Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 10
Capítulo 8




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Como não tô conseguindo escrever as notas, olha: ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO

Oioi galera ♥

Entao, cap passado eu disse que o namorado da Clove era o Plutarch, MAS NÃO É! Foi mal pelo erro! Eu já arrumei!

É o Seneca!

Enfim, aproveitem o cap. No próximo tem o PEEETAA ♥

Bjks

Point of View – Katniss.

Abri mais uma porta, ofegante. Nada. A sala de aula estava vazia, como todas as outras que eu havia procurado. Porra. Cadê ela?

Katniss!

Apurei meus sentidos, pedindo para que ela me chamasse mais uma vez. Assim, quem sabe, eu conseguisse finalmente encontrá-la.

Eu não sabia o que estava acontecendo. A voz de Prim gritava, berrava por minha ajuda nos corredores da escola, ecoando pelas paredes brancas cobertas de armários. Minhas mãos, trêmulas, agarravam cada maçaneta pela frente e a empurrava, com a maldita esperança de achar a garota loira em alguma classe.

Eu quase podia sentir tudo ao meu redor rodando, me deixando tonta e com uma alta vontade de vomitar todo o meu almoço – mesmo eu nem me lembrando se havia realmente almoçado . Comecei a correr.

Quando alcancei a porta dupla do refeitório e a abri, gritei. Bem alto, arranhando minha garganta com a voz estrangulada.

Ela estava ali – céus, parecia tão pequena, encolhida sob a mesa – com sangue manchando seus cabelos pálidos. Continuava chamando pelo meu nome, mesmo seus olhos perdidos terem encontrado os meus por alguns segundos.

Katniss. – e só nesse momento percebi uma terceira pessoa. Era um garoto mais velho, alto e musculoso, de braços enormes. Seu rosto era embaçado.

O reconheci. Seu nome piscava e berrava dentro de minha cabeça, mas não conseguia dizê-lo, nem lembrar-me qual era. Só que estava lá, tentando ser visto.

Era o agressor.

Katniss? - a voz era forte, curta e grave. Ele ergueu uma arma em minha direção, seu dedo mal entrava no gatilho. Senti um arrepio subir meu corpo, o coração palpitar tão forte que cheguei a ofegar de adrenalina. Eu estava apavorada. Prim gritou, me fazendo dar um sobressalto pelo som agudo de sua voz em meio do barulho de bombeamento dentro dos meus ouvidos. Katniss, seja corajosa.

E foi só dor, dor, uma dor estranha. Porque meu corpo caiu no chão com o disparo, a bala cravada em meu peito, e eu me contorcia contra o piso frio molhado de sangue – meu sangue ─, mas o que eu sentia era um vazio, como se eu tivesse que sentir algo, só que não conseguia.

Acordei.

─ ‘Tá tudo bem, Kat. – sussurrou minha irmã, acendendo as luzes do quarto. Ela continuava brava comigo por causa de Peeta Mellark, mas eu percebia em sua voz o esforço para deixar tudo pra lá.

Eu estava assustada. Minha blusa do pijama grudava em minhas costas suadas, eu sentia meus dedos tremerem mesmo eu tentando controlá-los. Prim se sentou diante de mim, cansada. Acolheu minhas mãos entre as suas, segurando-as para me acalmar. Havia sombras sobre seus olhos claros e a boca se comprimia em uma linha tensa.

─ ‘Tá tudo bem, Kat. Volta a dormir, ok? Temos aula amanhã... bem, hoje. – suspirou.

Eu a encarei por alguns segundos, observando sua postura. Primrose é uma irmã muito melhor que eu, sempre tão paciente e atenciosa. Eu nunca conseguiria me igualar ao seu nível. Às vezes, nas noites em que não consigo relaxar para dormir, ouço-a murmurar de madrugada. Se remexer sob os lençóis, chorar baixinho. E eu nunca a acordei para confortá-la e sussurrar palavras doces, como faz comigo. Por quê? Por que não posso ser boa igual a ela?

─ Desculpa, Prim. – foi o que eu disse. Só isso. Desculpa. Que pessoa de merda eu sou.

Ela sorriu, tão pura e inocente. Sorriu e, quando estava escalando a escada para subir em sua cama na beliche de cima, eu a chamei.

─ Desculpa mesmo, Prim. Prometo que não vai mais acontecer.

E ainda por cima de todo meu lamento, eu minto.

A loira piscou um de seus olhos azuis para mim, sorrindo forçada.

─ Vou apostar nisso, mana.

Suspirei e me virei contra a parede lilás do quarto, fechando os olhos. Claro que não voltei a dormir.

[...]

Point of View – Clove

Cheguei em casa duas da madrugada. Estava frio, mas eu usava shorts e chinelo. Entrei com cuidado, tentando não fazer a porta ranger ou pisar no degrau quebrado da escadaria de madeira. As luzes estavam apagadas, mas iluminei o piso com a tela do meu celular. Já estava no meio do caminho ao meu quarto, quando ouvi um pigarrear alto e grave.

Congelei.

Porque era uma voz de homem e eu só morava com a minha mãe.

Mas, antes mesmo de eu me virar para olhá-lo, já sabia quem era.

