Distrito Um escrita por Peixotize


Capítulo 5
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeeeeeitaa que eu demorei. Não muito, mas demorei, Sorry not Sory B)
Enfim, não é um capitulo longo, mas é triste, então... sinto muito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451278/chapter/5

Quinn abriu os olhos lentamente, sorrindo quando sentiu um corpo quente totalmente em cima dela. Apertou os braços ao redor de Rachel, que subiu mais um pouco no corpo de Quinn, resmungando algo e escondendo o rosto no peito da loira.

O corpo de Rachel estava quente próximo ao seu, e isso era muito bom, ela não queria se soltar de Rachel nunca mais. A respiração da morena batia em seu queixo fazendo-a estremecer levemente, e isso era algo mais perfeito ainda. O coração da morena batendo acelerado quase no mesmo ritmo que o seu.

Era incrível em como Rachel começou a ser tão importante para Quinn. Ela disse para si mesma, uma noite antes dos jogos, que ela não iria morrer nestes Jogos. E ela não ia, mas Rachel também não vai morrer. E somente um deve ganhar. Suspirou ao perceber que talvez ela nunca tenha Rachel, e talvez seja somente este tempo em que estão na Arena, então provavelmente Quinn irá morrer, e Rachel irá voltar para o Distrito Cinco, com uma grande historia para contar, e uma explicação para a família de Jesse.

Jesse St. James.

Talvez ela nunca tenha confiado nele, mas por um momento, Quinn viu que Rachel confiava, e isso fez com que por pelo menos um segundo ela visse que talvez fosse uma boa ideia confia no garoto, mesmo não conhecendo-o como Rachel o conhecia. Quinn mal podia acreditar que St. James se venderia tão facilmente aos jogos, a ponto de matar a sua companheira de Distrito, aquela com quem esteve desde o começo.

Mas... Se em algum momento Quinn precisar lutar contra Puck? Puckerman provavelmente não iria deixar que isso acontecesse, mas se... Bem, ela não iria conseguir, e ia pedir para que Puck a matasse.

Mas então, quem iria proteger a pessoa que estava em seus braços agora?

Tudo bem que Rachel não era tão inofensiva, mas ela era tão delicada e perfeita. Quinn nunca veria Rachel matando alguém, nunca. Ela não seria capaz.

Por enquanto tudo estava bem, tudo mesmo, a não ser por um detalhe...

– Quinn?

Puck entrou na caverna e quando olhou a situação das duas, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.

– Não aconteceu nada! – Quinn se adiantou e Rachel resmungou algo que ela não entendeu.

– Claro que não, – ele disse ainda sorrindo – então, nós temos que ir, é perigoso continuar aqui.

Quinn suspirou se sentindo estranha por ter que sair dali, era quase uma casa. Estavam ali desde o inicio dos Jogos.

– Arrume as coisas enquanto eu acordo ela.

Puck assentiu e foi juntando as coisas dentro da mochila de Quinn.

A loira se virou para a morena que ainda babava na sua camisa, a jaqueta de Quinn cobria Rachel que teve frio no meio da noite. Quinn sorriu e beijou a testa da morena, sabendo que Puck observava tudo com um sorriso terno.

Rachel resmungou e abriu um olho para olhar para Quinn.

– Hn?

Resmungou sonolenta e Quinn riu baixinho.

– Temos que ir. – Ela lembrou e Rachel bufou e abriu o outro olho, se sentando na cama. Ela parecia um pouco pálida. – Tudo bem?

– Sim, só estou cansada.

Sorriu para Quinn e bicou os lábios da loira, que sorriu bobamente, logo desfazendo o sorriso quando viu que Puck tentava não rir alto.

XxXx

Estavam andando ao que parecia horas. Quinn não estava cansada, mas Rachel parecia que ia desmaiar. Puck andava na frente, e Rachel andava entre eles, para o caso de alguém aparecer. Quinn via como Rachel queria parar para descansar, ela parecia até um pouco verde. Mas estava frio, e ela estava suando. Isso fez com que Quinn ficasse preocupada.

– Acho que deve ter alguma outra caverna por aqui, se não teremos que ir para algum lugar próximo a Cornucópia.

