– Capítulo 9 –

Uma Mistura de Mundos

15 pessoas reunidas em um só local, não exatamente um local, é como um novo mundo, onde a única regra é se equilibrar. Uhany e Yume acabavam de mudar tudo e todos, eles haviam se tornado um só, únicos e imperfeitos, eles eram os deuses daquele lugar, e os plebeus eram os mocinhos ou talvez jogadores, desse jogo confuso. Evy, Maya, Nick, Max, Suky, Neel, Aki, Emi, Metal, Sato, Mana, Kin e Myu, juntos nesse universo, flutuando sem controle de seus próprios corpos.

Essa magia de união altera o tempo e a perspectiva, estavam no ano 0002 do mundo, o planeta estava totalmente limpo, de baixo podiam ver o verde e o azul, o inicio de tudo bem ali, diante daquelas crianças, com olhos curiosos e confusos. Sato pegou a mão de Emi e a puxou, seguido de um abraço apertado.

– Nós precisamos de um plano – Sussurrou o albino no ouvido da menina.

– Não da! – A menina disse em desespero – Eu mal consigo me mover.

– Kin-san! – Gritou a pequena Mana flutuando para longe – Kin-san.

– Deixa que eu pego ela – Myu pegou impulso em uma pedra e agarrou a menininha – Calma pequena.

– Evy segura minha mão – Metal falou corado.

– O-o que? – Evy corou e devagar pegou na mão do menino ao seu lado.

– Pa-para não nos separarmos.

– Max droga, me larga! – Nick gritava mexendo o pé que o menino segurava com dificuldade – Ta me levando pra baixo.

– Que-que ah, e-eu n-não me-me so-sol-solta – Max respondeu gaguejando como costumava fazer quando estava sobre pressão.

– O que é isso? – Neel perguntou confuso, Maya o agarrava de um lado e Aki do outro.

– Não vou soltar! – As duas falavam em um coral.

– Gente, eu meio que fiquei sozinha – Suky falava em pânico vendo seus cabelos rosados flutuando.

– Vamos dando as mãos, quem tiver próximo se ajuda – Sugeriu Sato.

Até o momento, estava tudo bem, o problema é que eles não eram os únicos no meio do espaço, lá estava metade Uhany e metade Yume, em pé em uma pedra maior bem acima deles, era até um pouco bizarro ver aquilo, nunca, jamais alguém pode fazer algo assim. Eles enfim se pronunciaram, apesar de juntos, ainda eram um garoto e uma garota, então a diferença era notável.

– Sopro escuro – Yume falou mexendo apenas seu lado da boca, e logo depois começaram a assoprar fazendo um pó roxo e preto cair sobre as crianças.

– Nem pensar – Aki logo gritou juntando as mãos e fechando os olhos, sua aura branca como a neve invadiu o espaço igual a uma bolha a proteger as crianças – Eu tenho a aura de meu pai, Jellal, perdeu – Falou mostrando a língua para os dois acima e logo depois se agarrando de novo em Neel.

– Como você é “forte” menininha, tente acabar com isso – Yume e Uhany estenderam as mãos em uma única voz lançaram sua magia – Fogo assombrado.

Fantasmas vermelhos com auras negras saíram das duas mãos estendidas, eles vagavam entre os garotos que mal se mexiam, Myu tentou socar um deles, qual passou muito próximo, mas acabou com sua mão avermelhada e logo depois seu corpo estranhamente quente, como se pegasse fogo.

– Ah, isso dói... Muito – Reclamava o ruivo se contraindo de dor.

– Vamos, bloqueie isso, vocês estão em muitos, mas nós somos Deuses aqui... E não vamos perder – Yume e Uhany falaram juntos em uma voz estranhamente assustadora, seguido de uma risada maléfica.

***

Na grande mesa de vidro do terceiro andar - o andar do bar - estavam tio Haru e tia Inohent, juntamente do pequeno Kaite, filho de Raite e Kara. Os três jogavam cartas, um jogo em que o vencedor era quem ficava sem nada na mão primeiro, é claro que era um jogo não muito apropriado para um garotinho da idade do Kaite, porém ele não é só um garotinho ele é um gênio, e como um bom gênio, ele ganhou as doze partidas que jogarão.

– Desisto, o Kaite ganhou de novo, não da nem uma chance – Inohent falou fazendo bico enquanto revelava suas cartas.

– Pense pelo lado bom, eu ganhei em segundo lugar nessas doze partidas – Haru falou sorrindo calmamente.

– Qual é o lado bom nisso?

– Eu não falei que o lado bom era o seu – Se explicou dando um peteleco na cabeça da menina.

– Que droga, por que eu sempre perco tudo! Preciso de um bolo de maracujá – Falou a menina nervosa prestes a se levantar, mas ao olhar para mesa viu o bolo desejado aparecer em um piscar de olhos – Isso é incrível!

– Não fui eu, por que essas coisas toda hora acontecem com você – Perguntou Haru confuso.

Um barulho de cristal foi ouvido, Kaite despejou um vidro de areia em parte da mesa e começou a desenhar com o dedo, a areia não era amarela ou branca, era vermelha e azul, uma areia rara que só uma praia possui, e acredite aquela praia estava bem longe da Dark Guild.

