Unpredictable escrita por v_wendy


Capítulo 1
Born To Die


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Essa é minha primeira fanfic de Jogos Vorazes e eu realmente espero que você gostem dela =D
É uma short-fic de apenas três capítulos...
Bom, enjoy!



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Sinto minha pernas cansadas, pedindo por descanso, mas não posso parar. Porque tenho medo do que vou encontrar se o fizer.

Continuo me movendo por dentre as árvores, esperando chegar em algum lugar seguro. O que esqueço é que estou na arena tudo é um perigo e não há lugar seguro.

Vejo alguma coisa a minha frente e sinto meus pés derraparem. É o que garoto do 1 que eu acertei com uma depois que ele matou Rue. Rue... Ela está junto com ele. Os dois me olham de um jeito estranho. Rue me olha com dor e sei que quero fazer alguma coisa – qualquer coisa – para salvá-la, mas não posso. O garoto do 1 investe em minha direção com as mãos em forma de garras.

Coloco minha mão na altura de meu ombro, esperando encontra a aljava com minhas flechas, mas tudo que encontro é nada. Preciso salvar Rue! Preciso me salvar e não tenho nenhum método de fazer isso... Estou perdida.

Acalme-se, sweetheart. – escuto uma voz em minha cabeça e sei que é Haymitch. O que ele está fazendo aqui? Espero alguma ajuda da parte dele, mas o que encontro é nada. Olho para Rue e vejo Prim. Preciso salvá-la! Preciso salvá-la!

Então escuto um tiro de canhão. Olho para frente para ver se Rue ou Prim estão feridas, mas vejo apenas o senhor do 11 que cantou a canção de Rue. Ele está morto, por minha culpa.

Me traga mais panos úmidos. Ela está fervendo. – escuto a voz que ouvi minutos antes e sei que Haymitch está aqui. O que é estranho porque não sei onde estou, sei que a arena sumiu, bem como Rue, Prim, o senhor do 11 e o garoto do 1. Agora está tudo escuro.

Não importa, preciso sair daqui o mais rápido possível e achar algum lugar seguro. Tento me mexer, mas encontro uma mão me segurando.

Katniss, está me ouvindo? – sei que é Peeta, reconheço sua voz – Você tomou um daqueles remédios pra dormir que a Effie te deu, mas teve um pesadelo. Não conseguíamos te acordar, sua temperatura começou a subir, mas agora está ficando tudo bem. Haymitch está cuidando de você.

Haymitch? Há! Essa eu queria ver! Imagino que sabedoria curativa que ele pode ter e sinto vontade de rir. Tudo bem, ele está me ajudando, deveria ser grata e não querer rir, mas não imagino como Haymitch pode ter qualquer serventia como curandeiro.

Não encontro mais resistência quando tento abrir meus olhos e quando o faço vejo Haymitch parado bem acima de mim, pressionando uma toalha contra minha testa.

Olá, sweetheart. ele diz de sua maneira debochada.

Olá. – digo para ele e depois me viro para Peeta – Ei.

Ei. – ele responde, sorrindo – Como está se sentindo?

Melhor. – admito – Sonhei com Rue, o garoto do 1 e Prim. Não foi exatamente agradável. – omito a parte sobre o senhor do 11. Não quero falar sobre isso, nem mesmo com Peeta.

Imagino. – responde ele – Você se debatia muito. Mas Haymitch parecia saber o que estava fazendo.

Com isso me permito erguer uma sobrancelha. Onde é que Haymitch aprendeu a tratar pessoas? Quero perguntar, mas não sei se devo. Ele vê meu olhar, que certamente deve estar indagativo, e responde:

Minha mãe sabia alguma coisa sobre tratar doentes. – ele dá de ombros e em seguida Effie aparece com toalhas umidecidas e as entrega para ele, que volta a pressioná-las em minhas têmporas. Effie parece realmente preocupada, mas sei que ela não entende nada disso, pelo menos não entende o motivo.

Viro-me para olhar Peeta novamente e fico feliz em encontrar seus olhos me reconfortando. Sinto algo estranho, como se fosse afundar, então escuto Haymitch dizer aos dois:

A temperatura dela voltou a subir.

