Srª. Montesinos II escrita por GothicUnicorn


Capítulo 3
3


Notas iniciais do capítulo

José Miguel é tão românticoney; AAAWWN



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(...) Assim passaram a noite, fundidos em um único corpo.

Ao despertar, Ivana se deparou com Rico adormecido ao seu lado, as mãozinhas do pequeno estavam repousas sobre sua face. Os cabelos do menino escondiam seu rosto angelical. Ela sentou-se, e encontrou um bilhete de José Miguel, como de costume.

Bom dia, minha Ivana.

A senhora é tão dorminhoca, que nem mesmo com os gritos de Rico acordou, mas dorminhoca mesmo, eu te amo. Estou ocupadíssimo com os afazeres da fazenda, provavelmente não voltarei para almoçar, Rico ainda não notou a surpresa, não conte, deixe que ele descubra.

Eu os amo muito,

Com amor, José Miguel.

Ela pressionou o bilhete contra o peito, enquanto acariciava os cabelos do filho, que dormia ao seu lado. Ivana levantou-se e tomou um bom banho. O menino estava em um sono tão pesado, que ela preferiu deixá-lo dormir. Ela se vestiu e foi até o quarto onde estavam montados os trilhos do trem, e os admirava.

– Ele vai adorar! – Pensava ela, entusiasmada. Rico era uma criança muito feliz, ele compreendia que era amado, e os amava da mesma forma. Além de educado, era grato, tinha princípios e valores de um verdadeiro ‘gentleman’ assim como seu pai e avô, e mesmo muy chiquito, Rico compreendia a complexidade das coisas, assim como um adulto, e isso o diferenciava das outras crianças.

– Bom dia, Ivana! – Exclamou Leonor, entusiasmada.

– Bom dia, quanta alegria, o que acontece? Onde está mamãe? – Questionou ela, surpresa.

– Nada, só estou animada. Foi a San Pedro comprar algumas coisas.

– Sabe que coisas são essas? – Perguntou Ivana, passando geleia em seu pão, enquanto Leonor a servia com café. – Mamãe está distante ultimamente, não sei, talvez seja só impressão minha. Provavelmente seja por causa da escolinha da Gabriela.

– É, talvez.

– Bom dia, mamãe. – Rico finalmente havia despertado. Com o rostinho inchado, e o cabelo despenteado, ele corria em direção a mãe, que se preparava para recebê-lo em seus braços.

– Bom dia, meu bebê! Como dormiu, meu príncipe? – Ela o suspendia no ar, e o enchia de beijos. As bochechas do menino eram fartas, seus lábios rosados, e eram carnudos, assim como de seus pais, o menino retribuía o carinho da mesma forma, com beijos.

– Mamãe, eu também te amo, mas eu não sou bebê. – O menino cruzou os braços, e fechou a cara. Realmente, ele se irritava muito em ser chamado de bebê.

– Tudo bem, meu be... Perdão, Rico. – Ivana o beijou novamente, e com as mãos arrumava o cabelo do menino. – Agora tome seu café.

Em pouco tempo, não havia mais nada em seu prato, Rico devorou tudo, quase instantaneamente. Tereza o levou para um banho, o garoto era querido por todos, até pelos empregados, que o chamavam de ‘patrãozinho’.

– Tereza, você sabe que ganhei um trem, não é? – Perguntou ele, voltando-se para a parede, enquanto ela lhe lavava as costas. – Sabe onde está?

Tereza, assim como todos os outros, estava instruída a não dizer nada para o garoto.

– Não sei de nada não, patrãozinho.

– Tudo bem, obrigado, perguntarei para a mamãe, talvez ela saiba.

– Sim, talvez. – Ela terminou de banhá-lo e o levou para o quarto. Rico escolhia suas roupas, porém não sabia vesti-las, então precisava sempre do auxilio de Tereza. Não demorou muito, e já estava pronto. Os cabelos molhados, estavam finalmente penteados, a camiseta preta contrastava com o cabelo. Rico nada mais era, que a miniatura de seu pai, porém, foi provido com traços finos e delicados, os traços de sua mãe. Era a intersecção perfeita, um menino lindo.

– Mamãe, sabe onde está meu trem? – Perguntou ele, surpreendendo-a.

– Nunca mais faça isso, Rico, não, não sei onde está. – Disse ríspida.

– Desculpe se te assustei, mamãe, não foi minha intenção. – Os olhinhos redondos pareciam entristecidos, ele era um menino muito sentimental.

– Não precisa se desculpar, filho. – Ela levantou-se de sua penteadeira, e foi até ele, colocando-o no colo. – Vamos procurar o trem?

A tristeza que o menino trazia em sua expressão desaparecera com aquela frase, com um largo sorriso no rosto, Rico concordou em ir à busca do trem. Eles procuraram por toda a fazenda, quando estavam próximos do local, Ivana o deixou sozinho, com a desculpa de que estava cansada, para que ele pudesse, com seus próprios méritos, achar o trem. Ela sentou-se sobre uma cadeira, próxima ao escritório, quando ouviu um grito de Rico:

– MAMÃE, EU ACHEI! – A risada do menino era gostosa, uma risada inocente e despreocupada. Ivana correu em direção ao quarto, e ele estava sentado sobre uma pequena plataforma colorida, e assim brincava, brincava docemente com seu amado trenzinho. Ela não quis interrompê-lo, ele estava tão distraído, que seria um delito fazer tal coisa.

Ivana almoçou sozinha, Isabel não havia aparecido, Leonor estava com dor de cabeça e preferiu comer em seu quarto, José Miguel avisou que não viria, e Rico, esse não estava nessa orbita.

– Em uma casa de cinco pessoas, eu estou comendo sozinha? – Resmungava ela, entre uma tortilha e outra.

Ela estava distraída, quando ouviu uma buzina, e vozes, então foi até a janela.


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