Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 17
Reencontro – Modificado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como prometido, estou postando mais um capítulo haha
Esse não foi tão modificado quanto outros que fiz. Apenas adaptei o capítulo com o novo rumo da história. Então não há muita coisa diferente do capítulo original. Boa leitura ^^



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SEIS MESES DEPOIS...

Minha vida seguiu normalmente – ou quase normalmente, a julgar pelo meu novo estilo de vida recém-adotado. Eu continuei a morar com meu pai e estava cada vez melhor em resistir ao sangue humano. Eu apenas me esforçava para me concentrar no que estava fazendo e esquecer o sangue.

Também continuei a caçar apenas animais. Eu não via outra saída se não esta para não ter que matar ninguém.

As lentes que Alice havia me dado foram muito úteis. Graças a elas, Charlie não descobriu a verdadeira cor de meus olhos.

Mas não precisei delas para sempre. Após alguns meses depois de me tornar vampira, me alimentando apenas de sangue animal e vivento uma vida basicamente normal, meus olhos começaram a mudar. A parte boa é que eles passaram do vermelho vivo ao dourado brilhante – assim como os Cullen haviam me explicado – e isso me ajudou a ter uma aparência mais normal e não precisei mais das malditas lentes de contato irritantes que incomodavam meus olhos por eu ter uma visão tão boa, ao ponto de poder ver cada detalhe microscópico da película fina e gelatinosa. Mas a parte ruim foi que certo dia, a ficha caiu e eu tive que aceitar o fato de eu nunca mais voltaria a ter meus olhos castanhos que herdei de Charlie.

Esses últimos seis meses ao mesmo tempo não foram nada fáceis. No começo eu agradecia por Jessica saber tanto e ter me ajudado. Mas eu não contaria aquele segredo para ela. E pelo fato de saber tanto, eu não deixava que ela nem me ouvisse ao telefone, fingindo uma doença grave. Meu pai perguntava o porquê, mas eu falava que ainda não me sentia bem para receber visitas. Depois de uns meses ela foi pra faculdade e eu pude andar na rua livremente.

Dei a desculpa – tanto para meu pai, quanto para minha mãe – que ainda não me sentia pronta para fazer o mesmo que Jessica, e que queria esperar mais alguns anos. Meu pai não viu problemas, mas minha mãe ficou desconfiada.

Continuei mantendo contato com Alice, caçando com ela e Jasper de vez em quando. Principalmente nos dias que queria brigar com algum urso, ou um leão-da-montanha.

Hoje fazia um leve dia de sol em Forks e eu estava com sede, então aproveitei a floresta clara para ir caçar entes que Charlie voltasse do trabalho. Eu tentava variar minha área de caça, para que não sofresse nenhum dano florestal que acabasse chamando muito a atenção, por isso comecei a expandir meus ares, entrando na picape de vez em quando e indo até uma estrada distante, estacionando na beira perto de alguma trilha e entrando na mata.

Mas como hoje fazia sol – e eu concluí que não seria muito bom eu sair no sol com minha pele desigual –, tive que me contentar em ir ao bosque que fica de frente pra minha casa, onde foi o local de minha quase morte eminente. Eu não gostava de ir àquele lugar. As lembrança de lá não era nem um pouco agradável à mim. Eu poderia ir para continuação da floresta atrás da minha casa, mas lá era mais raro encontrar animais grandes como alces (os cervos são um pouco menores).

Atravessei a rua e entrei na mata, primeiro seguindo pela trilha e depois entrando por entre as árvores e quando tive certeza que estava bem escondida, saí em disparada pela floresta à procura de ficar mais adentro e encontrar alguma presa bem rápido para sair logo dali.

Subi em uma pedra de mais ou menos 3 metros no topo de uma parte de grama alta e esperei ouvir algum passo, sentir alguma respiração. Então um alce macho e grande, entra em meu campo de visão correndo, e eu espero alguma brisa bater para poder me desligar do meu corpo e atacar.

