Dois dias depois.

“Ei Momiji, nem pense nisso.” Diz Kyo.

“Nhá, Kyo é um bobo” Reclama Momiji

“Calado!” Berra Kyo.

“Kyo só sabe gritar”

“Eu vou te mostrar quem só sabe gritar.” E agarra Momiji pelo pescoço e o joga na parede.

“Porque eu tenho que agüentar esses malucos...” Resmunga Hiro.

“KYO É MAU!” Chora Momiji

“Eles não passam segurança para ninguém...” Diz Kisa

“Só estão se dando bem” Diz Kagura

“É, diz isso pra eles...” Diz Hiro.

“Normal, normal” Diz Kagura balanço a mão.

“Hime-sama!” Entra um mensageiro visivelmente apresado, nervoso e cansado.

“Hai?” Ela rapidamente se levanta.

O mensageiro entrega um pergaminho e se retira. No pergaminho havia uma curta mensagem dizendo que um templo da cidade foi saqueado e destruído.

“Meu deus...” Ela se horroriza ao ler aquilo.

“O que foi Tohru?” Pergunta Momiji parando ao lado dela.

“Um templo foi destruído e saqueado...”.

“Hn...Apenas coisas de importância são avisadas a princesa” Diz Kisa baixinho

“Nada menor que o fim do mundo...” Comenta Hiro baixinho também.

“Vamos lá” Diz Tohru já saindo do cômodo

“O que isso tem a ver com a gente?” Pergunta Kyo.

“Sei lá” Diz Kagura

“A Tohru-hime já está indo” Diz Momiji indo logo atrás

“Melhor a gente ir também.” Diz Yuki se levantando. “Todos nós.”

“Vamos, vamos” Diz Kagura

Todos vão até o templo, ou o que sobrou dele.

“Hime-sama, que surpresa.” Diz um homem parado nas ruínas. “Sou Kureno, responsável pela investigação.” Diz fazendo uma reverência.

“Kureno-san, é um prazer...O que...O que houve aqui?”

“Houve um incêndio. Profissional sem duvida.”

“...Droga...Aconteceu em alguma outra área?”.

“Não, só aqui.” Kureno observa o séqüito que acompanhava Tohru, se demorando um pouco mais em Kyo. “A maior parte do que foi roubado foram armas, os tesouros estão apenas soterrados.”

“Isso é estranho” Diz Tohru observando o local

“A pessoa só queria armas? Bem, certamente ela não é tão gananciosa assim”. Diz Kagura

“As armas que eram guardadas aqui não eram normais.” Diz Kureno.

“Como assim?” Pergunta Tohru

“Eram armas encantadas. Feitas para guerreiros especiais, não para ladrões de frutas.” Explica Kureno.

“Isso é estranho demais” Diz Tohru observando os restos do templo.

“Ou não” Diz Kagura

“O que foi?” Pergunta Tohru

“Um ladrão de frutas não tem capacidade de entrar aqui, o templo era bem guardado, ou esse ladrão era muito experiente ou ele contava com alguma espécie de poder” Diz Kagura

“Fogo.” Diz Kyo chutando uma pedra.

“Foi o que eu disse, foi um incêndio.” Diz Kureno.

“Não, quem entrou aqui controlava o fogo.” Diz Kyo.

“Um guardião” Conclui Momiji

“Porque um guardião estaria interessado nas armas?” Pergunta Tohru

“Nem todos querem se juntar a princesa” Diz Kisa

“Ou talvez seja o inimigo de que os sábios avisaram.” Diz Yuki.

“Resumindo, dor de cabeça” Diz Tohru

“Como descobriu que não era fogo natural?” Pergunta Kureno.

“Tenho um sexto sentido para essas coisas.” Responde Kyo.

“Temos que acha-lo”. Diz Tohru

“Mas e se não for um de nós?” Pergunta Yuki.

“Não sei, mas não vou pensar nisso, eu ainda nem comecei”.

