Magic Mirror escrita por Juliet Rivers


Capítulo 2
Desejos


Notas iniciais do capítulo

Minna-san, konichiwaa ^^
Entããõ, desculpem pela demora mas eu não conseguia terminar esse capitulo do jeito que eu queria por isso a demora
Espero que gostem do segundo capitulo de Magic Mirror (;



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Pela primeira vez em muito tempo eu acordei realmente animada. Mal tinha conseguido dormir com medo de tudo ter sido apenas um sonho. Mas agora eu podia ter certeza, e isso me apavorava.

O que eu faria se nada fosse verdade? E se foi mesmo um sonho?

Não conseguia mais esperar e estendi a mão para tocar o sino que ficava ao lado da minha cama.

– Rin-sama, já acordou? – A governanta perguntou surpresa e eu sorri.

– Me ajude a me trocar! – Pedi e ela me olhou com uma expressão estranha.

– Está doente? – Colocou a mão em minha testa, para checar se eu estava com febre e eu neguei com a cabeça. – Muito bem então. – Escolhi um vestido lilás e ela me vestiu.

Andei decidida até a porta, ignorando a dor em minhas articulações, com o coração batendo rapidamente em expectativa.

– Rin-sama, onde está indo? Você ainda não tomou o café da manhã! – Ela me lembrou e eu parei.

– Estou sem fome! – Menti e meu estômago roncou no mesmo minuto.

– Claro que está. Sente-se, vou pedir que preparem algo para você comer. – Falou saindo do quarto.

Sentei na mesa perto da janela e suspirei. Queria ver o mágico mais do que qualquer coisa. Precisava ter certeza de que o encontro foi real e não fruto da minha imaginação.

Uma das empregadas entrou com meu café e eu engoli tudo rapidamente, nem prestando atenção ao que era.

– Rin-sama, se está com tanta fome eu posso fazer mais... – Ela disse e eu neguei fortemente.

– Não precisa! Eu estou bem! – Falei e ela não pareceu se convencer, mas assentiu mesmo assim, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

Esperei alguns minutos, ainda sentada inquieta na cadeira, e saí também, seguindo para a área oeste da casa enorme. Subi as escadas e entrei no quarto apertado e sujo do sótão.

Olhei para o espelho e senti meu coração dar um pulo ao reconhecer o mágico sentado ali. Ele ergueu os olhos e sorriu para mim.

– Você voltou. – Disse e eu sorri, indo até ele.

– É claro que eu voltei! – Me sentei no chão à sua frente e olhei para suas mãos. – O que é isso?

– Ah, isso? – Ele me mostrou algumas bolinhas de vidro pequenas e eu assenti.

– Para que serve? – Perguntei curiosa. Ele olhou para mim de um jeito engraçado, levantando uma sobrancelha e jogou as bolinhas para o ar, movendo-as com os dedos. – Uau! Mas isso é impossível!

– Se eu estou fazendo, como pode ser impossível? – Riu e eu ri também, olhando para as bolinhas coloridas flutuando no ar.

– Ei... Está tudo bem se eu te chamar de meu... amigo? – Perguntei olhando para minhas mãos.

– É claro. Afinal, somos amigos, não é? – Disse e eu olhei para seus olhos azuis celestes. – Mas eu ainda não sei seu nome.

– Rin. – Me apresentei e ele assentiu. – E o seu?

– Me chame só de mágico. – Sorriu enigmático.

– Mas isso não é justo. Você sabe meu nome, porque não posso saber o seu? – Indaguei colocando as mãos na cintura.

– Vamos fazer assim: um dia eu te conto qual é meu nome, tudo bem? – Propôs e eu assenti.

– Qual é o sentido de fazer segredo então?

– Você vai entender um dia.

Não entendi o que ele quis dizer com aquilo mas concordei, afinal, não queria brigar com meu amigo logo de cara.

– Como é onde você vive? – Perguntei e ele olhou para a sala atrás de si, que eu percebi que não era como a minha. O quarto era um pouco maior e muito bem decorado, com alguns objetos que eu não reconhecia muito bem, mas que com certeza não pareciam pertencer à essa época.

– Bem, é um tanto solitário. Eu sou um príncipe, vê? – Ele apontou para uma coroa que estava em cima de uma almofada vermelha em um canto do quarto. – Então nunca posso sair do castelo. Tenho que ter lições e lições o dia todo. Nunca posso sair para brincar ou fazer coisas normais.

