A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 7
Capítulo 7: Vamos jogar?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451363/chapter/7

Emily's Point of View:

Vi uma cauda peluda e cinza desaparecer por entre as árvores, virei-me e quase desmaiei. Dante Black estava parado na minha frente. Eu quase gritei, mas ele colocou a mão na minha boca, para que me calasse. Tirei a mão dele da minha boca, minha unha grande enroscou embaixo de seu anel que tinha uma pedra vermelha.

–- O que você está fazendo aqui? - perguntei.

–- Pergunto o mesmo a você. E o que eu estou fazendo aqui não é da sua conta. Aqui não é um lugar seguro. Saia do bosque!

Cruzei meus braços e fiz uma cara de "não vou sair, você não manda em mim". Ele revirou os olhos e começou a me puxar pelo braço, meus pés se arrastaram no chão, mas ele era muito mais forte do que eu, e por mais que eu quisesse me soltar, ele continuava a me puxar.


Paramos perto da "saída" do bosque.

–- Você viu alguma coisa? - perguntei.

–- O quê?

–- Bem, tinha muito sangue no chão, vi a tornozeleira prata de uma amiga, e eu não sei se ela está bem ou se está... se está...

–- Morta? - completou.

–- É... Mas eu vi mais alguma coisa.

–- O quê você viu?

–- Eu não sei se era uma alucinação, ou coisa do tipo, mas, eu vi uma cauda de um animal, não sei que bicho era. - eu disse. Ele olhou para baixo e murmurou alguma coisa que eu não pude ouvir.

–- O quê?

–- Nada. Suas amigas estão te procurando.

–- Estão? - perguntei. Alguns segundos depois, ouvi-as me chamarem. - Esse não foi exatamente um encontro, não é? - Sorri, e ele sorriu também. - Tchau.

Segui em frente, olhei para trás e ele tinha desaparecido.

–- Achamos você! - disse Gleyce. - O que aconteceu? Onde você estava?

Apontei para o bosque.

–- O que você estava fazendo lá? - perguntou Vitória.

–- Vamos para um lugar vazio. - disse eu. - Acho que devo contar a vocês primeiro.

–- O.K. - concordaram.

***

–- Aí eu vi Dante lá, de repente. - finalizei.

–- Será que ela está morta? - perguntou Gleyce insensívelmente.

–- Mais respeito com os talvez mortos, Gleyce. - disse Vitória.

–- Ah, parem de falar isso, eu nem sei se ela está ou não... morta. Por isso que eu preciso contar para vocês primeiro. Eu devo ou não contar à policia?

–- Acho que é melhor não. - disse Vitória.

–- Por quê? - perguntei.

–- Porque a polícia vai perguntar o quê você estava fazendo lá, e o por quê. E isso pode colocá-la como culpada. Primeiro porque você conhece ela. E você fez umas quinhentas inimizades, por ser boca dura e um pouco violenta, você quase quebrou o dente da garota a socos, levou uma suspensão e depois voltou a brigar com a garota na rua. Isso quando nós éramos crianças.

–- E? - perguntei.

–- Ou seja, depois de tudo o que você fez, qualquer um iria querer te ferrar.

–- Verdade. Mas os policiais nunca saberão de nada.

–- Emily! Eles não são burros! Eles saberão que o último lugar em que ela esteve foi aqui. Não acharão rastros na área aberta e procurarão no bosque.

–- O.K. Nós mentiremos? - perguntei.

–- Olha, as vezes mentir é melhor do que deixar alguém banguela. - disse Gleyce.

–- Isso foi uma indireta diretamente para mim? Qual é? Pelo menos eu não mato aranhas inocentes. E aquela garota merecia, era metida e queria mandar em tudo, então mostrei quem é que manda.

Ambas reviraram os olhos.

–- Vamos dar o fora daqui. - disse Gleyce. - Não quero estar presente em um local que possa ter ocorrido um assassinato.

–- Não! Se nós formos mais cedo, desconfiarão de todas nós. - eu disse.

–- Tem razão. - concordou Gleyce.



Gleyce's Point of View:



Para enrolar um pouco, pegamos um pedaço de pizza e eu uma garrafa de cerveja, mesmo com o olhar repreendedor de Emily, fiz uma cara de "E daí? Você não manda em mim" abrindo os braços, com a pizza na mão e a garrafa de cerveja na outra.

–- Eu estava ali. Naquela pedra. - Emily apontou. - Eu ouvi o barulho de lá.

–- Vamos ficar lá, então, não tem quase ninguém lá. - eu disse.

–- O.K. - disse Vitória.

