POV. Vargas

Castillo estava na minha, e isso era notável, eu preciso dizer que ela me surpreendeu demais com essa força inabalável, sempre arranja um jeito para ser irônica, e isso era um dos fatos que mais marcava Castillo sem dúvida alguma.

Depois de nossa "pegação" fui em direção aos meus colegas Federico, André e Marco, ambos são gente fina.

– Cara você e a Castilo hein, não sei não - Disse André com um sorrisinho torto.

– André, deixa de ser ridículo, eu e ela somos apenas uma "dupla", ela não quer nada além disso, ou melhor, finge não querer - disse desanimado.

– Vargas, você não presta, você gosta ou não da Castillo? - disse Marco com raiva

– Hey, calma cara, é claro que eu gosto, e só para vocês saberem, hoje eu disse o que sinto a ela, e sabe o que ela fez? - fizeram sinal negativo com a cabeça - disse que não me corresponde.

– Vargas, você tem certeza do que está dizendo? Que gosta da minha prima? Porque se for mentira certamente descobrirei. - disse Federico sério.

– Claro que é verdade Federico. Vou te contar, eu e a Castillo nunca nos demos bem, e era isso que fazia ela ser diferente de todas que sempre queriam se aproximar de mim, por eu ser bonito - disse rindo - Então, depois que o professor a definiu como minha dupla, tudo mudou, eu comecei a sentir coisas pela Castillo, coisas que nem eu mesmo imaginava, eu pensava "Mas que droga Vargas, não consegue voltar a brigar com a Castillo? Só ser irônico não basta". Eu não conseguia mais ser o mesmo, me entende? E só então pude perceber que tinha algo diferente, que algo tinha mudado, e esse algo foi eu por completo, eu deixei minha arrogância de lado, e me tornei o que dizem "galã", aquele de novela que faz coisas um pouco românticas pela garota, que não teme pelos seus sentimentos ou por sua imagem, e isso me dá nos nervos as vezes, mas não consigo ser simplesmente o garoto chato que um dia ela conheceu, pois para ela isso não basta, ela merece mais, e eu quero ser o garoto ideal para ela, o garoto que ela não vai querer trocar por ninguém.

Até que de repente chega alguém e tapa os meus olhos.

– Nossa, o Vargas poeta? essa é nova - disse a voz que eu já conhecia.

– Castillo - disse tirando as mãos da mesma de meus olhos - Você está ouvindo desde...

– Vou resumir para você, ouvi tudo, desde o começo da conversa. - disse rindo - Eu vi você vindo para cá, te segui silenciosamente e pedi aos garotos que não contassem que estava te escutando. - riu ainda mais.

– Valeu galera. - disse irônico.

– Tenho que ir, mas foi bom ouvir algo assim. O Vargas poeta, eu nunca vou esquecer - e saiu dali dando risada.

Definitivamente a Castillo tinha palavras na ponta da língua, e conseguia nos deixar sem fala, depois do pequeno "show" eu fiquei mudo, os garotos perceberam o poder que as palavras da Castillo tinham sobre mim e começaram a me zoar.

– Cara, o Vargas não consegue falar direito perto da Castilho - disse Marco dando gargalhadas.

– Você viu a cara dele quando ela o chamou de poeta? - hahaha disse André.

– Minha prima é incrível, consegue deixar muita gente sem fala - Disse Federico caçoando.

– Mas que droga meu, parece que vocês nunca se apaixonaram - disse nervoso.

– Já sim, mas você está muito bobão - disse André e todos riram.

Só o que me faltava, ser zoado pelos meus amigos.

–

POV. Cami

Definitivamente Fran estava fora de si, o que ela pensa? Que nos larga e depois pode ir assim quando não tem companhia nos procurar? Aii eu tenho que procurar a Violetta, ela vai saber o que fazer. A encontrei falando com Fran que parecia tentar a convencer de sair.

– Vamos amiga, será bom para nós - disse Fran tentando animá-la

– Francesca quantas vezes tenho que dizer não? Sabe, eu e Cami sentimos muito sua falta e nesses dias você tem nos trocado pelo Diego seu namorado, e você sabe que ele me detesta, mas não quer dizer que por isso deva largá-lo ou me largar, deve saber pesar as coisas - disse Violetta nervosa.

– Até você Villu, eu nunca pensei que...

– Pensou o que Fran? Que eu não tinha sentimentos? Que eu não sinto falta? Sim eu sinto e não me envergonho disso, você e Cami foram as primeiras a quebrarem o tabu de falar comigo mesmo quando muitos me ignoraram, e quando eu penso que você é diferente você me prova o contrário, que é igual aos outros, isso é coisa que se faça? - disse alterada - definitivamente, eu sempre espero o pior das pessoas, mas você, e Cami foram as primeiras pessoas de quem não esperava o pior e olha só o que houve com você - disse áspera - Você tem certeza que está aqui por que quer? Ou será porque Diego não te deu atenção?