“Se for possível, Hime-sama, eu gostaria de chefiar essa investigação.” Diz Kureno.

“É claro”.

“Se me dão licença agora, tenho que trabalhar.” Diz Kureno se curvando e saindo das ruínas.

“...O que nós vamos fazer?” Pergunta Tohru se sentando

“Se ele é o encarregado, é melhor deixarmos ele fazer o serviço.” Diz Haru.

“Mas se for obra de um guardião, é nossa obrigação acha-lo”.

“Só podemos esperar.” Diz Haru.

“Me sinto inútil” Diz Tohru

-Sua presença se faz inútil na maioria das vezes

“Não aqui, de o fora”

-Hime-sama, desperte, não dependa desses guardiões

“Onde você está? Porque não fala pessoalmente comigo?”

-Porque não me procura?

Tohru eleva as mãos à cabeça em um gesto nervoso.

“Hime-sama, está tudo bem?” Pergunta Kagura se ajoelhando em frente a ela.

“...Está” Diz passando nervosamente a mão pelos cabelos e se levantando.

“Não há nada que possamos fazer aqui, melhor nós voltarmos.” Diz Yuki.

“Vamos então...” Diz Tohru

Em outro lugar, distante do palácio. Em uma sala que mais parecia uma biblioteca, um homem de cabelos prateados da um giro na cadeira e vê a sua frente uma garota de cabelos negros.

“Já estou pronta” Ela diz sentando em uma cadeira

“Apenas vamos aguardar, Isuzu”.

Um grande pássaro entra pela janela e pousa sobre a mesa, em um de seus pés havia um pequeno pedaço de papel amarrado.

“O que é isso?” Ela pergunta apontando para o passaro.

“Estamos resolvendo negócios” Diz pegando o papel.

No papel havia uma curta mensagem contando alguns detalhes sobre o incidente no templo.

“O que aconteceu?” Pergunta Rin

“Não muita coisa, sabia que os guardiões estão lá...no templo?”

“Não...Mas eu quero ir”

“Ainda não, espere só mais um pouco”.

“Como queira” Diz saindo do cômodo

“Ai ai, o que ele pretende com essa garota?” Pergunta Ayame para ninguém, este se debruça sobre a mesa e fica olhando a janela. “O que será que você está pensando... Hime-sama?”

De volta ao palácio.

“Notou alguma coisa naquele sujeito?” Pergunta Yuki.

“Ele se veste muito mau.” Comenta Haru.

“Ah, não foi bem isso que eu quis dizer...” Diz Yuki com uma gota na cabeça.

“Eu acho que ele se veste normalmente” Diz Kagura pegando só uma parte da conversa, Momiji salta para o lado deles já com outra roupa, uma roupa de marinheira.

“Qual o problema com a roupa dele?”

“Qual o problema com a sua roupa?” Pergunta Yuki.

“A minha roupa é confortável, roupas de garota podem ajudar a esconder a minha verdadeira identidade”. Diz sorrindo

“E porque você quer esconder sua identidade?” Pergunta Yuki.

“Porque assim eu ganho mais coisas” Diz sorrindo graciosamente.

“Por-, esquece, eu não quero nem saber.” Diz Yuki se afastando.

“O que será que ele quis dizer?” Pergunta Haru.

“Sobre o que?” Pergunta Kagura sem entender.

“Ele ia dizer alguma coisa sobre aquele Kureno.” Diz Haru.

“Ele falou da roupa” Diz Momiji

“O que tem de mais?” Pergunta Kagura

“É isso que queremos saber...”

“Eu acho que ele se veste mau.” Diz Haru.

Kagura fica com uma enorme gota ao último comentário de Haru.

“O que?” Pergunta Haru.

“Esqueça” Diz Kagura se afastando.

No quarto Tohru, a princesa estava deitada na cama apenas olhando para o teto, ainda sentia um pouco de raiva por Akito lhe fazer aquele questionário inconveniente, e o fato de Hanajima e Uotani não estarem ao seu lado e ela sabia o por que.

