A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 26
Capítulo 23 - Especial: Deenwood


Notas iniciais do capítulo

Vitória é agora Angellin.



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Paloma’s Point Of View:

Joguei a flor no túmulo, me virei para achar onde estaria a pobre garota cuja mãe foi morta brutalmente - por mim. Elas estavam próximas a algumas árvores. Gleyce limpava inutilmente as lágrimas do rosto que não paravam de escorrer.

–- É por você, mãe. – Sussurrei para mim mesma.

Andei em direção a elas. Gleyce parara de chorar, só fungava constantemente.

–- Oi. – Eu disse.

–- Oi. – Elas disseram juntas.

–- Lamento. – Menti e Gleyce assentiu. – Perdi minha família inteira quando eu era criança, foi difícil, mas, agora, eu não sinto falta, eu tive que esquecê-los, pelo menos os sentimentos que eu tinha por eles, afinal ainda me lembro deles. – Menti novamente. Era verdade que eu os tinha perdido e que ainda me lembro deles, mas eu nunca esqueci os sentimentos que eu tenho por eles. Eles são meus pais.

–- Meus pêsames. – Ela disse. Semicerrei os olhos, a vaca não sabe nada da família dela.

–- Bem, como vocês são pessoas que eu conheço, eu devo avisar que semana que vem, um pouco antes das férias de Natal, eu sei, eu vou para Georgia, a mesma cidade em que você disse que seus pais moram. – Apontei para Vitória.

–- Ah, isso é legal. – Ela forçou um sorrisinho.

–- Tchau. – Acenei – Até daqui a sete dias.

–- Vai hoje? – Gleyce perguntou.

Assenti.

–- Sendo assim, boa viagem.

–- E tenho certeza que será ótima. – Sorri e caminhei até o portão do cemitério, onde Augusto estava.

–- Eu só não posso acreditar que ela morreu. – Ele disse.

–- Quieto. – Sussurrei, coloquei o meu dedo indicador em seus lábios e logo o retirei, me inclinei, e o beijei em seus lábios. Em pensar que eu o mataria dali a alguns tempos.

Depois de alguns segundos nos separamos.

–- Eu vou viajar. Daqui a uma semana, eu vejo você.

–- Certo.

–- Você poderia...?

–- Quer que eu te leve à rodoviária? Tudo bem.

–- Obrigada.

Verifiquei a carteira que eu tinha roubado de uma pessoa no cemitério, dava, com certeza, para a passagem e pagar as diárias de um hotel.

Eu fazia Augusto de cachorrinho, uma especialidade minha é obrigar os outros a fazer o que eu quero sem esforço.

Infelizmente, eu vou de ônibus, não dava para pagar a passagem de um avião.

–- Adeus, então. – Eu disse ao chegar à rodoviária.

Eu perguntei a uma moça taxista se ela sabia como chegar a Deenwood. Por sorte ela sabia, tinha que pegar uns três ônibus. Como eu sabia que ia demorar, usei meu celular (um pouco antigo) e fiquei ouvindo músicas. Fazia um bom tempo que eu não usava aquele aparelho, então pedi para Augusto achar um lugar para carregar a bateria do celular, já que obviamente em florestas não tem tomadas.

Assim que eu pus os pés em Deenwood, a cidade me pareceu pacata, bem eu não sei nada sobre a cidade, só sei que ela abriga duas pessoas muito importantes no meu plano de vingança, pessoas na qual eu deveria matar. E, é óbvio que são os pais de Vitória. Por mais que ela não seja uma Silvermoon, eu quero matar todos do círculo social de Gleyce. Matar os pais é só a primeira parte. Nesse primeiro dia eu deveria me hospedar em um hotel para descansar da viagem. Perguntei a um velho homem se ele saberia onde tem um hotel de luxo. Ele me respondeu e eu fui para o lugar em um táxi.

O hotel era realmente muito grande, o meu quarto era muito grande. E tinha lençóis dourados, na verdade não é muito a minha cara, esse negócio de cetim, eu prefiro uma coberta de pêlos. Não porque sou um lobisomem, mas porque eu sempre gostei, e estava muito frio. Afinal, era inverno.