Puck avisou a Quinn que murmurou algo em consentimento. Sua preocupação ainda estava em Rachel. A morena parecia estar mais ofegante e suava terrivelmente.

– Puck... – Quinn sussurrou quando viu que Rachel tinha parado. O garoto parou e olhou para trás.

Rachel se encostou na arvore e ficou olhando para cima, respirando fundo, os lábio estavam rachados e roxos. Quinn ficou preocupada.

– Rachel? – Quinn se aproximou e a morena esticou a mão pedindo para que ela se afastasse. – O que foi?

– Eu não... Eu não estou me sentindo bem. – Ela sussurra.

Quinn sentiu seu coração acelerar. E se Rachel tivesse algum ataque e ela não pudesse conter. Rachel não podia morrer.

Não demorou muito para que Rachel colocasse tudo o que comeu mais cedo, para fora. Quinn fez uma careta para o vomito da morena, e puxou ela para sair de perto.

– Rach... – Quinn se aproximou mesmo com Rachel pedindo que não o fizesse. – Tudo bem. – Ela acalmou colocando a mão na testa da morena. – Você está fria!

– Está frio. – Puck disse olhando para o céu. – Vai nevar!

– Mais o que...? – Quinn olhou para o céu vendo que começava a cair flocos de neve. – Porra!

– Temos que achar um lugar para ficar, se não Rachel pode ter hipotermia! – Quinn ficou confusa e olhou para Puck. – Olhe bem para ela Quinn!

Então Quinn olhou. A pele estava pálida, os olhos inchados, as mãos tremendo, os lábios ficando azuis. Então era por isso que ela estava passando mal? Mas qual o sentido de ela está tendo hipotermia nesse momento?

– Rach...

–Quinn. – A morena choramingou olhando para a loira com os olhos aguados. – Estou com frio.

Então ela andou até Quinn, apertando seu corpo contra o da loira. Quinn rapidamente envolveu os braços ao redor de Rachel. A morena tremia nos braços da loira, quase que desesperadamente. Quinn olhou para Puck e o garoto assentiu andando até elas e pegando a morena no colo

– Você guia Quinn. – A loira assentiu e foi com a espada na frente.

Quinn andava entre as arvores, a procura de qualquer sinal de que tenha uma caverna. Eles estavam um pouco mais próximos da Cornucópia, e isso era preocupante, não podiam enfrentar os tributos do Quatro agora, não com Rachel doente.

Então finalmente acharam uma, era um pouco afastada de tudo, mas era bom o suficiente para que Rachel estivesse segura e quente. Puck entrou com ela na caverna e a colocou deitada bem longe do local de entrada.

– Eu vigio a porta, arrume um jeito de esquentar ela. – Então ele piscou um olho travesso. – Lembre que o melhor jeito de esquentar alguém é com o corpo...

– Sai daqui, Puckerman!

– Certo... Lembre-se do meu conselho...

Então o garoto saiu.

xXxX

Rachel tremia ferozmente contra o corpo de Quinn. A loira tinha pegado o cobertor e enrolado em Rachel, tentando ver se a morena melhorava, mas nada adiantava. Puck já tinha aparecido dizendo que água era uma boa ideia. Quinn fez com que a morena bebesse um pouco, já que tinha acabado de vomitar. Quinn abraçava o corpo trêmulo da morena contra o seu, tentando fazer com que ela a esquentasse.

Lembre que o melhor jeito de esquentar alguém é com o corpo...”

Bufando e sentindo seu rosto esquentar, Quinn se afastou da morena que gemeu e abriu os olhos brilhantes para a loira.

– Eu vou dá um jeito, espera. – Rachel assentiu e se encolheu quando Quinn entrou debaixo do cobertor. – Eu vou abrir sua jaqueta, okay?

– S-sim.

Quinn tirou a própria jaqueta e a camisa ficando somente com uma camiseta branca. O vento entrou pela entrada da caverna, e Quinn tremeu junto com Rachel que choramingou. Suspirando, abriu a jaqueta de Rachel com as mãos trêmulas, mas não tirou, não sabia se Rachel iria querer privacidade. Então passou os braços por dentro da jaqueta e abraçou a morena que se encolheu próximo a Quinn.