Na sala de chá (o.o? sei lá...) Hanajima apenas terminava de ler um pergaminho, Uo estava atrás dela lendo por cima de seus ombros.

“Vai avisar?” Pergunta Uo

“Não, sinto que a Vossa Majestade não quer que isso aconteça” Diz fechando o pergaminho, Uo da um longo suspiro.

“Ela vai ficar brava...” Diz já imaginando a reação de Tohru.

“Não posso contrariá-la”.

“Que coisa...”

Hanajima rapidamente se levanta e vai até a janela.

“O que foi?”

“Acho que tem um guardião rodando o castelo...”

Ambas ouvem um leve toque na porta seguido por uma cabeça de Shigure enfiada em uma fresta.

“Hanajima-donno, é verdade o que andam dizendo por ai?”

“O que?” Pergunta se afastando da janela.

“Que Kyoko-sama vai voltar amanhã?”

“...Vai...Só não comente nada com a Hime-sama”.

“Ok, ah, vocês ficaram sabendo do templo que foi atacado?”

“Sim...” Diz Uo

“Ah... bem só isso mesmo, tchau, tchau.” E se afasta fechando a porta.

Em seu quarto, Haru estava tacando dardos num alvo pregado na parede, quando sente uma presença estranhamente familiar.

“O que?” Ele larga os dardos no chão e sai do quarto. “Essa presença... eu já a senti antes...” Pensa enquanto começa a andar pelos corredores atrás do dono daquela sensação.

No quarto de Tohru, a princesa jogava cartas com Kisa, quando a garota se levanta da cama e abre rapidamente a janela.

“O que foi Kisa?”

“Tem alguém por perto e estava de olho em você”

“Em mim?”

“Vamos para outro lugar” Diz abrindo a porta do quarto, assim que Tohru sai, Kisa olha novamente pela janela e vê algo no andar de baixo se movimentando de forma suspeita.

Em um dos corredores Haru apertava o passo à medida que ia se aproximando. Sua mente tentava lembrar quem era essa pessoa. Ele para perto de uma janela e da uma boa olhada e vê algo correndo por ali.

“Matte!” Ele grita subindo no parapeito da janela. Utilizando seus poderes, Haru consegue se segurar nas paredes.

“Haru” Ela diz parando e depois sumindo na sombra, e sem poder se concentrar muito ela acaba por entrar no palácio, ela ainda surpresa se segura na parede e fica olhando para o chão, tentando controlar a respiração.

“Porque você está aqui?...” Ela pensa começando a andar, mas para assim que a imagem de Haru volta a sua mente.

“Não era para ser desse jeito...” Pensa deslizando na parede e sentando no chão e ainda tentando controlar a respiração.

“Hm, o que está fazendo aqui Isuzu?” Pergunta Shigure atrás dela.

“Shigure-san” Diz levantando o rosto. “Nada de mais”.

“Vamos, não diga isso. Somos amigos, não?”

“.Hm...É...”.

Kisa ainda corria pelos corredores seguida de Tohru que não entendia para onde Kisa ia, mas apenas a seguia.

“Kisa-san. Hime-sama.” Chama Yuki se juntando as duas.

“Tem alguém aqui” Diz Kisa

“Hm...Um guardião?” Arrisca Tohru, Kisa concorda.

“Eu também senti. E acho que os outros também.”

“Também acho” Diz Kisa

Rin se levanta e volta a andar pelos corredores.

“Haru,,,Era mesmo você? Será que não acabei sonhando?”

“Ei, quem é você?” Pergunta Hiro ao ver Rin cruzar uma esquina.

“...Guardião...” Disse olhando para o garoto

“É, eu imaginei.” Diz Hiro meio receoso. “Não deveria falar com Tohru-hime?”

“Hime? Não tenho muito interesse...Hatsuharu...onde ele está?”

“Hatsuraru? O boi?”

