Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 4
Assassinato


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Mais um capítulo pra vocês.



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Eu estava caminhando pela trilha, uma trilha que eu até aquele momento não conhecia. Eu queria chegar à algum lugar, mas não sabia onde. Talvez eu estivesse indo para casa.

Bom, não estou me lembrando nem de que dia é hoje, não me lembraria nem pra que lado fica minha casa. Continuei andando, sem rumo, e prestando bastante atenção no chão - tropeçar por aqui não seria nada bonito. Eu ia andando e me perguntando a cada passo que eu dava: 'Como vim parar aqui?'

Continuei andando e olhando para o chão, então vejo uma marca que não combinava com o resto da paisagem verde. Era uma mancha vermelha. Uma mancha vermelha e fresca. Uma mancha de sangue. Achei a imagem suspeita e comecei a me amedrontar. Mas eu não via outro jeito de sair dali, então continuei andando, sem entrar em desespero. Mais à frente eu encontrei mais uma mancha de sangue. Dessa vez, maior. E quanto mais eu ia andando, mais me encontrava cercada de mais manchas de sangue, pinceladas aqui e ali. Então dou de frente com uma pequena caverna de pedras lisas. Estava começando a chover, então decidir me abrigar ali por um tempo até que a chuva passasse.

Mas ao parar na entrada da caverna, meu estômago se revirou com um cheiro de podridão. Algo em decomposição havia sido desovado ali por alguém. Entro mais um pouco na caverna, tampando a boca e o nariz com a gola da blusa e fui procurando o que quer que estivesse naquele lugar.

Encontro um volume no meio do escuro, quase tropeçando nele, então o sol abre em algum lugar lá fora, revelando o rosto de uma garota que jamais vira na vida.

Era ela. A garota que estavam procurando.

A garota chamada Mellany Newton. Ela já estava inchada, e hematomas cobrindo cada centímetro visível em seu corpo maltratado. Várias fraturas evidentes naquele corpo sem vida. Sem vida... Ela estava morta, então. Não havia mais motivos para continuarem as buscas, pois ela morreu. Aqui. Nessa caverna pequena e suspeita...

...

Acordei assustada e fiquei paralisada na cama, revirando todas aquelas imagens em minha mente. O que de fato havia acontecido? Será que ela está morta mesmo? 'Que idiotice Isabella!' Pensei comigo mesma. 'Você sabe que não se pode levar sonhos assim, tão a sério. Está começando a parecer com Jessica.'

Era uma manhã de sábado, e eu não tinha absolutamente nada pra fazer. Charlie já deveria ter saído a quase uma hora para continuar nas buscas. O que significa que eu ficaria o dia inteiro sozinha.

Fui tomar um banho para afugentar o pesadelo da noite anterior. Fiz toda minha higiene matinal e escovei meus cabelos. Dei uma rápida olhada no espelho e vi bolsas roxas sob meus olhos - consequência do pesadelo também. Eu realmente não queria ficar sozinha, então decidi ligar para Jéssica.

– Alô - Foi Jess quem atendeu.

– Ah, oi, Jess. - Eu disse. - Aqui é Bella. Eu estava pensando, já que estou sozinha em casa e sem nada pra fazer, por que vc não vem pra cá e jogamos papo fora?

– Ah, pode ser - Ela respondeu. - À que horas?

– Hmm, pode ser agora? - Ela podia notar o medo em minha voz?

– Está tudo bem? - Ela pergunta desconfiada. Claro que ela estava preocupada.

– Na verdade, não. - Decidi ser direta. - Te conto quando você chegar aqui.

– Tudo bem, eu chego aí em quinze minutos. Tchau

– Tchau. - Desliguei.

Sim, eu estava realmente assustada com aquele sonho. Mas por quê? Eu nunca tive nenhum vínculo com essa garota, nem com a família. Por que estou com essa angústia? Aproveitei o tempo que Jessica disse que levaria para chegar e tomei um café-da-manhã bem leve: Biscoitos com leite. Depois de lavar e guardar a louça que sujei, alguém bate na porta, me fazendo pular de susto. E por que eu estava com tanto medo? Era apenas Jéssica!

– Oi, Bella - Ela me cumprimentou, me olhando com atenção, talvez ver o que de há de errado comigo.

– Oi Jess - Respondi desanimada. Ela também deve ter reparado em minhas olheiras pela noite mal dormida.

Ela nem esperou que eu a convidasse à entrar, já foi me arrastando pela mão até o sofá da sala, sentando-se ao meu lado.

– Me conta, o que aconteceu? Você está péssima. - Disse ela fitando meu rosto.

– Ah! - Então comecei a chorar. Chorar de tristeza. Uma agonia tomou conta de mim e eu não conseguia controla-la.

– Ei! O que foi que houve? Me conta! Calma... - Ela tentava me consolar.

– Ai, Jess, eu não sei! Acordei assim hoje. - Consegui dizer antes de uma nova onda de lágrimas frescas banharem meu rosto.

