O Reino de Onigiri escrita por Shadow_Yume


Capítulo 4
Tohru e Kyo




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Um pouco mais tarde, os guardiões estavam reunidos em um dos quartos, muito grande.

“E aí, vamos atrás dos outros ou não?” Pergunta Haru.

“Primeiro temos que esperar Hime-sama acordar” Diz Yuki.

“Mas a Tohru-Hime é uma pessoa muito ocupada, quem garante que ela terá tempo pra ir atrás dos outros guardiões?” Pergunta Kagura fechando o livro e encarando os dois.

“Nhaa, vocês complicam tanto” Diz Momiji se jogando na cama.

“E o que você sugere?” Pergunta Haru.

“Que não devemos depender da Tohru-Hime para buscar os guardiões” Diz Kagura cruzando os braços.

“Mas aí você está esquecendo de uma coisinha” Diz Momiji sorrindo, Kagura ergue a sobrancelha e Momiji se senta na cama. “Nossa missão é proteger a Hime-chan, buscar os guardiões não é nosso dever”. Diz Momiji alegremente.

“Você está é com preguiça de sair do palácio” Diz Kagura jogando uma almofada em Momiji, o garoto da uma risada sem graça.

“Então, podemos nos separar como já tinha dito antes.” Diz Haru.

“Com o Kyonkichi por perto? Ficou maluco?” Diz Yuki se exaltando.

“Calma, aquela barreira é bem forte, ele não pode arrebentá-la de dentro. E depois aquela feiticeira me parece poderosa.” Diz Haru se lembrando do confronto contra Kyo.

“Kyonkichi...” Diz Kagura com raiva e para si mesma.

“Mas nós podemos demorar muito” Diz Momiji desanimado.

“Não acho... pensando bem, todos nós viemos da capital, não? Talvez Hime-sama de alguma forma esteja nos atraindo, mesmo sem querer... é só uma idéia, mas vale a pena investir.” Diz Yuki ainda perdido em seus próprios pensamentos.

“Mas a Hime não deve ser vista pelas pessoas da cidade, seria um caos...” Diz Kagura imaginando.

“Nós vamos sair? Vamos?” Pergunta Momiji animado.

“Ela ir disfarçada não deve ser difícil.” Diz Haru.

“E o que nós vamos fazer? Cancelar os compromissos dela?” Pergunta Kagura.

“Isso é impossível” Diz Hanajima aparecendo do nada, Kagura da um salto da cadeira.

“Mas ficaria mais fácil de encontrar os outros.” Diz Haru com a mão sobre o coração e uma expressão assustada.

“A proteção da Hime-sama é importante, mas os seus deveres também” Diz Hanajima seriamente. “A Hime-sama ainda não pode sair do palácio, ela deve primeiro fazer uma reunião com o Conselho, Kyoko-sama está em outro país agora e não voltará tão cedo, mas uma carta já foi mandada a ela, para que ela volte logo, devemos aguardar duas coisas agora”. Diz Hanajima saindo do cômodo.

“Desse jeito vai demorar muito” Diz Momiji se jogando na cama.

“Então só temos que nos preocupar com o Kyonkichi.” Diz Yuki.

  Hanajima entra em outro salão, Uo que observava a vista do jardim tomando chá se vira para a amiga.

“Como está a Hime-sama?” Pergunta Hanajima indo até a mesa e colocando um pouco de chá na xícara de porcelana rosa claro.

“Bem, ela falou algumas coisas enquanto dormia, acho melhor você ficar de olho” Diz Uo sem parar de olhar para a janela.

“Está com uma cor bonita, somente a Hime-sama consegue deixar o chá com essa cor...” Diz Hanajima olhando para o conteúdo da xícara, Uo concorda com a cabeça e Hanajima fica sem entender.

“Ela havia deixado preparado na cozinha, me parece que ia servir aos guardiões... ou até mesmo... aquele Oni”. Diz Uo sem alterar o tom de voz, Hanajima se surpreende e fica olhando para o chá.

“É estranho... ao contrário dos guardiões não sou capaz de sentir as ondas do Kyonkichi” Diz Hanajima bebendo o chá e se sentando ao lado de Uo. “Nem as da... Hime-sama...” Diz colocando a xícara no colo, Uo concorda na cabeça.

“Hime-sama é tão especial quanto eles, e você sabe disso” Diz Uo.

