Distrito Um escrita por Peixotize


Capítulo 6
Mágoa


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu vi aqui com mais um! :3 mas vou logo dizer que estou me sentindo triste, não recebi tantos comentários quanto achei que iria, e estou ficando triste quando recebo só 4 comentários por capitulo. :/ tem alguma coisa que não está agradando vocês? Se tem por favor me digam, isso me deixa muito triste, sério mesmo. Espero que com esse vocês se animem para comentar. :)



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Rachel dormia com a cabeça apoiada nas pernas de Quinn, que acariciava os fios castanhos. Marley estava sentada tentando fazer uma fogueira para assar o esquilo que tinham pegado. Ela parecia ainda estar tentando fazer, Quinn a observava enquanto ela colocava um graveto em cima da madeira girando-o com as mãos. A loira riu quando Marley bufou irritada quando o graveto se partiu ao meio.

– Você tem que girar mexendo as mãos para cima e para baixo. – Demonstrou no ar e Marley a olhou confusa.

A morena olhou para o graveto e fez como Quinn demonstrou. Sorriu quando o primeiro sinal de fumaça começou a surgir.

– Está funcionando!

– Claro que está funcionando. – Quinn resmungou sorrindo e percebendo que Rachel acordava.

Ela olhou para um lado, depois para o outro e finalmente sorriu para Quinn, mas depois voltou a olhar para Marley que agora colocava o esquilo para assar. Rachel fez uma careta para o animal.

– Eu realmente não queria ter que comer isso. – Rachel sussurrou e Quinn riu.

– É só o que temos. – Deu de ombros e a morena bufou.

Elas dividiram o esquilo, Rachel fazendo questão de comer menos, e ainda ficando um pouco enjoada, mas não a ponto de vomitar novamente. Depois de comerem as três sentaram em circulo e ficaram se olhando. Não tinham o que conversar, as tragédias do dia passado já foram o suficiente para fazer com elas ficassem assim.

Rachel olhou para Quinn e ficou preocupada ao ver as bolsas sob os olhos da loira. E ela ainda parecia realmente cansada. Rachel repassou mentalmente quantas vezes ela viu Quinn dormir desde que chegaram na Arena, suspirando pesadamente quando percebeu que não foram muitas. Quinn viu que a morena a encarava e passou a olhá-la de volta.

– Porque não vai dormir, Quinn? – Marley se adiantou falando e Rachel a olhou agradecida, mas o olhar que recebeu da outra morena a fez franzir a sobrancelha.

– O que? – Quinn a olhou debilmente. – Eu não estou cansada.

– Sim, você está. – Rachel retruca, depois de ter entendido o olhar de Marley. – Eu e Marley já descansamos, vá dormir um pouco, eu te acordo se algo acontecer.

Quinn olhou para Rachel depois para Marley, então finalmente suspirou se levantando para ir deitar na cama improvisada. Rachel ficou olhando para Quinn até que tivesse certeza de que a loira estava dormindo. Não demorou muito para que ela já estivesse ressonando. Marley tinha ido para o lado de fora da caverna.

Rachel pegou sua jaqueta e colocou indo para fora. Encontrou Marley encostada na grande pedra e olhando para o céu. Nenhum tributo tinha morrido hoje, e Rachel não sabia se deveria se sentir feliz por isso. Afinal ela ainda estava presa nessa Arena, e não sabia se iria sair. Suspirando, Rachel sentou ao lado de Marley que não fez nada para contestar.

– Você sabe que eu vou ter que ir. Não sabe? – Marley sussurrou depois de um tempo sentadas.

Rachel assentiu. Ela sabia, e foi exatamente isso que Marley tinha dito para ela quando a resgatou dos tributos do Quatro. A morena estava triste com a morte do companheiro de Distrito, e não queria ficar na companhia de Quinn só porque achava que ela tinha piedade da garota. Rachel sabia que Quinn tinha ficado muito triste com a morte de Sam, e também com a morte de Puck, mas sabia que nunca iria deixar de acolher Marley com elas, até tentou usar isso como argumento, mas Marley apenas disse que não podia fazer isso, ela tinha que arranjar um jeito de morrer, pois sabia que não iria sobreviver.

