Magic Mirror escrita por Juliet Rivers
Notas iniciais do capítulo
Yo minna-san ^^
Esse capitulo ficou mais curtinho mas espero que gostem
Enjoy~
Acordei em uma cama confortável, com milhares de travesseiros fofinhos ao meu redor. Um sorriso se formou em meus lábios quando eu me lembrei da noite anterior.
Me levantei e coloquei um vestido verde simples. Saindo do quarto assim que terminei de arrumar meu cabelo.
– Bom dia. – Ouvi sua voz atrás de mim e me virei.
– Bom dia. – Respondi retribuindo seu sorriso.
– Está com fome? – Indagou vindo até mim.
– Não muita...
– Mas é melhor comer, temos várias coisas para fazer hoje. – Fiz uma careta e ele riu. – O que foi?
– Sempre que me dizem isso, significa que eu tenho um dia inteiro de lições horríveis e chatas. – Eu contei e ele negou com a cabeça.
– Não teremos lições hoje, só se você quiser. – Falou e eu neguei fortemente. – Então, o que quer comer?
– Panquecas de banana. – Pedi sem nem pensar direito. Ele estalou os dedos e nós fomos transportados para o jardim, onde uma mesa já estava arrumada com pratos com panquecas fofinhas e xícaras com chá de jasmim, meu preferido. – Como você faz isso?
– O que? – Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse, sentando-se na outra cadeira, à minha frente.
– Sempre sabe quais são minhas comidas, músicas ou até minha cor favorita. – Respondi e ele pareceu surpreso.
– Mesmo? São seus preferidos? – Perguntou, sorrindo para si mesmo quando eu assenti. – Eu estava sempre pensando em qual seria o meu favorito... Que coincidência estranha, não é? – Riu e eu o acompanhei.
As panquecas estavam maravilhosas, assim como o chá. Os pássaros cantarolavam em algum lugar por perto e eu me sentia mais feliz do que nunca.
– O que quer fazer? – Perguntou ele de repente.
– Bem, tem uma coisa que eu sempre via as crianças fazendo e que eu queria fazer... – Falei e ele pareceu ficar curioso.
– O que é?
– É um jogo um pouco bobo... – Me levantei e fui até ele, tocando em seu ombro. – Está com você! – Gritei e saí correndo pelo jardim. Me virei e ele ainda estava parado ao lado da mesa com uma expressão confusa. – Agora você tem que correr atrás de mim!
– Por quê? – Gritou de volta.
– Se você me alcançar, é a minha vez de correr atrás de você. – Respondi. Ele deu de ombros e começou a correr extremamente rápido.
Passei pela entrada do castelo a toda velocidade e disparei pelos portões. Não tinha a menor ideia de onde estava indo, e isso apenas me fazia correr mais rápido. A sensação do vento batendo no meu rosto e jogando meu cabelo para trás, minha respiração ofegante, minhas pernas tocando o chão enquanto tudo atrás de mim ficava cada vez menor... Quantas vezes eu tinha desejado aquilo?
– Peguei! – Ouvi alguém gritar e em seguida, eu caí na grama. – Ganhei. – Nós dois rimos.
– Tudo bem, você ganhou. Pode sair de cima de mim agora? – Pedi ainda rindo levemente. Ele corou e me soltou, deitando na grama ao meu lado. – Foi divertido.
– Sim. – Concordou suspirando. – É Len. – Falou repentinamente.
– O que? – Me sentei e ele fez o mesmo, olhando em meus olhos.
– Meu nome. – Disse baixinho. – Len.
– É um nome bonito. – Falei e ele riu levemente. – Por que não queria que eu soubesse?
– Porque eu não podia me aproximar de você. – Confessou.
– Eu... não entendo. – Falei com sinceridade. Não compreendia porque ele não podia se aproximar, já que ele veio atrás de mim.
– Tem muitas coisas que você não entende ainda. Mas eu não posso contar. – Len disse me deixando ainda mais confusa. O que eu não sabia?
– Me conte. Por favor. – Pedi e ele negou com a cabeça. – Eu desejo que você me conte. – Recorri ao meu último recurso, me arrependendo no mesmo momento, ao ver a expressão de tristeza que ele fez. – Len, eu...
– Me desculpe. – Falou correndo para longe.
– Eu retiro! Por favor! Len! – Me levantei para correr atrás dele mas minhas pernas fraquejaram. – O que...? – Senti lágrimas escorrerem por meu rosto, e eu tinha certeza de que, dessa vez, não era por causa das minhas pernas.
Voltei a me deitar na grama e comecei a chorar alto, como nunca tinha chorado antes. Eu tinha estragado tudo. E pior ainda, tinha magoado Len, que só quis me ajudar.
A dor em minhas pernas parou e eu consegui senti-las novamente. Fiquei de pé e voltei lentamente para o castelo, evitando olhar para o outro castelo que ficava logo ao lado.