Assim que o vento soprou eu segui apenas o instinto e voei para cima do jovem alce, até que sou atingida por alguma coisa dura que me lança para cima de um galho baixo em um abeto. Pouso em cima do galho e solto um rosnado de desafio, pronta para atacar quem quer que esteja atrapalhando minha caçada.

Quando acabei de mostrar toda minha coragem para lutar pela presa, com meu rosnado, percebi que não era outro animal que se materializou ali. E sim algo pior – muito pior –, que me olhava de olhos esbugalhados com a expressão incrédula. Eu conhecia aquele rosto sem aquela expressão engraçada – mesmo que fosse uma memória muito vaga, mas era minha última memória humana mais aguda. Eu conhecia aquele rosto e o desprezava eternamente.

Com seus mesmos cabelos cor de bronze, a pele branca – agora no exato tom da minha –, o rosto incrivelmente belo e muito jovem. A única coisa que havia mudado nele foi a cor de seus olhos, que agora estavam dourados como os meus.

De repente uma pergunta surgiu em minha cabeça. Uma pergunta que eu nunca havia pensado em torno desses seis meses: Como se mata um vampiro?, nem Jessica e nem Alice nunca haviam me contado essa parte, talvez porque eu não tenha dado tempo a elas, sempre cortando Jess quando tentava entrar no assunto mais profundamente, e também nunca tive a curiosidade para perguntar a Alice. Amaldiçoei-me eternamente por isso. Eu queria mata-lo, ou pelo menos mutila-lo, faze-lo sentir tudo o que ele me fez sentir, tudo o que me fez passar.

Ele continuou me olhando perplexo, sem se mexer. O alce – alvo de nós dois, agora esquecido – já havia fugido e estaria a quilômetros daqui. Achei que ele não iria conseguir falar, então resolvi ignora-lo e seguir meu caminho à procura de outra presa. Eu não sabia lutar e ele provavelmente devia ser anos, e talvez séculos de mais experiência do que eu. Minha raiva ainda borbulhava dentro de mim, mas mais uma vez precisei ter muito controle para não fazer nenhuma besteira.

Desci do galho da árvore em um pequeno salto, dei as costas a ele e saí andando calmamente. Não adiantaria correr, ele me alcançaria, certamente. Continuei andando até que sinto algo puxando minha mão esquerda.

– Ei – Ele disse – Como você...?

Puxei minha mão para junto do meu corpo.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntei com o ódio fazendo minhas palavras saírem arrastadas. – Já não basta entrar na minha vida e destruí-la? Precisava voltar para vir admirar seu trabalho? Bom, meus parabéns, você fez tudo perfeitamente! – Disse sarcástica.

– Ah... er... Hum. – Ele fez lutou para achar alguma resposta mais por fim, fez um muxoxo com a boca. Levantei uma sobrancelha, um sinal de ironia misturado como para que prosseguisse.

– Onde está o vampiro mal, que conheci? – Sorri. Eu estava abusando um pouco da ironia hoje.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou.

– Ora, eu moro aqui, não se lembra? – Agora fiquei confusa. O que ele achou que eu faria quando me transformasse?

Acho que ele não estava reconhecendo a floresta, e só depois de olhar em volta, compreendeu.

– Você não foi embora? – Esclareceu ele.

– Eu deveria? Pra onde? – Ele realmente estava me deixando confusa. Eu estava muito bem morando com meu pai.

– Bom eu não sei, mas... – Ele ainda me olhava como se tentasse atravessar meus olhos. O que isto significava?

– Bom, eu estava caçando, você espantou minha presa! – Tentei mudar de assunto, perdendo meu tom de ironia. Isso o fez sorrir.

– Você ia pegar aquele? Bom, eu também – Riu.

– Como assim? Você não é do tipo tradicional, que mata humanos? – Isso pareceu tê-lo ferido, pois sua expressão de dor chegou a me afetar também.