– Eu não sei mais o que dizer para fazer você mudar de ideia.

– Não tem nada que possa fazer.

– Você não vai se matar... né? – Perguntou apreensiva.

Marley suspirou e ergueu os ombros, um sinal de que nem ela sabia o que iria fazer. Rachel suspirou exasperada e abraçou de lado a sua mais nova amiga. Iria sentir falta dela, muita. Elas podem até se encontrar em outro lugar. Quem sabe?

– Diz para Quinn a verdade, okay? – Rachel assentiu e observou Marley se levantando e caminhando em direção à floresta.

XxX

Quinn acordou e não viu Marley, mas viu Rachel com um sorriso triste. A morena logo tratou de explicar o que Marley pediu. Dizendo toda a verdade. Quinn não sabia o que sentir, ela sabia que a Marley também se sentia culpada pela morte de Puck, mas Quinn sabia que não era culpa dela. Rachel também. Mas isso não pareceu valer para Marley. Quinn não ficou ressentida. Não mesmo. Ela se sentia um pouco aliviada por saber que não veria Marley morrer, e nem teria que matá-la. Porque ela não deixaria Rachel morrer, e se fosse para escolher entre elas, obviamente Quinn iria ter que matar Marley.

Dois tiros de canhão foram escutados ao longo do dia. E ela não puderam tirar nenhuma conclusão até o final do dia, apenas sentaram e esperaram o momento em que ia aparecer no céu, se Marley estava viva ou não. Mas elas rezavam para que Ryder estivesse entre esses dois. A noite chegou e Rachel sentou ao lado de Quinn, enquanto esperavam o Hino da Capital começar.

Não demorou para isso acontecer. O Hino começou e a primeira imagem foi do garoto do Distrito Seis e ambas suspiraram. Tanto frustradas quanto aliviadas. Afinal, Marley estava viva, e Ryder também... O próximo a mostrar foi a garota do Distrito Doze. Quinn se sentiu triste por ela, tinha conhecido no treinamento e sabia que ela era uma boa garota. E quando acabou, o Hino, elas não sabiam o que fazer. Só sobraram cinco, contando com elas. A probabilidade de ganhar era grande, mas só um tributo saia vivo.

Rachel suspirou e levantou ficando em pé e olhando para Quinn que ainda estava sentada.

– Vamos entrar. – Chamou e Quinn a olhou curiosa.

– Alguém tem que ficar de guarda, Ryder pode chegar, ou qualquer outra pessoa, não podemos arriscar.

Rachel bufou com a resposta de Quinn, e se ajoelhou ao lado da loira.

– Eu preciso conversar com você e não pode ser aqui fora.

Quinn franziu o cenho. Olhou para a morena novamente, vendo que os olhos escuros tinham um brilho incrivelmente estranho.

XxXxX

As duas entraram na caverna e Rachel foi para o canto ficando de costas para Quinn, deixando a loira mais confusa. Então a morena retirou a jaqueta.

Tudo bem isso é normal.

Então tirou a blusa de manga comprida. E Quinn começou a ter uma leve noção do que estava prestes a acontecer.

– Rachel?

A morena se virou para ela com um sorriso calmo. Foi se aproximando até estar de frente para a loira. Passou os braços pelo pescoço de Quinn aproximando seus rostos. A loira tentou pensar, mas foi difícil quando os lábios grossos de Rachel encostaram-se aos seus. Os dedos da morena se enterraram nos fios loiros, puxando-os levemente. Raspando as unhas no couro cabeludo da loira. Sentindo-a gemer baixinho entre seus lábios.

– Rachel, o que é isso? – Quinn se separou da morena o suficiente para perguntar.

Rachel levou os lábios até o pescoço da loira beijando o ponto de pulso, chupando-o levemente, e Quinn gemeu novamente. A loira não sabia o que estava acontecendo. Ou melhor. Sim ela sabia, o que não sabia era se era bom, ou ruim. Seu corpo respondia positivamente, e Rachel parecia estar adorando aquilo. As mãos da morena se adentraram na camisa da loira, e subiram arranhando a nuca até que prendesse os dedos nos fios loiros novamente.

– Rach...

– Eu quero você. – A morena sussurrou chupando a orelha de Quinn. – Quero agora.