“Mas... tem uma coisa que me preocupa” Diz encarando o conteúdo do chá, Uo se vira para ela e ergue uma sobrancelha apenas aguardando a feiticeira continuar.

“Shigure-san... Não sou capaz de sentir as ondas dele... E não gosto do fato que ele está sempre metido nos assuntos dos guardiões, isso nem a nós deveria caber, é um assunto da Hime-sama e de Kyoko-Sama” Diz Hanajima.

“Eu sei, mas nós devemos tomar conta da Hime-sama, no entanto, para protegê-la são necessários os guardiões... Mas você sabe... Não podemos arrastá-los até aqui... eles devem vir por conta própria e também por um motivo...” Diz Uo. “Mas eu queria saber... qual o motivo daqueles quatro...” Diz um tanto pensativa, Hanajima concorda.

“A Hime-sama é quem deve trazê-los... para o seu próprio bem.” Diz Hanajima antes de voltar a beber o chá e as duas ficaram em silêncio, apenas observando o jardim.

“Hanajima-dono! Uotani-dono! Hime-sama despertou! Venham logo!” Grita Shigure da porta do salão.

“Hm?!” As duas se levantam e saem rapidamente do salão.

  Tohru estava sentada na cama, com o cabelo todo bagunçado e uma terrível cara de sono, Hanajima e Uo entraram rapidamente no quarto.


”Hime-sama, está tudo bem?” Pergunta Uo sentando ao lado dela, Tohru concorda com a cabeça e de repente parece acordar ao se lembrar de algo.

“Kyonkichi? Onde está ele?” Pergunta sobressaltada. Hanajima revira os olhos e Uo fica olhando para a feiticeira por algum tempo.

“Está preso” Responde calmamente.

“Mas... mas...”

“Hime-sama, ele é perigoso, ele quase destruiu o Reino e quase matou você” Diz Uo preocupada, Tohru concorda com a cabeça.

“Mas a mamãe sempre disse para apreendermos a perdoar as pessoas... Não importa o que elas façam sempre se há uma segunda chance”. Diz Tohru com um meio sorriso.

“Kyonkichi é um Oni” Diz Uo severamente, não se surpreende ao ver a expressão desanimada da princesa.

“Mas ele está aqui não está? Ficar preso, não ver a luz do sol...” Diz Tohru tristemente.

“Hime-sama, preocupe-se com outra coisa, há muito que se fazer” Diz Uo, Tohru concorda.

“E os guardiões?” Ela pergunta preocupada, Hanajima da um sorriso.

“Eles estão bem”

“Que bom” Diz Tohru aliviada. “Sabe por um instante eu senti o Yuki, o que aconteceu?” Pergunta sem entender muito bem.

“Foi ele que a trouxe” Diz Hanajima.

“Oh... Então devo agradecer” Diz Tohru se levantando.

“Sim, no entanto, melhor trocar a roupa” Diz Uo apontando para o pijama da princesa, ela da um leve sorriso e vai até o armário, e passa vários cabides e não fica satisfeita com roupa alguma.

“Deseja roupas novas?” Pergunta Hanajima ao lado dela, Tohru da uma risada sem graça.

“É que... Eu queria roupas mais simples...” Diz tentando achar uma assim no armário que estava lotado de vestidos, todos muito exagerados, com muita costura, babados e bordados com fios de ouro.

“Use este” Diz Hanajima tirando um vestido negro com babados brancos, que estava escondido bem encostado a madeira do armário.

“De onde ela tirou isso?” Pergunta Uo com uma enorme gota na cabeça.

  Tohru fica olhando para o vestido e concorda, por fim, estava com o vestido negro que batia nos joelhos, uma fita branca estava amarrada na cintura e havia babados brancos nas pontas, mangas e gola do vestido.

“Está linda” Diz Hanajima a observando, Tohru sente a face corar.

“Muito obrigada” Diz se curvando.


”Isso não é nada” Diz Hanajima sorrindo.

“Hm... Quem foi que me atendeu?” Pergunta Tohru da porta do quarto. Hanajima e Uo ficam se olhando.

“Deve estar na sala finalizando os dados” Diz Uo, Tohru concorda e antes de sair do quarto, ela vai até uma cômoda pequena e larga, onde tira uma sandália de boneca também da cor preta e sai do quarto, descendo para o primeiro andar.

  E no primeiro andar, em um dos salões estavam Shigure e o médico-chefe do palácio, Hatori.

“Estas roupas estão lindas na senhorita, Hime-sama.” Diz Shigure sorrindo ao ver a princesa.

