento, apoiou os dois cotovelo na repartição de plástico que nos separava e o queixo nas mãos.

–Eu tomo isso todo dia.

–Eu sei! Mas eu não.

–Mas, você já me beijou, isso é quase a mesma coisa... E pelo amor de Deus, não é nojento.

–Ótimo argumento! Vou lembrar dele sempre que você vier com clima para perto de mim.

–Hm... Duvido que vá.

Owh, droga. Eu também duvidava.

A aeromoça chegou com o meu suco, como Anthony estava sentado no corredor, ela entregou para ele e saiu. Anthony me entregou o copo calmamente e eu tomei da mão dele, desistindo do canudo e bebendo pela borda até a metade dele (afinal, acho que naquele copo cabiam uns 700 ml). O coloquei na mesinha e a primeira coisa que me veio à mente era: Eu tinha cuspido sangue no meu vestido. Ótimo, mais um pouquinho de sangue distribuído pelo corpo e eu podia mudar meu nome para Carrie. Tentei limpar o sangue, mas ele já havia sido absorvido pelo tecido do vestido azul com florzinhas brancas- uma exceção que eu fizera, já que todas as minhas calças jeans estavam sujas de terra, lama ou suadas, devidos aos passeios que Johann nos obrigada a fazer.

–E agora?- Perguntei incrédula levantando as duas mãos no ar.

–Hm... Trocar de roupa?

Respirei fundo e tentei conter a louca vontade de socar a cara de certo individuo. Com toda a calma do mundo respondi:

–Um: Nossas malas estão lá atrás. Dois: Acho que se abrirmos a porta para fora do avião, daremos de cara com um belo oceano. Três: Vou te matar.

–O.K. Deixo você me matar assim que chegarmos na América. Você pode... amarrar minha jaqueta nisso ai.

–A jaqueta só tamparia a parte de trás, o problema é na frente! Droga, estou parecendo uma garota menstruada, ow merda, eu vou te matar.

Anthony riu.

–Escuta, aquela garota parece ser da sua altura- Ele disse apontando.

–Sim...

–Ela tem malas no bagageiro.

–Acha que ela me doaria uma calça e uma blusa?

–Provavelmente não...

–EXATO!- Exclamei.

–Mas com compulsão isso seria algo possível.

Joguei o peso da minha coluna contra o acento e bufei.

–Ok, faça a sua mágica.

–//-

Tudo bem, tirando o fato de eu ter que me trocar no mini banheiro de um avião, a viagem em si, correu bem.

Estávamos no aeroporto, tínhamos acabado de pegar nossas malas quando desativei o “modo avião” do meu celular. Exatamente 2 minutos e 17 segundos depois ele apitou. Você possui uma nova mensagem. A principio achei que era uma propaganda da operadora, mas logo em seguida, a mensagem “Você possui uma nova mensagem”, se virou e uma previa da verdadeira mensagem apareceu na tela bloqueada “Anna, pelo horário do seu vôo você acabou de desembarcar nos EUA, fuja daí, AGORA.” Passei meu dedo sobre a tela e abri imediatamente: “Eles descobriram tudo, e estão atrás de você. Fuja. Mais tarde conversamos, assim que você estiver segura, é só me ligar. Vocês ainda estão no aeroporto de Nova York, é uma cidade grande, despiste os guardiões, vou te mandar as coordenadas mais tarde, por agora, só os despiste. Quanto ao seu amigo, deixe ele ai, vários guardiões estão de ronda, eles vão encontrá-lo e levá-lo de volta para St. Vladimir.

Boa Sorte,

Tarif”

Meus dedos estavam suando quando li aquilo. Ousei dirigir meu olhar para o lado, para Anthony. Ele tinha lido a mensagem também.

–Acho melhor você correr, seja lá porque for.

Assenti com a cabeça e coloquei meu cabelo para o lado, naqueles três segundos de silencio armei meu plano de fuga.

–Eu vou com você- Ele disse.

–Você fica.

–Anna...

–Fica.

–Por que?

–Você não sabe de nada, Ok? Nada. Me desculpe, mas... Adeus.

Se eu tinha aprendido alguma coisa com todos aqueles anos de convivência em meio aos Strigois, dhampirs e Morois, era como executar uma saída rápida. Quer dizer, quando eu não era interrompida por um Moroi que eu não podia socar ou chutar as bolas.