Foi ai que Quinn percebeu o que acontecia. Se separou de Rachel quase indo parar do outro lado da caverna e apontou para a morena, como se tivesse finalmente entendido tudo.

– Nós não podemos. – Disse séria, mas se sentindo extremamente frustrada. Rachel não estava muito diferente.

– Porque não? – Perguntou mordendo o lábio enquanto os dedos brincavam com a barra da camiseta, levantando-a levemente.

Quinn gemeu e foi até Rachel, respirou fundo e segurou o rosto da morena, beijando os lábios cheios com força, então separando e olhando nos olhos castanhos.

– É muito arriscado, Rachel, alguém pode chegar aqui e nos matar, e eu não quero nos exibir para toda a Capital!

Rachel a olhou com os olhos brilhantes. Os lábios estavam levemente inchados seduziam Quinn a se aproximar novamente. E ela queria. Deus, como ela queria! O quão incrível seria ter Rachel em seus braços, completamente, escutando a morena gemer em seu ouvido, sussurrando coisas que a fizesse estremecer. Quinn queria isso! Claro que queria, mas não no meio de um Jogo, nem mesmo sabendo que provavelmente ela nunca mais teria essa chance.

– Crianças assistem isso, Quinn.

Rachel fala como se fosse a solução do problema. Quinn fez uma careta e cruzou os braços, tentando fazer com que não pulasse em Rachel.

– Mais um motivo para não fazermos isso!

– Você não está entendendo!

– Creio que você que não está!

Rachel bufou e foi até a cama improvisada e sentou encostando-se na parede, cruzou os braços e fez um bico irritado. Quinn queria rir, mas a situação era séria demais para risos.

– Quinn. – Rachel começou falando com a voz lenta. Quinn estremeceu. – Vem cá.

Rachel bateu no lugar ao seu lado e Quinn ficou meio temerosa, mas se aproximou e sentou ainda meio hesitante. Rachel suspirou e se aproximou mais da loira.

– O que eu estou dizendo, - Sua voz estava baixa em um sussurro, quase que implorando, Quinn sabia que ela queria muito isso. – eu não sei se vou estar viva amanhã, ou se estaremos vivas. E eu realmente não quero morrer virgem. – Ela pigarreou e não me deu tempo de ficar surpresa. – E se for para perder a primeira vez com alguém, eu quero que seja você, Quinn.

Quinn a olhou, e entendeu. Rachel sabia que uma delas iria morrer amanha, e que queria ao menos ter um ultimo momento juntas, e um momento intenso. Um momento especial. Um momento só delas.

– Mesmo assim... Ainda é arriscado, todos podem assistir e...

– Crianças assistem isso, Quinn. – Rachel cortou antes que a loira continuasse, e mesmo assim Quinn a olhou confusa. Revirando os olhos Rachel continuou. – Os Idealizadores dos Jogos provavelmente irão mudar o foco, eles provavelmente colocarão em Marley ou qualquer outro tributo.

Foi então que Quinn finalmente entendeu.

XxX

Rachel estava sem a jaqueta e sem a blusa, somente com uma camiseta regata branca. A calça estava jogada do outro lado da caverna. A mancha úmida na roupa intima da morena foi o que fez Quinn se contorcer ansiosa. Seus lábios estavam dormentes pelos beijos trocados há alguns segundos atrás e ela queria mais, e ela estava tendo, e isso parecia incrível. Ainda que fosse arriscado.

Os lábios se encontraram novamente em um beijo sensual e languido, mais ou menos desesperado e Quinn sentiu todo seu interior se agitar. Rachel colocou as mãos nas abas da jaqueta da loira, abrindo-as e deslizando a peça pelos braços de Quinn. Ela foi deitando novamente no lençol e puxando Quinn consigo. Os dedos finos apertando nas costas ainda cobertas da loira.

– Tira. – Rachel sussurrou tentando erguer a camisa de Quinn, que sentou para retirar, ficando somente de camiseta.

A morena sorriu e tirou a própria camiseta, ficando somente de sutiã. Quinn mordeu o lábio inferior ao ver que Rachel estava pronta para tirar a próxima peça. Não tinha a sensação de que estava sendo observada, e isso era bom, mas não deixava de ser arriscado.

