Effie e Haymitch - Desde o Início (Hayffie) escrita por Denuyn


Capítulo 13
13


Notas iniciais do capítulo

~Pov Effie
AEEEE NOVO CAPÍTULO GENTEM
não, ainda não tem pegação u.u mas aguardem, pq terá
muito, muito, muito obrigada pelos 86 comentários, vcs são todas lindas gatosas divosas



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Acordei com a cabeça pesada e latejante. Lembrava-me de ter conversado com Haymitch e roubado sua garrafa... o resto era um borrão. Com um salto, sentei-me na cama, alarmada. Será que alguma coisa acontecera? Eu definitivamente não gostaria que minha primeira vez com Haymitch fosse bêbada e desorientada, mesmo que fosse provável que ele estaria. Imediatamente, franzi a testa. Minha primeira vez com Haymitch? Quase me mandei parar de ser idiota em voz alta. Era extremamente duvidável que ele fosse se sentir atraído por mim daquela maneira, afinal, só nos beijáramos uma vez, e fora vários anos atrás.

Espanando esses pensamentos da minha mente, levantei-me e, percebendo que estava com a mesma roupa do dia anterior, fui tomar um banho. Isso, pelo menos, indicava que nada de mais acontecera entre mim e Haymitch. Depois de fazer a higiene necessária, vesti um vestido azul-celeste e uma peruca cor de neve com cachinhos por cima da orelha. Maquiei-me e saí do quarto, irritando-me com o “claque-claque” dos meus próprios saltos. Ao entrar na sala encontrei, para minha surpresa, Haymitch, sozinho.

– Bom dia – falei – Onde estão as crianças?

– Tributos, você quer dizer – ele resmungou – E eles ainda estão no quarto. Devem estar brigados.

– Mas eles têm que comer alguma coisa. Estaremos na Capital em algumas horas!

– Vai você, então. Eu que não acordo pirralho mimado.

Suspirei e fui até o quarto do garoto, Henry, primeiro. Pensei que, se conseguisse tirá-lo do quarto primeiro, lidaria mais facilmente com Sailee.

– Henry? – bati na porta – Henry, querido, está tudo bem?

Ouvi um grunhido que tomei por um “Vá embora”.

– Henry, saia logo. Você não quer tomar café da manhã?

O garoto gemeu e ouvi seus passos até a porta. A maçaneta girou e ele apareceu, com uma calça de pijama verde- e nada mais.

– Você poderia, por favor, vestir uma camiseta? Já está meio tarde, está na hora de tomar café.

Ele bufou e sinalizou para que eu entrasse. Assim o fiz, e ele deixou a porta entreaberta atrás de mim. O quarto estava bem limpo, como sempre, mas ele havia jogado a roupa do dia anterior em um canto, dando um ar de meia-bagunça. Sentei-me na cama, evitando encará-lo enquanto colocava uma camisa.

– Então – comecei, assim que ele se sentou ao meu lado – O que acontece entre você e Sailee? Parece que não suportam ficar na mesma sala nem por dez segundos.

Ele suspirou e disse, com uma voz rouca:

– É complicado.

Tentei soar genuinamente despreocupada, com o sotaque treinado da Capital.

– Ora, ora, nada é tão complicado a ponto de ser impossível de explicar! E eu sou uma boa ouvinte!

Henry pareceu ponderar, como se decidindo se eu era de confiança. Por fim, me encarou e contou:

– Ela é a ex-namorada do meu irmão. Eles terminaram, e foi tudo culpa minha.

– Tsc, tsc, tsc - balancei a cabeça – O que você fez, hein, querido?

– Eu não quero falar sobre isso.

Suspirei e levantei-me.

– Bem, se você prefere assim. Escute, Henry, não importa o que você fez, eu tenho certeza de que ela vai te perdoar. Agora, venha tomar café.

Ele deu de ombros e saiu do quarto, indo se encontrar com Haymitch. Agora só faltava Sailee.

Bati na porta dela.

– Sailee? Sailee, querida, venha tomar café.