“Hm? O-obrigada” Diz com o rosto corado, Tohru se volta ao médico “Muito obrigada Senhor” Diz se curvando.

“Fiz apenas meu trabalho, Hime-sama.” Diz Hatori também se curvando.

“Haa-san é o melhor médico do palácio, Hime.” Sussurra Shigure para Tohru.

“Chamaram o melhor médico por minha causa?! N-Não quis incomodar” Diz derramando lágrimas.

“Hime-sama merece apenas o melhor.” Diz Hatori calmamente.

“Obrigada” Diz sorrindo “Bem, agora eu tenho que achar os guardiões... ah, Shigure-san, o que aconteceu com o Kyonkichi?” Pergunta preocupada.

Kyonkichi?” Pensa Hatori. Isso já estava indo longe demais...

“Está selado em um abrigo provisório até o jogarmos na cela novamente.” Responde Shigure.

“Hm...certo...” Diz se afastando, mas para e se volta a ele “Obrigada de novo” E volta a andar.

“Se meu serviço aqui já acabou...” Diz Hatori também se retirando.

“Espere Hatori. Você conseguiu?” Pergunta Shigure.

“Sim...” Diz Hatori, e tira do bolso um lenço branco um pouco manchado.

“Ah sim, o sangue da princesa.” Diz Shigure pegando o lenço e enfiando em um dos bolsos.

“... Pode me dizer pra que Akito quer isso?” Pergunta Hatori.

“É para um pequeno feitiço.” Diz Shigure dando as costas e saindo do salão. Hatori se retira também.

Em outro salão.

“Com licença” Diz Tohru entrando no cômodo.

“Ela pede licença na própria casa...” Diz Kagura com uma enorme gota na cabeça.

“Tooohru!” Momiji salta da cama e a abraça.

“Momiji, olá” Diz sorrindo.

“Desce daí seu tarado.” Diz Haru puxando Momiji de volta pra cama. “Ele parece uma criança, mas na verdade é um grande pervertido, Tohru-hime.”

“Éh?!” Diz Tohru surpresa.

“Não exagera.” Diz Yuki. “Não leve a sério, Hime-sama.” Diz Yuki sorrindo.

“T-ta” Diz um pouco tímida.

“Então, já se recuperou?” Pergunta Kagura, Tohru concorda sorrindo.

“Yuki, muito obrigada” Agradece Tohru sorrindo.

“Não foi nada, Hime-sama. É pra isso que eu vivo.”

“Depois sou eu que exagero...” Murmura Haru pondo as mãos na cabeça e se encostando na parede.

“Todos estão bem?” Pergunta Tohru olhando para os guardiões.

“Sim, estamos todos bem, obrigado.” Diz Yuki.

“Muito bom” Diz Tohru aliviada.

“Eu já volto” Diz Kagura saindo do cômodo.

“Toda hora ela fica saindo...” Diz Haru.

“Ela é misteriosa” Diz Momiji.

    Kagura desce para as celas novamente, e não fora difícil de achá-lo, mas dessa vez Kyonkichi não estava na mesma cela, estava apenas lacrado naquela barreira.

“Você por aqui...” Diz Kagura no tom mais sarcástico possível.

“Tirou as palavras da minha boca.” Diz Kyo com um sorriso cínico.

“Você está machucado?” Pergunta rodando a barreira.

“Fisicamente, não.” Responde Kyo.

“Mesmo? Então onde se machucou?” Pergunta sentando em frente à barreira.

“No ego. Por ter sido vencido por humanos fracotes... de novo...” Diz Kyo. Seu rosto demonstra um pouco de raiva.

“Não somos humanos fracotes, se temos esse poder... Temos que defender a Hime-sama... Então pare de atacá-la, o que ela fez pra você? O que ela pode fazer pra você?!” Berra se levantando e encarando Kyonkichi.

“Hime-sama, Hime-sama, vocês só sabem falar dela, o que ela tem de tão especial? É só uma garota mimada com alguns poderes...” Retruca Kyo. Em tom de desdém.

“Talvez, mas ela não pensa no poder que temos e muito menos fica nos julgando, ela é especial, e devo a minha vida a Hime-sama” Diz Kagura mais calma.

“... Não consigo entender os humanos...” Diz Kyo em tom de tédio.

“Não fale como se fosse o único a ser amaldiçoado...” Diz Kagura friamente.