– Não, eu... Ham... – Ele parecia não saber achar as palavras certas - É que eu não faço mais isso.

– Ah, não faz? – A ironia estava ali mais uma vez em minha voz.

– Ham... Não. Mas me explique como está conseguindo viver apenas de sangue animal?

– Isso é assunto meu. – Porque eu estava me explicando para o vampiro que além de parar com a minha vida, se achava no direito de pedir explicações?

– Sim, eu sei. Mas estou curioso. – Insistiu ele – Como conseguiu resistir? Você é tão jovem! Seu pai está vivo?

– Porque isso interessa a você? – O que ele estava achando que era?

– Não interessa, eu só quero saber. Eu nunca vi um recém-criado como você!

Franzi o cenho, eu estava furiosa.

– Olha, vá embora, tudo bem? Eu irei fazer um esforço enorme para não cruzar seu caminho de novo, prometo.

– Bom, é que eu também moro na cidade. Acho que vamos nos esbarrar com mais frequência. – Ele sorriu. Eu me irritei mais. Mas eu não tinha mais respostas, então decidi dar meia volta e ir pra casa, eu não estava mais com sede. Aquela conversa impossivelmente me embrulhou o estômago.

Mas quando comecei a dar os primeiros passos, mais uma vez ele pegou na minha mão esquerda, me fez virar de volta para ele e seus olhos afundaram nos meus. Ele apertou meus dedos um curto estante e senti uma corrente elétrica passando por eles. Não consegui abaixar meu olhar e muito menos mover minha mão para perto do meu corpo novamente até que ele o fez. Mas quando ele desviou seu olhar do meu, seus olhos pousaram em nossas mãos e ele girou o meu pulso e com a outra mão, alisando o espaço ali. E eu sabia que lembrança ele estava tendo. Assim como eu, ele estava pensando no dia em que ele me mordeu exatamente naquele local, causando o que sou agora.

Arranjei forças e recolhi minha mão mais uma vez e o fitei. Ele retribuiu o olhar, com uma expressão triste que eu nunca pude imaginar poder aparecer naquele rosto magnífico. Sempre achei que ele tinha aquela expressão sádica e malvada sempre. Isso meu deu vontade de chorar. Ele abriu a boca, com menção de que queria falar alguma coisa.

– Ah, Bella, me desculpe! – Suspirou e abaixou a cabeça. Ele disse num tom tão depressivo, que cheguei a ter pena dele. Mas espantei com meu nome nesta frase. Como ele sabia meu nome? Pior ainda, como ele sabia meu apelido?! Eu nunca tinha visto esse garoto antes de minha quase morte, pelo amor de Deus!

– C-como você sabe quem eu sou? – Não consegui Deixar de perguntar.

– Ah, isso é complicado. – Disse no mesmo tom triste.

– Então explique! – Pedi.

– Agora não, sei que você deve estar com sede ainda e não é bom alguém jovem como você se esforçar tanto com o autocontrole. Vá e termine sua caça e me encontre à noite, quando seu pai estiver dormindo. – Aconselhou.

– Tudo bem. Onde?

– Hmm – Ele olhou em volta, além de mim e apontou para cima – Lá, está vendo? Há uma montanha logo acima de sua casa e é bem discreto. – Só então vi a montanha de pedra coberta por árvores, numa distância considerável a julgar de onde estávamos.

– Tudo bem. – Repeti.

Ele assentiu e seguiu em disparada para o lado oposto em que eu estava, com os pés mal tocando o solo.

Essa noite ele me contaria o que realmente aconteceu há seis meses. Eu também responderia as várias perguntas que com certeza ele faria pra mim. Era um trato justo, mas eu não sabia se era confiável.


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Notas finais do capítulo

Então, como eu disse, sem alterações muito grandes, apenas o suficiente para encaixar na nova história. Espero que tenham gostado. Até o próximo cap!



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