Sentamos na pedra, ficamos em silêncio. Ouvimos um barulho. Todas nós viramos para olhar.

–- Pelo amor de Deus! Vamos dar o fora daqui! - disse Emily engolindo o último pedaço da pizza e levantando-se. Fizemos o mesmo.

–- Vitória, eu iria me oferecer para dirigir, mas... - mostrei a garrafa.

–- Você é louca de estar fazendo isso. - disse Emily.

–- É só hoje... - resmunguei. - Por que você tá implicando com isso?

–- Você sabe muito bem o porquê. - ela disse séria.

–- Emily? - chamou Vitória.

–- Quê?

–- Você quer voltar aqui amanhã de manhã?

–- É boa ideia, mas é melhor voltar em outro dia.

Eu acho que sou muito fraca para bebida, pois foi só uma garrafinha e fiquei zonza, tropeçando e com visão dupla. Tropecei e me apoiei em Emily. Ela quase caiu. E eu também.

–- Entendeu? - disse ela brava. Ela passou meu braço pelo seu ombro e me carregou até o carro.

Vitória estava dirigindo, Emily estava no banco de passageiro e eu estava deitada no banco de trás.

–- Tenho certeza de que vão colocar fotos dela por toda a cidade. - Vitória disse.

–- Pois é. A garota que não voltou da festa. Isso se ela não voltar. - Emily disse.

–- Minha mãe vai me matar... - eu disse suspirando.

–- Por que será, né? - disse Emily ironicamente.

–- Será que sua mãe sabe que você vai ficar na minha casa?

–- Ela vai descobrir isso. Moramos perto, eu e você.

–- Tem razão...

Passamos o resto do percurso em silêncio. Eu dormi no carro.

Eram onze horas da noite quando chegamos na rua de nossas casas. Me levaram para dentro e deixaram uma carta para a Sra. Silvermoon, dizendo que estava tudo bem e que eu dormiria na casa de Vitória.

–- Vou arrumar uma cama para Gleyce. - Emily disse

–- Vá lá. Tem alguns lençóis no meu quarto. - Vitória falou

–- O.K. - Emily falou me ajeitando nos seus ombros. - Eu falei para você não beber... - ela disse me ajudando a subir as escadas. Ela tem razão, nunca mais beberei.

–- Tá! Pare de encher o saco! Já estou péssima por isso! Satisfeita?

–- Eu avisei. - Ela sorriu, eu revirei meus olhos. Não sei como eu ainda estava consciente, preferiria não estar a ouvir Emily.

Ela me deixou em um quarto e cinco minutos depois estava devolta com um travesseiro e um edredom.

–- Dorme aí! - ela disse rispidamente. E essa foi a última coisa que eu ouvi naquela noite.

Vitória's Point Of View:

Eu e Emily fomos dormir, mas eu ouvia Emily se remexer, parecia que estava tendo um pesadelo. Mas depois parou. Achei estranho e fui ver o que era. Levantei e caminhei até a porta do quarto de Emily: Havia muito sangue derramado em seu edredom, Me desesperei, havia dois furos no pescoço de Emily. Havia uma sombra na janela. Acordei repentinamente. Não dava para acreditar que fora só um sonho, saí da cama caindo enroscada nas cobertas, me livrei delas e saí correndo para verificar o quarto de Emily. Suspirei de alívio, ao ver que nada realmente aconteceu.

Voltei a dormir e não sonhei com mais nada. Só acordei com Emily me chacoalhando.

–- Que foi? - perguntei.

–- Vem comigo!

–- Gleyce ainda está aqui?

–- Estou. Vou voltar mais tarde.

Desci as escadas, seguindo-as. Elas já tinham comprado o café e algumas coisas para comer, mas o que me chamou atenção, foi um envelope pardo que estava encima da mesa. Parecia uma tábua, mas eu já sabia o que era.

–- Que legal! Ela fez mesmo. - eu disse.

–- O quê? Quem fez? - Gleyce perguntou.

–- Meu Tabuleiro de Ouija.

Gleyce fez uma cara de desentendida.

–- É um tabuleiro que contatamos espíritos e eles nos respondem. - disse Emily como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Eu realmente preciso fazer algumas perguntas para eles.

–- Bem, mas quem fez, Vitória? - Gleyce perguntou.

–- Uma bruxa que faz Voodoo que eu conheci. Ela gostou de mim, e disse que ia me mandar um presente, disse, também para eu escolher algo de sua "loja", e eu escolhi o Tabuleiro. - eu disse.

–- Mas ela fez? - Emily perguntou interessada.

–- Sim. É preciso enfeitiçar um desses. Então? Vamos jogar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vampira, A Loba E A Bruxa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.