Effie e Haymitch - Desde o Início (Hayffie) escrita por Denuyn


Capítulo 14
14


Notas iniciais do capítulo

94 COMENTÁRIOS, É ISSO MESMO, PRODUÇÃO? MDS MDS MDS
então, pessoas lindas, muito obrigada (muito, muito, muito) e... é, aproveitem esse cap. de ~Pov Haymitch



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Como de costume, fechei a cara ao ser cercado pela massa de luzes, cores e pessoas que era constante na Capital e se amontoava pelo caminho até o prédio dos tributos. Mesmo com Effie ao meu lado para me fazer companhia e Henry e Sailee para tomar conta, eu não conseguia deixar de ser uma mistura entre silêncio aborrecido e olhares raivosos. Fiquei calado durante todo o trajeto até o local onde teríamos de deixar os tributos com a equipe de preparação, para abrir a boca apenas quando tive de conversar com os estilistas. Gerren e Halai se apresentam como os estilistas daquele ano, assim como seriam por mais uma ou duas edições. Gerren tinha o cabelo tingido de lilás, roupas listradas e trejeitos afeminados, enquanto Halai apresentava tatuagens exóticas e tribais cobrindo ambos seus braços finos. Ela tinha o cabelo descolorido e elaborado em um coque complicado e esquisito que eu esperava não aparecer na cabeça de Sailee.

Durante o tempo de espera para o desfile das carruagens, eu e Effie não tivemos tempo de ficarmos sozinhos, então eu agi normalmente. “Normalmente” significando: bêbado, debochado, mal-humorado, irritado e cambaleante. Conversei um pouco com Effie sobre coisas absurdamente casuais, sobre os Jogos e sobre as roupas que os outros tributos provavelmente usariam. Quando a hora do desfile se aproximou, encontramos dois lugares decentes e ficamos em silêncio até a carruagem do 1 entrar.

– Céus, Haymitch – ela falou – Essas roupas estão perfeitas.

– Que pena – respondi.

Assistimos a trajetória dos tributos com comentários breves, pois eles realmente não nos interessavam. A maioria dos trajes estava detestável, mas os habitantes da Capital urravam em aprovação. No momento em que Henry e Sailee surgiram, no entanto, eu quase dei um tapa no meu próprio rosto. Abri a boca, pasmo, e assisti, impotente, enquanto meus tributos se prostravam em uma carruagem vestidos de mineradores. Os dois usavam macacões jeans e blusas com manchas estrategicamente bagunçadas. A maquiagem de Sailee estava muito escura, e não ressaltava seus olhos castanhos de jeito nenhum. Seus cabelos louros estavam presos em um coque sem graça e Henry tinha marcas de fuligem no maxilar e nas maçãs do rosto, tentando fazer com que ele parecesse sombrio, em vão. Effie simplesmente olhou, perplexa. Trocamos olhares e entendemos o que o outro pensava sobre as roupas. Não é bom.

Depois do desfile, eu ainda estava mal-humorado. Fomos conduzidos ao apartamento do 12 e, quando finalmente nos sentamos para jantar, me concentrei na taça de vinho, com falta de outra coisa pra olhar.

– Haymitch – Effie interveio – Você vai ficar só encarando o copo ou vai ajudar Sailee e Henry?

– Bem, eu acho que eu não tenho nenhuma sabedoria para compartilhar no momento – falei – Já que eles deixaram claro que não eram bons com armas e fazê-los ficar encantadores é o seu trabalho, eu não tenho nenhuma função agora a não ser, claro, evitar que meu vinho acabe – tomei um gole, deixando um restinho e pedindo ao Avox que reenchesse.

Effie bufou e, virando-se para os tributos, começou a sugerir que treinassem suas habilidades o máximo que pudessem. Imediatamente, exclamei:

– Não! Não façam isso!

Effie me encarou com o cenho franzido, mas os tributos simplesmente esperaram que eu falasse mais alguma coisa.

– Por que não? – a escolta perguntou.

– Porque – falei lentamente, olhando para os dois tributos com atenção – Se os Carreiristas descobrirem no que vocês são bons, irão trabalhar na maneira de serem melhores, e eliminá-los. Vocês devem fingir que não sabem fazer nada...

– Nãos sabemos – Sailee resmungou.

– ... e surpreendê-los na Arena. O elemento surpresa é essencial se você quiser ter pelo menos uma chance. E eu acredito que vocês dois querem isso.

Ambos voltaram seus olhares para os pratos. Dei de ombros e tomei mais um gole.

Quando os tributos voltaram para os quartos, eu fiquei deitado no sofá tomando vodca, como sempre fazia quando assistia à reprise das Colheitas. Como sempre, os tributos do 1 e do 2 que haviam se voluntariado eram monstruosos. Os do 3 pareciam frágeis fisicamente, mas, obviamente, seriam superiores na mente. Durante a Colheita do 4, só o tributo masculino se voluntariou, já que o moleque sorteado tinha uns doze anos e o voluntário teria muito mais chance de vencer. No 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11, foi a coisa de sempre; todos os sorteados tinham a devastação estampada no rosto, tirando alguns que pareciam melhor alimentados e poderiam ter alguma chance como seus mentores tiveram.