– Rachel... – Quinn choramingou ainda incerta.

E Rachel se livrou do sutiã. Quinn choramingou novamente quando viu os seios médios. Eles eram morenos, os mamilos escuros e duros fizeram a loira salivar. A morena puxou Quinn para mais um beijo, pegando uma mão da loira e levando até seu peito. Quinn gemeu entre o beijo e separou para observar sua mão em contraste com o peito de Rachel. Rolou o mamilo entre os dedos e Rachel gemeu baixinho.

A loira levou a boca até o peito de Rachel, chupando o mamilo levemente, lançando a língua sobre o pequeno monte, amando a sensação do mamilo escuro entre seus lábios.

Queria continuar ali provando da pele da morena, mas Rachel tinha outras ideias quando puxou a loira para cima de si novamente, beijando seus lábios e erguendo a camisa da loira. Quinn gemeu quando sentiu a boca de Rachel em seu pescoço enquanto a morena arranhava suas costas. Logo os lábios voltaram a se encontrar em um beijo lento e mais calmo.

Com isso, Quinn começou a se sentir hesitante, ela sabia que o próximo passo tinha que ser o seu. Sabia que tinha que tomar a iniciativa. Felizmente Rachel foi mais rápida.

Rachel sentou-se e tomou as mãos de Quinn nas dela, orientando-as para baixo, até que chegassem na beira da sua roupa intima, seus olhos se prenderam nos de Quinn e elas juntas retiraram a peça.

Instintivamente, Quinn estendeu a mão e tocou em Rachel, mordendo o lábio quando sentiu a umidade da morena.

Rachel gemeu e arqueou as costas, em silêncio, pedindo mais para Quinn, logo recebendo o que pediu, quando Quinn começou a mover seus dedos.

– Quinn... Deus... Isso é tão bom.

Quinn estava sem palavras, ela não podia falar, não podia pensar, ela mal conseguia se mover... tudo o que ela podia fazer era admirar a menina debaixo dela, os sons que ela fazia a como o corpo se mexia.

Depois de alguns minutos, Rachel estava se sentindo verdadeiramente desesperada, movendo os quadris para cima e agarrando a mão de Quinn, levando mais para baixo.

– Rachel... você tem certeza disso? - Quinn perguntou apreensiva. - Você sabe que a possibilidade de eles cortarem não é muito grande, e que todos podem estar nos assistindo nesse exato momento.

Quinn parou os movimentos e olhou para Rachel, certificando-se se ela queria tanto quando ela queria. Rachel abriu os olhos para encontrar os verdes de Quinn. Os olhos castanhos e brilhantes estavam assustadoramente escuros.

– Quinn, não há nada que eu mais queria no momento.

Então, Rachel guiou a mão de Quinn até onde ela precisava dela, e a empurrou até que Quinn estava dentro dela.

– Oh Quinn...

XxX

– Não entendi o porque de termos cortado também? – Haymitch perguntou frustrado por não estar assistindo o que queria. Ele estava deitado no grande sofá os pés jogados desleixadamente na mesa de centro enquanto em sua mão tinha um seu fiel copo de uísque.

– Porque, - Effie se intrometeu pegando o copo de uísque da mão do homem e chutando as pernas dele para fora da mesa. Ela estava seriamente tentando o fazer parar de beber, mas era como fazer uma criança deixar de gostar de doces. – elas precisam de privacidade, nós precisamos dar isso a elas.

Haymitch observou a mulher colocar seu copo em cima da mesa onde todos estavam reunidos em um jantar. Katniss tinha um sorriso maldoso no rosto enquanto o olhava. Ela estava feliz por Effie ter tirado algo que ele gosta de suas mãos. Katniss ainda adorava implicar com Haymitch, e ela fazia isso sempre que possível. Mesmo estando ocupada com a revolução e outras coisas.

Santana revirou os olhos do outro lado da mesa. Ela estava feliz por sua amiga estar tendo o que ela queria, ela estava feliz por Quinn finalmente estar se entregando. Sim ela sabia que a amiga não era mais virgem, mas sabia que ela estava se entregando de outro jeito, e isso era bom.

