BitterSweetheart escrita por Marcella Chase


Capítulo 16
Capítulo 16 – O medo é o pior conselheiro


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas do meu coração, tudo bem? Ontem não deu pra postar, então resolvi aparecer pra postar no domingo mesmo XD



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Carla

Acordei com o despertador tocando. Tive vontade de desligá-lo e voltar a dormir, mas sabia que não podia. Tomei um banho rápido e um café reforçado e sai. Enquanto dirigia tomei uma decisão importante, definitivamente tinha que saber o que Anne sentia. Se ela me amasse também, eu estava disposta a arriscar. Cheguei e fui direto para a sala de Diego. Gui dissera que se tinha alguém ali que a conhecia era ele. Só ele poderia me ajudar.

Diego

– Bom dia, Carla! Que surpresa.

– A gente pode conversar? É rápido, prometo.

– Claro. Vamos tomar um suco?

Fomos para a lanchonete, pedimos um suco e nos sentamos para conversar.

– E então, o que você precisa?

– Você é o melhor amigo da Anne, não é? Você a conhece melhor que ninguém.

– Exatamente. Por quê?

– É um assunto delicado, mas eu te juro que só quero o bem dela. Você acha que ela pode sentir algo por mim?

– Claro, ela te adora. Vocês ficaram muito amigas nos últimos tempos.

– Eu sei, mas estou falando assim, gostar mais do que como amiga, entende?

– Você quer saber se ela pode estar apaixonada por você? – Respirei fundo. Eu sabia que Anne estava, mas se dissesse isso talvez nunca mais tivesse uma chance com ela. Ao mesmo tempo era a felicidade da minha melhor amiga que estava em jogo. Senti-me muito dividido. Não sabia o que responder.

– E então? – Carla me pressionou.

Pensei em tudo que Anne havia me dito. Depois em Gui e no que ele estava sentindo. E sim, eu entrei em pânico. Precisava mais do que nunca de Anne.

– Não Carla. Eu conheço bem a Anne. Se ela estivesse a fim de você ela já teria dito há muito tempo. – Eu sei. Isso foi uma mentira deslavada. – Tenho certeza de que ela te adora sim, mas como amiga. Sem chances de ela sentir esse tipo de amor por você.

Vi Carla abaixar os olhos e encarar o suco por um longo tempo. Tentei segurar as lágrimas que forçavam passagem em meus olhos e me deixavam com um nó terrível na garganta.

– Tudo bem, Carla?

– Aham. Obrigada por tudo. Você foi bem útil. Até depois. – Ela se levantou e saiu correndo para sua sala sem ter tido tempo de me ver sair correndo da mesa e me esconder no banheiro para chorar. Nem mesmo pôde saber o quanto eu me sentia culpado pelo que havia feito. Mas era o meu futuro que estava em jogo e eu havia decidido lutar por Anne.

Carla

Saí da sala com muita raiva de Diego, de Anne e de mim mesma. Não acreditava ainda no que Diego havia dito. Pensei em ir falar com Gui, mas não precisava de broncas ou conselhos sábios agora. Só uma coisa podia acalmar a raiva que eu sentia, podem me julgar por isso, mas realmente era a única coisa que me ajudaria. Bati na porta de Mai.

– Entre.

– Bom dia!

Mai mudou seu semblante automaticamente ao ver-me. Parecia ser o primeiro sorriso que ela dava naquele dia.

– Feche a porta, por favor. – Ela esperou que eu fechasse a porta e fosse até sua mesa, segurou a minha mão e deu um beijo. – Eu já estava com saudades. Então pensou melhor no que eu te falei ontem? Você não vai ficar se importando com detalhes como meu casamento, não é?

– Tudo bem com isso. Eu não exijo nada de você e você não exige nada de mim. Fica perfeito assim. E eu fiquei com saudades de você também.

Vi aquela mulher deslumbrante morder os lábios lembrando a noite passada. Meu corpo queimava de desejo por aquela morena.

– Daqui a pouco é nosso horário de almoço. Podíamos sair para comer algo.

– O que eu quero comer não precisa ser em um restaurante. E nem pode esperar.

Fui até Mai que estava sentada na sua cadeira. Levantei o rosto da chefinha e a beijei intensamente, mordendo seus lábios e chupando sua língua. Mai fazia carinho no meu rosto e com a outra mão arranhava a minha barriga. Sentei-me no colo dela e fui descendo os beijos por seu pescoço e ombro. Comecei a levantar sua blusa. Ela estava muito ofegante, mas mesmo assim segurou minha mão.

– Aqui não Carla. É muito perigoso.

– Por isso é excitante. – Mordi a orelha de Mai e sussurrei. – Eu quero você agora. Solte a minha mão.