Dei meia volta, iluminando seu rosto com a pouca luz que eu tinha. Ele semicerrou os olhos, incomodado. Sorria, aquele seu sorriso podre e nojento, de como ele fosse arrancar suas roupas ou te sufocar.

Ele me mata só de me olhar.

─ O que você está fazendo aqui? – grunhi. Meus dedos se apertaram de raiva e eu sentia o sangue se espalhando por meu rosto. Eu queria espancá-lo.

─ Eu ainda tenho as chaves. Não está feliz em me ver? – sorriu, erguendo um copo de vidro em suas mãos. Estava bebendo algo acastanhado, como cachaça. Que nojo eu tenho de você, que nojo!

Não respondi. Como eu conseguiria mandá-lo embora?

Clove? Não vai responder seu próprio pai?

─ Você nem é meu pai. – falei. E era verdade, eu me lembro. Esse mesmo homem havia dito isso, em meu aniversário de quinze (*para quem não se lembra, capítulo 5*), antes de ir embora e sumir para sempre (bem, pelo menos durante dois anos). Não senti sua falta.

Ele deu dois passos em minha direção, erguendo a bebida cambaleante. Ai meu Deus, ai meu Deus.

O barulho foi alto e estridente: o copo de vidro se partindo contra a parede atrás de mim, em vários cacos brilhantes e pequenos, afiados. O líquido escorreu da mesma, manchando a tinta branca.

Meu coração palpitou, revirou, machucou. Eu estava com tanto medo. Senti uma ardência em meus olhos, que ameaçavam a chorar.

Sua mão, pesada, agarrou meu pescoço, pressionando-me contra a parede. Alguns caquinhos do vidro, grudados onde o copo se quebrou, apertavam a minha cabeça, ferindo, cortando. Dor, dor, dor.
Eu
não
consigo
respirar.

Snow tentei falar, minha voz saindo esganiçada pelo aperto. ─ Por f-favor. Desculpa.

Meus dedos procuraram o tecido de sua camisa, mas eu não tinha forças para empurrá-lo nem afastá-lo.

Eu te criei. Desde que você nasceu, eu sempre estive lá, não qualquer merdinha que nem te conhece, garota! Mostre um pouco de respeito.

Arfei. Minha visão já começava a embaçar, mas de qualquer modo, a única coisa que pensei foi “vá pro inferno”.

D-descul...pa!

Snow sorriu. Soltou sua mão de meu pescoço e meus joelhos cederam: eu caí no chão coberto de vidro estilhaçado. Respirei fundo, tentando recuperar o tempo. Meus joelhos e cabeça ardiam por estarem cortados, mas me senti aliviada pelo ar que agora entrava em meus pulmões, mesmo com sangue escorrendo dos meus machucados.

Preciso sair daqui. Preciso sair daqui. Preciso sair daqui.

Eu vou sair daqui.

─ Só passei para dar um ‘oi’. ─ ele sorriu. ─ E beber. ─ Snow pegou a garrafa de bebida alcoólica e cambaleou até a porta de entrada. Virou-se e me encarou, no chão e toda ensanguentada. Ele ergueu em seus dedos um conjunto de chaves, que tintilou. ─ Aqui, tudo é de graça. – piscou. ─ Manda um beijo pra sua mãe, filhinha.

A porta se fechou com força, fazendo eu me arrepiar com o barulho. Meu celular devia ter caído em algum momento do ataque, a tela se partiu no piso.

Agora estava tudo escuro. Sozinha.

Clove? – demorei um tempo para perceber que era comigo. A voz, calma e manhosa, me chamava dentro da casa. Eu havia dormido? Não me lembro. Quanto tempo teria se passado desde que Snow estava aqui em casa? ─ Clove?!

Ergui o olhar. Meus olhos ardiam pelo choro, eu sentia minhas bochechas e cabelos molhados pelas lágrimas. Não. Eu não dormi. Como poderia?

─ Clove!

Olhos verdes, tão parecidos com os meus, penetraram-me. Minha mãe agarrou meus ombros, me chacoalhando com força. Comecei a chorar mais.

O que aconteceu, garota?! – ela gritou. Não grite. Não fale assim comigo. Me deixe aqui, sozinha. Não comece a se importar agora.

─ S-Snow – engasguei. Eu sabia que não devia contar, mas estava tão assustada. Eu precisava de um pouco de conforto, precisava ouvir que tudo ficaria bem.

Senti seus braços me envolverem e gemi quando movi minha cabeça para encostá-la em seu ombro. Arde.

E, mesmo com todo o problema, fui egoísta o suficiente para pensar “eu estou abraçando a minha mãe” e esquecer que um maníaco podia entrar em casa, a qualquer momento.

─ Vem, eu vou cuidar de você. – ela sussurrou, desencilhando de meus braços e tentando me erguer. Meus joelhos palpitavam e o sangue já havia manchado o chão.

Olhei para o relógio da cozinha, enquanto eu tentava me sentar no balcão. Quatro da manhã.

Isso que dá se encontrar com o irmão do seu namorado de madrugada. Brutus ficaria me devendo essa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviiiews? Recomendam? (não custa tentar rsrs) SAHKHSGDF