– Eu ainda não entendo.

– Um dia quem sabe. – Katniss sussurrou e Peeta riu ao seu lado.

Brittany olhou para Santana ao seu lado e sorriu para a namorada. A latina estava menos tensa, mesmo que a Capital estivesse quase que entrando em colapso por causa do casal que se formava na Arena. Santana estava calma. Era exatamente o que ela queria, estava começando a vingança que tanto sonhava. Mesmo que isso fosse meio que coração frio, Brittany estava feliz por Santana, viu o quanto a latina tinha sofrido com a morte do irmão na Arena, e ver que finalmente ela estava conseguindo o que queria a deixava feliz.

– Quando vamos tirá-las de lá? – Katniss perguntou se dirigindo a Santana que ergueu os olhos para os azuis da garota.

– Em breve.

Katniss revirou os olhos e se inclinou sobre a mesa. Ela se sentava em frente a Santana, cada uma em uma ponta da mesa, e Brittany ficou apreensiva ao ver o olhar que a Everdeen enviava para sua namorada, que parecia estar tranquila com tudo isso.

– Em breve, quando? – Perguntou novamente e Santana bufou e parou de comer, novamente encarou os olhos azuis.

– Preciso que Quinn dê o próximo passo.

– E o que faremos para que isso aconteça? – Santana revirou os olhos e se recostou na cadeira.

– Heavensbee já estar informado, não se preocupe.

– Somos um time, Lopez, precisamos saber o que apronta. – Katniss retruca e Santana bufa.

– Isso vai acontecer em breve, amanha teremos elas aqui, não se preocupe, Everdeen. – Santana levanta da mesa e anda até a saída do cômodo, seu andar tranquilo irritou Katniss. – Vocês ficaram sabendo.

E saiu da sala indo para a próxima. Brittany sorriu orgulhosa. Santana sabia o que fazer, e sabia que ela só estava provocando Katniss por pura diversão, ela adorava ver as feições irritadas da outra. Brittany levantou da mesa pedindo licença, e saiu na mesma direção que Santana. Toda essa tranquilidade simplesmente mexeu com ela e agora seu ela sentia seu interior queimar implorando pela latina, e ela teria isso.

XxX

– Acha que sairemos daqui? – Rachel sussurrou enquanto brincava com os dedos de Quinn sobre seu abdômen.

Quinn olhou para baixo vendo os olhos castanhos lhe encarando preocupados. Elas tinham acabado de ter um momento incrível, e ninguém tinha lhes interrompido. Quinn achava que não tinha visão mais perfeita do que Rachel tendo um orgasmo, e ela desejava ter esse privilegio mais vezes, mas a pergunta da morena a pegou de jeito. Sentiu como se tivesse levado um soco no estomago.

Ela não sabia, e não sabia o que responder. Não queria dar falsas esperanças para Rachel. Quinn não iria deixar que a morena morresse, não mesmo, já não iria deixar isso acontecer antes, e agora era mais certo, ela não iria conseguir. Não depois do momento intenso que tiveram, mas Rachel usou o plural, isso quer dizer que ela está perguntando se ambas irão sair dali com vida. E o local é a Arena.

– Eu não sei. – Sussurrou e Rachel ficou um pouco rígida. Quinn não queria mentir, por isso achou melhor dizer o que achava.

Um vendo frio invadiu a caverna e ambas estremeceram. Elas estavam seminuas, suas roupas lhe cobriam, mas suas pernas estavam enfrentando o frio. Rachel estava completamente abraçada a Quinn e a loira a acolhia. Estava amanhecendo, e Quinn sabia que deveriam sair dali antes do sol realmente aparecer.

– Devemos ir embora daqui. – Rachel disse como se estivesse lendo os pensamentos de Quinn. A loira nada disse apenas assentiu.

Começaram a se vestir sem conseguir evitar olhar para o corpo da outra. Quinn ainda estava deslumbrada com o corpo de Rachel e ver aquele corpo moreno era um privilegio. Já a morena, ela não evitava olhar para o traseiro de Quinn, fascinada em como era perfeito, e o abdômen da loira era tão cheio de músculos que Rachel sentiu seu centro latejar.