Passei pelos portões e fiquei caminhando pelo jardim. Até o céu pareceu perceber minha tristeza, mudando seu tom azul claro para cinza escuro. Em um segundo a chuva leve e suportável que caía se transformou em uma tempestade horrível, me forçando a entrar.
Fui até meu quarto e troquei meu vestido sujo e molhado por um seco. Deitei na enorme cama com dossel e abracei os travesseiros, me sentindo mais sozinha do que nunca.
Ouvi uma batida fraca na porta e me sentei na cama.
– Len? – Perguntei indo até a porta.
– Sim. – Ele respondeu. Com um certo esforço, já que as portas eram extremamente pesadas, eu abri uma delas e olhei para a figura sentada no chão em frente ao meu quarto.
– O que você está fazendo aí? – Indaguei confusa. Ele se levantou e antes que eu pudesse ter qualquer reação, me abraçou.
– Desculpe por ter fugido. – Disse e eu me senti ainda pior. – Mas eu...
– Eu que devo pedir desculpas, se eu não tivesse te forçado a me contar você não teria fugido. Então, me desculpe. – Falei retribuindo o abraço.
– Mas você está certa, esconder a verdade não vai adiantar em nada. – Ele me soltou e estendeu a mão para mim.
Peguei em sua mão, já sabendo o que esperar. Senti aquele aperto no estômago que agora já tinha virado algo comum e em um piscar de olhos estávamos na sala que eu via do outro lado do espelho.
As paredes de um tom roxo escuro com detalhes prateados, o piso frio de pedras, os objetos esquisitos que eu nunca conseguia reconhecer contribuíam para deixar aquela sala ainda mais misteriosa.
– Antes de conhecer você, eu era o príncipe daqui. Mas eu menti quando te disse que entendia como você se sentia. Eu não sabia o que era a tristeza, todos os dias da minha vida eram ótimos e eu era a pessoa mais feliz do mundo. – Contou olhando pela janela. – Então um dia um homem entrou no castelo carregando um espelho. “Qual é a razão da sua felicidade? Pergunte ao espelho mágico.” Foram suas palavras.
Olhei para o espelho enorme que não refletia imagem alguma e sim mostrava o sótão de minha casa.
– Eu fiquei cada vez mais curioso e finalmente perguntei ao espelho. Imediatamente, ele me mostrou uma garota que não podia andar, que era ignorada pelos pais e que sonhava com a felicidade. – Como se pudesse ouvir, o espelho mostrou as várias vezes em que eu me escondia no sótão, chorando inconsolavelmente, completamente sozinha. – O homem disse que era um feiticeiro e que a garota que eu via no espelho era real. Desesperado para mudar aquilo, eu pedi que ele me ensinasse o que ele sabia, para que eu pudesse te fazer feliz também.
– Você... – Comecei mas me impedi. Ele tinha desistido da própria vida para me fazer feliz.
– Tudo é invertido no outro lado do espelho. Enquanto eu fosse feliz, você seria triste.
– Então se eu for feliz, você será triste também. – Afirmei sentindo um aperto no coração quando ele assentiu. – Mas... Deve ter algum jeito de reverter isso!
– Eu já li todos os livros dessa sala. Não tem como acabar com essa maldição. – Disse melancólico.
– Len, você está triste agora não está? – Perguntei. O garoto assentiu, confuso. – Eu também estou! Pronto, a maldição está quebrada!
Ele deu uma risada amarga e olhou em meus olhos.
– Rin, não é fácil assim. – Murmurou. – Essa maldição reverte nossos destinos. Mesmo que você esteja triste nesse momento, lá no fundo você ainda está feliz por eu ter realizado seus desejos, não é? – Eu queria negar e dizer que era mentira, mas bem no fundo, eu ainda me sentia feliz.
Pela primeira vez eu quis voltar a ser triste.
Ficamos em silêncio pelo que me pareceu uma eternidade. Constantemente, eu abria a boca para tentar confortá-lo, voltando a fechá-la no mesmo instante.
– Isso não é justo. – Murmurei olhando para o chão.
– Não. – Ele concordou. Olhei para o enorme livro aberto em uma mesa no canto do quarto e tive uma ideia.
– Me ensine magia então. – Pedi e ele me olhou com uma expressão confusa. – Talvez assim consigamos reverter esse destino.
Ele pareceu pensar por um tempo, andando pela biblioteca sem prestar atenção em onde ia.
– Talvez dê certo, mas... – Ele parou e olhou para o espelho. – Não. Não vai funcionar. – Suspirei e me sentei em uma cadeira qualquer, sentindo um cansaço repentino. – Está tarde, amanhã conversamos. Boa noite, Rin. – Antes que eu pudesse protestar eu já estava de volta ao meu quarto.
Me troquei e deitei na cama, já arrumada, pensando em como poderíamos quebrar essa maldição que nos perseguia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí? Será que eles conseguem quebrar a maldição em tempo?
Comentem e façam uma certa loira mais feliz okaay?
Kisussssssssssss, jyaa!