– Você está congelando. – Sussurrou contra o ouvido da morena que assentiu com a cabeça.

– Você está quente. – Rachel observou respirando aliviada.

– Eu sou quente.

– Claro... Obrigada.

– Não precisa agradecer.

Rachel assentiu novamente e colocou o nariz gelado contra o ombro de Quinn, que sorriu apertando mais os braços envoltos da morena. Aos poucos Quinn percebeu que a respiração da morena estava voltando ao normal, e ela ficou feliz com isso. Rachel estava adormecendo, então Quinn apertou mais os braços envoltos dela e a morena gemeu baixinho e suspirou, logo adormecendo nos braços da loira, que sorriu e beijou a têmpora da morena.

XxX

– Quinn... – A loira abriu os olhos dando de cara com Puck que tinha um sorriso malicioso. – Seguiu meu conselho?

Quinn olhou para baixo. Rachel estava com as mãos sob sua camiseta a fim de esquentá-las. O cobertor ainda estava sobre elas, e a morena ainda dormia. Quinn se virou para Puck que ainda tinha um sorriso malicioso.

– O que você quer?

– Temos que caçar alguma coisa. – Puck sussurrou para não acordar Rachel. – Eu até iria só, mas eu não sei caçar!

Quinn riu baixinho e tentou se separar de Rachel, mas a morena acabou acordando atordoada. A loira explicou que teriam que ir caçar alguma coisa para comer mais tarde, e Rachel gemeu enjoada.

– Eu lembrei que sou vegetariana. – Rachel comentou e Quinn franziu o cenho.

– Acho melhor você esquecer isso ai, só podemos comer animais aqui. – A loira levou a mão até a testa da morena. – Você está com um pouco de febre.

Rachel gemeu novamente e escondeu o rosto no pescoço de Quinn. A loira olhou para Puck que tinha se sentado ao lado delas.

Então um barulho de canhão soou.

Rachel retirou a cabeça do pescoço de Quinn para olhar para ela. Como de por um segundo a loira teria sido morta, mas respirou aliviada ao ver que ainda estava ali. Quinn sorriu e Puck riu baixo.

– É nesses momentos que a gente lembra que ainda estamos aqui. – Ele comentou e Quinn assentiu.

Eles ficaram em silencio e mas um barulho de canhão foi escutado e Puck pareceu ficar de alerta. Ele levantou do chão e pegou a espada. Quinn se soltou de Rachel que se encolheu. Eles olhavam para a entrada da caverna. Quinn sentia a presença de alguém, e sabia que poderia estar perto. Levantou do chão, alcançando sua espada e ficou ao lado de Puck.

– Você acha que...

– Shhh – Puck disse.

E de repente alguém passou correndo pela entrada da caverna, e um barulho de canhão foi escutado. Então mais duas pessoas passaram correndo, e outra vindo logo atrás.

– Vamos. – Puck sussurrou e olhou para Rachel que estava se levantando vagarosamente. – Tem certeza?

Quinn olhou para Rachel que assentiu. Suspirou e pegou duas facas que eram do Jesse, entregando-as para Rachel.

– Tome cuidado, por favor. – Quinn sussurrou e Rachel sorriu para ela.

A morena se aproximou e pegou Quinn pela nuca, beijando seus lábios. Surpresa, Quinn conseguiu retribuir o beijo, mas logo levou um empurrão de Puck.

– Mesmo que isso seja muito excitante, agora não. – Puck sussurrou para elas e olhou para frente. – Vamos!

Quinn olhou mais uma vez nos olhos de Rachel. Sabia que a morena estava apavorada, mas tentava não deixar isso transparecer. A loira sorriu tranquilizando Rachel que sorriu de volta. Então as duas seguiram Puck para fora da caverna.

XxX

Distrito Quatro. Os dois recuavam uma garota, que Quinn percebeu na hora quem era. Seus olhos arregalaram quando viu o corpo no chão, não, ela não conhecia. Era o garoto do Onze. Quinn novamente levou os olhos até a garota. Marley Rose. Parece que Kitty não estava protegendo Marley.