Diferentemente de Henry, Sailee veio abrir a porta imediatamente. Ela estava usando uma camisola branca que eu achava curta demais para a idade dela, mas é óbvio que não comentei.

– O que é? – ela soava furiosa.

– Café da manhã – cantarolei – Você vai precisar. Estaremos na Capital daqui algumas horas.

– Não estou com fome – e fechou a porta. Na minha cara!

– Que rude – resmunguei, antes de bater novamente – Sailee!

Mais uma vez, ela abriu, com uma aparência raivosa.

– Eu disse que não estou com fome!

– Pelo menos me deixe entrar – disse suavemente.

Ela me olhou de cima abaixo com um ar analítico e seus ombros relaxaram, mesmo que sua expressão ainda fosse dura. Ela se afastou da porta para me dar espaço. Entrei no quarto e ele estava impecável. Fazendo exatamente a mesma coisa que fizera no quarto de Henry, sentei-me na cama enquanto ela colocava algo mais apresentável, e esperei que ela se juntasse a mim. No entanto, ela apenas se prostrou na minha frente, como se esperasse que eu dissesse alguma coisa.

Com efeito, eu limpei a garganta e falei:

– O que aconteceu entre você e Henry? Quero dizer, não quero parecer intrometida, mas reparei que vocês não, uhm, suportam um ao outro.

Sailee revirou os olhos castanhos. Ela estava tão diferente do coelhinho assustado que aparentava no dia anterior que deduzi que esta fosse sua personalidade em período integral.

– O Henry já não te contou? Sobre o meu namorado e o que ele fez pra arruinar a minha vida?

– Ele disse que não queria falar sobre isso – falei.

– Ah, isso é típico dele! – ela exclamou – Fugindo dos fatos e preferindo não falar como se eles nunca houvessem acontecido!

– Mas você não faz isso, eu suponho – sorri – Pode me contar o que aconteceu.

Sailee bufou.

– Ele é o irmão do meu namorado.

– Desculpe, mas ele disse que era ex-namorado. Eu estou confusa.

– É claro que ele disse; não sabe que nós voltamos.

– Ah, sim, entendo. Mas o que aconteceu para que vocês terminassem? Henry falou que era culpa dele.

– Culpa dele? Foi por causa dele! Ele convenceu Evan a terminar o namoro! Só porque ele queria ficar comigo!

– Ai, ai, ai – mordi o lábio – Isso não parece muito bom. Além do mais, você não é jovem demais pra ele?

– Como se ele se importasse – Sailee bufou – Ele tentou me beijar depois que Evan terminou comigo. Quando fui explicar ao Evan o que Henry queria, ele demorou um tempo pra pedir pra voltar comigo. Justamente, eu demorei um pouco pra aceitar, mas estávamos juntos e, digamos, felizes, sem que Henry soubesse, até essa maldita Colheita! Agora ou Evan fica sem namorada, ou sem irmão, ou sem ambos! – seus olhos ficaram ligeiramente marejados – Muito provavelmente a última opção...

Suspirei e abracei-a, dando batidinhas amigáveis nas suas costas.

– Vamos, vamos, não chore, querida... eu acho que Henry está mais do que arrependido pelo que fez e fará de tudo para te proteger. Você poderia perdoá-lo?

Ela fungou e se afastou de mim.

– Eu não sei. Não sei nem se quero perdoá-lo. E eu sinto tanta falta do Evan... ele não veio visitar nenhum de nós dois; devia estar chorando embaixo de uma árvore e perdeu a noção do tempo. Eu não o culpo, estou até preocupada com ele. É tão sensível, mas nunca mostra isso pra ninguém além de mim – um pequeno sorriso floresceu em seus lábios – É uma das razões pelas quais eu o amo. Ele é agradável de ambos os jeitos, durão ou dócil, mas é só pra mim que ele se revela – sua expressão tornou-se dura novamente – Nunca mais o verei.