– Droga Violetta, não seja rude, eu gosto muito de você e da Cami, e ela é minha amiga a mais tempo que você, mas será que vocês não percebem o que acontece? Eu estou sim com Diego, e percebi que fiz uma burrada, estou aqui te pedindo perdão por isso, e para "reparar" meu erro, propus a tarde das garotas, poxa, achei que fosse concordar, mas to vendo que não. - disse nervosa - vou nessa, quando voltar a ser a Violetta minha amiga, a que perdoa, me avise - e saiu batendo o pé.

Percebi a emergência no olhar de Violetta, ela não estava bem, precisava desabafar, e definitivamente não era o momento certo para mais uma briga. Cheguei devagar e a abracei.

– O que houve Villu? - pergunto preocupada.

– Sinceramente, não aguento mais minha vida, não aguento mais - disse chorando incontrolável - Eu...Eu não consigo mais Cami, eu não consigo mais. - Os soluços embargavam sua voz, que saia fraca.

– Amiga, me fala. - disse preocupada - Quero te ajudar.

– Certo, por favor não me julgue - disse desanimada.

– Nunca faria isso, pode contar comigo, lembra? - disse sorrindo de canto.

– Bom, eu estou mal pela morte da minha mãe, meu pai fechou-se para o mundo, não olha mais na minha cara, diz que eu lembro minha mãe, e também não fala com minha irmã. Angie está cuidando dela, mas ela sente falta dele, isso é visível, ela não quer comer, ir a escola, e hoje ela desmaiou, ela desmaiou em meus braços e está no hospital. Mas que droga Cami, a única pessoa que realmente mostrava amor por mim naquela casa está assim por causa de tudo que aconteceu e não tem forças suficientes para suportar isso. - disse com tudo - E para piorar tem esse hospício aqui, o idiota do Maicon não sai da minha cola, o Vargas tenta me dar lição de moral, dizendo que me ama, que está apaixonado e pensa que o correspondo, briguei com a Fran, ela veio querer dar uma de boa amiga depois de ter nos largado de lado sem nos cumprimentar a semanas por causa do Diego, ou melhor, nos ignorando, e agora que ele não está tenta dar uma de boa samaritana? Ahh fala sério.

– É difícil, eu sei, mas não se deixe vencer Villu, você sempre foi muito forte, nunca demonstrou tristeza na frente de ninguém, e tenho certeza que eu, Fran e o Vargas fomos os primeiros a vermos você triste, ou estou errada? - disse tentando passar segurança.

– Não, vocês foram os primeiros mesmo. - suspirou - Tenho algo de extrema importância para confessar. - eu assenti para que ela prosseguisse - Você sabe o quanto a música é importante para mim não é? - assenti novamente - Acontece, que depois da morte da minha mãe, não consigo mais tocar, ou compor, não tenho mais ânimo, não tenho mais forças, eu fico o tempo todo trancada em meu quarto pensando em como está minha vida, e nem ouvir música eu consigo - disse triste.

– É Villu, tenho que admitir, isso para você é muito, já que música é sua vida. - disse suspirando - Mas, você pode começar a ouvir aos poucos, e depois quando estiver ouvindo, conseguirá tocar, mas tudo aos poucos, não tenha pressa, o trauma que você passou ainda está marcado em você. - disse animando-a.

– Tem razão Cami, e quer saber? Por mais que eu deteste compras, eu preciso me distrair, preciso de roupas novas, e que tal você me ajudar?

– Acontece Villuzinha, que eu não entendo nada de moda Rock. - disse rindo.

– Isso é o de menos, recorda-se do estilo da Lavigne? - disse arqueando as sobrancelhas e eu assenti - Pois é, podemos usar algumas coisas, é que ela as vezes se veste como punk, as vezes como rockeira, as vezes como simples pop, então, se ver algo parecido com o que ela usa, me mostra e eu vejo se encaixa no trato que pretendo dar no visual.

– Pera, você vai mudar o estilo de suas roupas? - disse surpresa.

– Na verdade só vou comprar roupas novas, e nessas roupas incluem, saias e vestidos mais rockeiros que quase não tenho, não quero mudar pela zoação e sim porque senti que é bom variar o estilo, até porque há anos me visto com camiseta de banda e calça jeans.

– Certo, vou te ajudar.

E assim saímos do colégio em direção ao Shopping, a Villu conseguia nos surpreender a cada dia com suas atitudes, essa sim era minha amiga.

POV. Naty

Corri atrás da Alana e percebi que ela foi encontrar-se com alguém as escuras, era o Maicon e fotografei, coloquei algumas escutas próximas a eles e ouvi atentamente sua conversa.

– Fez o que te pedi? - disse Alana atenta.

– Claro, mas não sei para que tudo isso. - Disse desentendido.

– Não te interessa Maicon - disse rapidamente - Vai embora, já te disse que não podem nos ver juntos, ou é difícil entender?

– Nossa, você até parece a Ludmila falando - disse rindo.

– É porque somos irmãs, agora não me erra e cai fora.

Maicon saiu e ela olhava atentamente alguns papéis que ele havia entregue, agora eu precisava descobrir que papeis são esses e o que ela quer fazer, eu tinha gravado em vídeo, mas, por enquanto não tinha o que fazer, então tinha que falar com meu namorado.