Pov Mili:

Estou exausta. Chegamos de viagem de manhã. Essa viagem foi divina, eu me diverti demais. Eu estou com uma cólica desgraçada, na festa do ano novo quase não aproveitei. Fiquei sentado o tempo inteiro, com uma dor insuportável. Depois que cheguei, tomei um banho e deitei para descansar um pouco, mais acabei dormindo a tarde inteira. Quando acordei as meninas ainda estavam dormindo. Desci para pegar uma fruta, encontrei Chico e a Erne conversando.

Olá dorminhoca, melhorou? – perguntou Chico assim que me viu.

Oi. Estou bem melhor. Esse remédio que você me deu é muito bom, obrigada. – falei.

Que isso Mili. As outras pequeninas ainda não acordaram? – Chico.

Não. Chegaram todas bem cansadas da viagem. Acho que Elas não acordam ainda hoje. – disse.

Nenhum dos meninos também acordou, só o Mosca. – falou ele.

Aé? Onde ele está? – perguntei.

Se ele não subia para o quarto novamente, deve estar no jardim. – respondeu ele.

Tá bom então. Vou para a sala ver um pouco de Tv. – disse me retirando da cozinha.

Na verdade fui até o jardim para ver se o Mosca estava lá. E ele estava, acho que nem me viu chegando.

– Mosca!

– Mili!

– fazendo o que ai sozinho?

– nada de interessante.

– há. Se importa se eu ficar aqui?

– claro que não. – disse ele me dando espaço no banco.

– obrigada. – falei me sentando. – parece que vai chover. – disse quebrando o silencio.

– quando vim para cá, estava chuviscando.

Pov Mosca:

Fico impressionado com a Mili fica linda de qualquer jeito. Com o cabelo bagunçado, pijama, pantufa.

– mosca, me responde uma coisa? – perguntou ela.

– claro.

– porque você não gosta do Duda? – porque vocês vivem brigando?

Não passava pela minha cabeça que ela ia me perguntar isso, logo isso. Eu não vou falar o motivo que supera todos os outros motivos. Mais são tantos motivos que nem sei por onde começo.

– ele é folgado, é metido, acha que tem o reino a barriga. – disse.

– mosca, se você conhece melhor ele, não pensaria dessa forma. – falou ela.

– já conheço o suficiente para saber que ele não presta.

– minha primeira impressão dele também não foi muito boa, mais ele só age assim porque é carente.

– mili, eu também sou carente e nem por causa disso sou assim metido, folgado.

– hum, tá carente é? – falou ela debochada.

– mili, você me entendeu. Não é carente da forma que você tá pensando.

– já desconfiava que você tava namorando escondido. – disse ela brincando.

– não inventa senhorita Milena. Namoro é uma coisa seria, você tem que namorar com uma pessoa que goste de verdade.

– concordo com você. Mais e ai, tem um alguém especial?

Quando ela me perguntou isso eu não sabia se abria o jogo ou deixava esse sentimento morrer comigo.

– não. – disse frio.

– hum, esse não ai, não me convenceu.

– não posso fazer nada.

– fala logo vai.

– falar o que?

– falar por quem você tá a-p-a-i-x-o-n-a-d-o?

– acho que você tá com febre! – falei pondo a mão em sua testa.

– mosca, pode falar sou sua amiga. – falou.

– ei eu não estou apaixonado por ninguém , ok? Vê se tira isso dessa cabeçinha.

Ela não desistia. Ela falou o nome de todas as meninas do colégio e do orfanato, menos...

– Bia? Vivi? Cris? ... – perguntou ela. – não é possível tem que ser uma delas.

– faltou uma menina ai.

– impossível. Eu falei todas as meninas mais prováveis.

– faltou uma.

– Eu falei as do colégio, falei todas do orfanato, menos... – ela olhou para mim assustada. – menos eu.

– não pode ser. Você gosta de... mim?

– mili, eu... eu nunca tive coragem de te disser isso. Sempre tentava achar o melhor jeito, as melhores palavras, mais quando eu me aproximava de você, as palavras se embolavam na minha cabeça, eu ficava nervoso, suava frio e acabava desistindo.

– eu não sei o que dizer. Eu estou tão feliz, mais ao mesmo tempo triste. Mosca, nós não podemos ficar juntos. A Vivi e a Cris gostam de você e se eu ficasse com você eu estaria traindo elas.

– eu sei Mili, mais eu não gosto de nenhuma delas, eu gosto de você. – falei.

– eu vou para o quarto Mosca. – eu quero que saiba de uma coisa. Eu também gosto de você. – falei dando um selinho nele e logo depois seguindo para a porta da sala.

– espera Mili. – falei a puxando pelo braço. – eu não vou desistir de você. – disse a puxando para um beijo.