A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 14
Capítulo 14: Jornais, Cadáveres e Revelações




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Emily's Point Of View:

–- Não dá para explicar agora! - disse Gleyce.

Demos meia-volta e entramos na "casa" de Dante. Nos esprememos no sofá, e Dante ficou em pé, mas parecia não se importar. Olhava fixamente para o braço de Vitória, olhei também, tinha um pano encharcado de sangue envolvendo seu braço.

–- O que aconteceu? - perguntei.

–- Ahn? - Ela olhou para mim, desentendida, apontei para o braço dela. - Ah, sim, eu me machuquei, um galho baixo na árvore que eu não tinha percebido. Olhei para Dante, estava indiferente, bem, se não contar que eu tive a leve impressão de que os olhos dele estavam vermelhos. Olhei de novo, mas não estava, foi só impressão mesmo, eu esperava.

Examinei a sala, já que não tinha nada a fazer. Além do sofá, tinha uma mini-geladeira, aparentemente velha, ou só mal cuidada, também um armário, com umas plantas encima, iguais aos que eu vi atrás da casa dele, não cheguei a mencionar, mas sim, ele cultiva flores azuis ou violeta parecidas com lavandas, mas não são lavandas porque não são da cor lilás. E tinha um vaso cheia delas. E tinha uma mesinha de centro, meio acabadinha por sinal, encima dela tinha uma pilha de jornais. Apanhei alguns para ver se tinham palavras-cruzadas. Vi a primeira página de um.

–- É de hoje? - perguntei a Dante, ele fez que sim.

Garota é encontrada morta no Bosque dos Pinheiros.

O corpo dela estava entrando em decomposição.

Ela estava desaparecida há uma semana.

A garota de quinze anos foi achada ontem, terça-feira, no Bosque dos Pinheiros, ela foi reconhecida pelos pais, Anna, como era chamada, estava enterrada abaixo de um grande pinheiro, os policiais a acharam enquanto buscavam pelo corpo de uma outra garota desaparecida.

"Nossa, que estranho, ninguém tem comentado nada sobre isso." . Pensei, pegando outro jornal. Era quase a mesma coisa, todos os outros três jornais, só mudava as idades das garotas, respectivamente nos dias da semana, uma de dezenove, outra de dezesseis e... a de dezessete, Juliane. Meu coração deu um salto.

–- Acharam Juliane! - gritei. Todos se mexeram. Gleyce e Vitória olharam para mim. Dei o jornal na mão de Vitória, que estava ao meu lado, para que elas pudessem ver. Dante que estava encostado na parede, fixou os olhos em mim, com eles semicerrados. Admito, fiquei com medo daquele olhar. Acho que fui escandalosa.

Elas leram. Vitória ainda fixava o jornal. Gleyce olhou para mim, engolindo em seco.

Gleyce's Point Of View:

–- Eu... preciso contar uma coisa a vocês, não deu tempo para contar antes, mas eu conto agora. - Vitória desviou o seu olhar para fixá-los em mim, o que me assustou. - Enfim, eu sei quem matou Juliane. - Dante desviou seu olhar de Emily para mim. - Foi meu irmão.

–- Qual? - perguntou Vitória sarcástica.

–- Augusto, toupeira. É o único que sabe da Maldição.

–- Sério? - perguntou Emily, arregalando os olhos, pasma.

–-Sim, ele me contou.

Passamos um tempo em silêncio.

–- Quero ir embora - Emily reclamou. Dante revirou os olhos, provavelmente pensando o mesmo que eu. "Garota reclamona do Inferno!". Mas, provavelmente, ele pensou apenas "Garota chata", ou algo do tipo.

–- Quer ser morta por lobisomens? Vá em frente. - eu disse.

–- Ok. Eu vou. - ela se levantou, dramática, mas aí vi que ela estava falando sério. Ela abriu a porta, mas Dante a acompanhou e fechou a porta antes que ela pudesse ter saído, trancou-a e voltou ao seu lugar na mesma posição, em silêncio.

Emily permaneceu no lugar em que estava, apenas acompanhou Dante enquanto ele voltava a seu lugar. De repente, ela virou olhando para nós lembrando-se de algo.

–- É verdade o que Leo falou? - ela perguntou. Ele ficou em silêncio. Tirou apenas a camiseta. Ele ficou com uma expressão de dor misturado a expressão de força. Vi coisas pontudas sobre suas costas, pareciam ossos emergindo, rasgando a pele dele, estava sangrando muito. Mas eu recuei, involuntariamente, conforme eu fui vendo asas enormes de morcego surgindo, fiquei espantada, mas não exatamente amedrontada, como Emily.

Sua face se modificou, ela estava estranha, seus dentes ficaram maiores e mais afiados, especialmente os caninos. Sua esclera estava vermelha, e havia muitos vasos em volta de seus olhos. Ele andou em direção à Emily, ficando frente a frente com ela.

Ele chegou perto de seu rosto, e sussurrou algo inaudível para nós.

Todos nós nos levantamos abruptamente do sofá. Acho que pensamos o mesmo: Que ele iria morder Emily, ou algo do tipo.

Vitória's Point Of View:

Ele recuou, de modo que no fez suspirar. Houve um estrondo, a porta foi arrombada, Emily estava debaixo dela, desmaiada, do outro lado da porta, havia um lobisomem. Em um piscar de olhos, Dante pegou Emily no colo, e voou para fora rapidamente, de modo a salvar apenas Emily.

–- Ele nos deixou com um lobisomem! - gritei desesperada. Ninguém sabia o quê fazer. Estávamos desesperados, me agarrei a Leo.

–- Eu esqueci o feitiço para repelir lobisomens.

O lobisomem avançava lentamente.

–- Vão para o outro lado da sala! - gritou Gleyce. - A janela está aberta.

Não estávamos entendendo mas fizemos o que ela pediu. O lobo seguiu Gleyce até o quarto de Dante, o que deu tempo para nós sairmos correndo. Vimos Gleyce logo atrás de nós, ela pulou pela janela.

O lobisomem estava muito perto, e mais perto. Ele pulou encima de mim, me arranhando e me mordendo.

Leo o empurrou, o lobo mudou de alvo, ele avançou para Leo, mas ele pegou um galho não muito grande e o atacou. O lobo agarrou o galho com a boca e o jogou para o outro lado. Ele pulou encima de Leo, o lobo ia estraçalhá-lo, eu não conseguia me levantar. Quando o lobo fez menção de atacar, o galho perpassou a cabeça dele, jorrando sangue para todos os lados. Gleyce ainda segurava o galho.

–- Vamos, pode ter mais lobos.

Corremos por um bom tempo.

Me curvei, ofegante, com as mãos nos joelhos. Sentei, me encostando numa árvore.

–- Ouvi barulho de água. Acho que estamos chegando perto do Lago - disse Gleyce.

–- Ai, vamos continuar logo, quero ir embora. Quero beber água.

Retomamos a caminhada.


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