[Por favor leiam as notas do capítulo]

P.O.V Ethan Walker

Entende? Sabe, tudo que está causando um problema, reflete no meu menor problema. Mellonie. Não sei como, mas tudo volta para ela. Tudo vai acabar isso eu tenho certeza. E então eu vejo, tudo que foi feito, tudo é desfeito quase em um instante, entende? Cara, faço a mínima ideia porque estou falando com o nada destas folhas em branco! Bom, tecnicamente não estão mais em branco, porque estou escrevendo isso e... Arght! Sinceramente, eu poderia tagarelar o dia inteiro sobre isso... Seria, bem, muito entediante. E ninguém quer isso, é melhor voltar para onde este dia começou.

***

Sedativos. Vários sedativos foram precisos para a gente chegar onde chegamos, especialmente porque Uriah tinha uma estranha obsessão por eles e gostava da simples agulha penetrando em seu braço e fazendo-o ficar zonzo para dormir, nunca vou entende-lo.

A bala se foi, como a sanidade de muitos. Eu ainda a tinha. Não tínhamos nenhum lugar para ir do que esse, no meio desta floresta.

– E isso nos trás de volta ao início. - disse ajeitando a minha mochila nas costas enquanto caminhávamos. Uriah riu com aquela insanidade dele, dava medo quando ele ria assim, da última vez que ele riu desse jeito ele atirou em uma pessoa. Bom, não nesciamente uma pessoa, tava mais para shabiti, mas mesmo assim ele atirou em alguma Coisa rindo.

– Ethan! Meu caro, Ethan! - disse ele entusiasmado dando pequenos pulos enquanto caminhávamos quase saltitando. - Só está assim porque você não foi o que trouxe um rádio na mochila e BONS cds. Não fique triste. - ele deu mais alguns risos silenciosos. Não pude parar para ouvir Félix murmurando "English Love Affair", sinceramente, era meio que... Ahhnn... Estranho. Curvei-me de um galho de árvore até todos nó adentrarmos em uma enorme clareira, com folhas secas espalhando pelo chão de terra e as árvores secas em volta... Eu estava impressionado, já podia ver uma fogueira sendo colocada Félix tacando um fósforo de longe e Uriah gritando de alegria e falando alguma besteira como "Cara, eu mesmo poderia transmitir este calor com a minha sensualidade!" (sério, ele estava animado até demais), uma barraca improvisada, alguns "bancos" não sei se podem ser considerados bancos já que acho que vamos só pegar pedaços de madeiras ou roupas velhas, o rádio de Uriah tocando... Mais ou menos um paraíso para fugitivos como nós.

– Acho que achamos a nossa casa temporária!! - comemorou Uriah correndo até o meio, pegando um graveto e rabiscando no chão "THIS IS OUR, BITCHES! DON'T FUCK THIS UP!".

– Ele é sempre tão animado assim? - sussurrei à Júlia/Hazel.

Ela deu de ombros e riu.

– O cara deve estar fazendo o que sempre faz. - disse casualmente.

– "Fazendo o que sempre faz"?

– Tentando afastar a miséria. - Fiquei parado observando, as Júlias saltitarem juntas até o meio da clareira onde Félix já colocando galhos secos, e Sara já tendo ideias sobre uma cabana, e Uriah falando que podia ter alguns planos arquitetônicos para clareiras e colocando um óculos escuros e um cachecol repetindo o que disse em um sotaque britânico. Não sei porque só fiquei olhando como um bobo para todos. Não sei.

Noite

– Sinceramente, Ethan, esse lugar até que aconchegante. - Sara disse olhando em volta sentada em um dos "bancos". Em um dos cantos da Clareira já se estendia uma cabana, com uma lona branca como teto, em nossa frente uma fogueira que me permitia ver algumas partes do rosto de sara, mas as estrelas também me ajudavam a ver mais a clareira.

– Sinto-me um Clareano. - (Nota da autora: "clareanos" são chamados os personagens de Maze Runner que no primeiro livro moram em uma grande clareira, bem maior do que a descrita.) disse a Sara sem saber se ela iria entender. - Sabe, não porque estamos em uma Clareira, isso seria um pouco, sei lá. Mas, como se eu estivesse sendo controlado por esse tal de homem corvo. É um jogo. Como se fossemos marionetes, certo? Eu acredito que este cara também controla sonhos. Ele sempre ri quando encontra alguém como nós, pois sabe que está jogando os pinos certos. Aquela vez que Uriah quase matou Félix. Quando ele me fez eu mesmo me enforcar... Deve estar tudo ligado. E, este é nosso labirinto, este são nossos verdugos, e este é o CRUEL que nos controla. - (Nota da autora: Verdugos são um tipo de monstro e o CRUEL, bom, mais ou menos controla os clareanos.).

