– Wa...! É tão bom ter umas férias de vez em quando! – exclama um ruivo sorridente, espreguiçando-se de forma preguiçosa.

– É verdade... Já faziam falta umas férias, mesmo que pequenas – concorda um azulado bebendo um pouco do seu sumo de laranja em seguida.

– Otoya! Se continuares assim vais cair! – resmunga um outro azulado de cabelo repicado.

– Tokiya~... Eu tenho cuidado! – insiste o ruivo continuando a baloiçar a cadeira.

– Nee minna! Alguém viu o Cecil? – pergunta um loiro de olhos azuis ao reparar que faltava uma pessoa no grupo.

– Por acaso... não vejo o Cesshi desde que chegámos aqui! – diz Ren pensativo.

– E tu Natsuki? – pergunta o baixinho dirigindo-se ao loiro de olhos verdes ao seu lado – Natsuki? Natsuki~... Na-chan!

Nada resulta. O loiro mais alto está demasiado ocupado com a sua fatia de bolo de morango. O outro suspira frustrado por ter sido ignorado.

De repente vêem um moreno de óculos escuros aproximar-se da mesa de esplanada onde estavam.

– Minna! O director disse que teríamos uma surpresa hoje e para voltarmos assim que pudermos – informa Aijima com certo tom de curiosidade na voz.

– Ahn? Que será que ele quer?

Os sete rapazes levantam-se e arrumam melhor os disfarces. Seria muito desagradável ser perseguido por uma multidão de fãs logo no primeiro dia de férias! Felizmente correu tudo bem e agora estão a voltar ao edifício do curso de Mestrado.

***

– Nee... Kao-chan? Ainda não entendi porque é que agora és ruiva... – comenta a Kotobuki loira, com uma gota de confusão.

– E-Etto... e-eu quis mudar um pouco! Foi isso mesmo!

– Mas na véspera da nossa estreia? – apoia a outra gémea Kotobuki, também com uma gota na cabeça.

– O cabelo é meu! Eu sei o que faço, ok?! – resmunga levemente irritada e apressa o paço.

– Nee, Kao-chan! Mate kudasai!(N/A: espera por favor) – gritam as gémeas começando a correr atrás da amiga.

***

No edifício do curso de Mestrado estava tudo calmo. Calmo até demais... Nada de Haru-chan kawaii, Ringo-sensei espalhafatoso, sempais resmungões ou Shining Saotome com entradas triunfais e-... Oh! Falei cedo demais...

– God morrrrrning Starish! Vejo que chegaram depressa!

Quando ele instalou aquela plataforma no chão, não faço ideia, mas os sinais luminosos de boas-vindas, os pózinhos coloridos, as fitas e grinaldas certamente querem dizer algo.

– O que é que se passa Saotome-san? – pergunta Cecil curioso.

– Uma surrrprise! De certo que todos vocês sabem que todos os anos a Academia Saotome realiza a estreia do melhor par do curso, ídolo e compositor! – exclama animado dando piruetas no ar – Acontece que... – faz uma expressão enigmática de modo a que os seus óculos de sol brilham de forma um pouco assustadora - ... no ano anterior à vossa estreia aconteceu uma situação semelhante!

O silêncio e curiosidade naquela sala seriam totais se não fosse pela confusão que o director estava a fazer. Todos os membros dos Starish congelaram de ansiedade.

Uma situação semelhante... Isso quer dizer que um outro grupo foi formado?

Saotome continua ao ver ânsia no olhar dos rapazes.

– Duas irmãs, gémeas, ganharam o seu lugar na agência Saotome juntamente com a sua compositora!

Nesse instante o director é interrompido por batidas na porta. Todos os olhares se dirigem aí com expectativa, no entanto...

– Gomen pelo atraso Saotome-san! – pede Reiji ligeiramente envergonhado.

Todos do Quartet Night se juntam aos Starish e tomam atenção nas seguintes palavras de Saotome:

– Next! De certo que nenhum de vocês as conhecem, but...