– Vamos. – Quinn disse quando já tinham tudo pronto.

Saíram da caverna e Quinn pensou para onde deveriam ir. Ela sabia que estavam no provável ultimo dia dos Jogos, e que se não forem para a Cornucópia, provavelmente os Idealizadores dos Jogos iriam fazer com que elas fossem para lá de uma maneira obrigatória. Ou seja, quase matando uma das duas. E foi exatamente isso que Quinn disse a Rachel, elas deveriam ir para a Cornucópia, e Rachel ainda ficou meio apreensiva, mas assentiu com uma expressão determinada, e ambas começaram a caminhar em direção ao centro da Arena.

Quinn foi na frente com duas espadas, uma sua que tinha pego no primeiro dia, e outra de Puck. Rachel foi atrás com um arco, a loira até pensou duas vezes em dá um arco de Kitty para Rachel, mas a morena logo disse que conseguiu um 10 por causa do arco. Ela era boa em arco e flecha.

Elas não estavam longe do centro, e quando estavam a menos de vinte metros, Quinn sentiu um movimento próximo, e se escondeu com Rachel atrás de algumas plantas. Ambas observaram quando a garota do Distrito Três apareceu andando calmamente até a Cornucópia. Ela era a garota que o irmão morreu no primeiro dia. Quinn imaginou o quão difícil deveria ser quando sorteada com o irmão. E só um iria sair vivo. A loira estremeceu e Rachel apertou sua mão.

A garota do três sentou no chão e encostou as costas na Cornucópia. Quinn franziu o cenho, era como se ela estivesse esperando a morte. A loira estremeceu novamente, e sentiu um beijo em seu queixo. Ela provavelmente estaria do mesmo jeito que a garota do Três se Rachel morresse.

O sol começava a surgir, e Quinn se agachou mais para que a garota não as visse com a claridade. Elas podiam usar o arco e atirar na garota, mas por algum motivo, Quinn não queria que isso acontecesse, aquela garota deveria morrer do jeito que ela quisesse, não por uma flecha qualquer que lhe acertasse.

Não teve tempo para pensar quando alguém surgiu de cima do pico da Cornucópia e jogou uma faca em cima da cabeça da garota, e um tiro de canhão foi escutado. A pessoa caiu em pé no chão e sorriu satisfeito para o corpo da garota do Distrito Três.

Ryder Lynn.

A imagem de Puck deitado no chão e coberto de sangue fez Quinn ferver de raiva. Rachel vendo que Quinn estava nervosa, levantou do pequeno esconderijo delas e preparou o arco, mirando na cabeça de Ryder que ainda estava distraído, e atirou.

Quinn levantou assustada. Nenhum som de canhão foi escutado. Ryder tinha desviado. Rachel gemeu desgostosa e preparou mais uma flecha. Ryder virou para elas, e sorriu sádico.

– Olha só. – Ele disso ainda sorrindo. – Sabia que você viriam.

Quinn saiu do esconderijo e foi andando até chegar no enorme campo com a Cornucópia no meio. Rachel estava ao seu lado, com um arco pronto para atirar, mas ainda não tinha a mira. A loira manobrou as espadas e esperou que Ryder se aproximasse.

– Sabia que seria covarde o bastante para não me enfrentar sozinha. – Ryder disse e pegou a espada da garota do Três. – Não me importo de enfrentar as duas, sei que consigo.

Quinn zombou e girou as espadas nas mãos. Olhou para Rachel que ficou hesitante diante do olhar determinado de Quinn, mas assentiu contragosto e começou a dar passos para trás, mas ainda não despreparando o arco.

– Você vai só me enfrentar, Lynn, não se preocupe com isso. – Imitou o sorriso do garoto que lambeu os lábios em satisfação.

– Quando estiver pronta. – Ele fez um reverencia que fez Quinn querer rosnar.

A loira avançou. Ergueu a mão direita e a espada bateu contra a de Ryder, ergueu a outra e ele conseguiu se jogar para trás para desviar. Quinn avançou novamente com as duas espadas e cruzou-as contra a espada de Ryder, a loira usou toda a força que tinha para empurrar o garoto no chão, mas Ryder era maior, e mais forte, e o máximo que Quinn conseguiu foi o fazer cambalear para trás. Rosnando, Quinn tentou avançar novamente, ergueu a espada, mas não conseguiu evitar que a espada de Ryder atingisse a lateral da sua costela.