“Amaldiçoado? Acho que está se esquecendo de que eu não sou humano.” Diz Kyo com ênfase no ‘não’.

“Não estou me esquecendo, você é um Oni, não é por isso que eu vim aqui... Você me enganou, por quê?”

“Não parece óbvio? Eu queria sair.” Diz Kyo novamente com o sorriso cínico.

“E eu conversar, mas além de Oni é um mentiroso e para piorar machucou a Hime-sama, é desse jeito que você quer sair?”

“Eu tinha conseguido sair. Meu primeiro objetivo é vingança. E se você acreditou no que eu disse o problema é seu.” Diz Kyo.

“Apodreça junto com o seu espírito de vingança” Diz furiosa e com os olhos brilhando de raiva, e vai embora.

“Eu sai daqui uma vez e vou sair de novo! E quando sair pode deixar que vou atrás de você primeiro!” Grita Kyo.

 Naquele mesmo dia, mais tarde, quando o céu estava negro e as estrelas brilhavam.

“Af, af, uff...” Tohru cai sentada no chão em frente à cela. “Kyon?”

“Ah, oi...” Diz Kyo meio de mau humor.

 “Eu perguntaria o que houve, mas não quero que fique com raiva por fazer uma pergunta boba” Diz passando a mão nervosamente pelo cabelo.

“Ta... e o que veio fazer aqui? Veio rir da minha cara?” Pergunta Kyo tentando não mostrar seu mau humor.

“Não...” Ela diz um pouco triste “Vim saber como está...”

“... Com uma puta dor nas costas, não dava pra fazer essa barreira um pouquinho maior?” Diz Kyo deixando escapar o mau humor.

“Eu...não sei usar os poderes...” Diz sem olhar para ele “Se eu soubesse, faria com que a barreira fosse maior...ou melhor, não te trancaria na barreira”.

“Tem razão, pra que criar uma barreira? É mais fácil me atirar de volta pra cela.” Diz Kyo agora mau humorado de vez.

“...”

“O que foi? Se tem algo pra dizer, diga! Se não tem, então cai fora! Não preciso ficar vendo sua cara feia o tempo todo.” Diz Kyo.

“Desculpa...” Diz se levantando e caminhando para fora da prisão.

“Não consigo te entender mesmo... nem parece que me derrotou. Deveria estar alegre com isso, mas fica ai, quase chorando com as palavras de um perdedor. Por que não fala alguma coisa?” Pergunta Kyo se acalmando um pouco.

“Você não entende?... Eu não estou feliz, e você não foi derrotado... Feliz? Eu estava quando conversamos, você não percebeu não é? Eu conhecia você...” Diz se virando.

“É isso que não entendo. Porque quer me conhecer? Eu tentei te matar, isso não é motivo o bastante para me odiar?” Pergunta Kyo.

“Nunca... Vou odiar alguém, você ainda quer me matar?” Pergunta dando um leve sorriso.

“Sei lá... eu não entro em brigas que não posso ganhar.” Diz desviando o olhar.

“Eu gosto de você” Diz sorrindo ainda mais.

“Como é?” Pergunta Kyo se entender nada.

“Você é a pessoa mais sincera que já conheci” Diz alegremente.

“... Deve ter sido os anos isolado...” Diz Kyo novamente desviando o olhar.

“Kyo-kun é Kyo-kun, e isso o faz especial”.

“O que?” Pergunta Kyo novamente sem entender.

“Você é especial por ser você mesmo”

“Não tem nada de especial nisso.”

“É claro que tem” Diz sorrindo “E eu agradeço por isso”.

“Você é muito estranha.” Diz Kyo virando o rosto.

  Tohru senta no chão e se apóia na parede.

“O que foi?” Pergunta Kyo se virando de volta.

“Vou dormir” Diz tirando da mochila um cobertor azul marinho.

“Aqui? Por quê?” Pergunta Kyo fazendo cara de nojo.

“Vou te fazer companhia” Diz se embrulhando no cobertor

“Deixa de ser idiota, vai acordar com a coluna torta, ou até gripada.” Diz Kyo.

“Hm? Mas você vai ficar sozinho...” Tohru da um sorriso.

“E daí? Eu prefiro assim.”

“Ahhhhhh, Não” Diz ainda sorrindo.

“Como quiser...” Diz Kyo se virando.

“Boa noite” Diz se enrolando e fechando os olhos.

“Caraca, eu não tenho que aturar isso...”

Continua...


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