Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 9
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. Sei que demorei e que prometi não fazer mais isso, mas gente, vocês não tem noção. Semana passada/retrasada/essa levei uma notícia bomba e agora eu vou ter que, praticamente, mudar a vida jsavdfjgfv (esclarecendo: meu pai foi transferido e irei mudar de estado).
ENFIIIM, agora vai. Vou tentar cumprir minhas promessas dessa vez. ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO! Ele é tão, mas TÃO importante para a história



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Capítulo 7

“Você tinha quantos anos mesmo? Quatorze, tudo bem, eu sei. Eu tinha acabado de fazer dezesseis e queria mesmo ganhar o campeonato de natação. Estava com tanta raiva. Se lembra disso, não é? Às vezes eu te ligava de madrugada, chorando, me sentindo tão fraco, sozinho. Meu irmão tinha fugido de casa, e era minha culpa. Não, não fala nada. Sei que foi.

Com aquela regra que seus pais impunham, você não queria entrar na água. Então, enquanto você ia para a escola, Johanna, que tinha a mesma idade que você, matou aula comigo. Ela estava me apoiando e realmente torcia que eu ganhasse. Nos encontramos aqui, e eu a ajudei a subir naquela barreira de pedras, ‘tá vendo? A que protege a praia de ondas muito grandes. Bem, a Joh que queria assistir de lá. Pensei que não teria problema, Annie, mas eu ‘tava errado. Porra, como eu ‘tava.

Então comecei a treinar. Meus braços já ardiam pelo nado e os músculos da minha perna latejavam, mas não parei: além de querer fazer meu máximo, a raiva parecia transbordar de mim e se misturar com a água. Ouvia os gritos dela, chamando meu nome, e pensei que era motivação. Que era para eu continuar desse jeito e não desistir.

Foi aí que eu parei para tomar mais fôlego e descansar, boiando na superfície da água salgada. Olhei para a barreira, já erguendo o dedo em positivo para agradecer a Johanna por estar ali comigo, só que não a encontrei.

Annie, ela já estava morta quando consegui tirá-la da água. Não, para vai, olha pra mim. Você tem que ouvir a verdade, você tem que saber. Não pode ficar se escondendo do mundo pra sempre.

Pelo que pessoas me relataram, uma onda se chocou contra ela, a fazendo cair no mar de subsolo rochoso e até meio raso. Nisso já escorria sangue em seu rosto e, acredito que, ela teria sobrevivido se fosse só isso, uns pontos na cabeça, não sei, alguma sequela.

Mas o mar, as ondas, a arrastaram. Como não percebi é o que me pergunto até hoje, Annie. Ela não sabia nadar direito, eu ainda estava devendo umas aulas pra ela. Johanna gritou por ajuda. Eu nem sabia. D-droga, eu nem sab-bia. Penso nela t-t odos os dias, Annie.

Te entendo por me culpar. Eu que a levei a matar aula, a fiz assistir meu treino, me apoiar, eu que a ajudei a subir naquela maldita barreira. Eu que não a salvei.

Mas, por favor. Me perdoa por tudo isso. Não vou te pedir pra esquecer, impossível. É que, Annie, se eu soubesse o que iria acontecer, teria feito tudo diferente. Eu não quero mais te ver nessa bolha, tomando esses remédios contra raiva, me ignorando, sofrendo, porque ela era minha amiga também.

Siga em frente, vai Annie. Por mim, por você. Por ela.”

Point of View – Annie

─ Ela amava você. – foi só o que eu disse, e pensei que poderia ter dito mais. Suas palavras ainda estavam sendo absorvidas por minha mente, a sua dor, angústia. Não sabia que tinha sido assim. Sempre pensei... sempre pensei que Finnick havia empurrado-a.

Sempre pensei que ele a assassinara.

Pude perceber que ele sugou a respiração com força, mexendo-se desconfortavelmente na areia.

─ É. – respondeu. Não nos olhávamos mais. ─ Eu sei.

Solucei, um grande nó se formando em minha garganta, machucando. O choro queria escapar com força, mas eu tentava segurá-lo, fazendo meus olhos arderem com a tentativa falha.

─ Por isso que não consigo... – comecei, baixinho, sem conseguir aumentar o tom cheio de angústia. ─ não consigo... ficar assim, com você. Parece tão... errado.

Eu queria vomitar.

Tão errado.

Finnick suspirou, pude ouvir. Comecei a brincar com a areia e pensei que eu poderia sair correndo e ir para casa, apenas algumas quadras daqui.

