A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 15
Capítulo 15: Castelos e Poções.




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Emily's Point Of View:

Acordei atordoada, minha visão estava embaçada, e havia uma leve brisa. Apertei os olhos pisquei algumas vezes, minha visão foi melhorando rápido, até conseguir enxergar tudo nitidamente. Olhei para o lado: Estava no colo de Dante, eu estava muito grogue para conseguir falar alguma coisa. Olhei para cima, ainda estava de noite, a Lua estava brilhante. Olhei para baixo. Entrei em pânico.

–- Eu tenho medo de altura! - gritei. Escondi o rosto nas mãos, mas agarrei o pescoço de Dante de novo, pelo menos com um braço, pois se eu tirasse os dois provavelmente eu cairia. - Me põe no chão! Me põe no chão!

–- Isso, grite mesmo para chamar a atenção de lobisomens para cá.

–- Cabeçudo, eles não sabem voar!

–- Mas podem nos farejar. E pare de gritar. Você é mais irritante do que eu pensava.

–- O quê?! - gritei de novo. - Ora, seu... Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! - Dante tinha me soltado. Mas quando pensei que eu iria ser espetada pela ponta de um pinheiro, o idiota do Dante me pega de novo. - Nunca... Mais... Faça... Isso!

–- Então pare de gritar.

–- Eu tenho medo de altura!

–- Então feche os olhos!

–- Mas e se...

Acho que o fiz perder a paciência, ele me colocou sobre os ombros dele, de modo que eu teria que ficar apoiada na beira de suas costas, por causa das asas, ele fez isso como se eu fosse uma boneca.

–- Pode só me dizer para onde está me levando? - perguntei, com voz de tédio.

–- Para minha outra casa.

–- Quê?!

–- Já estamos chegando. - ele disse. Me agarrei a ele, porque eu estava escorregando.

Meu coração ainda estava acelerado, tentei olhar para o lugar que estávamos indo, era um lugar que eu nunca tinha visitado. Era escura e inabitada, tinha vários casarões abandonados, e casas simples, também abandonadas e uma igreja, a cidade tinha aspecto sombrio.

–- Essa é a antiga Moonlight Falls, ela foi "transferida", quando descobriram que aqui vagavam lobisomens.

Ele me deixou em frente a um casarão. Era... Assustador. Parecia uma mansão mal assombrada.

–- Eu só não consigo, por mais que eu não tenha mostrado, tratar isso com naturalidade.

–- Eu entendo.

Comecei a sentir muito frio, mas acho que só tinha percebido naquele momento, pois estava provavelmente, mais frio voando. Comecei a tremer loucamente, afinal, minha roupa era um "vestido" um pouco curto.

–- Aqui é a dos Black, aquela é dos Wolv, aquela outra é dos Ivory, aquela ali é dos Bennet, essa daqui é dos Silvermoon.

–- Você disse Silvermoon e Bennet?

–- Sim, por quê?

–- Silvermoon é o sobrenome de Gleyce, e Bennet é o de Vitória.

–- Uau! Todas as famílias ricas que moravam aqui eram inimigas. A amizade de vocês seria mal vista, e "desonraria a família". Foi o caso quando um Wolv se envolveu com os Black.

–- Há quanto tempo está vivo? Que dizer, morto? Ah, você me entendeu.

–- Eu nasci em 1837, morri aos 21...

–- A idade que falou que tinha.

–- Eu tenho 176 anos.

–- Pensei que tivesse mais...

–- Época onde as mulheres usavam espartilho e eram mais descentes.

–- Está me criticando? Só por quê estou com uma camiseta se passando por vestido?

–- Vamos entrar, você está tremendo.

Gleyce's Point Of View:

–- Ai, finalmente! - exclamou Vitória, abaixando perto do Lago.

–- Olha, se eu fosse você, eu não beberia essa água, vai que tem vermes, ou protozoários... E lembrando que aquele cara porco da nossa sala nadou aí no dia da Festa da Fogueira.

No instante em que falei isso, Vitória cuspiu toda a água.

