Gotas de Vinho – Reescrita escrita por Babs Toffolli


Capítulo 18
Edward - Inesperado – Modificado


Notas iniciais do capítulo

OiOi, gente linda! Mais um capítulo da fic, que como o anterior, sofreu leves alterações apenas para se adaptar ao todo da história. Esse capítulo conta sobre o anterior, dessa vez com os olhos de Edward. Aproveitem ;)



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Já haviam se passado seis meses, e nenhum sinal de qualquer assassinato inexplicado em qualquer parte da cidade, e muito menos nas outras cidades ao redor. Eu evitava perguntar para Alice como Bella estava, pois eu sabia que ela não me responderia sem algum insulto ou olhar de repreensão. Mas pelo que pude notar, a garota estava bem. Mas eu estava na expectativa de que ela fosse embora, mas sempre via na mente de Alice quando iam caçar juntas.

Era maldade a dela me julgar daquela maneira, sabendo que eu já estava sofrendo ao meu modo com tudo aquilo. Eu me arrependia amargamente pelo que tinha feito com Bella, e aceitaria o Inferno como um castigo mais do que justo por isso.

Não é para parecer que eu mudei de uma hora para outra, mesmo que pareça, mas o fato é que o olhar que Bella me deu enquanto bebia seu sangue me deu uma tremenda saudade de casa. Era um olhar admirável, que agora via nos olhos de Esme e Carlisle. E eu devia a minha vida a garota por ter me reaproximado de minha família.

Certo dia estava tentando compor uma nova música no piano – que há muitos anos não tocava – para recuperar minha habilidade, quando de repente uma melodia – fraca –, soa em minha mente e o rosto de Bella totalmente ferida e quebrada passou pelos meus olhos. E de repente notei em como eu havia esquecido a fisionomia de seu rosto, e isso me incomodou. Mesmo aquela imagem sendo triste e deprimente, eu gostava de lembrar do rosto dela – apenas do rosto, e não dos machucados. Repeti a melodia, mas dessa vez nas teclas do piano, e de novo tive a imagem dela em minha cabeça, um pouco mais clara. Eu queria encontra-la, mas como? E o que eu diria a ela? Como ela me veria, sabendo quem sou e o que a fiz passar? As perguntas giravam em minha cabeça, me dando um aperto no peito, que me fez sessar a música no piano e segurei bem forte o lado do meu coração de pedra. Por que eu estava com toda aquela angústia? Eu estava enlouquecendo?

– Acho que alguém está prestes a entrar em depressão – Disse Rosalie que estava no andar de cima, sentada no sofá da sala vendo uma revista de moda. Ela estava percebendo há dias o meu estado estranho. Ela foi a única que eu não consegui convencer de que voltei apenas por saudades. E eu estava confirmando isso a cada dia. Ela ouviu minhas notas tristes e lentas no piano e então teve certeza. Rosalie era outra irmã que era difícil de esconder algo, mesmo ela não se importando muito em como eu estava. Ela apenas era detalhista e notava esse tipo de coisa com facilidade.

Jesper e Alice entraram pelo quintal dos fundos e eu recompus minhas emoções. Eu não queria que Jasper descobrisse minha fraqueza também.

– O que foi, Alice? – Ouvi Jasper perguntar. Então entrei na mente de Alice para saber. Ela teve uma de suas visões. Apenas um vislumbre de uma nascente e muitas árvores. Eu não conhecia este lugar, e ela não me deu tempo para descobrir, ocupando sua mente com outra coisa muito diferente. Ela começou a lembrar de uma antiga música de ninar que seus pais de verdade costumavam cantar pra ela quando ela era criança.

Corri pela casa até chegar a cozinha, que era onde ela estava, imóvel no chão, tentando esconder algo de mim.

– O que foi isso, Alice?! – Perguntei, com raiva. Ela tinha que me mostrar! Por ela estava com o costume de esconder suas visões de mim agora? Mas ela não respondeu, apenas fechou os olhos e continuou cantarolando a canção. Perdi a cabeça – Fale logo! – Peguei-a pelos ombrinhos miúdos e dei algumas sacudidas. Ela continuou em sua paralisia e sua mente apenas cantava.

– Vá com calma, Edward! – Jasper se intrometeu. Eu até tinha me esquecido de sua presença ali e sua voz me assustou. Ele se virou para Alice – Alice, o que você viu? – Mas ela continuou muda. Ela certamente não me contaria, e eu não estava a fim de brigar com ela nem com Jasper, então saí pela porta dos fundos e comecei a correr.

Corri o mais rápido possível, atravessando o rio em um salto de uma vez e voltando a sumir pelas árvores, correndo a toda velocidade. Corri tanto que nem cheguei a prestar muita atenção em onde estava indo, eu apenas queria fugir e me afastar daquelas vozes na minha cabeça. Tentava não imaginar o que Alice tinha visto e tentado esconder de mim.