Depois de um tempo, Jessica pegou um como D'água pra mim e acalmou-me um pouco os nervos. Quando consegui voltar ao normal, contei tudo à ela: Sobre o que vi e ouvi na loja dos Newton, sobre o comentário do meu pai, no jantar. Quando chegou na parte do sonho, tentei contar nos mínimos detalhes, para que ela sentisse o que eu senti, e talvez me explicasse o porquê de eu estar tão abalada com um pesadelo.

– Nossa, você realmente ficou chocada com essa história, não é? - Ela me perguntou com a expressão calma, mas o olhos solidários.

– O problema, é que eu não sei o porquê! - Respondi, frustrada.

– Ah, Bella, não fique assim... Vai passar.

– Mas Jess, eu nunca tive nenhum contato com os Newton, por que eu estou tão aflita com essa história toda?!

– Bom não sei, Bella. Deve ser assim mesmo, você convive muito com eles na loja.

– Não o suficiente para isso tudo. - Eu disse. - Mas tudo bem, foi só um sonho. Essa garota provavelmente só se perdeu na floresta ou algo do tipo, vão acha-la, não é?

– Hmm... Bom, Bella, eu não ficaria tão certa disto. - Ela me disse com uma expressão difícil de decifrar.

– E por que não? - Perguntei sem intender.

– Bom, minha mãe me disse hoje de manhã que Mellany foi encontrada. - Ela disse e me deu uma pausa, talvez para absorver aquilo tudo. E continuou: - Mas ela não foi achada com vida.

Eu não sei como ou porquê, mas só me lembro de me encostar nas almofadas e apagar, não sei por quanto tempo.

Acordei meio grogue. Estava sentindo um vento fraco e fresco ao lado da minha bochecha direita. Abri meus olhos e olhei para o lado. Jéssica estava me abanando com as mãos e meu pai ao seu lado de pé, com um copo D'água vazio não mão - provavelmente o copo que eu segurava antes de desmaiar e solta-lo de minha mão.

– Está tudo bem, Bells? - Meu pai pergunta, preocupado.

– Sim. - Minha voz soa rouca, então eu peço mais água à Jessica enquanto me dirijo ao eu pai - O que houve com o caso da garota?

Charlie levanta as sombra celhas, e assume a postura de Chefe de Policia com a expressão de preocupação.

– Bom, achamos um corpo de uma garota com as mesmas características de Mellany. Mas mandamos o corpo para Seattle, para analisar devidamente. - Ele explica com o olhar cansado.

– E a família? - Pergunta Jessica, voltando para a sala com meu copo na mão e me entregando, fitando Charlie.

– Bom estão todos muito abalados - Respondeu ele. - Ela era jovem de mais para um fim daquela maneira. Cheia de machucados e hematomas, como se tivesse sido espancada até a morte.

Me encolhi no sofá e tremi, balançando a cabeça para afugentar a imagem do sonho novamente. Jessica me abraçou, talvez com medo de eu começar a chorar de novo. Mas sorri para ela - um sorriso triste, mas que a convenceu de que eu estava bem.

Fui para o meu quarto, e Jessica foi comigo, disposta a tirar aquelas lembranças da minha cabeça. Contando suas histórias de criaturas fictícias, que só vemos nas fantasias de crianças no Dia das Bruxas.

– Bella, o que você faria se fosse mordida por um vampiro? - Ela me perguntou. Eu já estava melhor de meu ataque de mais cedo.

– Hmm... O que de fato eu deveria fazer? - Entrei no jogo dela.

– Primeiramente, se alimentar, é claro. - Respondeu ela como se fosse algo obvio. - Agora, você pode escolher qual seu tipo de sangue quer beber, e qual estilo de vida seguir. - Continuou com sua voz baixa e lenta, na tentativa de me assustar.

– Tipo de sangue? Como do tipo A+? - Brinquei.

– Não sua boba - Disse ela rindo. - Estou dizendo do tipo humano... Ou animal?

Então olhei pra cara dela e soltei uma gargalhada capaz de me fazer doer os músculos da barriga e soltar lágrimas dos meus olhos.

– Do que está rindo? - Ela perguntou. Assustada com a minha reação estranha.

– Você! - Consegui dizer em meio as risadas - Ah, qual é, Jess? Um vampiro que bebe sangue animal? Por que ele faria uma coisa dessas? Vampiros não devia ser criaturas do mal? – Disse por fim, e voltei a rir.

– Rá-rá-rá, Swan! - disse ela levantando e indo para a porta. - Muito engraçado mesmo, mas já está tarde e eu tenho que voltar para casa.

– Tudo bem - Eu disse quando consegui parar de rir.

Desci as escadas com Jessica e a levei até a porta. Esperei que ela entrasse no carro e sumisse na virada da esquina, e então entrei. Charlie havia pedido uma pizza pois achava que eu não estava em condições para cozinhar.

Comemos em silêncio. Lavei a louça e meu pai as guardou. Fui para o banheiro, tomei o banho e voltei para o meu quarto. Me enrosquei na cama e fechei os olhos. Fiquei deitada por um tempo, com uma voz em minha cabeça que já estava perguntando a mesma coisa desde o começo do dia: Quem poderia ter feito uma coisa dessas?


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Notas finais do capítulo

Pra quem é leitor novo no pedaço, mande suas reviews e digam se estão gostando da história.



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