Assim que eu me virei ele segurou meu braço. Anthony não era o típico Moroi magrelo, na verdade, ele adorava educação física e alguns esportes, como basquete, como conseqüência disso ele tinha desenvolvido alguns músculos.

–Por que você sempre esconde algo de mim?

–Não é... Você realmente não pode saber, você... você.... Preciso ir.

–Então me deixe ir com você- Ele disse sem me soltar.

–É perigoso de mais, você vai se meter em encrenca, e eu nem sei como vai ficar minha vida... NÃO! Você fica.

Ele revirou os olhos.

–Anna, pare de me tratar como se eu fosse uma boneca de cera, ok? Se a maioria dos Morois fingem ser isso, eu não. Posso não ser tão forte quanto um dhampir, mas sou capaz das mesmas coisas que vocês.

–Não, não é...

Ele abriu a boca para protestar, suas presas facilmente visíveis, ele não tinha a mania de escondê-las, como alguns outros Moroi, mas em vez disso, ele se abaixou colocando as duas mãos, uma de cada lado em meu rosto e me beijou. Três segundos depois se afastou e deixou que os lábios roçassem nos meus, nove segundos depois me encarou.

–Não importa o que você diga, não vou voltar para St. Vladimir.

–Você não entende...

–Você também não!- Ele disse levantando as mãos no ar- Eu não tenho mais ninguém, e por maior que seja o motivo da corte estar te caçando, eu não ligo, nunca gostei do nosso sistema, nunca gostei do nosso estilo de governo ser monarca, nunca gostei de ser um Moroi! Droga! Você acha que eu acho divertido ser criado para me esconder atrás de outra pessoa e passar a vida com medo de sanguessugas que não parecem ter nada para fazer e tiram sua eternidade para tentar matar o máximo da minha espécie que conseguirem? Você acha que eu gosto de ser parte da raça fraca? E se achar, pelo amor de Deus! Um grande “NÃO” pra você, eu não acho! - Ficou em silencio por alguns segundos e recobrou a calma- Poderíamos tirar um dia para discutir isso.

–Yeah, poderíamos. Mas eu meio que tenho que fugir agora.

Nós.

Mordi o lábio e vi alguns vultos pretos se escondendo entre os pilares, os guardiões já estavam na espreita, mas eles não iriam me atacar, não em um lugar tão movimentado e cheio de humanos. Cheguei à conclusão de que não iria conseguir me livrar dele, não tão cedo.

–Tudo bem. – Eu te deixo amarrado na cama de algum hotel com um bilhete. Pensei em dizer. Mas achei melhor não.

Andei normalmente entre as pessoas até a saída mais movimentada que achei, se eu sabia de uma coisa era: Nunca envolva humanos em qualquer assunto vampirico, nunca nos exponha. Guardiões nunca iriam agir em meio a humanos, eu estava segura enquanto estivesse no meio deles, e pretendia ficar. O difícil foi tentar camuflar duas pessoas com mais de 1,75 de altura no meio de uma multidão com altura media de 1,65- com exceções de alguns caras e algumas mulheres com saltos.

Sorte que eu estava de All star’s, e foi fácil para correr. Confesso que o sapato também havia sido um “presente” da moça do avião, que trocara minhas sapatilhas indianas por ele. Merda, a principio eu havia me arrependido de ter feito aquela troca, mas agora agradecia profundamente a ela.