“É, o Haru, ele está aqui?”

“Ele está-”

“Hiro, com quem-” Pergunta Haru virando a esquina. Ele fica paralisado ao ver Rin. “Ma-masaka... bakana... Rin.”

“Haru...” Ela fica o fitando ainda surpresa.

“É, a presença vinha daq-” Diz Kagura chegando ao local com Momiji

“Porque o Haru ta desse jeito?”

“Não faço a menor idéia...” Diz Hiro cruzando os braços.

“Rin... é você mesma?”

“Ele conhece ela?” Pergunta Momiji ainda meio confuso.

“Pelo que parece” Diz Kagura apenas observando

“...Haru...Eu não morri...”

“Quem o que?” Pergunta Kisa se aproximando.

“Shhh” Diz Kagura ainda olhando para os dois.

“Haru...Quem...é ela?” Pergunta Tohru

Haru estende um braço e põe a mão no rosto de Rin, como se quisesse ter certeza de que era ela que estava ali.

“Ok, ele virou um zumbi agora.” Diz Hiro já querendo sair dali.

“Não diga bobagens garoto” Diz Kagura com vontade de bater em Hiro.

“Não precisa desconfiar” Diz pegando a mão dele que estava em seu rosto e a segurando contra o peito.

“Eu não estou entendo nada” Murmura Momiji

“Eu... pensei que tivesse morrido e... eu senti muito sua falta. É bom te ver bem.” Diz sorrindo.

“Eu também senti a sua falta” Diz apenas o fitando

Kagura e Momiji ficam olhando para Tohru com cara de ‘você não vai fazer nada’.

“Mas que virada do destino não? Nos encontrarmos numa situação dessa.”

“...É”

“Então era mesmo um guardião” Diz Uotani se juntando ao grupo, Rin apenas vira o rosto para ver quem era e logo chega Hanajima.

“A protetora do cavalo...” Diz Hanajima encarando Rin que recua um pouco.

“Por quê?...De uma estranha forma ela me lembra o Akito...”.

“O que houve Rin?” Pergunta Haru percebendo a estranha reação dela.

“E-estou cansada...”

“Ah, você pode dormir aqui” Diz Tohru sorrindo

“É mesmo? Eu ficaria muito grata” Diz Rin se virando para a princesa e dando um leve sorriso, Uo e Hana ficam se olhando, mas não falam nada.

“Quando saímos para procurar Kisa e Hiro não ficamos sabendo que havia outra. Se ela estivesse longe não teria chegando tão rápido... de onde ela veio?” Pensa Yuki.

“Hime-sama, eu poderia falar com você?” Pergunta Rin se virando completamente para ela.

“Claro, vamos, tem uma sala vazia por aqui” Diz Tohru puxando Rin pelo braço.

“Hiro” Chama Uo

“Que foi?” Pergunta Hiro.

“Você é rápido, fique lá para vigiar a Hime-sama”.

Hiro se prepara para começar um discurso, mas resolve nem começar e apenas segue atrás delas.

“Valeu” Diz Uo saindo junto com Hanajima. Na sala, assim que as duas entram, encostam a porta.

“Ah...você conhece o Haru?”

“Sim...”

“Acho que ela não quer falar sobre isso... Bem, como se chama? O Haru estava te chamando de Rin, não é?”

“É, Isuzu é meu nome, mas se quiser também pode me chamar de Rin, eu não me importo”.

“Isuzu-san?”

“Como queira Hime-sama”. Diz se curvando um pouco

“Hm...De onde você veio?”

“Da vila...Estava me medicando e por isso não pude aparecer antes, não estava muito bem de saúde”. Mentiu achando conveniente inventar uma ligação com a cidade.

“Ah, já está melhor?”

“Já” Diz sorrindo satisfeita por fazê-la acreditar na história.

“Ah...-”

-Hime-sama, está feliz?

“Você de novo?”

“Hime-sama, está tudo bem?” Pergunta preocupada com a mudança de expressão dela.