Ali tinha uma banheira, e foi a primeira a ser usada. Eu passei uma hora e meia dentro daquela banheira e então fui dormir. Eu tinha muito a fazer no dia seguinte.

***

Acordei às cinco horas da manhã. Era um hábito acordar cedo. Mas, pelo menos eu poderia procurar a casa dos pais de Vitória. Eu vou matar os dois de uma vez porque eu não quero voltar aqui de novo.

Eu podia até ter acordado cedo, mas eu procurei por muito tempo essa maldita casa. O jeito era ir perguntando, mas mesmo assim. Eu encontrei uma escola em Deenwood, e eu encontrei um anuário, procurei a foto de Vitória, estava no começo, já que seu sobrenome começava com a letra “B”.

Passadas muitas horas, já era fim de tarde, achei a casa. Era o horário em que as pessoas voltam para casa, então fiquei na espreita, escondida atrás da árvore. Saí para espiar, e, por um segundo, achei que tinha visto Vitória murmurando alguma coisa. Pisquei os olhos, era, com certeza, uma alucinação. Não podia ser real. Vitória estava em Moonlight Falls.

Alguns segundos depois, um carro estacionou em frente à casa. Uma mulher saiu dali, era alta, tinha olhos castanhos e pele morena como sua filha. Um homem saiu do banco do motorista, era alto, magro, careca, e também tinha a pele morena.

Eles entraram em sua casa. Assim que fecharam a porta, eu saí de meu eu esconderijo. Eu os segui e quando fui entrar em seu lote, um tipo de campo de força me impediu e entrar.

Dei alguns passos para trás, examinando a casa, não havia nada de errado. Pensei um pouco, ainda olhando para casa e adivinhei:

–- Vitória! Maldita bruxa!

Respirei fundo e tive uma ideia. Não era possível que Vitória não tinha uma melhor amiga em Deenwood! Peguei minha bolsa que eu tinha pendurado em um galho na árvore e me dirigi novamente à escola.

Cheguei alguns minutos depois – para falar a verdade, eu estava gastando todo o dinheiro com táxis – Encontrei uma garota que estava sentada sozinha em um banco do lado de fora da escola, ela apoiava os cotovelos na coxa e a cabeça na mão e checava o relógio de minuto em minuto. Parecia que esperava alguém. Me dirigi à ela. Sentei-me ao seu lado.

–- Oi.

–- Oi. – Ela levantou a cabeça.

–- Por acaso você conhece a Vitória?

Ela franziu o cenho.

–- Tem várias pessoas com nome de Vitória aqui.

–- Vitória Angellin. – Completei.

–- Ah, sim. Todo mundo a conhece. Ela era muito popular.

–- Ela tem uma melhor amiga aqui?

–- Tem sim. Minha irmã mais velha, Kathleen.

–- Pode me passar o número do celular dela?

–- Por que eu deveria?

–- Porque eu conheço Vitória, ela é minha melhor amiga.

Ela assentiu.

–- Você deve ser Emily ou Gleyce.

–- Sim, sou... Sou Gleyce.

–- Ah, certo. Ela fala muito de vocês. Vocês são como irmãs para ela. Era o que ela sempre dizia.

Eu dei um sorriso amarelo. Eu realmente estava tentando atuar como Gleyce. Atuar, enganar e persuadir era o que eu sabia fazer de melhor.

–- De qualquer jeito, obrigada.

***

Eu enviei mensagens de texto para essa tal de Kathleen. Eu disse para ela me encontrar em um bar perto do hotel em que eu estava hospedada. Ela respondeu, concordando.

Então, fui me arrumar. No jeito habitual é claro. Legging preta, uma regata com estampa camuflada, uma jaqueta e um All Star preto, também. Prendi meus cabelos cacheados como um rabo de cavalo, deixando apenas a franja solta. Eram quinze para às oito, quando saí de casa.

Caminhei até o bar, que como eu disse antes, não era longe de onde eu me hospedava. Sentei em uma banqueta. A garota, Kathleen, ainda não chegava. E, como sempre, era só eu chegar, que muitos homens olhavam para mim, cobiçosos. Depois de alguns minutos – e de alguns copos de bebida –, Kathleen chega. Eu aceno para ela. Só a reconheci porque era muito parecida com sua irmã.

