A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 6
Capítulo 6: Não chegue perto dele




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Emily's Point of View:

–- Acho que não precisa. - disse eu. Pareceu-me que ficara um pouco desapontado, pela expressão dele (Apenas pareceu, não sei se ele realmente ficou). Involuntariamente peguei meu bloquinho de papel e escrevi o número do me celular e entreguei a ele. Ele sorriu brevemente - Talvez possamos nos ver em qualquer outro dia. - Encolhi os ombros. Ele guardou o papel no bolso de sua jaqueta. Ele sorriu novamente, girou a chave do carro e partiu. Fiquei olhando-o partir.

Me arrependi por ter dado o número do meu celular a um estranho. Aquele sorriso... Pareceu-me de triunfo. Decidi parar de pensar naquilo e seguir meu caminho. O meu único problema é que eu não penso duas vezes antes de fazer algo, sou muito impulsiva, depois acabo me arrependendo. Voltei a andar. Cheguei na rua da minha casa vinte e cinco minutos depois do ocorrido com Dante Black.

Gleyce e Vitória esperavam em frente a minha casa. Corri até elas, estavam com uma expressão estranha.

–- O que aconteceu? - perguntei.

–- Acho que você não vai gostar, minha amiga rockeira. - disse Gleyce. - Converse com sua mãe. Ela está na cozinha.

–- Vocês precisarão de "um momento a sós". - completou Vitória.

Aquilo estava começando a ficar estranho... Entrei em casa. Não havia nada errado, acho que elas estavam zoando comigo. Resolvi subir ao meu quarto para trocar de roupas.

–- MÃEEEEEEEEEE!!! - furiosa, desci metade dos degraus da escada, debrucei-me sobre o corrimão. - Onde estão minhas roupas???

–- Vou doá-las. - Ao ouvir essas palavras, minha pálpebra estremeceu.

–- O QUÊ? - urrei.

–- Gostou das roupas novas que comprei para você?

–- NÃO. Eu quero minhas roupas AGORA! - fiquei muito irritada com isso. Como minha mãe pôde fazer uma coisa dessa comigo? Interferir até nas minhas roupas! Minha mãe só parou de comprar roupas para mim quando eu tinha catorze anos. Depois eu dei um basta nisso.

Subi ao meu quarto, abri o closet: Completamente o contrário das roupas que eu uso: vestidos, saias, camisas, sapatilhas. A única coisa que eu não vou ter problema em usar, serão os sapatos de salto alto. Quase todos de modelo bico de tubarão. Mas eu não gostei do fato de minha mãe ter "renovado" o meu closet ao estilo dela. Odeio isso! Ela quer mandar no jeito de eu me vestir agora?

Peguei três malas grandes e coloquei todas as roupas e sapatos lá dentro, peguei meu cofre, celular notebook e coloquei numa mochila, cobertor e travesseiro. Pensei em um lugar que eu poderia ir, e que conhecesse alguém nesse lugar, aonde eu iria. O Gregory, mora a algumas quadras daqui, mas ele é muito grudento comigo, e se tem algo que eu não gosto, é isso. Bem, eu não queria tããão perto, mas, serve. Acho melhor deixar uma carta para minha mãe, ou ela vai colocar cartazes nos postes com a frase escrita DESAPARECIDA abaixo de minha foto.

"Mãe,

Eu estou na casa de uma amiga, e eu só volto para casa se você me devolver as minhas roupas. Não fique preocupada.

Emily."

Sim, foi uma carta bem simples, mas é o bastante. Abri a porta de casa sai com minhas coisas, atravessei a rua e andei até a casa dela. Toquei a campainha.

Vitória's Point of View:

A campainha tocou. Não poderia ser mais ninguém além de Emily. Abri a porta: sim, era ela, com um pequeno detalhe: estava segurando três malas, carregava nas costas uma mochila, trazia seu cobertor envolta do pescoço, e segurava o travesseiro embaixo do braço. Fiquei olhando- a por alguns segundos, até ela levantar uma de suas sombracelhas.

–- Vai me deixar entrar ou vai ficar me encarando? - perguntou e eu abri espaço para ela passar. - Muito obrigada, Srta. Bennet. Oi de novo, Gleyce!

–- De nada, Srta. Osbourne.

–- Vou passar uns tempos aqui! Até minha mãe recuperar minhas roupas, ou até eu sentir saudade de casa. Não se preocupe, eu trouxe dinheiro para pagar as minhas despesas. Posso dormir no sofá, a não ser que você tenha quarto de hóspedes.

–- Tudo bem, sem problemas. - disse eu. - Mas eu preciso de ajuda para o que eu vou vestir para a festa.

–- Vá com qualquer roupa, a festa será nas margens da Lagoa, afinal aqui tem um vale. Depois do Bosque dos Pinheiros. Você vai me levar, minha mãe não deixou eu tirar carta de motorista, antes.

–- Ainda bem que meu pai trouxe meu carro para cá, caso contrário, iríamos a pé. - eu disse.