“É que ás vezes...eu sinto que tem alguém na minha mente”

“Ayame, tenho que sair daqui logo... Sabe, Hime-sama, eu estou muito cansada, eu poderia descansar?”

“Claro, vou te levar para um quarto”.

“Eu agradeço”. As duas saem do cômodo.

“Pra que aquela maluca me mandou pra cá? Elas só falaram besteira... Talvez seja melhor dar mais uma olhada na novata.” Pensa Hiro que tinha saído do próprio corredor quando a porta abriu. Ele volta a seguir as duas.

“Isuzu-san... Ah...”

“O que foi?”

“Nada, melhor você ir dormir” E abre a porta do quarto.

“Eu sou realmente grata, tenha uma boa noite” Diz entrando no quarto e fechando a porta, a expressão de Tohru muda completamente.

“Primeiro elas falam do Kyo e agora isso...qual o problema delas?” Murmura andando apressadamente para a biblioteca que sabia que era onde poderia encontrar as duas.

“Será que ela me notou?” Pensa Hiro se afastando. Ele volta quando Tohru estava fora de vista e se aproxima da porta do quarto de Rin.

“Não tem com o que se preocupar” Ela diz sentada com os pés sobre a mesa. “Já está tudo bem”. Diz para ninguém

“Ela é maluca?” Pensa Hiro.

Rin rapidamente vira o rosto em direção a porta. Hiro se afasta da porta, mas fica onde ainda pode ouvir Rin.

-O que foi?

“Não é nada, acho que tinha alguém me observando”.

-Você tem que voltar

“Por quê?”

- Ainda não falamos com Akito-sama, não tome atitudes por ele.

“Me desculpe”.

-Só não cause problemas...

“Hai”

“Ok, ou ela não é quem parece ou é muito pirada.” Pensa Hiro.

“Como é?!” E Tohru bate com as duas mãos sobre a mesa. “Como assim, tem algo de errado com ela?”

“Hime-sama, se acalme, por favor” Diz Uo

“Sinto estranhas vibrações nela, sem saber a razão que ela está aqui, não posso garantir que seja segura confiar nela”.

“Ela é uma guardiã” Diz Tohru começando a se irritar

“Guardiã ou não, nem sempre é confiável, Hime-sama, peço que pense duas vezes antes de agir e de confiar”.

“Está falando isso porque soltei o Kyo não é?” Retruca ainda mais irritada

“Não é-” Uo é interrompida por Hanajima

“Sim, é por causa dele”

“Você está errada!Ele não vai me trair, os guardiões estão ao nosso lado, porque desconfia tanto deles? Eles estão aqui e eu nem sei o porque, não sei a razão de terem abandonado suas vidas para estarem aqui, como podem ser tão frias?!”

“Se chama cautela, Hime-sama” Diz Hanajima calmamente

“Cautela eu terei em confiar em vocês” E sai do quarto batendo a porta.

“Isso não foi bom Hanajima...”

“Vai ser pior...” Diz olhando para a porta.

“Tohru-hime.” Chama Haru.

“...Hm?Oi, O que foi?”

“Eu agradeço por acolher Rin. Muito obrigado.” Diz se curvando.

“Não precisa agradecer” Diz sorrindo.

“Sem nem ao menos conhecê-la, a senhorita a acolheu... eu nunca poderei mostrar o quanto sou grato.” Diz Haru se ajoelhando.

“Ele gosta muito dela...é isso? Isuzu-san deve estar muito feliz por ter alguém como você, do lado dela”.

“Sim, eu acredito que sim.” Diz Haru sorrindo.

“Bem, eu acho que você também vai querer descansar não é?”.

“Daqui a pouco. Quero falar com Rin primeiro.”

“Certo, ela está no quarto, no segundo andar, o penúltimo do lado esquerdo, eu já vou indo, boa noite”.