– Eu também não. – Disse triste. – Já faz anos desde a última vez que eu saí dessa casa. Eu tenho uma doença nas pernas e por isso não consigo andar sem tropeçar ou escorregar, então meu médico me proibiu de sair. A única coisa que eu faço é desenhar e tocar piano o dia todo.

– Você desenha? – Perguntou e eu assenti. – Posso ver seus desenhos? – Pediu e eu gemi levemente.

– Estão no meu quarto. Amanhã eu trago para você ver. – Garanti e ele assentiu, sorrindo.

E assim vários dias se passaram. Eu acordava e vinha diretamente para o sótão, onde ele sempre me recebia com um sorriso. Passávamos as tardes conversando e brincando de todo o tipo de brincadeiras que conhecíamos. Eu o ensinei a desenhar e ele me ensinou a reconhecer as constelações.

– Você é meu primeiro amigo, sabia? – Revelei um dia. Ele olhou para mim surpreso e eu dei de ombros.

– Como assim? Você nunca teve nenhum amigo?

– Nunca. Eu não posso sair, assim como ninguém pode entrar. Ninguém vem me visitar. As únicas pessoas que eu conheço, além dos meus pais, são os empregados e meus professores. – Contei olhando para o chão.

– Que triste... – Falou e eu concordei. – Mas eu sou seu amigo agora! E como seu amigo, eu vou realizar todos os seus desejos! – Ele se levantou e sorriu para mim.

– Mesmo? – Pensei por um segundo. – Você pode... dizer meu nome? – Pedi e ele riu.

– Isso é muito fácil, Rin. – Meu coração se aqueceu mais uma vez e eu sorri de volta, me levantando também e imediatamente sentindo as pontadas de dor. – O que mais?

– Eu queria que minha doença fosse curada, e que eu pudesse andar normalmente. – Disse baixinho, mas ele ouviu e assentiu, fechando os olhos. Senti uma onda de calor passar pelo meu corpo e ir diretamente para minhas pernas, cessando a dor.

– Tente andar. – Falou e eu o fiz, rindo quando não tropecei nem senti dor alguma.

– Funcionou! Eu estou curada! – Ri e ele pareceu satisfeito consigo mesmo. – Muito obrigada! Eu nem sei como eu poderia te agradecer.

– Te ver feliz já é o bastante. – Respondeu ele, colocando a mão contra o espelho. Coloquei a minha na frente da sua e sorri.

Por um segundo ficamos apenas ali, olhando nos olhos um do outro com sorrisos de felicidade nos lábios. Mas então, senti minha mão ficar quente e a superfície lisa do espelho sumir e em seu lugar, dedos de outra pessoa se entrelaçar nos meus.

Ergui o olhar e percebi que minha mão estava atravessando o espelho.

– Como... – Não consegui terminar a frase. O mágico me puxou e antes que eu percebesse havia atravessado completamente o espelho. Saí no quarto bonito que eu tinha visto antes e ele pareceu ficar ainda maior agora que eu estava realmente ali. – É aqui que você vive?

– Sim. Venha, eu vou te mostrar o castelo. – Ele estendeu a mão para mim e eu a peguei, deixando que ele me levasse. – Ah, mas se alguém te encontrar com essas roupas com certeza vão desconfiar. – Disse olhando para meu vestido. Estalou os dedos e meu vestido roxo claro que chegava até os joelhos se transformou em um lindo vestido longo de estilo medieval.

Ele me guiou pelo enorme castelo e eu não pude evitar as expressões de surpresa que fazia quando entrávamos em algum quarto ou quando ele fazia algo se arrumar ou se mover com magia.

Sentamos em um jardim repleto de flores de todos os tipos e eu olhei para o céu.

– Sabe, quando eu era criança, eu sempre sonhei em ser uma princesa e viver em um castelo. – Contei rindo levemente.

– Mesmo? – Indagou e eu assenti, ainda olhando para as nuvens. – Então feche os olhos. – Pediu e eu arqueei uma sobrancelha, fechando os olhos.

Senti a grama em que eu sentava sumir e dar lugar a algo mais sólido e um pouco confortável, parecia uma cadeira.