Parei de correr como um trem e diminui para uma caminhada – sem nem mesmo ligar para onde estava. A raiva me deixou com sede e eu aproveitei que já estava dentro da floresta para caçar. Eu já era experiente nisso, então fui andando através das árvores a procura de algum som que me agradasse. Não demorou muito e senti o som de um pesado coração batendo e resolvi que essa seria minha caçada do dia. O sol tinha finalmente aparecido em Forks e estava sendo refletido em minha pele, por todos aqueles pequenos arco-íris.

Voltei a correr, não tão rápido, eu não queria espanta-lo. Era um grande alce marcho, pastando perto de uma pequena nascente. Eu estava tão desatento que só percebi que pisei em um galho seco no chão, depois que o alce já havia ouvido e corrido para o norte. O segui, mais por diversão do que por sede e estava quase o alcançando quando ele entrou em um grupo de árvores perto de uma pedra grande. Ele parou ali e começou a mastigar mais grama. Eu corri a toda velocidade para agarra-lo, e quando estava quase o tocando, acertei algo com muita força. Era tão duro quanto eu. Eu caí na grama uns cinco metros de onde estava e o que quer que eu houvesse atingido, subiu para algum lugar.

Depois que eu me pus de pé novamente em um movimento rápido, ouvi um rosnado bestial, como um convite ou um alerta. Foi quando a vi...

Eu não sabia como, mas era ela. Impossivelmente era ela, eu tinha certeza. Incrivelmente linda, era ela! Graciosamente empoleirada num galho de árvore rosnando pra mim. Bella estava aqui! E pelo que parecia, tão forte quanto eu em sua dieta vegetariana. Eu não sabia o que dizer, e nem pensar quando minha cabeça teve um estalo. Era isso que Alice havia visto em sua visão. Ela tinha me visto correndo, aparentemente furioso, e me chocado com essa criatura bela e graciosa, que agora está olhando pra mim, tão pasma quanto eu. Mas eu queria saber por que Alice escondeu isso de mim. Qual o motivo dela para isso? E então, depois de muito pensar, minha cabeça teve outro estalo.

Eu sabia porque Alice havia me escondido sua visão. Porque ela sabia que se eu soubesse que encontraria Bella hoje, nesta floresta, eu certamente fugiria de meu próprio futuro como o covarde que eu era, e eu agradeço isso a minha irmã. Quando eu chegasse em casa eu a agradeceria mil vezes por ter me ajudado dessa maneira.

Eu estava tomando todas essas decisões e tendo todas essas conclusões que me esqueci do meu objetivo, ali, ainda parada me olhando do galho quando, com agilidade, ela saltou da árvore, me deu as costas e saiu andando calmamente. Eu não deixaria essa oportunidade passar então corri em silêncio para o seu lado e inconscientemente peguei em sua mão esquerda e ela se virou para mim, recolhendo sua mão com um puxão.

– Ei. Como você...? – O que? O que eu estava querendo perguntar? Eu só queria ouvi-la falar.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou ela, num tom claro de ódio em suas palavras lentas. – Já não basta entrar na minha vida e destruí-la? Precisava voltar para vir admirar seu trabalho? Bom, meus parabéns, você fez tudo perfeitamente!

Isso me feriu, mas não deixei transparecer, eu merecia ouvir isso.

– Ah... er... Hum. – Tentei dizer algo, mas nada saiu, então desisti. Ela levantou uma pequena e alinhada sobrancelha, como se para saber o que havia de errado comigo.

– Onde está o vampiro mal, que conheci? – Perguntou num tom sarcástico e sorriu.

– O que está fazendo aqui? – Ouvi as palavras saltarem de minha boca sem que eu pudesse conte-las.

– Ora, eu moro aqui, não se lembra? – Ela uniu as sobrancelhas, em sinal de confusão.

Foi então que eu tive um pouco de noção de onde eu havia parado. Olhei em volta o confirmei minha suspeita. Eu estava no mesmo bosque onde havia a espancado e mordido. Foi nesta mesma floresta que minha vida de anos de miséria se desalinhou e voltou para o ponto de partida. E Bella continuava aqui. Escondida e incrivelmente controlada.

– Você não foi embora? – Perguntei curioso, numa tentativa de explicar minha última pergunta. Sem contar que eu ainda tinha esperanças de que ela fosse embora.

– Eu deveria? Pra onde? – Alice certamente a ajudou a se adaptar e continuar morando em Forks.

– Bom eu não sei, mas... – Olhei em seus olhos, tentando decifrar aqueles pensamentos, que mesmo depois de inumanos, ainda era um mistério pra mim.