– Sailee, não seja pessimista – falei, depois de quase ter chorado com a prova de que ela tinha sentimentos – Ainda há uma chance de reencontrá-lo. Vencer os Jogos.

Ela lançou-me um olhar triste.

– É esse o problema, Effie. Eu não vou vencer. Não tenho coragem de tirar uma vida. Lembra-se do boi que Henry comentou? Eu não o matei. Eu só o cortei para que meu pai pudesse vendê-lo. Meu tio o matou e eu não consegui nem assistir.

Toquei meus lábios no topo de sua testa, tentando confortá-la.

– Venha, querida. Uma boa xícara de chá e você estará pensando muito mais claramente.

Sailee assentiu e me seguiu para fora do quarto. Ela se recusou a encarar Henry, mas sentou-se à mesa e pegou uma torrada.

– Bom – Haymitch falou – Está resolvido? Vocês vão tentar colaborar para não serem assassinados?

Sailee lançou lançou um olhar raivoso a Haymitch, mas Henry ficou com os olhos no prato.

– O quê? – o mentor levantou ambas as sobrancelhas – Vocês querem viver ou não? O melhor aliado que vocês podem ter é o outro, porque nenhum tributo vai querer fazer aliança com vocês. Entendam, os tributos do 12 são os mais desprezados, então tudo que vocês podem fazer é surpreender o resto dos tributos e a Capital. Aí tudo depende de vocês. É sua decisão, não minha.

Henry encarou Sailee e ela, relutante, olhou-o de volta.

– Você acha que pode me perdoar? – ele perguntou, em um fio de voz.

– Não sei – ela continuou a lançar o olhar fulminante, mas sua expressão mostrava cansaço, como se ela estivesse cheia de pensar em perdoá-lo.

Henry assentiu e voltou a comer. Troquei olhares com Haymitch, mas não falei nada.

Quando estávamos todos de volta aos quartos, expliquei a ele o que tinha acontecido entre os dois e ele assoviou.

– Aí estão dois tributos complicados de ganhar patrocinador.

Suspirei e sentei-me ao lado dele.

– Eu sei, eu sei. Estou preocupada com eles.

Fiquei tensa quando ele passou o braço por cima dos meus ombros para me confortar.

– Não fique. Faremos de tudo para ajudá-los, não é verdade?

Não pude evitar encará-lo. Seus olhos azuis estavam a centímetros dos meus.

– É... verdade... – num impulso, aproximei meu rosto ainda mais e toquei seus lábios com os meus. Ele segurou meu rosto com ambas as mãos e correspondeu o beijo. Eu tremi toda, só agora percebendo que, não importava o quanto eu achava que havia sentido falta de falar com ele, eu sentira muito, muito mais saudade do seu toque e de seu beijo.

De repente, ouvimos um bater na porta, alto e urgente. Nos separamos e ele me encarou com olhos maliciosos e desapontados ao mesmo tempo. Esbocei um sorriso e abri a porta. Henry estava prostrado no meio do corredor, com Sailee atrás, apoiada na parede.

– O que foi, queridos? – perguntei com um sorriso.

– Estamos chegando na Capital – Sailee falou, franzindo a testa – Você não percebeu?

– Ah... eu... não, eu... – Haymitch me interrompeu, chegando por trás e abrindo a porta por inteiro.

– Valeu pelo licor, Trinket – ele apontou para uma garrafa escura que levava na mão antes revirar os olhos na direção dos tributos – O que foi agora?

– Capital – Sailee repetiu.

Haymitch deu de ombros.

– Se vocês quiserem, podem acenar das janelas. Eles gostam disso.

Sem vontade, os dois adolescentes se dirigiram à sala e colaram os narizes na janela.

– Essa foi rápida – sussurrei para Haymitch.

– Eu sei – ele saiu do quarto – Mas é sério, obrigado pelo licor. Estava no seu frigobar.

Deixei uma risada escapar e segui-o até a sala.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, pq só vai ter cap de novo daqui uns dias :(
comentem, recomendem, bla bla bla vcs já sabem u.u