O director faz uma pose triunfal, de mãos na cintura e óculos de sol brilhantes, e pisa um botão vermelho no chão fazendo com que dois buracos se abrissem na plataforma, de onde começaram a sair fumo e luzes rosas e azuis. No inicio não dava para perceber bem o que se estava a passar. Do lado direito de Saotome, pouco a pouco, alguém aparecia por entre o fumo e as luzes rosadas, sendo elevada pela plataforma de baixo dos seus pés, acabando por ficar ao mesmo nível que o homem de cabelo em pé. Do lado esquerdo, algo igualmente enigmático. Alguém, uma figura feminina, a ser elevada e rodeada de fumo e luzes azuis. Assim que as duas mini plataformas travam na altura do chão, o fumo desvanece.

– E se eu as apresentar como... – aponta para a loira à sua direita – Kotobuki Rei... – depois aponta para a sua esquerda - ...e Kotobuki Reika! – termina com um dos joelhos no chão e braços abertos.

As duas gémeas ainda estavam demasiado absortas com o fumo que lhes restava nos pulmões. Passados poucos segundos conseguem acalmar-se e, ao observar bem o “público” antónito e confuso, encontram uma cara conhecida.

– Nii-chan! – exclamam as duas correndo até ao moreno que se levantara para as abraçar.

– Nii-chan?! – exclamam todos, admirados.

– Nee, Reiji-sempai... nunca nos disseste que tinhas irmãs – comenta Otoya com uma gota de confusão.

– Sério? – pergunta a si próprio, pensativo – É, acho que não! – exclama animado.

Nesse momento foi gota geral. Nem os próprio Quartet Night sabiam da existência de duas irmãs por parte do Kotobuki.

– Nii-chan! Tivemos saudades tuas! – exclama a morena, igualzinha ao mais velho, dando um abraço apertado no irmão.

– Desde que começaste a ser babysiter destes rapazes que nunca mais tiveste tempo para nos visitar! – resmunga a loira olhando de lado para certo ruivo sorridente.

“O olhar congelante da Rei-nee-chan! Já nem lembrava o quanto assustadora ela pode ser às vezes...”, pensa Reiji acariciando o cabelo da irmã para a tentar acalmar. Esta pára o “Olhar Congelante Rei” e abraça o irmão, mudando rapidamente de personalidade. Bipolar ela? Nunca!

A loira olha para o lado para dizer algo à irmã mas vê que esta já não estava ali. Procura a outra com o olhar e vai encontrá-la a pisar um botão no palco do director, com todas as suas forças. A morena tentava desesperadamente fazer algo funcionar enquanto que Saotome olhava a reação da baixinha de modo divertido.

– Nee-chan? Que se passa? – perguntam os dois Kotobukis em sincronia aproximando-se da morena saltitante.

– Olá? Alguém aí? Alguém me tire daqui?!

Gritos vindos de baixo da plataforma indicam que alguém tinha ficado presa.

– Minna! Eu ainda aqui estou! – resmunga a voz.

– A Kao-chan ficou presa lá em baixo, nee-chan! – diz uma morena chorosa ajoelhando-se de onde vinha o som da voz da amiga – Calma Kao-chan! Nós vamos tirar-te daí!

– Imagino! Como então?! – resmunga a outra.

– A Kao-chan está aqui?! – exclama Reiji animado.

– Rei-kun?! O que estás a fazer aqui desgraça?! – resmunga a “ruiva” lá de baixo, mas com um certo tom de cumplicidade, como se estivesse a brincar

– Também estou feliz por... te ouvir de novo – alfineta o moreno.

– Sim, sim... very funny! – resmunga irónica.

De repente as luzes apagam-se o que assusta um pouco todos ali.

Como a plataforma é completamente electrónica o compartimento onde Kaori estava abriu. Ela suspirou aliviada ao ver uma mão para a ajudar a subir. Assim que já estava cá em cima olhou em rente para agradecer ao seu salvador mas ficou sem voz e desequilibrou-se, quase caindo novamente no buraco atrás de si. Felizmente a mesma pessoa que a salvou teve reflexos para a agarrar pela cintura antes que voltasse a cair.

– A-Arigatô... Mikaze Ai... – agradece quase num sussurro.