Srª. Montesinos II escrita por GothicUnicorn
Notas iniciais do capítulo
O fatoney é que a Ivana tá precisando tomar uns tapas nessa cara linda; OUXE, MOLIER.
– Não posso suportar isso, José Miguel, nosso Rico sem memória. – Ela o abraçou, ele a retribuía carinhoso e delicado. – Nosso bebê.
Desnorteados, eles ficaram abraçados esperando qualquer reação de Rico. Felipe permitiu que ficassem com o menino, e isso os deixou mais aliviados. Com uma grande atadura na nuca, o menino estava pálido, e isso deixou Ivana desesperada.
– Ele está pálido, José Miguel.
– Perdeu muito sangue, meu amor, é normal.
Ivana ficou a tarde toda velando seu pequeno Rico, ela não poderia perder nenhum progresso do garoto. Seu corpinho inerte começava a ter cor novamente, e a pele bronzeada parecia voltar à vida. O rostinho, ainda inchado pela pancada, continuava lindo, seus cabelos pretos haviam sido penteados por sua mãe, que não suportava vê-lo despenteado.
José Miguel foi para a casa dormir, ele passaria a noite com o menino. Ivana já estava esgotada, fraca e em jejum, pois não queria comer nada, só ficar com seu pequeno herói.
– Meu bebê. – Dizia ela, passando as mãos sobre seus cabelos. – Você não gosta de ser chamado assim, então melhore logo e brigue muito comigo, meu amor.
Embora muitos estivessem de prontidão para cuidar do menino, ela queria cuidá-lo e protegê-lo sozinha. A cidade já sabia do acidente de Rico e foram oferecer ajuda aos familiares, Isabel ficou responsável por recebê-los. Ivana não era uma das mais adoradas da cidade, pelo contrário, alguns a odiavam, como Gabriela, mesmo com a mudança não havia se convencido, mas o pequeno Rico ganhou o carinho de todos, pois era muito nobre, assim como seu pai e avô.
O sol começava a se esconder, enquanto dentro da pequena sala arejada o garoto permanecia inerte, coberto apenas com um leve lençol branco. Sua mãe, com os braços envoltos em seus pezinhos, estava imóvel e em sua cabeça passava um turbilhão de coisas.
– Acorde, meu bebê, acorde, meu Rico. – Repetia ela, inúmeras vezes, tentando despertá-lo.
Ivana foi interrompida por José Miguel, que lhe surpreendeu, repousando uma das mãos sobre seu ombro.
– Olá, meu amor, como está? – Perguntou ele, fechando a porta.
– Como você acha? Ele não acordou ainda e sinceramente estou com medo de quando ele acordar.
– Por que, meu amor?
– Não ouviu Felipe dizer? Ele pode ter perdido a memória, e simplesmente não suportarei uma coisa dessas.
– Estaremos juntos para tudo.
– Claro, destruímos juntos.
– Não vamos discutir, meu amor, vá para a casa, Juan está te esperando lá fora.
Ela levantou-se, beijou o filho e saiu, sem ao menos se despedir de José Miguel, que a esperava para um abraço.
Isabel a acompanhou, não trocaram uma só palavra e foi assim todo o caminho para a casa. Logo que chegaram, Ivana se despediu de sua mãe e foi para seu quarto, tomou um bom banho e pediu o jantar no quarto, não queria muito contato humano. Depois de comer foi até o quarto do trem, observá-lo. Enquanto o pequeno trem cor de vinho dava voltas em seu extenso trilho, ela chorava, encostando-se na soleira da porta.
– Quando ele brincará com você novamente? - Questionava ela, aos prantos. Ivana voltou ao seu quarto, que ainda estava com a manta do menino sobre a cama, chorou mais um tempo, e finalmente pegou no sono.
José Miguel, a beira da cama do menino, já não conseguia mais ser forte e desatou a chorar, mostrando que por trás de todo aquele homem forte e inabalável, existia um criatura doce e sensível, assim como sua esposa, e também estava com medo, mesmo tentando ser forte. Aos pés de seu amado filho, ele passou a noite, apenas orando e chorando, esperando por um milagre.
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