– Então, Rose, vai fazer isso do jeito fácil ou do difícil, estou lhe dando a chance de escolher, então se decida.

Ryder Lynn. Ele parecia estar se divertindo enquanto falava com Marley. Kitty, que estava ao lado do garoto, não disse nada apenas continuou olhando para Marley.

Quinn, Rachel e Puck estavam agachados apenas observando a cena que se desenrolava na frente deles. Rachel estava entre Quinn e Puck apenas esperando. Quinn não poderia arriscar que eles atacassem Rachel.

– Puck. – Sussurrou e Puck apenas resmungou em consentimento.

O garoto se levantou chamando a atenção de Ryder que sorriu malicioso.

– Olha só!

Kitty se virou olhando para Quinn, que tinha os olhos em Marley. A morena de olhos azuis a olhava implorando por ajuda. Puck apenas correu na direção de Ryder, que se defendeu da espada dela. Então os dois entraram um uma luta que era mais provável que Puck ganhasse.

Quinn respirou fundo e manobrou a espada na mão antes de se virar para Rachel, que parecia alheia dos olhos da loira, apenas observando a briga.

– Rachel... – Quinn sussurrou.

– Hm?

– Preste bem atenção, eu vou até a loira e você...

– Eu não vou ficar parada enquanto você se arrisca!

– Rach...

– Não Quinn!Eu não vou fazer isso. Eu vou lhe ajudar!

A loira olhou para trás e viu que Kitty apenas estava esperando que Quinn fosse atacá-la. Marley estava ainda no mesmo lugar, olhando para Quinn com os olhos cheios de medo.

– Certo, eu vou pedir para que você faça algo. – Quinn disse ainda sem olhar para Rachel. – Quero que vá até Marley e tire ela daqui, não sei para onde você vai, apenas tire a garota daqui.

– Mas e você?

– Eu vou ficar bem. – garantiu e Rachel suspirou.

Então Quinn começou a andar até Kitty. A loira menor sorriu maliciosa e apontou a adaga para Quinn. A outra apenas riu debochada e continuou andando. Manobrou a espada, girando-a no punho antes de ficar frente a frente da Wilde.

Kitty não falou nada, apenas partiu para cima de Quinn com as adagas. A loira maior desviou com facilidade. Ela era mais rápida, Kitty nunca iria atingi-la assim. Quinn esperou que Kitty resolvesse partir para cima dela novamente, e desviou acertando a parte do punho da espada no meio das costas da garota.

– Eu sabia que você traria problemas para mim desde que te vi. – Quinn comentou olhando para a loira caída no chão, com um pouco da falta de ar. – Eu até não mataria você, mas eu quero muito.

Kitty não disse nada, apenas levantou novamente e partiu para cima de Quinn. A Fabray pegou com a mão vazia, o braço direito de Kitty girando-a para ficar de costas e prendendo-a com a espada na garganta.

– O que tem a dizer?

Kitty riu.

Kitty Wilde, a garota que Quinn tinha presa em seus braços, quase morrendo, estava rindo.

– Me mate! – Wilde sussurrou e Quinn a empurrou para frente, chutando suas costas.

– Qual o seu problema?

– Você deve fazer tudo certo, não pode decepcionar seus pais, sempre fazendo o que eles querem. – Kitty sussurrou levantando. Seus lábios estavam vermelhos com o sangue que saía deles.

– Eu não tem pais.

– Não.

– Não, o que?

– Você está mentindo. – Kitty sorriu.

Quinn sentiu a fúria se apossar do seu corpo, e não evitou em dar um soco no rosto de Kitty, fazendo a outra loira cair no chão novamente cuspindo sangue. Nada daquilo estava abalando Quinn, ela só queria acabar com a garota. Olhou para Rachel que estava puxando Marley para longe de tudo. Respirou aliviada ao ver que Marley estava cooperando.

– Você devia começar a ter cuidado com o que fala.

– Por quê? Eu vou morrer mesmo! – Gargalhou alto e levantou do chão com dificuldade. – Porque não posso desabafar antes de morrer?