“Boa noite Tohru-sama.” Diz Haru esperando Tohru se afastar para se levantar. Ele vai até o quarto indicado e bate na porta. “Rin?” Chama ele.

“Ta aberta”

Ele entra no quarto e a abraça.

“É difícil acreditar que estou mesmo fazendo isso...”

“Eu senti tanto a sua falta” Diz escondendo o rosto no peito dele

“Mas... você parece diferente...”

Rin se afasta um pouco dele

“Haru, eu voltei agora, as coisas são novas para mim, por favor...”

“... Sabe... antigamente não havia esse clima pesado entre nós.”

“Haru, as coisas podem estar estranhas agora, mas daqui a pouco elas voltam ao normal, só me deixe me adaptar”.

“Hm, me desculpe por forçar a barra.”

“Eu só preciso...me acostumar...é só isso, mas quero estar ao seu lado”.

“Você vai gostar de morar aqui. Todos são um pouco loucos.”

“É...talvez...”.

“Melhor você descansar.” E da um beijo no rosto dela. “Boa noite Rin.”

“Haru...” E fica olhando para os lados. “Boa noite”.

Haru sai do quarto e lentamente fecha a porta. Enquanto retornava para seu próprio quarto, ele se lembrava dos velhos tempos. Quanto tempo fazia desde que vira Rin pela ultima vez? 2, 3, 5 meses? Um ano inteiro? Ele não se lembrava.

Rin se encosta na porta e cobre o rosto com as mãos, aquela situação era horrível, ela não tinha o direito de estar ali, mas sentia tanta a falta de Haru que por alguns minutos havia se esquecido do acordo que fizera com Akito.

“Eu tenho que sair daqui enquanto ainda consigo fazer isso...” Diz se afastando da porta, ela tira de dentro de uma caixa as chaves do quarto, ela o tranca por dentro e abre a janela, e depois disso some.

Caminhando pelos corredores estava Hiro.

“Arisa-san! Saki-san!”

“Hm...O que foi?” Pegando Uo saindo do quarto ainda com cara de sono.

“Lembra daquela garota? Aquela Isuzu. Definitivamente tem algo errado com ela.”

“O que foi?” Pergunta Uo já completamente séria.

“Eu não entendi muito bem, mas ela estava falando sozinha no quarto.”

“Hanajima” Grita Uotani batendo na porta do quarto.

“O que foi?” Pergunta saindo

“O que está acontecendo?” Pergunta Tohru se juntando

“O garoto disse que a Isuzu estava falando sozinha” Disse Uo

“O que ela estava falando?” Pergunta Tohru

“Não tenho certeza, mas tive a impressão que estava conversando com alguém.” Explica Hiro.

“Com alguém...Eu também...será que é a mesma pessoa?”.

“Ela...Chamem o Kyo” Diz Uo, Hanajima e Tohru ficaram encarando Uo. “Apenas chamem o maldito do Kyo” Diz fazendo sinal, Kagura que estava na esquina do corredor, se afasta para chamar o Oni.

“O que ele tem a ver com isso tudo?” Pergunta Hiro se sentindo esquecido.

“Nada, é pra ele chamar a Rin”.

“Pra isso não é melhor o Haru?” Pergunta Tohru

“Não, chamem o Hatsuharu aqui” Diz Uo, dessa vez vai Momiji

E logo todos estão reunidos.

“Kyo, quero que chame a Rin” Diz Uo

“Hatsuharu, pedimos apenas que preste atenção” Diz Hanajima

“Hiro, você se lembra de algo que ela tenha dito exatamente?” Pergunta Tohru

“Ela só disse coisas vagas, como ‘Não tem o que se preocupar.’ E ‘Já está tudo certo’.” Diz Hiro.

“Hatsuharu, alguma vez a Isuzu já havia falado sozinha?” Pergunta Hanajima

“Isso nunca aconteceu antes. O que estão tentando dizer?”

“Vamos apenas esperar o Kyo voltar com ela” Diz Uo

E o Kyo volta.