Quando veio a Colheita do 11, Effie voltou à sala, com pelo menos metade da maquiagem que estava usando antes, a mesma peruca, um roupão bordado e pantufas brilhantes. Ela se jogou na poltrona ao meu lado e assistiu em silêncio enquanto duas crianças de treze anos eram sorteadas no distrito da agricultura. No momento em que entramos no palco e eu tropecei, no entanto, ela soltou uma gargalhada.

– Eu queria muito ter rido disso na hora que aconteceu – ela disse, ainda rindo – Você fez de propósito, não é?

Sorri de lado.

– Mas é claro.

Ela perdeu o sorriso assim que o filme da Revolução começou. Quando sorteou Sailee, ela mudou de posição e resmungou que a tributo estava parecendo um coelhinho medroso.

– Bem, aí está algo que Sailee não é – esbocei um sorriso.

Effie se encolheu na poltrona quando a multidão não respondeu à sua tentativa de aplausos.

– Eles já me odeiam, não é?

Dei de ombros.

– Eles odeiam todo mundo da Capital. Se eles pelo menos soubessem como você é... – deixei o fim da frase solto no ar, implícito que eles gostariam dela tanto quanto eu. Terminamos de assistir à Colheita. Assim que desliguei a TV, virei-me para Effie com a intenção de discutir as possibilidades dos nossos tributos, mas ela cuspiu a pergunta antes que eu pudesse dizer alguma coisa.

– Vamos falar daquele beijo de hoje de manhã ou não? – ela parecia já ter pensado nisso por um tempo, pelos seus olhos arregalados e ombros tensos. Ela realmente queria uma resposta decente.

– Se você quiser, podemos falar.

Ela suspirou e me encarou. De repente, percebi que era eu quem tinha que dizer alguma coisa.

– Então... foi melhor que a última vez?

Effie bufou.

– Não foi isso que eu quis dizer. O que aquilo significou? Nós não seríamos só colegas de trabalho?

– Você quer ser só colega de trabalho?

Ela parou com a boca aberta e fechou-a, parecendo um peixe.

– Viu? Nenhum de nós quer.

– Você... você também...

Aproximei-me dela, tocando seu rosto com uma mão.

– Você perguntou o que aquilo significou. Bem, significou isso – selei nossos lábios em um beijo lento, o mais terno que consegui. Ela enlaçou meu pescoço com os braços e puxou-me para perto, retribuindo o beijo. Ao nos separarmos, vi que ela sorria, e sorri também. Eu senti falta dela. Senti falta do gosto de seu beijo e da sensação de segurá-la perto de mim. Segui-a até seu quarto, mais do que ciente sobre onde aquilo levaria. Trancamos a porta e nos beijamos novamente. Eu contemplei-a, analisando cada detalhe de seu rosto. Tirei a peruca delicadamente, beijando-a enquanto dizia que ela não precisava daquilo.

Não demorou muito tempo, os beijos começaram a ficar mais urgentes e ardentes, enquanto ela desabotoava a minha camisa e jogava suas pantufas longe. Prendi seu corpo contra a parede quando ela jogou as pernas ao redor do meu quadril e, ao tirar o roupão, descobri uma camisola de cetim, que foi obviamente tirada mais tarde. Logo, Effie havia me jogado na cama, ficando em cima de mim, e tirado minhas calças, enquanto eu a beijava onde pudesse. Ela me beijou como se tivesse esperado a vida inteira para fazê-lo, o que era mais ou menos a situação. Dei uma mordida na base de seu pescoço e sorri ao ouvi-la gemer. Pus meus braços ao redor dela e joguei-a para o lado, logo ficando por cima, o que a fez far uma risadinha nervosa. Sorri e beijei-a novamente.

A melhor coisa daquela noite foi o fato de ser Effie Trinket na cama comigo, ao invés de uma prostituta qualquer.

Na manhã seguinte, ambos acordamos mais ou menos ao mesmo tempo, nus, na cama do quarto dela. Tenho que dizer, vê-la ao meu lado sendo iluminada pelo sol que entrava pela janela foi uma experiência muito agradável. Mesmo com a comum desorientação matinal, fui muito relutante em me vestir antes que os tributos acordassem. Onde estava o 2º round, afinal de contas?

– 2º round – Effie franzira a testa enquanto colocava outra peruca – Nunca tive um 2º round.

– Há primeira vez para tudo, não?

– Certamente – ela esboçou um sorriso – mas não durante o café da manhã de nossos tributos.

Revirei os olhos e calcei os sapatos.

Quando os tributos se juntaram a nós na mesa do café, eu estava muito mais animado para dar conselhos. Sugeri que tentassem o estande de sobrevivência, para que aprendessem a fazer uma fogueira ou encontrar água. Effie pareceu satisfeita com meu, pode-se dizer, leve entusiasmo, e sorriu na maior parte da refeição.

Logo depois que Sailee e Henry foram para o treinamento, eu sugeri o 2º round, mas Effie apenas riu e disse:

– Patrocinadores, amorzinho.

Eu ri.

– Esse é o espírito.


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Notas finais do capítulo

LALALALALA PEGAÇÃO MINHA GENTE ><
Espero que tenham gostado :D acho que vou demorar mais alguns dias para publicar o próximo capítulo, mas peço que aguardem :3
Abraços o/