–- Vamos dar o fora daqui. - Falou Vitória - Bebo água em casa.

–- Creio que sejam três ou quatro horas da manhã. - apontei para o horizonte, o céu estava começando a ficar rosado.

–- Ok, vamos logo. - disse Vitória contornando o Lago. E indo em direção ao carro.

Estávamos voltando para casa quando lembrei de algo.

–- E Emily?! Será que Dante vai machucá-la ou vai cuidar dela?

–- Olha, não sei, mas se ele tirou Emily de lá, foi para que o lobisomem não a matasse, então, provavelmente, ele cuidará dela. - disse Leo.

Olhei para baixo, minhas roupas estavam encharcadas de sangue. O sangue do lobisomem que eu matei... Que eu matei...

–- Ah, meu Deus! - comecei a soluçar, chorando - Eu matei alguém. Eu matei um lobisomem. Eu poderia ter matado o meu irmão!

–- Mas você fez isso para nos salvar. Você salvou Vitória. - consolou Leo

–- Eu sei, mas estamos tratando mortes e coisas sobrenaturais com tanta tranquilidade, naturalidade...

–- Não, não estamos! - exclamou Vitória. - Eu, pelo menos, não! A minha cabeça vai explodir, não consigo reagir a tanta coisa ao mesmo tempo, por mais que pareça.

–- Mas eu matei! Eu sou uma assassina!

–- Sim, mas você... Você... teve uma razão.

–- E se eu ativar a Maldição?

–- Não vai ativar. É apenas com humanos que funciona. - disse Leo.

Vitória's Point Of View:

Chegamos na rua de casa. Mas havia uma "reunião de família", em frente a casa de Emily. Demos meia volta, e fomos para os fundos da minha casa. Não deixei Gleyce ir para lá, afinal, ela estava toda suja, eu e Leo também.

Entramos em minha casa, que tinha quatro quartos, separei toalha e roupas para Gleyce e uma toalha para Leo.

***

Eu terminei de me arrumar primeiro. Peguei as roupas de Gleyce que estava ensanguentada. E fui acender a lareira. Gleyce desceu, seguida por Leo. Taquei as roupas na lareira. Ficamos assistindo a roupa queimando. Minha sala ficou com um cheiro estranho. Ouvimos alguém bater à porta.

–- Deve ser sua mãe, Gleyce. Vai lá para cima...

–- Não. - Ela foi em direção à porta. Abriu-a.

–- Srta. Bennet? - eu ouvi e fui até lá.

–- Sou eu. - eu disse. O rapaz era carteiro, mas ele não trazia cartas, trazia uma enorme caixa, aparentemente pesada. Peguei-a e entreguei para Leo. - Obrigada.

Ele foi embora. Eu entrei para dentro e abri a caixa.

–- O caldeirão! - exclamei. - Ótimo, agora posso praticar alquimia!

–- Você encomendou com ela?

–- Sim, ela é uma boa pessoa. Pode trazer o livro no meu quarto?

–- Para quê?

–- Lá tem instruções para fazer poções.

Leo subiu para pegar, e eu e Gleyce ficamos analisando os ingredientes estranhos ali. Gleyce subitamente se levantou e saiu pela porta dos fundos que dava para o jardim. Alguns segundos depois, ela voltou com algumas coisas na mão, ela sentou-se ao meu lado, no chão e colocou as coisas dentro do caldeirão. Eu olhei lá dentro.

–- Cogumelos, ervas... Besouros? Uma cobrinha de jardim? Borboletas?

Levantei uma sobrancelha.

–- São coisas básicas para praticar alquimia.

–- E como sabe disso? Eu li no seu grimório. Afinal, livros de bruxaria são chamados assim.

–- Admito não saber disso. Não tinha lido isso antes.

–- As conchas também são úteis, mas não temos praias por perto.

–- Ah. Eu poderia pedir para a minha mãe trazer para mim. Ela sempre está indo para praias. - eu disse, Gleyce concordou. - Vou fazer uma poção hoje. E procurar o Leo que até agora não veio.


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