Olhei novamente para o mar. Mesmo com a tarde nublada, apertei meus olhos contra a luz que vazava das nuvens.

─ Às vezes, - o moreno disse e o encarei. ─ o errado pode ser a opção mais certa. E, nossa – ele olhou pra mim, divertido. Tinha um sorriso brincalhão em seus lábios e involuntariamente os cantos dos meus se ergueram. ─ isso soou tão tumblr.

─ Sabe, - comecei, me erguendo. Minhas pernas bambearam, mas não cai. ─ nada comigo.

“Shhhh” pensei, tentando impedir os pensamentos a seguir.

Eu poderia dar uma chance a mim mesma.

Ele se levantou, esperançoso. A brisa leve de verão soprou meus cabelos contra o rosto e sorri quando Finnick se pôs em minha frente, seu corpo quase tocando o meu. Ergui um pouco o rosto. Alto.

Ficou meio eufórico, todo feliz de repente. Parecia até que eu tinha lhe dado um milhão de reais.

As pontas de seus dedos dedilharam minha mandíbula, acariciando minha bochecha com o polegar. Seus olhos se perderam em meu rosto e senti meu coração palpitar, bombeando tão forte que fora dolorido. Quando sua boca foi se abaixando, quase se encaixando na minha, detive-o com a mão em seu peito. Ainda não.

─ Só nadar. – lembrei. Ele assentiu, mas, de qualquer maneira, me abraçou apertado, escondendo o rosto na curva de meu pescoço. Seus dedos tremiam em minha cintura.

─ Obrigado. – cochichou em meu ouvido, a voz abafada pela minha blusa. ─ Obrigado.

─ Tudo bem, - sussurrei, meio desajeitada. Mesmo assim, suspirei e apertei o tecido do uniforme em seu corpo contra meus dedos, aliviada. ─ Eu não vou embora.

Não vou.

Point of View – Clove

[“ Mas a prova só é em duas semanas, Kat. – resmungou Clove, meio incomodada pelo fora. Ela arrumou uma mecha de seu cabelo e sorriu. Tudo bem. Nos vemos depois.

Olhei-a indo em encontro de uma moto. Um garoto de capacete a olhava, chamando-a com os dedos. Clove montou o veículo e, recusando a proteção, partiu da escola agarrada a ele em total velocidade.”]

{...}

─ Vai querer mais algo? – perguntou.

Engoli rapidamente e peguei outra batata frita do nosso prato.

─ Hm, não sei. Acho que não.

Com as bochechas cheias, Seneca sorriu. Retirou o sal das pontas de seus dedos e, mesmo com a mesa de madeira da lanchonete nos separando, puxou meu queixo em sua direção, dando um beijo áspero em meus lábios.

─ De qualquer jeito, tem mais coisas para comer lá no meu apartamento. – piscou, malicioso, enquanto engolia mais uma batatinha.

Sorri, mas meio ofendida. Eu já estava no cardápio. Ai, ai, garotos.

─ Na verdade, - disse, engolindo um gole de coca-cola. ─ tenho que fazer um trabalho pesado para amanhã. Química. Um saco.

Seus olhos negros encontraram os meus, duvidosos.

─ Pensei que não ligasse para a escola. – falou, parecendo pensativo.

─ E não ligo. – afirmei. ─ Mas, sabe, também não quero repetir de ano.

Seneca assentiu, sorrindo com apenas um canto dos lábios.

─ Adoro estar na faculdade.

Bati nele com uma batatinha, que se quebrou. Fiz biquinho.

─ Só mais um ano e meio. Me aguarde.– rimos. O moreno pediu a conta e fingi não ter notado sua piscada para a garçonete loira.

─ E aí, como tá o Brutus? – perguntei, puxando assunto.

─ Ah, você sabe, o de sempre. Meu irmão não muda muito.

Ri. É, eu sabia disso.

Se levantando, segurou minha mão quando saí do banco acolchoado:

─ Vem, eu te levo pra casa.

Ainda estava na dúvida. Seneca era um cara legal (depende do ponto de vista), bonitão, da faculdade, fazia de vez em quando meu coração acelerar e eu gostava da sua companhia. E ainda mais: era irmão do Brutus, meu fornecedor. Ou seja, tudo de bom, não é?

Então porque, merda, eu só queria estar com outra pessoa?


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Notas finais do capítulo

Eae, o que acharam? Mereço comentários? Recomendaçõeeees?