– Agora, abra os olhos. – Ele disse e eu o fiz. Deixei escapar um suspiro assim que olhei para o enorme salão à minha frente. Absolutamente tudo, desde as paredes brancas com detalhes dourados que formavam espirais abstratos, o piso de mármore polido, as janelas em estilo gótico que iam do chão quase até o teto, que era extremamente alto, os lustres de ouro que pendiam acima de nós, lançando uma luz fraca que se misturava com os últimos raios de sol do dia, até o trono magnífico no qual eu me sentava era exatamente igual ao que eu sempre tinha imaginado.

– Você gostou? – Perguntou em expectativa e eu sorri.

– É tudo perfeito! Como você sabia...? – Indaguei e ele deu de ombros, rindo levemente. Estendeu a mão para mim e me ajudou a ficar de pé.

– Venha, quero te mostrar tudo. – Disse e eu assenti, ansiosa para conhecer meu castelo.

Assim como o salão principal, os outros cômodos eram decorados em branco e dourado. As colunas, os móveis, até mesmo as pinturas que decoravam os quartos eram idênticas aos meus desenhos. Cada porta que se abria dava início a mais uma série de suspiros e elogios.

– Fico feliz que tenha gostado. – O mágico falou enquanto eu tocava uma melodia lenta no piano da sala de música.

– Eu amei! Absolutamente tudo! – Afirmei, rindo baixinho ao ver o quanto ele estava orgulhoso de si mesmo.

– Rin, você dança comigo? – Pediu e eu parei de tocar, olhando em seus olhos gentis.

– Mas se eu dançar com você, quem irá tocar? – Perguntei e ele apenas riu, pegando minha mão mais uma vez.

Ficamos em posição e eu senti meu coração bater cada vez mais rápido.

– Eu não sei dançar. – Confessei, olhando para o chão. – Como eu não podia andar normalmente, nunca aprendi a dançar.

– Isso não será problema. – Sorriu e eu senti o ar me faltar quando ele nos transportou para a sala principal em um piscar de olhos.

Com um aceno das mãos, uma orquestra completa apareceu e começaram a tocar uma música que eu reconheci como uma valsa. Meu vestido se transformou mais uma vez, ganhando mais camadas e detalhes e mudando do tom lilás para o azul marinho, minha cor favorita. Meus cabelos se arrumaram em um coque baixo e algo pesado foi colocado em minha cabeça.

Olhei para meu reflexo em um dos espelhos espalhados por lá e sorri ao ver a coroa prateada reluzindo com a luz do sol.

– Me concede a honra desta dança? – Ele perguntou estendendo a mão enquanto se curvava levemente.

– É claro. – Respondi retribuindo a mesura. Coloquei minha outra mão em seu ombro, enquanto a sua ia para minha cintura. Antes que eu pudesse me preocupar com o fato de não saber dançar, já estávamos nos movendo em círculos pelo enorme e majestoso salão. – Ah, eu preciso voltar para casa! – Me lembrei notando que o céu havia escurecido.

– Não se preocupe, eu já cuidei para que eles não notem que você está aqui. – Disse enigmático. Mesmo curiosa para saber o que ele tinha feito, deixei o assunto de lado.

Jantamos juntos e pela primeira vez em muito tempo eu comi até não conseguir mais. A comida insossa que cozinhavam para mim era ainda pior se comparada ao banquete que tivemos.

– Feche os olhos, tenho mais uma surpresa para você. – Pediu e eu sorri, fechando os olhos. Estremeci de leve quando senti o vento frio em meus ombros. – Pode abrir.

– Onde estamos?

– No meu lugar preferido. – Respondeu e eu notei que estávamos em uma espécie diferente de biblioteca. Livros preenchiam as estantes que rodeavam o quarto. O lugar não possuía uma única janela, o que me deixou um pouco confusa já que eu sentia frio. Olhei para cima e então percebi o motivo. A biblioteca era também um observatório. O teto era todo de vidro, como uma enorme janela, e estava parcialmente aberto, para que pudéssemos ver claramente o céu noturno.

– Uau! Isso é... lindo. – Disse ao ver as milhares de estrelas que se espalhavam pelo céu escuro.

Ficamos ali por um bom tempo até eu adormecer, com um sorriso no rosto, sentindo braços me envolvendo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Eu ainda estou meio em dúvida do que quero com essa fic, mas estou fazendo meu melhor ^^ espero que estejam gostando!
Comentem o que gostaram o que não gostaram e etc okaay?
Kisusssssssss, jyaa!
Juli~



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