Srª. Montesinos II escrita por GothicUnicorn
Notas iniciais do capítulo
Esse ficou meigo e ... Chorei; MEU BEBITO. Case comigo, Rico?
– Pode deixar, agora descanse.
Durante o caminho para a casa Ivana pensava em tudo que aquele dia tinha significado, aprendeu muito com tudo aquilo. Chegando a casa, tomou um banho, jantou novamente em seu quarto. Antes de dormir, refletiu por um tempo, e sentiu vontade de fazer algo que nunca tinha feito, orar. Ajoelhou-se aos pés da cama, e começou suas preces.
– Virgem de Guadalupe, a senhora sabe que não sou muito religiosa e nunca rezei, porém, aprendi da pior maneira, na dificuldade e com um filho. Não sei dizer palavras bonitas e tudo mais, porém, o que a senhora ouve agora é a súplica de uma mãe desesperada, e eu te imploro, cuide de meu filho, ele é tudo que possuo, e não posso perdê-lo. – As teimosas lágrimas escorriam de seu rosto.
Ivana deitou-se na cama, parecia pesar muitos quilos a menos, ela estava aliviada e agora sentia que tinha força para continuar, e assim amanheceu, cheia de esperanças e metas.
Os dias foram se passando, a cada dia uma nova esperança. José Miguel e Ivana estavam mais unidos que nunca, eles comemoravam cada progresso do pequeno Rico, que ainda estava desacordado, pois seu quadro evoluiu para o coma. A princípio se desesperaram, mas logo arrumaram forças para seguir em frente. A cada dia era uma nova surpresa, as visitas ao menino eram regulares, todo dia pessoas apareciam com balões e presentes. Gabriela, mesmo não suportando Ivana foi vê-lo, afinal, também gostava muito do menino. Horácio, Ventura, Sandra, Alonso, Valentina, Cecília, Santiago, Isabel, Leonor e Gabriela, foram apenas algumas das muitas visitas que o garoto recebeu. A cada pequeno progresso, todos comemoravam. Rico poderia acordar a qualquer momento, poderia ser em dias, horas, minutos, meses ou anos, mas seus pais seguiram confiantes. Em uma manhã de janeiro, a rotina seguia normalmente. José Miguel estava esperando Ivana, para que ele pudesse ir dormir.
– Bom dia, meu amor. – Surpreendeu ela, abraçando-o por trás. – Como está nosso filho?
– Igual, meu amor, mais tenho fé que ele acordará em breve.
– Sim, nosso bebê acordará em breve.
De repente, a mão de Rico apertou a mão de sua mãe.
– Não sou bebê, mamãe. – Resmungou ele, abrindo lentamente os olhinhos.
Quando eles se voltaram para trás, não acreditaram no que viam, Rico finalmente havia despertado, rabugento como sempre, e sim, com todas as suas memórias.
– Rico, você lembra de mim? – Perguntou José Miguel, colocando as mãos na cabeça do menino.
– Sim, papai, por que não lembraria?
O que eles tanto pediram finalmente aconteceu, Rico voltou do coma com todas as suas memórias, porém uma precisava sumir.
– Vocês estão juntos de novo? – Perguntou o menino, fitando fixamente os olhos dos pais. – Não mintam para mim.
Eles se entreolharam e entrelaçaram as mãos. – Filho, precisamos ter uma conversa, mas depois.
Ivana correu até a sala de Felipe para avisá-lo, o médico com um largo sorriso, correu com ela para a sala onde o menino estava. O médico o examinou, todo, e isso o irritava um pouco, porém ele sabia que era necessário. Depois de todos os exames, o garoto voltou para seu quarto, aonde ficaria pelas próximas 24h, em observação.
– Papai, o que precisamos conversar? – Perguntou o menino, voltando-se para os pais, que estavam sentados nas poltronas, abraçados. – Vocês ainda não falaram.
Os dois ficaram em pé, agora precisariam pisar em ovos, qualquer palavra mal dita seria o fim de tudo.
– Rico, primeiro quero saber, o que ouviu de nossa conversa? E por que saiu escondido?
– Ouvi vocês falando de mim, que quando a mamãe estava grávida você não me queria, que já namorou a tia Valentina, e algo que tinha a ver com te...tequin, acho que é isso.
– Meu amor, quando a mamãe engravidou de você, nós não namorávamos...
– E como nasci? – Interrompeu ele, colocando as mãos sob as da mãe.
Eles se entreolharam e hesitaram em responder, mas enfim acharam uma resposta.
– São coisas de adultos, quando crescer mais, você entenderá. – Sem jeito, ela continuou. – Como eu estava dizendo, não namorávamos e então não planejávamos ter você. Quando ficamos sabendo, ficamos surpresos, isso não significa que não gostávamos de você.
– Mas foi o que ouvi, mamãe.
– Escuta, filho. – Interrompeu José Miguel. – Há coisas que dissemos que não são verdades, são coisas que dizemos quando estamos tristes, com raiva ou magoados com alguém. Mamãe estava brava comigo e eu com ela, mas você não tinha nada a ver e não devíamos ter te colocado no meio, mas tudo que dissemos foi inválido. Coisas ditas com raiva foram feitas para esquecer.
– Eu amo vocês, sabiam? Vocês são os melhores papais do mundo. – O menino os abraçou, os bracinhos quentes agarravam o pescoço de seus pais com força, fazendo-os recuar, segundos depois do abraço.
– Nós também te amamos. – Responderam juntos.
– O que estava fazendo indo para a casa de Valentina?
– O importante é que vocês me amam, não é verdade? – Ele tentava os enrolar, mas sem sucesso.
– Rico, não tente me enrolar, diga, o que fazia?
– Eu iria lá para mandá-la embora, ela estava atrapalhando tudo, mas como vocês se amam, teria feito uma coisa muito ruim se não tivesse caído, não briguem comigo.
– Rico, você não tem jeito. - Retrucou ela, rindo.
– Então não estão bravos comigo?
– Estamos, mas estamos mais felizes do que bravos, mas não faça de novo, combinado?
– Tudo bem, quando eu quiser falar algo com você, falo com vocês, não irei atrás dos outros.
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