Effie e Haymitch - Desde o Início (Hayffie) escrita por Denuyn


Capítulo 23
23


Notas iniciais do capítulo

Se alguém ainda estiver lendo: desculpem kk
Na sexta feira 28 de setembro de 2018 eu me lembrei dessa fic, que comecei a escrever em 2013, quando tinha 13 anos. Reli umas partes, li os novos comentários e me compadeci (além de estar precisando voltar a escrever), então estive escrevendo desde as 4 da tarde até agora, 2 da manhã do dia 29. Depois de postar esses novos capítulos vou voltar a escrever e, se possível, terminar ainda hoje. É isso.
Sei que minha escrita mudou, mas espero que ainda gostem.
Um abraço.
(Esse cap. é Pov Effie)



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  - Effie, acorda!

   Quase caindo da cama, deparei-me com Haymitch de pé, ao lado da minha poltrona. Com as costas para mim, ele vasculhava a pilha de roupas em cima de tal poltrona. Vestia sua calça da semana, que havia sido jogada no chão, e uma jaqueta escura, que devia ter pego em seu quarto. Levantando-me, eu o abracei de trás, beijando seu pescoço, mas ele se desvencilhou de mim.

  - Effie! Você sabe que horas são?

   Olhei para o relógio na minha cabeceira e arregalei os olhos; estávamos uma hora atrasados para a abertura da Sala de TV. Larain e Eschel haviam pedido pontualidade, pois nossos tributos estavam indo longe, e eu não estava nem vestida.

   Coloquei os cílios postiços mais escandalosos possíveis. As penas vermelhas cobriam qualquer resquício do delineador do dia anterior, e tiravam toda a atenção do resto do meu rosto; passei um batom amarelo no cento da minha boca e uma peruca branca cacheada, com três flores amarelas no topo. Me enfiei num vestido vermelho com uma estampa de linhas amarelas formando escamas de cobra (absolutamente odioso, mas tinha que manter as aparências), num par de saltos amarelos lisos, altos demais praquela hora da manhã, e arrastei Aber para a Sala de TV.

   Quando passamos pela porta, fomos abordados por mais de cinco pessoas que grasnavam sobre os Amantes Desafortunados e sobre uma caverna e sobre como demandavam patrocinar Katniss ou Peeta.

  - Senhores, senhoras! – interrompi-os – Por favor, acalmem-se! Peço que se dirijam à estação do distrito 12 para que possamos discutir seu patrocínio com calma.

   Ao alcançar os sofás que compunham nossa estação de patrocínio, encontramos uma massa compacta de Capitalistas ansiosos e escandalosos. Larain e Eschel, nas duas poltronas mais perto da televisão, sorriam sinistramente, como se fossem tributos vitoriosos do distrito 1, o que eu já vira várias vezes.

  - Vai chover canivete! – disse Larain – Os mentores estão atrasados e os tributos estão vivos!

  - Que  diabos está acontecendo? – sussurrei para ela, assim que consegui atravessar a pequena multidão.

  - Os amantes desafortunados estão com tudo – ela sorriu novamente, me dando arrepios. Olhei para a tela e deixei meu queixo cair ao ver Katniss acariciando a cabeça loira e suja de ninguém menos que Peeta Mellark. Dentro de uma caverna úmida com pouquíssima iluminação, eles estavam tendo um momento visivelmente íntimo.

   Enquanto eu assistia, Katniss sorriu para algo que ele dissera, se inclinou sem jeito e beijou-o. A multidão foi à loucura. As mulheres gritavam e os homens, a maioria extravagante, batiam palmas e comemoravam afobados. Juntei-me ao Aber, que parecia entender ainda menos que eu, e com um sorriso congelado, lhe perguntei:

  - Como eles foram parar nessa caverna?

  - Aparentemente, os Jogos mudaram de critério para vencedor – ele disse, perplexo.

  - Como assim? – sibilei, olhando ao redor.

  - Podem haver dois vencedores, contanto que sejam do mesmo distrito.

   Arregalei os olhos. Por um momento, senti certa esperança, mas não sou idiota.

  - Mas é uma armadilha descarada. Vão mudar essa regra assim que sobrar um casal assim.

  - Eu sei, mas precisavam atiçar o público. A Katniss não conseguiria vencer sozinha.