Quero continuar olhando para Peeta, mas não consigo. Meus olhos não permitem, eles se fecham antes que eu tenha a chance de dizer que não quero dormir, que não quero ter pesadelos novamente.

#*#*#

Abro os olhos sem nenhuma resistência e olho para meu lado esquerdo. Peeta está deitado bem ao meu lado, os braços me envolvendo. Sorrio, mesmo sabendo que não deveria. Gosto de Peeta, realmente gosto. Mas também gosto de Gale.

Mas é apenas isso. Gosto. Não amo, não sinto palpitações no coração e borboletas no estômago como minha mãe costumava a dizer que tinha toda a vez que via meu pai. Apenas me sinto confortada na presença deles.

E é só. Mas não sinto como se houvesse espaço algum para amar alguém agora, não após a colheita e aos Jogos, não após a visita do presidente Snow. Tenho apenas espaço para meu medo, para minha preocupação em manter todos aqueles com quem me preocupo vivos.

Coloco meus pés no chão e calço uma espécie de chinelo fofinho. Effie os chama de pantufas. Sigo para fora do quarto e começo a rodear o vagões até chegar o lugar onde sei que vou encontrar o que quero.

Acho as bebidas dispostas em uma mesinha circular e pego a primeira que vejo e experimento. Tem um gosto amargo, mas me obrigo a engolir mesmo assim. Entendo um pouco Haymitch agora... É um pouco difícil ser uma sobrevivente dos Jogos sem nunca colocar uma gota de álcool na boca.

Bebendo, sweetheart? – escuto a voz de Haymitch e percebo que ele está sentado no sofá olhando para um copo a sua frente. Vou para lá e me sento do seu lado sem o olhá-lo.

Acho que para tudo tem uma primeira vez, certo?

Certo. – ele responde, mas não olha para mim.

Sinto-me na obrigação de lhe agradecer por cuidar de minha febre. Bebo mais um pouco e o faço.

Obrigada. Pelo negócio da febre.

Ah, sim. Não foi nada.

Haymitch está estranho, consigo ver isso pelo jeito que ele fala. O modo sarcástico continua em sua voz, mas tem algo de diferente. Mas não sei se quero realmente saber qual é o problema dele. Tenho meus próprios fantasmas para lidar. Talvez seja um pouco egoísta, mas... O que posso fazer?

Sinto que o trem está parando. Olho para Haymitch, mas ele parece meio alheio a isso. O condutor aparece e nos diz que vamos ficar parados por pelo menos vinte minutos. Fico olhando por onde ele sumiu até decidir que quero ir lá fora.

Levanto e levo uma garrafa de alguma coisa comigo. Não sou boa em identificar bebidas, mas, apesar de nem um pouco agradável na hora de ingerir, depois que bebida se assenta no estômago até que se torna agradável.

Assim que meus pés tocam na neve as pantufas ficam encharcadas e eu quase me arrependo de ter vindo, quando percebo que eu precisava sair daquele trem. O sonho... Ainda consigo ouvir o canhão disparando. Ou deveria dizer a arma do Pacificador? Sinto como se visse a cena se desenrolar bem a frente de meus olhos novamente e sinto uma vertigem e a garrafa que eu carregava cai no chão.

O que você está fazendo?

(N/A: link da música: http://letras.mus.br/lana-del-rey/1985656/traducao.html)

Olho para trás e vejo que Haymitch me seguiu até aqui. Sua cara está péssima e tenho certeza que ele está com raiva de mim por ter saído do trem.

Katniss! O que você está fazendo aqui fora?

Pés, não me falhem agora

Levem-me até a linha de chegada

Meu coração se parte a cada passo que dou

Mas espero nos portões

Eles me dirão que você é meu

Eu não sei. – respondo, porque eu não sei explicar o que estou fazendo ou o que sinto em relação ao furacão que virou a minha vida pós-Jogos. Toda essa loucura de amar Peeta, disso nunca acabar, nem mesmo quando a gente volta para casa...

Katniss, vamos voltar.

Andando pelas ruas da cidade

É por engano ou planejado?