–- Oi. – Ela diz, se sentando. – Nunca vim num bar antes, mas não custa experimentar. Você é Gleyce, certo? Foi o que minha irmã, Lauren, me contou.

–- Sim, sou eu. Bem, sua irmã me disse que você conhece Vitória.

–- Conheço, tipo, ela é minha melhor amiga. – E sorriu.

–- A Vitória me disse que ela sente muito a sua falta. Ela espera sua visita há semanas.

–- Oh, eu não sabia disso. Eu nunca mais consegui conversar com ela.

–- E que tal se você desse a ideia para os pais de Vitória para ir para Moonlight Falls? Eu digo, você e os pais dela.

–- Até que é uma boa ideia.

–- Faça isso.

–- Acho que semana que vem dá, já que serão as férias de Natal.

–- O que desejam? – perguntou a mulher que estava atrás do balcão.

Olhei para ela.

–- Pede o que você quiser, eu não tenho muita noção com essa coisa de bebida.

Eu pedi duas doses de vodka.

Kathleen bebeu e fez uma careta.

A garçonete apareceu novamente, trazendo um copo de vodka.

–- Mas eu não pedi... – Comecei.

–- Na conta daquele cara ali.

Ele olhava para mim, sorrindo. Ele era bonito. Tinha olhos castanhos e cabelos da mesma cor, era... Sarado.

Dei uma piscadela para ele e bebi.

Ele veio em minha direção, eu girei no banco, de modo a ficar de frente para ele.

–- Acho que já vou indo. – Disse Kathleen, mais para si mesma do que para mim.

O rapaz pegou em minhas coxas, depois em minha nuca, segurando os meus cabelos, de modo a eu ficar de queixo para cima, e ele me beijou, vorazmente. Enfim, já dá para saber onde isso acabou: Na minha cama, no hotel.

***

Acordei, os braços do rapaz que eu nem conhecia estava passando por minha cintura enquanto ele dormia. Com a maior delicadeza do mundo, me desvencilhei dele. Levantei e juntei as minhas roupas, fui para o banheiro. Rapidamente, escovei os dentes e me vesti.

Juntei todas as minhas coisas, eu iria embora dali. Eu já fiz o que eu tinha que fazer, não havia necessidade de continuar ali.

Cheguei na rodoviária através de um táxi, e o ônibus me levou para Moonlight Falls, eu não havia contado a ninguém que eu ia embora, então era melhor eu ficar escondida por alguns dias...

***

Saí de meu esconderijo temporário e fui para a floresta. Demorou um pouco, mas quando cheguei, foi reconfortante estar de volta. Era dia de aula, o que significava: colégio. Mas isso é só para o disfarce.

Pedi a Augusto – que me recebeu com um beijo, coitado, nem sabe o que eu fiz – para que me levasse para a escola, e em um piscar de olhos, ele já estava ligando a moto.

Cheguei à escola, e avistei atrás de uma árvore, Dante, espiando sua presa. Me certifiquei de que Augusto já estivesse longe e caminhei até Dante.

–- Oi. – Ele disse, sem tirar os olhos de Emily.

–- Por que não desiste logo?

–- Adoro um desafio.

–- O mesmo de sempre...

E então, nos beijamos, como sempre, mas o melhor de tudo foi que Emily viu. Eu e Dante nos separamos e ficamos assistindo à cena de Emily correndo furiosa para o garoto de olhos verdes e o beijando, enquanto a platéia se formava. Dava para ver o ódio nos olhos de Dante.

–- Por que você ainda não o matou?

–- Aí ela nunca mais vai voltar para mim, e eu sei que ela vai.


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Notas finais do capítulo

Povo, eu mudei características da Emily e o nome das personagens principais:
Emily, passará a ser -> Emma McHale
Vitória passará a ser -> Vivian Angellin
Gleyce passará a ser -> Grace Silvermoon.

Os nomes são parecidos para que não haja confusão. A Emma e a Emily são as mesmas, a única coisa que vai mudar são os cabelos cacheados (sabem aqueles cachos grandões? Tipo da Anna Valerious do filme Van Helsing) e pretos e os olhos que passarão a ser cinza.



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