– Esse poder de tele transporte é maluco, será que meu bolo tele transportou com ele – Inohent falou recebendo um sinal negativo do menininho.

Kaite apontou para o desenho, qual estava bem claro que era um colar, o colar que a mais velha usava, um colar precioso que possui o poder de sua mãe, que a salvou com todas as suas forças. Inohent ao perceber o significado da moldura na areia paralisou, seu passado, sua família, seus amigos, seu melhor amigo e irmão postiço Haru, tudo era resultado desse colar.

– O que tem Kaite? O que tem o meu colar? – Inohent o segurou pelos braços perguntando freneticamente, até ver ele sumir diante de seus olhos.

– Calma! Você o assustou, não entre em pânico Inohent! – Haru falou segurando a menina.

– Kaite, me responda! – A menina falou mirando os olhos no menino que reaparecera do seu lado.

Ele bagunçou o desenho na areia e começou a escrever algo, demoradamente terminou a frase, estava escrito “Seu colar é como eu sou”. Os mais velhos fixaram os olhos no garoto, o que aquela frase queria dizer? Kaite não falava, o colar também não, mas isso não era o suficiente, ninguém conhecia muito sobre Kaite e nem sobre o colar, como esse enigma poderia ser resolvido se só a duvidas.

– Quanta inteligência a de vocês – Uma voz conhecida soou pelo andar, lá estava ela, a garota que todos esperavam.

Sara estava sentada na mesa de vidro, com um joelho dobrado o qual apoiava uma mão, e a outra perna esticada, seus longos cabelos negros e espetados deslizavam por seu corpo, coberto por roupas pretas e marcantes. Sua guitarra presa como uma mochila em suas costas, e em seu ombro estava Aron, a miniatura do dragão Metalicana.

– Sara? – Haru e Inohente falaram em sincronia.

– Que droga de lugar é aquele que eu fui parar Kaite? Pirralho nojento – Murmurou a menina se lembrando de suas experiências anteriores – Que seja, eu já cansei de idiotas, me da o colar!

– Não, o que quer fazer? – Inohent negou escondendo o objeto.

– Me da logo! – Sara pegou o colar da menina a força e colocou no garoto – Presta atenção.

Ao colocar o colar no pescoço de Kaite uma luz forte cegou a todos, mas logo foi cessando, miraram os olhos no colar de luz fraca, o menininho pegou a mão de Inohent e levou-a até o centro do colar.

– AAAAAAAAAAAAH! - Gritou a menina que agora se encontrava caída em um chão de areia – Onde eu estou?

– Aqui é onde sua família descansa – Uma voz meiga e doce soou na cabeça da menina – Não fale, apenas pense no que quer dizer, eu estou aqui, bem aqui Inohent!

– Kaite? Nós podemos usar telepatia? Então esse é o som da sua voz... – Pensou Inohent avistando o menino ao seu lado e levantando com dificuldade – Aqui é sinistro.

– Concentração! Não quer ver sua mãe de novo? – Kaite respondeu sério.

– Sim... Mais que tudo...

– Apenas entenda, eu posso viajar para o mundo dos mortos então eu estou parcialmente morto, seu colar é um colar do mal, ele está programado para ter matar, o que eu tentei dizer é que quem te deu esse colar planejou sua morte, eu usei o colar para abrir esse portal, eu não morri ao completo e posso reviver, mas você não tem escolha, se não souber parar esse objeto, será o fim. Então você terá três minutos para conseguir uma explicação da sua família, depois disso, nunca mais voltara aqui, o colar é sua resposta, não perca o foco!

***

– Como vai você Haru? – Sara perguntou ainda em cima da mesa – Ainda apaixonado pelo EmoGirl...

– Não to apaixonado por ele, e para de falar EmoGirl – Haru corou e automaticamente abaixou o rosto.

– EmoGirl, EmoGirl, Kaite é uma garotinha emo, “não falo, não sorrio, não faço nada de bom e o Harubi é apaixonado por mim” – Sara brincou deixando o menino furioso.

– Droga, eu já falei que não, ele tem o que cinco anos? Isso deve ser muito, não sou pedófilo – Haru falou rápido batendo na mesa.

– Quanta raiva dentro desse coraçãozinho, deve ser por que você ta na seca a dois mil anos – Sara saiu da mesa rindo da cara do garoto.

– Para de falar besteiras e vai caçar seus amiguinhos, não sou eu que fiquei preso em uma jaula – Haru soltou cada palavra com ódio.

– É verdade, aquele desgraçado vai levar uma surra – Sara pegou Aron no colo e foi até a porta – Por que não pergunta pro Kaite o que vai acontecer quando ele crescer, afinal ele pode se tele transportar para o futuro.

– O que? – Haru se virou rapidamente, mas a menina já havia ido embora, a menina que sempre irritava e brincava com tudo – Kaite é realmente forte, ele observa tudo e todos, sabe das novidades, mas nunca falou com ninguém, eu preciso conquistar esse menino!

Continua...