–- Quer que eu te empreste esses sapatos? - disse Emily mostrando os sneakers branco e dourado para Gleyce. - Eu vou com o sneaker preto e prata, é o sapato mais próximo do meu All Star.

–- Sim. Vou com eles, uma calça jeans branca e minha regata amarela.

–- Vou tomar um banho, Vitória, já volto.

–- O.K., a casa é sua, agora. - eu disse.

***

Estávamos todas prontas indo para a festa. Emily tinha que ir, pelo menos, uma hora antes da festa começar, mas ela quis vir duas horas mais cedo. Viemos junto à ela, para ajudar. Meia hora depois, chegamos ao nosso destino. Saímos do carro e apreciamos a paisagem, era lindo, o Lago do Reflexo. Fazia muito tempo que eu não vinha para cá. Eu vi o olhar de Gleyce se fixar em um certo ponto: Em Bryan, que, como Emily disse, era o cara que trazia a cerveja. Emily não gostava disso ("Onde já se viu? Menores bebendo cerveja?!"). Mas só aceitou, porque caso contrário, eles tirariam-na do título de Organizadora de Eventos da Escola, e Angelica, voltaria a dar as festas, não eram muito divertidas. Na verdade, não eram nada divertidas, bem ela só fez duas festas, pois deram mais uma chance à ela.

Emily também notou que Gleyce encarava Bryan, que cortava as lenhas muito grandes, só que ele estava sem camisa, deixando seu abdômen definido à mostra. Bem, todas as garotas olhavam-no, exceto Emily e eu. Eu ainda pensava muito no Leo.

–- Vai lá com ele, Gleyce! - Emily gritou rindo, de modo a fazer com que todos olhassem para Gleyce. Ela fechou a cara, Emily ainda rindo, e foi ver se Juliane, precisava de ajuda com os pedidos de pizza.

Gleyce's Point Of View:

A Emily só pode estar de brincadeira! Eu não estava notando o corpo dele, e sim os olhos, estavam dourados. Ok, admito, eu dei uma olhadinha no seu abdômen, mas foi só uma olhadinha. Comecei a montar as mesas para pôr as pizzas e bebidas.

–- Você pode pôr as pedras em um círculo, por favor? - pediu Juliane

–- Claro! - respondi. Ela chegou mais perto de mim.

–- Fique longe do Bryan. - sussurrou. - Ele é meio estranho, eu não chego perto dele. Eu faria os mesmo se eu fosse você.

–- O que tem de errado com ele? - perguntei, abaixando o tom de voz.

–- Ele pediu para eu não contar. - ela respondeu.

–- Tudo bem. Deixe para lá...

–- Onde está James com a Coca-Cola? Eu pedi para ele vir mais cedo! - exclamou a garota impaciente.

Como mandaram, fiz um círculo com as pedras que estavam dentro de um saco. O círculo parecia um ovo distorcido.

–- Quer ajuda? - uma voz masculina perguntou por trás de mim.

Era Bryan.

–- Ah, não precisa, eu dou um jeito nisso aqui. - tentei me afastar como Juliane dissera.

–- O que minha namorada estava conversando com você?

–- Quem?

–- Juliane.

–- Ela é sua namorada? - perguntei, agora entendendo o motivo pelo qual eu deveria me manter afastada dele, segundo Juliane. - Desde quando vocês namoram? - Desejei não ter feito a pergunta, estava intrometendo-me em assuntos que não são da minha conta.

–- Desde hoje a tarde. Eu pedi, e ela aceitou. - respondeu.

Emily's Point of View:

Passou-se uma hora, a fogueira estava montada, as cervejas (...) geladas, e as pizzas empilhadas . As pessoas começaram a chegar aos montes, algumas traziam roupas de banho para nadar no Lago. Eu não entraria lá nem se estivesse morta. Sabe-se lá o que tem naquele lago.

–- Emily! - chamou Vitória, me puxando pelo braço. - Venha comigo. Ela me levou até diante da fogueira, fechou os olhos e no segundo seguinte, abriu-os. A fogueira acendeu-se no instante em que ela abria os olhos.

–- Estou treinando, faço coisas levitarem, fiz uma aranha paralisar-se e morrer, e coisas do tipo, pequenas coisas, ou seja. - disse Vitória.

–- Uau! - foi tudo o que eu tive para falar.

Peguei uma latinha de Coca-Cola e me dirigi à margem do Lago e me sentei em uma pedra. Fiquei admirando o reflexo da lua cheia na água movimentada pelos garotos que estavam nadando. Algo me assustou. Um barulho vindo de dentro do bosque. Levantei, olhando para o bosque fechado, entrei entre as árvores, caminhei um pouco mais, era possível ver o chão, pois estava sendo iluminado pela lua. Parei. Olhei pasma para o chão, levei minhas duas mãos a boca. Era sangue, muito sangue no chão, e no meio desse sangue vi algo prateado: A tornozeleira de Juliane! Ouvi outro movimento. Vi uma enorme cauda peluda, cinza sumir por entre as árvores.


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