“A garota fugiu.” Diz Kyo.

“Não é possível” Diz Tohru se levantando

“Como assim fugiu?” Pergunta Haru estranhamente exaltado.

“Ela trancou a porta, eu arrombei e não tinha ninguém lá.” Explica Kyo.

“Ela veio aqui de forma misteriosa” Diz Hana

“E ela estava rondando o palácio” Diz Kisa

“Ela não veio aqui para fazer uma visita” Diz Uo

“Será que ela esta envolvida no incidente do templo?” Pergunta Kyo.

“O que vocês estão falando?” Pergunta Haru ficando nervoso.

“Isuzu não está aqui, ela veio de forma misteriosa, ela some de forma misteriosa, e fala com alguém, ela é suspeita” Diz Uo

“A Rin nunca faria mau a ninguém! Ela jamais machucou alguém!” Berra Haru.

“Haru, entendemos seu ponto, mas precisamos dela aqui”. Diz Uo

“Ela vai aparecer... eu sei que vai...” Diz Haru.

“Já chega...” Diz Tohru se levantando “O Haru conhece a Rin melhor do que a gente, vamos esperar ela voltar”.

“Essa é a minha filha” Diz Kyoko batendo palmas, Tohru se vira com o rosto pálido.

“Oka...kassan...”

“A mãe da Hime-sama é...” Começa Yuki até compreender o que estava acontecendo. Logo os guardiões estão ajoelhados.

“Kyoko-Hime-sama, Okaeri” Dizem Hanajima e Uotani também se ajoelhando.

“Hanajima, Uotani, que bom que cuidaram da Tohru-chan” Diz abraçando a filha, e depois se volta para os guardiões.

“Como a senhora pediu, aí estão os guardiões” Diz Tohru também se curvando.

“Yuki, Kagura, Hatsuharu, Momiji, Hiro, Kisa...eu os apresento Ritsu”.

O garoto de cabelos compridos e castanhos também se junta a eles.

“Até ontem estávamos com Isuzu, mas ela não se encontra mais no palácio” Diz Tohru

“Depois iremos procurá-la...fico grata por terem-” Ela se volta para o Oni. “...Você é?”

“Ele é o Kyo” Diz Tohru

“Kyo...não me diga que... Kyonkichi... O que ele está fazendo solto?!”

Kyo apenas ergue uma sobrancelha como quem diz ‘e você com isso?’

“Quem ordenou?!”

“Eu” Diz Tohru se levantando e encarando a mãe.

“Você...Que direito pensa que tem?!”

‘E eu pensando que ser princesa era moleza’ Pensa Kisa apenas escutando

“O Kyo está aqui para nos ajudar!”

“Não levante a voz comigo!”

“...”

“Ele matou o meu marido, o seu pai, quase destruiu a cidade, como pode pensar em solta-lo?!Que tipo de chantagem usou?”

“É simples, eu a ajudo a encontrar os outros guardiões. Ela me liberta do feitiço que me prende nessa forma humana.” Diz Kyo com um sorrisinho.

“Nem pensar”

“Eu fiz o trato!”

“Inconseqüente” E da um tapa na cara de Tohru

Kyo apenas desvia o rosto. Yuki sente o sangue ferver, Haru ainda estava preocupado com Rin, Hiro pensou ‘Bem feito.’, Kisa apenas pensou ‘ai’, Kagura fechou os olhos, e Hanajima e Uotani baixaram ainda mais o rosto, Momiji e Ritsu apenas observavam de olhos arregalados.

“Você...me...bateu” Diz Tohru com a mão sobre o lado vermelho do rosto.

“Como pode pensar em negociar com ele?”

“Ele até agora tem me ajudado, assim como os guardiões”.

“A corte concordou com esse absurdo?”

“É claro, eu estava no comando”.

“Tohru, você me decepciona”.