Gemeu de dor e recuou vendo o sorriso satisfeito de Ryder. Ele nem tinha se abalado com o empurrão de Quinn. A loira largou uma das espadas e levou a mão livre até a costela, sentindo a dor ficar mais forte, o local estava molhado, e temendo ela olhou, sua roupa estava suja de sangue e sua mão também. A espada de Ryder tinha poucos respingos. Não tinha atingido a ponta, mas foi a lateral e isso deve ter feito um corte feio. E Quinn estremeceu ao pensar na situação que deveria estar.

– Creio que deve estar doendo. – Ryder zombou e Quinn rosnou novamente.

Ergueu a cabeça para o garoto e avançou. Usou a velocidade que todos diziam que ela tinha, e conseguiu fazer um corte no braço de Ryder. Deu um giro para o lado e se afastou de Ryder para pegar a espada que estava no chão. Olhou novamente para o garoto e o viu manobrando a espada na mão, parecia não se importar com o corte em seu braço. Ele retirou a jaqueta jogando-a no chão e retirou a camisa preta, fazendo o mesmo. Estava somente de camiseta, os músculos visíveis, fizeram o estomago de Quinn embrulhar. Não conseguiu evitar uma careta.

– Admirando? – Ryder perguntou e flexionou um dos braços.

– Prefiro braços mais delicados. – Deu de ombros e Ryder riu.

– Creio que também não gosta do que eu tenho nas minhas calças, não é mesmo? – Ele perguntou e manobrou a espada novamente.

– Exatamente, prefiro vaginas. – Quinn sorriu e Ryder lambeu os lábios.

– Já deve ter fodido aquela cantorazinha, né?

– Imagino que isso não seja da sua conta. – Quinn retrucou ficando séria. Ela não queria envolver Rachel.

– Ah, mas é uma ótima fantasia. Imaginar as duas, juntas... – Ele gemeu alto e Quinn sentiu seu estomago embrulhar novamente. Então Ryder caiu na gargalhada.

Quinn avançou nele novamente e Ryder foi mais rápido. Quase de um jeito impossível, ele deu um mortal para trás e chutou a espada que Quinn erguia, fazendo-a voar da sua mão. A loira ficou impressionada com a agilidade do garoto. Ele tinha tirado menos que ela no treinamento! Quinn pensou com horror, que, talvez, Ryder estivesse apenas brincando, e que agora que ele era um dos últimos, estava mostrando tudo o que sabia.

Quinn tentou ir atrás da sua espada, mas Ryder foi mais rápido e a pegou apontando ambas suas espadas para a loira. Ela ainda tinha uma espada na mão, sabia que poderia acabar com ele com apenas aquela espada. Ryder avançou pela primeira vez e Quinn deu uma cambalhota para o lado esquerdo, sentindo o corte em sua costela queimar, mas ignorou e atingiu a parte de trás do joelhos de Ryder com o cotovelo.

O garoto caiu para frente e largou ambas as espadas. Quinn correu para pegá-las, mas Ryder conseguiu se rastejar e pegá-las mais rápido. Rosnando mais uma vez, Quinn avançou no garoto deitado, mas a loira não viu quando ele ergueu as pernas e chutou seu estomago, fazendo Quinn cair a cinco metros para trás. A loira gemeu, Ryder tinha acertado seu corte e o chute foi muito forte. Sabia que deveria ter no mínimo três costelas quebradas.

Tentou levantar quando viu Ryder levantando ofegante. Quinn não conseguiu levantar, o gosto metálico dominavam em sua boca. Inclinou para o lado cuspindo o sangue que tinha em sua boca começando um ataque de tosse, e sangue espirrando por entre seus lábios. Suas costelas queimavam mais ainda. Quinn gemeu voltando a deitar no chão e encarando Ryder que estava em pé acima de si.

– Deplorável. – Ele sussurrou com a expressão séria. – Achei que fosse melhor do que isso.

