When I Met You escrita por Lara Ushiromiya


Capítulo 2
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente :3 aqui está um novo capítulo.
Espero que gostem :333333

Dedico-o aos leitores que comentaram, esses fofos o3o
Enjoy~~



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Acordei com os raios solares que adentraram meu quarto e me avisaram um novo dia. É uma manhã de domingo. Levantei lentamente e me espreguicei. Não sei direito que horas são, mas quero sair de casa e sentir o ar puro do dia que começa. Peguei meu celular na cômoda ao lado e disquei o número de Caio.

Caio é meu melhor amigo já fazem dois anos. Um garoto gentil e atencioso, hiperativo e alegre em todos os momentos que o vira até agora. Porém é impulsivo e não pensa em suas ações, muito menos nas consequências de seus atos. Mas além de tudo, eu realmente acredito que ele é uma boa pessoa. Realmente confio nele. Afinal, todos temos os nossos defeitos, né?

Acordei de meu devaneio momentâneo com um grito vindo do telefone que eu esquecera que estava chamando.

–Felipe? Tá aí? - ouvi sua voz conhecida me chamar.

–Anh.. Tô sim, desculpe- respondi, sacodindo a cabeça para afastar os pensamentos que me escapavam e tiravam a atenção.

–E então...- ele esperava.

–Então o que?- eu não entendi.

–Pra que você me ligou, criatura?

–Ah... É mesmo.. Haha, me desculpe, meus pensamentos andam meio vagos por isso parece que não estou prestando atenção. Enfim, queria saber se a gente podia ir para algum lugar hoje, como nosso último dia de férias.

–Ah, claro que podemos!- fui respondido com entusiasmo e pude sentir a felicidade de Caio daqui.- para aonde vamos?

–Hm... vamos a um parque de diversões?

–Claro! Por que não, né? Vai ser legal sair com o meu caçulinha.

Dei um sorriso triste.

–Então... te busco às três. Até lá- e desliguei o telefone.

.

Por que não era a mesma coisa?

.

Descobri que posso aprender a gostar das pessoas. Mas me condicionar a gostar de uma pessoa que eu simplesmente aturaria não é injusto? Talvez. Mas nada é justo. A vida é injusta. E eu aprendera isso da pior maneira possível.

Meus pensamentos e angústias me trancam em um mundo que é só meu, onde sofro sozinho. Creio eu, ninguém que está ao meu lado atualmente pode me ajudar. Então acostumo-me com esses pensamentos desconfortáveis e cruéis que me atormentam todo dia. Mas não é bom ficar remoendo o passado. Não que eu goste disso, é bem pelo contrário, mas as memórias se tornam um obstáculo para seguir em frente, se intrometendo sem permissão em minha vida.

Mas hoje, só hoje, eu queria curtir.

Queria.

Saí do quarto, com um sorriso de plástico na cara - mais falso do que eu me permitiria admitir - e fui cumprimentar meus tios.

Chegando na cozinha, senti o habitual cheiro de macarrão à bolonhesa que me dava água na boca. O dia havia começado realmente bem hoje. Olhei as horas: dez para as duas. Pedi a bênção para meus tios e dei um abraço em cada um. Eles também haviam acordado de bom humor. Fui trocar minha roupa e coloquei uma camisa azul e uma calça preta. Fui almoçar para depois sair.

Saindo de casa, encontrei-me com Caio que me dedicou um de seus melhores sorrisos. Sabe quando falam que alegria é contagiosa? Pois é.

Chegamos no parque de diversões. Eu, por ser anos mais novo que ele, apesar de estarmos no mesmo ano no colégio, aproveitava mais os brinquedos. É tão bom ter um dia de descanso. Quando ambos ficamos cansados de tanto brincar, saímos do playground e fomos pra um lugar mais afastado, onde tinha algumas árvores e canteiros, um local ótimo para , claro, se fosse mais cedo, fazermos um piquenique.

Sentamo-nos embaixo de uma árvore linda. Eu havia trazido algumas cerejas, e nós as comemos de bom-grado. Eu já não tinha tido um dia tão bom há muito tempo.

–Aaah! Que ótimo dia foi hoje, Caio! Nós podíamos repetir isso qualquer dia e... -repentinamente um barulho foi ouvido. Vi a sombra de um garoto sair de trás de uma árvore perto da que estávamos sentados. Meu coração falhou ao perceber que o desconhecido possuía as mesmas características de quem eu ainda tinha a mínima - quase inexistente - esperança de que voltasse. A única coisa que me restou a fazer foi correr por impulso atrás da menor fagulha de fé à alguma coisa que me restasse na vida. O garoto, percebendo que eu tinha-o descoberto, saiu correndo de minha vista.

Se eu sou incapaz de esquecer, melhor correr atrás, não?

.

A resposta correta nesse caso seria não, mas eu desconhecia esse fato.

.

Saí correndo como um louco, esquecendo de tudo. Eu precisava olhá-lo, falá-lo tudo, eu precisava tocá-lo. Com a adrenalina do momento o alcancei e segurei seu braço. Relutantemente ele parou de correr e ficou em minha frente. Olhando para o chão.

–Olhe... Eu- comecei a dizer, mas minha fala foi cortada pela sua mão, que tampou minha boca.

–Não fale. Eu não sou a pessoa que você conheceu. Não pense que poderemos ter alguma coisa, nem amizade. Pirralho. - ele parecia estar se convencendo do mesmo, apesar de sua voz estar embargada. Cuspiu essa última palavra na minha cara e levantou o rosto.

Essa frase foi como um tapa na cara.

Só assim eu percebera. Ele estava totalmente diferente. Ainda tinha aquele olhar doce, porém camuflado por uma aura selvagem e dura e olheiras gigantescas abaixo dos olhos. Parecia que não dormia há semanas. Me olhava de uma forma quase sádica, apesar de parecer indeciso. Sua pele estava lotada de cicatrizes, que foram adquiridas provavelmente depois que me deixara. Seu estado era ... deplorável. Mas mal tive tempo para perceber essas coisas, pois ele saiu andando sem ao menos dar-me satisfação e a ponta de compaixão e carinho que sentira foi transformada em urgência. Segurei-o pelo braço e decidi que, se ele havia dito isso, é por que claramente não era horário de cerimônias nem agradecimentos. Decidi ser breve, e com uma ponta de remorso e irritação na voz, perguntei.

–Er... Qual é seu nome? Ele riu sinicamente, chegou perto de mim e sussurrou, no pé de minha orelha:

–James. James Parker. Vamos nos reencontrar mais rápido do que pensa, pirralho.

Sua voz misturava uma súplica, incompreendida por mim, com ironia e desdém. Algo solitário, desesperado.

.

E lá vou eu para casa, perdendo a segunda chance que tinha de agradecer quem eu mais queria.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :c fiquei meio triste ao escrever esse capítulo...
Enfim, até mais... XD

Ah, e eu agradeceria se tivessem reviews, ok? Leitores fantasmas, apareçam D:
Kissus~~