“Kyoko, se precisa fazer algo então me jogue de volta naquela gaiola, mas deixe a garota em paz, ela fez o que achou certo.” Diz Kyo sem olhar para ninguém.

“Kyo-kun...” Pensa Tohru olhando para ele

“Vou atender seu pedido, oni”. Diz Kyoko sorrindo

“Não!Eu combinei com ele, ele não vai voltar”.

“Não me importa”.

“O Kyo fica”. Insiste Tohru batendo pé

“Depois discutimos isso, retirem-se, Hanajima e Uotani, quero falar com vocês”.

“Não de bronca nelas” Diz Tohru

“Tohru, retire-se, quero apenas Hanajima e Uotani”.

Kyo e os guardiões se afastam.

“Tohru...saia também...”

Tohru fica por mais alguns segundos e depois sai.

“Eu me senti sufocada...” Diz Kagura finalmente podendo respirar

“Só você?” Diz Kisa

“Não acredito que depois de todo o trabalho e confusão que passou, vai desistir da sua liberdade desse jeito. É uma atitude nobre mas nem parece v-” Dizia Yuki.

“Não confunda as coisas. Acha mesmo que pretendo voltar pra aquele buraco? Eu já tenho um plano de fuga e de quebra dou uma mão pra vocês, ninguém sai no prejuízo.” Diz Kyo.

“Você não vai nem voltar pra lá” Diz Tohru

“Agradeço por ter mantido sua palavra até o fim.” Diz Kyo.

“E vou continuar cumprindo”.

Kyo apenas se separa do grupo e vai para seu quarto.

“Devemos no retirar?” Pergunta Kisa vendo que ninguém mais ia perguntar.

“Podem, podem...”

Os guardiões vão lentamente para seus quartos.

“Como permitiram?!” Berra Kyoko para Hanajima e Uotani

“Kyoko-Hime-sama, por favor, nos perdoe, mas a Hime-sama estava no comando, como poderíamos contrariar a princesa?” Pergunta Uotani

“Vocês tinham o dever de supervisioná-la, e isso não quer dizer obedecê-la”.

“Sentimos muito” Dizem as duas

“Aceitaremos o castigo, mas não nos tire da guarda de protegê-la” Diz Uotani

“Se eu tiver conhecimento de outra falha, eu não vou querer vê-las na minha frente, ver o Oni já foi uma péssima maneira de chegar em casa”. Ela começa a caminhar para fora do salão, mas rapidamente se volta. “Como a Tohru se comportou?O que ela disse?”

“Ela se recusava a aceitar a demora da senhora”. Diz Uotani

“Yuki foi o que esteve mais próximo a ela nesse tempo”. Completa Hanajima

“Yuki? O rato?”

As duas concordam.

“Sei...Obrigada” Diz se afastando.

“O que vamos fazer?” Pergunta Uotani já meio desesperada.

“Não podemos deixar que ela descubra que o Oni também esteve ao lado da Hime-sama” Diz Hanajima

“Eu nunca te vi agindo desse jeito”.

“Hime-sama é muito importante, não posso permitir que ela fique na guarda de outra pessoa”.

“Hm...Você também não confia nos guardiões?”

“Confiar não é a palavra, eu acredito, porque eu sinto, mas mesmo sabendo que eles não fariam mal, não posso afastar os meus pensamentos por algo que eu sinto”.

“Hm...Isso é verdade, e o que você sente... do Oni?”

“Ele não é um guardião”.

“Ah foi mal, eu esqueci, e aquela Isuzu?”

“Algo nela estava me incomodando, o tempo todo em que a vi, ela estava muito angustiada e assustada”.

“Então ela não é mesmo confiável?”

“No meio de sentimentos tão confusos e deprimentes, vejo algo bom nela, algo que a mantém viva, e acredite isso não pode ser bom”.

“Para nós?”

“Não, para ela...Eu sinto que...Ela ainda irá se machucar por causa disso...E acabará machucando os que se envolverem com ela”.

“Hatsuharu?”

“...É”

Continua...