Quinn fez uma careta para a garota e ergueu a espada pronta para mata-la. No fundo, ela sabia que queria escutar o que a garota tinha a dizer, sentia que era importante. Então, respirando fundo, Quinn abaixou a espada e olhou para a garota a sua frente.

– O que você quer?

Quinn sussurrou débil, ela estava ainda meio atordoada com a força de vontade de Kitty era como se ela quisesse falar algo para ela, e era importante.

– Seu pai. – Kitty sussurrou de volta. – Seu pai é seu único parente vivo. Tirando sua irmã, é claro.

– O que meu pai tem haver com isso?

Sentiu seu coração acelerar com a espera da resposta. Kitty tinha parado de sorrir apenas encarava Quinn nos olhos. Aqueles olhos verdes frios e pouco expressivos. O sorriso que antes não incomodava, mas agora fez com que Quinn arregalasse os olhos.

– Não...

– Sim.

– Não mesmo... Como? Isso é impossível!

– Você realmente não desconfiava de quando seu pai saía para resolver coisas na Capital? Ninguém pode ir para a Capital assim! Seu pai faz negócios, e eu fiz parte disso!

Quinn cambaleou para trás. Ela se sentia tonta, queria matar seu pai por ter traído sua mãe, mas não sabia onde ele estava. Olhou para Kitty e viu aqueles olhos começando a ficar expressivos. Ela deveria se parecer com a mãe, mas os olhos definitivamente eram do pai. Quinn levou uma mão até a nuca e puxou os cabelos de lá.

Escutou um urro e olhou para trás. Puck tinha acertado o braço de Ryder. Sorriu com isso, Puck era muito bom em luta corpo a corpo.

– Me mate.

Voltou os olhos para Kitty. A garota chorava copiosamente, soluçando alto. Quinn balançou a cabeça e Kitty andou até ela, pegou a mão de Quinn que tinha a espada e colocou-a em seu peito.

– Não posso.

– Por favor...

Kitty estava implorando, Quinn sentiu seus olhos lacrimejarem. Ela não podia matar a garota que ela acabou de descobrir ser sua irmã. Ela não podia fazer isso. Então soltou sua mão da de Kitty e se afastou, dando as costas andando até onde Puck lutava com Ryder.

Então um canhão foi escutado.

Quinn arregalou os olhos e olhou para trás.

Kitty Wilde tinha acabado de enfiar uma faca no peito.

Kitty Wilde, sua irmã, tinha acabado de se matar.

Sua boca ficou seca ao ver o corpo inerte da loira caindo no chão. Pensou em se aproximar, mas não queria, não conseguia. Engoliu em seco e tentou olhar para outro lugar, mas não conseguia parar de pensar que a garota que dizia ser suar irmã, tinha enlouquecido e se matado.

– QUINN!!!

Era Rachel.

Quinn finalmente conseguiu tirar os olhos do corpo da irmã, e olhar para onde a morena se escondia com Marley. Elas estavam bem, mas seus olhos estavam fixados em outro lugar. Seu coração acelerou quando olhou para onde Puck deveria estar.

Puck estava deitado no chão. Sozinho. Ryder não estava por perto. Ela correu até Puck e as lágrimas que prendia, se soltaram.

Puck tinha um corte enorme e profundo na área do estomago, e sangrava terrivelmente. Se ajoelhou ao lado do amigo e tentou estancar o sangue com as mãos. Não adiantava, nada adiantava, ela tentou tirar a jaqueta, mas então lembrou que deixou na caverna. Grunhiu irritada e olhou para frente, mordendo os lábios vendo que Rachel se aproximava com suas mochilas. Marley vinha com ela, mas não tirava os olhos do corpo de Kitty.

– Quinn...

Olhou para o rosto pálido de Puck e o viu sorrindo. Ele levantou a mão ensanguentada e tocou o rosto de Quinn, que sorriu em meio a lágrimas.

– Puck, vai ficar tudo bem, você vai ficar bem. – Quinn tentou tranquilizá-lo, mas falhou miseravelmente quando começou a soluçar. – Vai ficar tudo bem.