   Uma mulher baixinha, vestida de verde com saltos cor de rosa gigantescos, aproximou-se e disse, com um sotaque horrivelmente acentuado:

  - Achei uma absoluta tragédia Peeta estar machucado! Mentor, mande esse pote de sopa para os amantes desafortunados; ela precisa cuidar dele – ela estende um pote já preparado para a Arena, e Haymitch pega-o com um sorriso malicioso. Ele vira pra mim, pisca, e sai andando para a saleta onde os mentores mandam os presentes dos patrocinadores para os tributos, lugar que eu nunca vi. Como da última vez, quando Eschel mandou unguento para as queimaduras de Katniss, eu fiquei na estação, como que administrando os Patrocinadores histéricos.

   Com o passar do tempo, nossos tributos foram me surpreendendo cada vez mais. Conseguiram se manter vivos depois da caverna, e enquanto os outros tributos foram morrendo pela Arena, sobraram apenas três vivos: Katniss, Peeta e Cato. Ao mesmo tempo, eu fui ficando mais nervosa; a armadilha era tão clara, mas não tinha como avisá-los do perigo.

   Quando veio o grande finale, eu já não podia esconder minha apreensão. Sentada na Sala de TV com Aber ao meu lado, agarrando sua mão sem nem me importar com quem estivesse vendo, assisti enquanto Peeta lutava contra Cato no topo da Cornucópia e dei um sobressalto quando Cato caiu, indo de encontro com os horríveis bestantes que se pareciam com os tributos mortos. Fiquei assustada com a calma que Katniss atirou sua flecha na cabeça de Cato; um tiro de misericórdia. O canhão do carreirista soou. Aber soltou a respiração que estava prendendo, e eu de repente me dei conta: eles eram o casal de tributos do distrito 12. Estavam vivos.

   Ambos estavam vivos.

   Comecei a dar exclamações e pulinhos de felicidade, exagerando minha alegria real para manter as aparências. Aber tentou parecer feliz, embora ambos soubéssemos do que estava por vir. Larain e Eschel deram um sorrisinho cínico, demonstrando que também sabiam. Os próximos momentos, enquanto Katniss e Peeta discutiam, confusos, do porquê a sua vitória não ter sido anunciada ainda, foram embaraçosos. Todos da sala de TV voltaram sua atenção à nossa seção e a nós. De repente, vem a voz de Claudius Templesmith, retumbante:

  – Saudações aos últimos competidores da septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes. A revisão anterior foi revogada. Um exame mais minucioso do livro de regras revelou que apenas um vencedor pode ser permitido. Que a sorte esteja sempre a seu favor.

   Senti meu coração apertar.

  - Bem! Vocês ouviram ele! Quem será o verdadeiro vencedor dos Jogos desse ano? – disse, tentando parecer entusiasmada com essa reviravolta. Comecei a divagar animadamente sobre a jornada de nossos tributos até agora e que, independentemente de quem vencer, estou muito orgulhosa dos dois e que fico feliz de ter podido ver seu amor, tão jovem e tão curto, florescer de tal maneira.

  - Effie – Aber me interrompeu, apontando pra tela. Com horror, assisti Katniss e Peeta segurarem punhados de amora-cadeado e começarem a contar para suas mortes.

  - Um... dois... três! - As amoras estavam quase dentro de suas bocas quando os trompetes da vitória os interromperam. Novamente soou a voz de Claudius Templesmith, claramente desesperado:

  – Parem! Parem! Senhoras e senhores, tenho o prazer de anunciar os vitoriosos da septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen e Peeta Mellark! Eu apresento... os tributos do Distrito 12!

   A sala de TV irrompeeu em aplausos e gritos. Eu olhei para Aber e encontrei-o estarrecido. Ele sussurrou um “Caralho...”. Acho que nunca acreditou que isso fosse realmente possível. Mas aconteceu, então é possível.

   Katniss e Peeta venceram os Jogos Vorazes.


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Notas finais do capítulo

Nesse cap. e no próximo tive que copiar alguns diálogos que são canon, que acontecem no livro, tipo o que o Claudius fala e o diálogo entre Haymitch e Katniss, então obviamente esses não são minha propriedade intelectual.
Até daqui a pouco com o próximo capítulo.



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