Maitê

Não resisti à tentação. Aquela menina mexia comigo de uma forma quase doentia. Soltei sua mão e ela foi direto ao ponto, percorrendo minhas pernas e subindo-as por baixo de minha saia. Ela beijava meu corpo e chupava meus seios. Sua mão subiu mais, levantando minha saia junto e ela começou a me acariciar ali bem devagar, fazendo-me gemer e me contorcer de prazer. A filha de uma puta estava brincando comigo. Ameaçava penetrar os dedos e quando me ouvia gemer voltava atrás e continuava a masturbar-me. Eu sabia que ela estava jogando comigo, mas eu estava mais que satisfeita em cair no seu jogo. Gemia e pedia por mais, sem conseguir me controlar.

– Geme baixo ou vão te ouvir – Ela sussurrou no meu ouvido enquanto descia a boca mordendo todo meu pescoço e tapava minha boca com sua mão.

Nesse momento alguém totalmente sem timing bateu na porta. Fiz uma anotação mental para não me esquecer de demitir quem quer que fosse quando tivesse a chance.

– Mai, a Carla veio trabalhar hoje? Eu precisava muito falar com ela.

Era Paula. – Ótimo, eu nem vou me importar em matá-la. Não fará muita falta, aquele projeto de mula domada. – Fiz menção de me levantar para atender a porta, mas Carla me segurou. Falou baixinho em meu ouvido enquanto continuava a mover seu dedo bem rápido em minha intimidade.

– Responda. Diga que não sabe onde eu estou, mas que eu vim trabalhar. E não geme.

Filha de uma puta barata. Ela conseguia brincar comigo e ainda me excitar com isso. Por mais que achasse que aquilo era a coisa mais estúpida que eu poderia fazer, era impossível dizer não àquela vadia gostosa. Ela já tinha deixado meu corpo em chamas e não conseguiria mesmo pedir que ela parasse agora. Respirei fundo e tentei ao máximo controlar minha voz.

– A Carla veio trabalhar hoje sim. Mas não sei onde... Ai... Ela está.

Maldição! A desgraçada da Carla achou que seria mais divertido me chupar enquanto eu falava com uma de minhas funcionárias. Se eu pudesse matá-la nesse momento eu mataria, ou talvez não... Ela estava conseguindo me fazer perder a cabeça de tesão e acabei soltando um gemido abafado enquanto tentava falar. – Tomara que Paula não tenha percebido.

– Está tudo bem, Maitê? – Ótimo, ela percebeu.

– Tudo ótimo. Procure a Carla na sala do Gui e... – Não consegui me controlar mais quando a vaca me penetrou com dois dedos e continuou me chupando. Atingi o orgasmo e não consegui abafar outro gemido que saiu junto com o nome de Gui. Tive certeza de que se Paula não houvesse percebido antes, agora perceberia.

– Eu já a procurei lá. Guilherme disse que não a viu hoje, mas que ela provavelmente estaria na sua sala, pois tinha um projeto para te entregar.

– Eu mato o Gui. – Carla teve a cara de pau de rir baixinho entre minhas pernas e me sussurrar o que fazer. Se ela soubesse o quanto me irritava quando me dava ordens. Irritava-me e me excitava. Filha da mãe. – Diga que não sabe de mim. Eu falo com ela depois.

– Não vi a Carla hoje. Se tiver alguma notícia me avise porque me preocupei também. Bom dia, Paula.

Levantei-me e arrumei minha roupa depressa.

– Você é maluca. Nunca mais faça isso. Essas brincadeirinhas podem me custar o emprego.

Carla riu do meu pânico, me abraçou por trás e apertou meus seios.

– Mas foi gostoso, não foi? Diz que não é bem mais excitante assim com riscos. Aposto como nunca gozou conversando com uma subordinada.

– Na verdade já. Eu estava conversando com você ontem quando gozei. Isso foi uma ordem. Nunca repita isso, Carla.

Acho que ela não gostou nem um pouco da minha insinuação de poder e superioridade sobre ela. Eu já havia percebido que ela odiava sentir-se submissa e o que eu disse fez exatamente isso. Carla se virou e foi saindo da sala sem nem se despedir. Percebi que havia pegado muito pesado, mas eu precisava demonstrar controle ou ela se acharia no direito de dominar todas as situações entre nós. Já era o bastante que ela me dominasse totalmente na cama. Mas por algum motivo ver seu rosto orgulhoso me encarar com um olhar ferido me fez recuar. Ninguém nunca me fazia recuar. Ou me sentir culpada. O que essa garota está fazendo comigo? – Pensei aflita. – Antes que Carla abrisse a porta para sair, eu a pedi que esperasse e fui até ela.