– Não... – Puck sussurrou fracamente.

– Vai ficar tudo bem...

– Quinn...

– Vai ficar tudo bem, Puck, você vai ver.

Aos poucos as mãos de Quinn foram ficando ensanguentadas enquanto tentava estancar o sangue. Rachel já estava próxima, mas preferiu ficar afastada, com Marley ao seu lado, ambas apenas olhando para a cena. Rachel tinha lágrimas nos olhos. Afinal ela conhecia Puck, e ele foi um cara legal no curto tempo que esteve com elas.

– Quinnie. – Puck sussurrou e Quinn o olhou nos olhos. Finalmente tinha desistido de estancar o sangue e apenas chorava agarrando na camisa do amigo. – Você vai sair daqui, Quinnie.

Quinn balançou a cabeça. Isso era quase impossível. Com Ryder por ai, e ainda tendo Marley e Rachel. Ela não podia ver Rachel morrer, não mesmo. Mas o sorriso de Puck, que ia murchando aos poucos, parecia intenso.

– Você vai sim, você e Rachel, as duas irão sair daqui, confie em mim. – E seu sorriso finalmente ficou pequeno e os olhos foram perdendo o brilho. Quinn sentia que as lágrimas não era suficiente, e ela não sabia mais o que fazer. A única coisa que tinha noção era que estava perdendo o amigo, e não tinha mais jeito. – Você... você é especial... muito... muito especial...

Puck tinha dificuldades para respirar, Quinn levou o dedo até a boca dele, fazendo-o parar de falar. Ela não conseguia suportar a ideia de que iria estar sem seu amigo, e tudo piorava quando ele ficava elogiando-a enquanto estava morrendo. Ela não queria isso, não queria ser elogiada por ser fraca a ponto de não salvar sua irmã e seu melhor amigo.

– Noah...

Puck riu e a mão ensanguentada tocou a ponta do nariz de Quinn. Era um gesto que ele sempre fazia quando eram mais novos e Quinn se machucava, e para fazer a loira parar de chorar, Puck apertava a ponta no nariz dela, fazendo-a rir animada. Dessa vez Quinn não achou graça.

– V-você... sabe... que eu não gosto... que me chame as-sssim...

Um barulho de canhão.

Então os olhos perderam o foco e a mão de Puck caiu no chão.

Era isso, seu amigo tinha partido.

XxX

Rachel conseguiu tirar Quinn de perto do corpo de Puck com a ajuda de Marley. Eles ficaram um pouco afastados, o suficiente para ver os aerodeslizadores descerem para pegar o corpo de Puck e o de Kitty, e o do garoto do Onze. Quinn pensou em como os pais do garoto do Onze iria ficar ao receber o corpo do filho. Ela também pensou na mãe de Kitty.

Como todos do Um iriam ficar ao receber o corpo de Puck?... Ela não queria pensar nisso, mas não conseguiu evitar. Santana era amiga de Puck desde o dia em que ele tentou dar em cima dela, e ela deu um fora deixando claro que jogava para o outro time. Então ele tentou dar em cima de Quinn, que disse a mesma coisa. Ele soltou o sorriso malicioso que Quinn iria sentir muita falta.

Marley andava na frente enquanto Quinn e Rachel estavam um pouco atrás. Rachel olhava para a loira de cinco em cinco minutos. Ela estava preocupada, seu melhor amigo tinha acabado de morrer. Mesmo assim, Quinn não disse nada. Os olhos estavam vermelhos e o rosto estava inchado, ela parecia seriamente abalada. Rachel suspirou e olhou para Marley. Talvez a próxima fosse ela, ou até mesmo Marley.

Elas estavam indo atrás de um novo lugar para ficar, já que a probabilidade de Ryder voltar é muito grande. Então Marley opinou para eles irem para perto da Cornucópia, assim elas estariam prontas. Alguns canhões foram escutados enquanto elas caminhavam. Rachel torcia para que qualquer um deles tivesse sido Ryder. Assim elas não teriam que enfrentá-lo.

