POV. Castillo.

Cheguei ao shopping com a Cami e fomos fazer comprinhas básicas, sim meu pai estava com problemas financeiros, mas eu tinha minhas economias e estava na hora certa de usá-las.

Entramos em uma loja incrível, em um tipo de galeria que tinha tudo sobre rock, desde CDs, até roupas e sapatos, e tudo era incrível, uma coisa melhor que a outra, e o mais incrível é que tudo tinha um pouco do meu estilo, e ainda melhor, era tudo barato demais, ou melhor, estava em saldão.

– Villu, esse lugar é muito sua cara - disse Cami rindo

– Ahhh, eu me sinto em casa aqui, tem lojas onde costumo comprar os meus CDs.

– Imaginei - disse Camila rindo ainda mais - Bom como eu não conheço muito sobre moda rock, só me faça pergunta se a roupa está bem - gargalhou.

– Não se preocupe, não vou te fazer perguntas sobre a moda, afinal de contas, eu visto o que eu gosto, e não o que acham bonito - disse rindo da forma como Cami ficava quando falava de rock.

Andamos, andamos e andamos, definitivamente aquilo estava me animando, e eu já tinha comprado muitas roupas, e com pouca grana, por incrível que pareça, e sapatos também, estrearia esse novo estilo na próxima semana, tenho certeza que muitos vão se surpreender, se não todos, afinal de contas, por mais que me vista muito diferente, as pessoas só falam mal quando tem dor de cotovelo, isso você pode ter certeza.

– Cami, se quiser pode dormir em casa, meu pai não vai se importar, aquele probleminha, e minha irmã, precisa conhecer alguém para animá-la. - digo quase implorando.

– Ai definitivamente isso é uma ótima ideia, mas não tenho roupas amiga, preciso passar em casa. - disse animada.

– Que tal passarmos em uma loja aqui perto, que esteja em saldão, aí você compra roupas para ir ao colégio amanhã, e não se preocupe com toalhas, porque lá em casa sempre comprávamos extra. - tranquilizo.

– Certo.

Compramos as roupas para Cami ir amanhã e confesso que estava de acordo com o perfil dela. Não demoramos muito e chegamos em minha casa, onde depois de semanas meu pai, esperava na mesa ao lado da minha irmã, isso não me parece muito bom.

– Filha, onde você se meteu? - disse sério.

– Eu precisava comprar algumas coisas para mim - disse seca - Essa é minha amiga Camila.

Meu pai não se manifestou, fazendo Cami sentir-se desconfortável.

– Amiga, eu acho melhor eu ir embora. - disse sem graça.

– Cami, não precisa, vou te levar ao meu quarto e já desço aqui - disse sem importar-se com meu pai.

Deixei Cami no quarto com minhas coisas e desci para ouvir o que quer que seja do meu pai, aquilo tinha me irritado profundamente.

– Muito legal da sua parte destratar a minha amiga - disse irônica - Fala logo o que você quer.

– Violetta eu descobri que você não é minha filha. - disse frio.

– Como assim? - isso não pode estar acontecendo - Me responde.

– Descobri, através de uma carta que sua mãe escreveu, ela me traiu, o nome do amante dela era Henrique Fernandez, ele é seu pai, aqui está a foto dele, você é a cara dele - disse sem ânimo.

– Mas o que tinha na carta? - digo impressionada.

– Leia. - disse me entregando o papel.

German,

Nem sei como te dizer isso, mas quando estiver lendo provavelmente não esteja mais aqui.

Escrevi essa carta com o objetivo de esclarecer as coisas a respeito de suas filhas.

Há algum tempo, antes da Violetta nascer, me envolvi com um homem chamado Henrique Fernandez, (foto junto ao envelope) , eu achava que o amava. Tivemos um caso de aproximadamente 2 meses, os mesmos 2 meses que não tive nenhum tipo de contato físico com você, e terminei.

No mês posterior ao término desse relacionamento extra conjugal descobri minha gravidez, eu estava grávida de 1 mês. Se recorda que a todo custo tentei me deitar com você? Era por isso, para você não suspeitar e pensar que Violetta nasceu pré-matura.

Eu cheguei a fazer o DNA com ele e deu positivo, o DNA (também no envelope), onde aponta Henrique como pai da Violetta.

Sinto muito German, por não ter te contado antes essa história, e por ter te feito de idiota, mas eu não continuei esse relacionamento justamente porque descobri que não sentia nada pelo Henrique, e praticamente implorei para ele não contar que era pai da Violetta. Ultimamente ele tem me chantageado, por isso algumas coisas da casa vinham desaparecendo. Eu me vi encurralada, você provavelmente não me perdoaria, e eu não tinha o que fazer, a não ser me deixar chantagear.

German, quando disse que te amava era sério, nunca menti quanto a isso, mas todos passamos por momentos escuros, e esse foi o meu, por um momento, pensei que o que sentia por você houvesse morrido, e por isso investi nisso.

Perdão, e se puder, conte a Violetta. Quanto a Lari, ela é sim sua filha, pode ter certeza, mas não abandone a Violetta German, eu te peço, ela é tudo para mim, assim como você e como a Lari, mas eu sou a única que a Violetta tem, não a prive de uma família.

Eu te amo German, Você, a Lari e a Violetta.

Ao terminar a carta eu já estava com os olhos lavados pelas lágrimas que insistiam em sair de meus olhos, eu sinceramente esperava de tudo, menos isso, porque as desgraças tem que vir acompanhada de outras? Eu sempre não fui querida nessa casa.

– O que pretende fazer? - disse engolindo o choro - Vai me deixar?

– Não Violetta, não vou te deixar, pai é quem cria, e não quem gera. E você é minha filha, se convença disso. - disse com um sorriso torto.

– Então, não vai me largar? - disse respirando fundo.

– Não filha, mas queria que soubesse, e me perdoe por destratar sua amiga, é que ela não chegou em bom momento. - disse sem graça.

– Tudo bem.

Subi as escadas, precisava esclarecer as coisas com Cami, aquela notícia definitivamente me deixou sem chão. Quem será Henrique Fernandez?