– Eu preciso controlar minha língua. Não quis te humilhar. Você sabe que não é só uma subordinada para mim. Você é um pouco diferente. – Sorri de lado tentando demonstrar que estava tentando me desculpar. Dei um selinho nela, mas me afastei rápido quando percebi que estávamos na porta.

– Cuidado, chefe. Alguém pode ver. Boa tarde.

Carla saiu pisando duro. Aparentemente era típico dela, fazer com que as pessoas se sintam culpadas.

Paula

Sorri largamente ao olhar por cima da revista que eu fingia ler e perceber que nenhuma das duas mulheres havia percebido que eu estava ali, sentada em um canto discreto que me dava ampla visão da porta da sala de Maitê.

– Eu sabia que havia algo errado no relacionamento dessas duas. Essa Carla é bem mais esperta do que eu pensava. Quase me convenceu com a farsinha da boa menina que não me dedurou para o meu chefe. A verdade é que ela não precisava disso porque está pegando a chefe dela. E Anne apaixonada por isso. Não posso deixar a Anne cair nas mãos dela.

Carla

Entrei em minha sala muito mais calma. Era bom esquecer por alguns instantes que fosse de Anne. Sentei-me e respirei fundo para me recompor quando alguém bateu na porta.

– Pode entrar.

– Boa tarde, Carla.

Meu dia perdeu mais dez pontos de qualidade quando vi Paula abrir a porta. Respondi o mais friamente que consegui.

– Se você diz.

– Você vai descontar sua raiva agora? Você já teve uma chance e não o fez, afinal, eu ainda estou trabalhando aqui, não é?

– Eu tive pena de você. E não tive maiores problemas por aquilo então deixei passar. Espero que fique grata por isso.

– Muito. Inclusive, vim te agradecer.

– De nada.

– Eu imaginei que tinha te ferrado e até me senti culpada depois. Mas agora eu vi que não é tão fácil te pegar. Você é bem esperta. Imagino porque não teve nenhum problema.

– Porque sou realmente boa no que faço.

– Eu tenho certeza disso. Aposto como você deve aguentar umas vinte por noite e ainda completar com uma rapidinha pela manhã. – Foi impressão minha ou a baixinha estúpida acabara de fazer uma referência irônica à Mai?

– O que?

– Todo mundo aqui parece ter te enfiado na cabeça. Só não sei como você fez isso com o Gui. Ele não parece o tipo que se rende aos seus encantos.

– Do que você está falando? – O medo subiu por minha garganta com um sabor amargo.

– Só vim aqui te dar um recado. Se afaste...

– Ah não. De novo não. Eu já disse que odeio o Tiago. Não repita isso ou eu juro que te mato.

– Tiago? Quem é esse? Enfim... Eu estava falando da Anne. Se afaste dela. Deixe a garota em paz e dê uma chance para ela ser feliz. De fazê-la feliz cuido eu. Anne não merece gostar de alguém como você.

Não consegui segurar uma risada alta. Paula conseguia ser mais absurda a cada dia. Porém no fundo de minha mente algo que ela disse ficou registrado. Anne não merece gostar de alguém como você.

– Você é mesmo uma piada, Paula. Quer que eu me afaste da Anne? Dê um tempo...

Ela parou de frente a minha mesa, apoiou as duas mãos e me encarou com um olhar meio doentio.

– Eu tenho certeza de que a Mai não gostaria que o casinho de vocês viesse a público. Então é melhor você fazer o que estou mandando. E não faça essa cara de quem não sabe do que estou falando. Eu sei que vocês estão se pegando. Eu a vi te beijar hoje na sala dela e você não sabe do que eu sou capaz.

– Você me deve uma, Paula. Não vai contar nada ou o seu vai estar muito mais na reta do que o meu. Aposto como você não duraria dois segundos aqui se eu contasse o que você fez para o Guilherme. Eu não tenho medo de você.

– Pois deveria. Depois não diga que eu não avisei. Estou te dando uma chance de dizer para a Anne que você não presta e deixá-la viver em paz. – Ela bateu a porta e saiu. Fiquei um pouco preocupada, mas sabia que ela não falaria nada por um tempo. Precisava falar com Gui. Precisava dos conselhos dele. Mas o que realmente atormentava minha cabeça agora estava longe de ser as ameaças da idiota da Paula. Anne não merece gostar de alguém como você.

– Afinal essa garota gosta ou não de mim? – Depois do que Diego me dissera, eu não perguntaria nada a ela. Se ela quisesse que me procurasse.


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Notas finais do capítulo

Como eu falei em alguns comentários, a Paula consegue ir de irritante para agradável e de volta para irritante de um capítulo para outro HAHAHAHA Personagem que me dá trabalho, viu XD
E aí o que acharam do que ela fez? A Carla fez por merecer ou a Paula não tinha que meter o nariz em tudo? Digam vossa opinião e façam uma pessoinha feliz XD