Novamente conseguiram achar uma caverna. Isso era estranho, mas como Puck disse que a Arena era cheia de cavernas, Quinn não estranhou totalmente, mas ainda sentiu como se algo estivesse sendo praticamente jogado na sua cara, e tinha haver com o que Puck lhe disse sobre sair da Arena com Rachel. Tentou não pensar muito nisso, teria falsas esperanças se continuasse. Caso não acontecesse, ela provavelmente iria morrer, nunca iria matar Rachel, e nem deixar que matassem a morena.

Quando já estavam estabelecidas na caverna, Quinn deixou que Marley fosse descansar, afinal a garota já tinha passado por muito hoje. Rachel tentou argumentar dizendo que Quinn deveria descansar também, mas a loira não conseguiria pregar os olhos.

Era noite e Marley dormia no canto da caverna em cima de uma cama improvisada com os lençóis que tinham. Quinn estava do lado de fora da caverna, enfrentando o frio e olhando para o céu, esperando que começasse a homenagem aos tributos. Ela estava ansiosa para ver Puck, nem que fosse uma ultima vez.

Rachel saiu da caverna e sentou ao seu lado. Quinn não disse nada, ela sabia que a morena não iria sair e nem descansar. Rachel tinha ficado doente de manhã, e quase morreu de frio, mas ela parecia estar bem, a não ser pelos lábios rachados de frio. Quinn passou um braço pelos ombros da morena, afim de esquentá-la. Rachel se aconchegou na loira e as duas ficaram olhando para o céu.

XxX

– Só sobraram sete. – Brittany comentou olhando para o telão. Os olhos azuis levemente marejados.

Santana suspirou e olhou para a mais nova namorada. Sorriu para a loira que retribuiu com um olhar encantado. Santana estava triste pela morte de Puck, mas não estava surpresa ao saber que Kitty Wilde era irmã de Quinn. Isso era estranho. Sim muito estranho, mas ela sempre desconfiava do sumiço de Russel Fabray.

– Daqui a pouco elas estarão com a gente, eu prometo. – Santana sussurrou e Brittany deitou a cabeça no ombro da namorada.

As duas estavam sentadas em um sofá olhando para a grande tela. Os olhos de Santana focaram nos marejados de Quinn através da tela. Rachel acariciava os cabelos de Quinn que repousavam a cabeça no ombro da morena.

Quinn parecia calma em relação ao ultimo acontecimento. Santana sorriu. A loira estava começando a desconfiar. Faltava pouco para que tudo estivesse pronto. E então eles iriam tirá-las dali e finalmente acabar com essa carnificina.

Santana focou nos olhos de Rachel. Eles estavam marejados e lágrimas saiam algumas vezes de seus olhos. A morena parecia ser uma pessoa incrível, e Santana estava feliz por Quinn ter se apaixonado por ela. Mesmo que ainda não soubesse disso.

A morena tinha adoecido, e Santana ficou verdadeiramente preocupada. Rachel não podia morrer. Santana não sabia quem tinha aumentado o clima da Arena, mas temia que fosse ordens de Snow, afinal ele ainda estava no comando, e não fazia ideia do que estava acontecendo. Mas Plutarch tinha que seguir suas ordens, e isso era péssimo para Santana.

Mesmo assim, o resultado foi melhor do que o esperado.

Um pouco de tensão sexual ali, ou aqui, e fim.

Rachel não sabia de nada, e Santana sabia que a morena e Quinn iriam ficar furiosas ao saber de algo que elas queria estar sabendo a muito mais tempo, mas Santana não queria isso, ela não se importava se teria que sofrer o gelo que Quinn com toda certeza iria lhe dar. Santana não se importava com nada disso.

Rachel Berry também era mais um peão no jogo que Santana tramava contra a Capital, E Santana não queria perder. Santana não iria perder.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Caso alguem pense que Santana é ruim, não, ela não é ruim, ela só quer algo simples chamado Vingança. Tem uma breve explicação no cap 1, sobre o irmão e talz. Enfim, espero que tenham gostado.
Ah, e sinto muito pelo Puck, mas foi necessário. E eu sei que ficou um pouco confuso a parte da Kitty, mas também era preciso.
É isso.
Comentem e me digam o que acharam. :B