–Que merda- Eu disse tentando pensar em como despistar um bando de guardiões treinados e com o triplo de muque a mais que eu. E eles tinham armas e estacas, eu não podia me esquecer disso. Nas contas da minha cabeça pessimista, eu tinha cerca de 50% de chance de acabar morta naquela fuga, 22% de chance de ser presa com ferimentos graves, 22% de não conseguir fugir, 4% de me entregar para a corte e ser presa, o que por um milagre divino resultaria em uma pequena diminuição da minha pena, droga, traição e espionagem tinham como punição a morte, não iria ter conversa, e 2% de chances de conseguir fugir. Apostei todas as minhas forças naqueles lindos 2% quando empurrei Anthony para fora daquele lugar e entrei no banco de trás de uma mini van, com uma família dentro e o mandei usar compulsão. Em menos de um minuto o cara que estava conduzindo sorriu para nós, fechou os vidros, que obrigado DEUS, possuíam insufilm, ligou o ar e dirigiu calmamente. Respirei fundo algumas vezes, com total certeza de que estávamos sendo seguidos. Depois de cerca de quinze minutos dirigindo meio a um transito pesado em direção a um bairro metropolitano de Nova York, o carro parou em um engarrafamento enorme, já estava escuro e pelo que percebi iria começar a chover, ou melhor, iria começar uma tempestade. Respirei fundo, sabia que aquilo ia acontecer, era horário de saída dos trabalhadores, todos estavam voltando para casa ao mesmo tempo. Abri a porta do carro e sai, tudo bem, confesso que não prestei muita atenção no que Anthony fazia ou não, só segurei o pulso dele na maior parte e o arrastei por onde eu ia. Me abaixei, de modo que eu era escondida pelos carros e corri pelo meio da rua, eu podia ver dois grupos de guardiões nos seguindo, cada um deles de cada lado da calçada, por causa de uma sensação ruim resolvi olhar para trás, e wow, tínhamos mais guardiões na aérea, não tive muito tempo para identifica-los, mas um deles, melhor dizendo, o que parecia liderar o grupo que estava “andando discretamente” atrás de nós entre os carros era Dimitri Belikov, um cara daquele tamanho (e com aqueles magníficos dotes) podia ser notado no meio de uma multidão de fãs enlouquecidos. Tudo bem, se Dimitri Belikov estava ali, eu tinha certeza que Rosemeire Hathaway também estava. Pronto. Eu podia ser considerada uma pessoa morta.

O Sr. Stranvsky lerdeza em pessoa começou a sentir falta de ar, ele diminuiu o passo e PELO AMOR DE DEUS! Não sei se foi ele, mas uma tempestade de areia/poeira começou. As pessoas fecharam as janelas do carro, já eu como não tinha outra alternativa peguei a gola da camisa de Anthony e o empurrei para minha frente, fazendo com que ele se apresasse, não demorou dois segundos para que conseguíssemos nos abrigar dentro da estação do metro. Corremos até as catracas e pulamos por cima delas. Consegui empurrar nós dois para dentro de uma cabine do metrô que estava prestes a fechar. Tudo bem, agora pelo menos os guardiões não sabiam para onde estávamos indo, na verdade, nem eu.

Me apoiei contra a parede da cabine e respirei fundo algumas vezes e tentei acalmar as batidas do meu coração. Uma voz nos altos falantes avisou que estávamos para chegar à próxima estação, agarrei a gola da camisa de Anthony novamente e desci, a estação estava lotada, e a ultima coisa que eu precisava era me perder dele. Corremos pela estação, julgando por alguns mapas e pelas placas das ruas estávamos no Brooklyn. Logo que saímos dela, forcei-me a andar por uma daquelas ruelas que conectam uma rua a outra, como um atalho. Acabei dando de cara com a porta dos fundos de um restaurante, sem olhar para trás para ver se estávamos sendo perseguidos entrei nela e, dei de cara com uma cozinha, cheia de garçons bonitinhos.

–Olá rapazes...-Eu disse sorrindo- Só estamos de passagem, ok? Podem continuar a fazer... hmm- Eu disse levantando a tampa de uma panela- Sopa! Podem continuar fazendo isso... se alguns caras altos e maus vierem aqui e perguntarem de nós, digam que nunca nos viram em toda a sua vida, ok? Obrigada - Eu disse fazendo uma pequena reverencia. Logo Anthony falou que era para eles fazerem tudo o que eu disse, e corremos em direção a uma daquelas típicas portas de restaurante. Corremos até a porta da frente, e ótimo, um cara estava parando uma moto bem naquele momento, pena que eu não sabia dirigir motos. Meu plano era: Despistar aqueles caras, correr, me esconder, comer, dormir e fazer qualquer coisa que Tarif me mandasse em seguida. Muito mal planejado, mas fazer o que? Meu plano original não envolvia nenhum tipo de distração, como um Moroi. Existia um shopping naquela região, minha cabeça começou a funcionar quando o telefone apitou novamente. Anthony o tirou do meu bolso e leu a mensagem:

–Mudança de planos. Ligue para esse numero aqui- Anthony disse me mostrando a mensagem- e peça para ele te encontrar. Aadash me deve alguns favores, você meio que pode confiar nele. Cuidado com o que ele te oferece para beber, se não provavelmente vai acabar com uma baita enxaqueca. Mensagem enviada por Tarif... Gostei desse tal de Aadash!- Anthony exclamou- O cara parece ser maneiro.

Aadash era o nome do cara, mas eu o chamava de Dash, um pequeno apelido que eu inventara.