– Bom eu estava caçando, você espantou minha presa! – Ela pareceu irritada. Isso me divertiu.

– Você ia pegar aquele? Bom eu também – E sorri. Sua expressão de gatinha-tigresa era engraçada e linda.

– Como assim? Você não é do tipo tradicional, que mata humanos? – Ela sabia disso. Ela era a única prova viva que já existiu disso tudo.

– Não, eu... ham... – Eu não sabia como responder, então decidi ser direto. – É que eu não faço mais isso.

– Ah, não faz? – Ela levantou uma sobrancelha novamente. Por que isso importava realmente?

– Ham... Não. – Respondi num tom mais curto – Mas me explique, como está conseguindo viver apenas de sangue animal? –Continuei a fuzilar seus olhos, querendo saber mais. Os recém-criados nunca aceitam a dieta vegetariana assim, de primeira.

– Isso é assunto meu. – Respondeu.

– Sim, eu sei. Mas estou curioso. Como conseguiu resistir? Você é tão jovem! Seu pai está vivo? – Mas lembrei de que se o Chefe Swan estivesse morto, Alice contaria, e provavelmente Bella não estaria mais na cidade.

– Porque isso interessa a você? – Ela estava brava.

– Não interessa, eu só quero saber. Eu nunca vi um recém-criado como você! – Apenas a última parte era verdade.

Ela franziu o cenho, estava começando a perder a paciência.

– Olha, vá embora, tudo bem? Eu irei fazer um esforço enorme para não cruzar seu caminho de novo, prometo. – Isso me deu medo. Eu não queria que essa promessa se cumprisse, mas levei na naturalidade.

– Bom, é que eu também moro na cidade. Acho que vamos nos esbarrar com mais frequência. – Sorri. Ela não me deu nenhuma resposta e deu meia volta, recomeçando a andar. Agarrei em sua mão esquerda mais uma vez e a puxei de frente pra mim, eu não queria que ela fosse embora.

Olhei em seus olhos com mais intensidade. Eu precisava saber o que estava pensando! Ela manteve seu olhar firme no meu e não puxou sua mão de volta como da primeira vez, por isso apertei suavemente e não sei se ela percebeu a corrente elétrica passando por nossos dedos. Isso me lembrou de uma coisa e eu abaixei meus olhos para sua mão, girando seu pulso e alisando com a outra mão. A mordida que lhe dei, não estava mais ali, certamente. Agora ela marcava todo seu corpo, passando por seus longos cabelos lisos, sua pele muito branca, seus olhos dourados e até sua boca num tom suave de vermelho.

Ela finalmente puxou a mão de volta, com um pouco mais de delicadeza e fitou meus olhos. Eu a fitei de volta, ainda querendo saber o que se passava em sua mente, e me senti terrivelmente triste por ter feito tudo aquilo com ela. Eu me odiava por isso. Abri minha boca para falar, mas não consegui produzir nenhum som de princípio.

– Ah, Bella, me desculpe! – Abaixei a cabeça. Era exatamente isso que eu queria lhe dizer. Não que eu merecesse suas desculpas, eu não esperava que ela me desculpasse, mas eu devia isso a ela.

– C-como você sabe quem eu sou? – Perguntou.

– Ah, isso é complicado. – Ela provavelmente não devia saber que eu era parte da família Cullen, e que via seu rosto na mente de Alice e Carlisle. Muito menos devia saber sobre meu dom de ler mentes.

– Então explique! – Pediu.

– Agora não, – Eu precisava falar com ela mais apropriadamente e ela ainda devia ter sede – sei que você deve estar com sede ainda e não é bom alguém jovem como você se esforçar tanto com o autocontrole. Vá e termine sua caça e me encontre à noite, quando seu pai estiver dormindo.

– Tudo bem. Onde? – Ela concordou. Concordou! Fiquei feliz por isso. Olhei em volta e já sabia onde ir.

– Hmm. Lá, está vendo? Há uma montanha logo acima de sua casa e é bem discreto. – Ela seguiu meu olhar e viu para onde eu estava apontando.

– Tudo bem. – Concordou novamente, e me deixou mais feliz ainda.

Eu não sabia mais o que dizer então assenti e segui de volta para casa, correndo tão rápido que mais parecia flutuar. Eu a veria esta noite. De novo. E por que isso me deixava tão feliz? Eu não sabia ao certo quais meus sentimentos por aquela garota - agora uma vampira linda e muito bem treinada, pelo que vi. Eu precisava dela por perto. O mais perto possível.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Vou tentar postar o próximo ainda hoje.
Enquanto isso, digam se estão gostando e o que MAIS estão gostando na história. Um beijo e até a próxima o/



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