Me sinto tão sozinha toda Sexta-feira à noite

Você pode fazer eu me sentir em casa

Se eu disser que você é meu?

É como te disse, querido

Como você conseguiu? – pergunto e vejo que ele não esperava por essa pergunta – Como você conseguiu seguir com a Turnê da Vitória? Haymitch, eu... – não quero parecer fraca, quero ter alguma dignidade, mas está difícil quando penso no barulho do tiro – Eu não consigo esquecer daquele senhor do 11.

Não me deixe triste, não me faça chorar

Às vezes o amor não é o bastante

E a estrada fica difícil, não sei por quê

Continue me fazendo sorrir

Vamos ficar chapados

A estrada é longa, nós seguimos adiante

Tente se divertir nesse meio tempo

Eu sei. Mas você precisa. Precisa se concentrar em ser aquela garotinha loucamente apaixonada por Peeta, lembra? Você tem que se lembrar que aquelas amoras foram um ato de amor passional e não de rebelião.

Venha e caminhe pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar intensamente na chuva

Você gosta das suas garotas insanas

Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu, nascemos para morrer

Ele me dá um tapinha no ombro, mas mantém a mão ali. E é estranho, porque talvez eu tenha bebido muito, mas sinto alguma coisa estranha em meu estômago. Balanço a cabeça para evitar pensar nisso.

Perdida, mas agora me encontrei

Posso ver, mas uma vez já fui cega

Estava tão confusa, feito uma criancinha

Tentei pegar o que podia

Com medo de não conseguir encontrar

Todas as respostas, querido

Eu sei. Mas não consigo fazer isso sozinha. Peeta sabe o que está fazendo de olhos fechados. Ele é carismático sem nem tentar. E tentando o máximo que eu consigo é parecer um pouco menos apática. Eu preciso conseguir acalmar os distritos! Haymitch eu preciso da sua orientação!

Não me deixe triste, não me faça chorar

Às vezes o amor não é o bastante

E a estrada fica difícil, não sei por quê

Continue me fazendo sorrir

Vamos ficar chapados

A estrada é longa, nós seguimos adiante

Tente se divertir nesse meio tempo

Ele me olha de uma forma estranha então responde:

Eu posso te orientar de muitas formas.

Venha e caminhe pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar intensamente na chuva

Você gosta das suas garotas insanas

Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu, nascemos para morrer

Porque você e eu, nascemos para morrer

Porque você e eu, nascemos para morrer

Ainda estou tentando processar o que ele está dizendo quando o sinto se aproximar. Meu coração começa a palpitar freneticamente e sinto que meu estômago está envolto em vácuo. Não. É tudo o que consigo pensar antes que eu sinta os lábios de Haymitch nos meus.

Venha e caminhe pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar intensamente na chuva

Você gosta das suas garotas insanas

A razão teria me feito empurrá-lo, mas eu não quero. Eu não quero e isso é estranho. Então me lembro de Peeta e Gale e em como a situação com os dois já e difícil o suficiente sem adicionar Haymitch na equação. Além do fato dele ser meu mentor e ser pelo menos 20 anos mais velho que eu.

Não me deixe triste, não me faça chorar

Às vezes o amor não é o bastante

E a estrada fica difícil, não sei por quê

Continue me fazendo sorrir

Vamos ficar chapados

A estrada é longa, nós seguimos adiante

Tente se divertir nesse meio tempo

Ele me solta e fica me olhando de um modo quase sarcástico. Penso em qualquer coisa para dizer, mas nunca fiz o tipo meiga e fofa. Não sei como o pessoal da Capital acredita em mim quando estou com Peeta... Oh, Peeta!

Venha e caminhe pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar intensamente na chuva

Você gosta das suas garotas insanas

Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu, nascemos para morrer

Porque você e eu, nascemos para morrer

Porque você e eu, nascemos para morrer

Peeta. Ele nunca pode sonhar com isso. Entendeu? Nunca. - é o que digo e volto para o trem. Entro no meu quarto e deito na cama ao lado de Peeta. Sinto seus braços me rodearem e me sinto a pior pessoa do mundo ao constatar que estou pensando no beijo de Haymitch.


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