–Liga para mim- Eu disse o arrastando pela rua úmida e escura (a maioria dos postes estavam quebrados) para dentro de um mini bazar (que estava com a porta fechada, porém destrancada) e fazendo com que nós dois nos escondêssemos atrás do balcão de madeira. Aparentemente, eu meio que havia despistado os guardiões.

–Eu não conheço o cara.

Busquei na minha lista de amigos do Tarif e OW MERDA, o cara não era amigo exatamente amigo do Tarif, ele era amigo dos meus pais, para mais ser exato, era um infiltrado. Infiltrados são guardiões que trabalham para strigois, pegando informações na corte, escolas ou no conselho. Não era o nosso infiltrado, mas sim o de um amigo chefão-da-mafia-strigoi-americana dos meus pais, mas como Tarif tinha uma ótima, ÓTIMA, influencia e amizade com quase todos os “guardiões do lado negro” e sempre vivia fazendo favores para eles, acho que realmente, o cara iria ajudar. Respondi um “Ok, estou bem até agora.” Para Tarif, caso ele achasse que eu já tinha sido capturada, e logo em seguida liguei para Dash, ele era bonito, um típico indiano que viera tentar vida nova na America, alto, moreno, sotaque, narigão...

–Dash! É a Anna, filha do August e da Louise, nos conhecemos em um jantar na casa dos Thompson’s, lembra?- Eu disse com a voz mais amável que tinha. Quando disse “jantar” me referia a uma reunião entre os strigois, onde tinham alguns humanos para distração, mas por mera educação dos membros do conselho strigoi, os Blood’s- como assim eram chamados entre nós-, se alimentavam em quartos separados, e em particular. Acho que eles não só se alimentavam... mas tudo bem.

–Anna, ah sim me lembro. Nós discutimos sobre Baudelaire e logo depois sobre o simbolismo... Tarif já me ligou, onde você está?

–Meio que não sou só eu Dash...

–Tarif disse que você poderia ter levado seu amigo Moroi... tudo bem, tem certeza que ele não vai te dar problema? Posso resolver esse problema também.

–NãoNãoelenãovaidarproblema- Disse rapidamente.

–Tudo bem. Agora me diga especificamente onde vocês estão.

–Um bazar com nome de “Bazar”, perto de um restaurante chamado “La caçarola”- Comecei dizendo, logo depois pegando o cartãozinho do bazar e vendo o nome da rua e do bairro, os ditando para Dash.

–Tudo bem, eu moro em Long Island, chego ai em no máximo meia hora.

Me despedi e coloquei o celular no mudo. Respirei fundo e tentei acalmar meus pensamentos.

Anthony tocou de leve o meu ombro, apoiei minha cabeça no dele e tentei não chorar, consegui, por sorte. Achei estranho o bazar estar vazio, estava escuro, a única luz que entrava lá era a da luz da entrada de um prédio do outro lado da rua. Fiquei admirando o papel de parede florido até que vi uma portinha, escondida no papel parede, devia levar a algum outro lugar mais oculto, Anthony pareceu seguir o mesmo raciocínio que eu e se levantou rapidamente. Andamos até ela e puxamos um pedaço de arame, ela se abriu dando origem a um fino corredor de tijolos. Anthony e eu nos entreolhamos e eu entrei primeiro. Ele fechou a porta logo atrás de si e andamos por aquele estreito e longo espaço por alguns segundos, até chegarmos a uma escadinha de parede.

Sorte que eu não estava mais de vestido.

Subi por ela e dei de cara com uma sala de estar estilo provençal, com o piso de madeira branco, que parecia ter sido pintado a mão, uma mesinha de centro de madeira branca, sofás planejados brancos com estofados rosa e vários gatos persas e maine coon’s deitados neles, nos encarando com o pelo eriçado. Uma senhora, ou melhor, uma mulher, loira, pálida, olhos azuis e cabelo incrivelmente cacheado apareceu, ela usava um vestido comprido de chiffon rosa bebe, possuía pequenas cicatrizes em seu rosto e um sorriso torto.

–Ah, convidados! Vocês vieram para o chá?- Ela perguntou se sentando junto aos gatos e colocando uma coroa de princesa que realmente parecia ser de diamantes de verdade na cabeça- Sentem-se, sentem-se.

Ótimo, nós tínhamos acabado de encontrar outra usuária de espírito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixem sua reação (bem detalhadamente) nos comentários, vamos fazer assim: os comentários precisam ter no minmo 3 linhas...
Com amor,
Rafa e Giu