Ele sentou no quadril de Quinn, que gemeu sentindo uma leve pressão na costela machucada. Ryder largou as espadas ao seu lado e encarou Quinn nos olhos. Ele não tinha emoção. Seus olhos eram frios. Quinn viu quando ele levantou o punho e logo sentiu sua mandíbula deslocar com a força do punho do garoto. Novamente ele ergueu o punho e acertou sua bochecha.

– Ainda não entendo o porque de você ter ganhado 12, você é fraca, não vale nada, não vale a fama que a Capital lhe dá. – Lynn rosnou e ergueu o punho novamente acertando o olho de Quinn.

A loira gemeu e virou a cabeça, cuspindo sangue novamente. O gosto metálico ainda estava em sua boca, não conseguia enxergar direito, seus olhos estavam inchados. Sentiu outro soco dessa vez acertando seu nariz. Quinn queria chorar.

– Aposto que quando chegou aqui só foi defender aquela cantorazinha, né? Aquela vadia! Deve dá para metade da Capital para conseguir a fama que tem. – Ele rosnou novamente e ergueu o outro punho acertando o outro olho de Quinn. – Quando Kitty me pediu para te ignorar, achei que ela iria te matar com as próprias mãos, mas não, aquela vadia resolveu se matar! – Outro soco. – Tudo o que eu faço no meu Distrito tem que dá orgulho para alguém! Tudo! E eu sou um fracassado quando não consigo. – Outro soco. Quinn gemeu alto. – Com você é fácil! Você é queridinha por fazer uma porra de um perfume! E se você acabar ganhado essa porra, você fica com a fama maior ainda, e terá tudo que quer!

Ele socou novamente o queixo de Quinn. A loira estava implorando para ficar inconsciente, mas não estava conseguindo, quanto mais sentia dor mais ficava acordada. Sentia que estava chorando. Seus olhos doíam. Seu rosto nunca mais iria voltar a ser o mesmo.

Então Ryder levantou o punho novamente, e Quinn implorou para que dessa vez ela desmaiasse. Esperou o soco. Esperou, mas ele não veio. Abriu os olhos com dificuldade e conseguiu enxergar a flecha atravessando o peito de Ryder. O garoto olhava para o peito, quase que confuso. Olhou para Quinn, os lábios do Lynn estava vermelhos, os olhos estavam opacos, sem o brilho sádico e magoado que antes tinha.

O tiro do canhão soou, e Ryder caiu em cima de si, fazendo Quinn gemer de dor e lágrimas saírem com mais intensidade.

Escutou passos e alguém caiu ao seu lado. Um choro forte era escutado. Quinn abriu os olhos novamente com dificuldade e viu Rachel ao seu lado, chorando e empurrando Ryder de cima de si. Ela tinha matado Ryder? Quinn olhou para o lado vendo o arco jogado no chão ao lado de Rachel. Sim. Ela tinha matado Ryder Lynn.

– Quinn... – Rachel choramingou quando finalmente conseguiu tirar Ryder de cima da loira. – Por favor fica acordada. Por favor!

Ela pegou a cabeça da loira, colocando-a em seu colo, alisando os fios loiros, tentando acalmar Quinn, que chorava e acalmando a si mesma. Seu coração nunca bateu tão rápido, nunca sentiu tanta angustia do que quando viu Quinn apanhando do Ryder. Vendo o rosto lindo da loira todo desfigurado fez o choro de Rachel ficar mais intenso.

– Rach... – Quinn conseguiu resmungar e Rachel abriu os olhos olhando nos da loira.

– Vai ficar tudo bem, meu amor, vai ficar tudo bem. – Quinn não conseguiu evitar um pequeno e doloroso sorriso com o que Rachel disse. – Fica acordada... Quinn?

A loira sentiu a consciência se esvaindo, ela se sentia tranquila, e sorriu dolorosamente, fechou os olhos e tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso, ficou grande porque pensei em colocar tudo, e no proximo bem... Não vou dá spoilers, espero que vocês comentem, e espero que a curta sexscene tenha agradado vocês e a pequena parte engraçada tbm, e o drama e talz. Um capitulo cheio de emoções.
Gente eu nunca cobrei recomendação, nem favoritos, estou só aqui pedindo comentários, e é triste quando não recebe, desmotiva. :/



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