– Que analogia! -respondeu Sara. - Sinceramente, Maze Runner me lembra muito desta realidade.

Não sei porque não quis responder, ou porque a minha mente foi para um outro lugar naquele momento. Normalmente não sou assim, mas não me senti ignorante. Simplesmente dei um logo suspiro. Quando derrepente ouvi alguém gritando animadamente:

– UHHUUU!!!!! VAMOS COMEÇAR ESSA FESTA, BITHCESSS!!! - Uriah. Cadê os sedativos quando é realmente preciso?

Uriah saiu da cabana improvisada com um rádio velho sob a cabeça e um enorme sorriso bobo na cara, e em seu ombro uma sacola de plástico de supermercado com seus tão falados cds.

Ele deu uma volta pela clareira inteira depois foi ao centro arrastando uma pedra, para colocar o rádio.

– Ethan, você pode saber muito sobre quase tudo, mas não sabe quem são esse caras! - com a lanterna na boca ele mostrou o nome "Legião Urbana". Mostrei o maior sorriso que consigo sorrir. A sorriso entre a lanterna de Uriah se apagou e a lanterna caiu de sua boca. - Vá se ferrar! AGORA VOCÊ CONHECE MÚSICA INTERNACIONAL?! VÁ PRO DUAT!

Comecei a rir de Uriah murmurando xingamentos. Sara deu uma mordida em seu Kit Kat e me disse confusa:

– Desde que eu te conheci eu não entendo muito do que fala. Um ruivo que canta uma música com o meu nome. Uma banda de um país que não é esse... Só entendi Muse e Maze Runner. - deu de ombros.

Fiquei observando tudo que não deveria observar, tudo que não deveria pensar no momento, juro que não pensei no que pode criar aquele sorriso malicioso! Por que tudo que eu pensava apontava diretamente para Mellonie? Um sorriso criou em meu rosto. Fui correndo para a cabana, no meio do caminho as minhas pernas iam tão rápido que tropecei no nada caindo na terra seca, mas logo me levantei voltando a correr, entrei na cabana onde uma lâmpada foi pendurada no topo, acho que todos estavam lá fora mesmo, todo mundo tinha umsaco de dormir e ao lado sua mochila e e.tc.

Fui para o canto da barraca- onde ficava o meu lado- o meu M16 estava nl saco de dormir e minha mochila estava aberta do lado, comecei a vasculha-la, eu tinha que ter trazido papéis e um lápis! Eu me lembro. Depois de uns cinco minutos achei uma pasta com vinte folhas e um lápis no compartimento da frente, coloquei a pasta de baixo do braço e me dirigi de volta para os bancos. Sentei-me de novo ao lado de Sara e comecei a escrever em uma folha.

Primeiro, antes de escrever mais nada nessa folha acho que sinceramente passo lendo muito Fallen para fazer isso.

Trabalho em grupo com Mellonie me leva a inesperada... espera não vou fazer isso, certo? Tô lendo muito Fallen.

Paro o lápis leio a folha. Que... Merda. Reviro os olhos e olho para Sara que está ainda com o Kit Kat na mão olhando para a folha.

– Hmmm, lendo muito Fallen e quem é essa Mellonie?

– Uma pessoa.

–Hmhum. - disse ela com o kit Kat na boca, ela engoliu o Kit Kat, limpou as mãos na calça jeans e disse: - Acho eles fofos juntos. - Olhei para frente e vi Julia e Uriah dançando juntos Tempo Perdido, Uriah estava com as suas mãos em volta do quadril dela e Julia com as mãos em volta do pescoço de Uriah, a testa dela encostando na testa dele. Foi a primeira vez que vi a perna falsa de Uriah, acho que ele tinha colocado a bermuda cargo enquanto eu estava "concentrado" escrevendo um pouco no papel. - Sério, a primeira vez que fico cansada em séculos.

Olhei para ela e vi seus olhos vermelhos de cansaço refletindo na fogueira.

– Já colocou suas coisas lá dentro?

Ela bufou.

– Se eu tivesse algo realmente meu... Bom, sim.

Coloquei uma das minhas mãos em seu ombro e disse:

– Vá dormir. Você fez o suficiente. Você merece mais do que qualquer um aqui, Sara. - sorri para ela, ela me devolveu um sorriso meio triste e assentiu com a cabeça se levantando em direção para a cabana.

– Boa noite, irlandês de Chicago. Continue com sua analogia. - e então desapareceu entre a lona da cabana. Suspirei, pelo cansaço.

E esta é a nossa Clareira, pensei olhando para frente onde Félix e Hazel olhavam para as estrelas em um cobertor, e Uriah e Julia dançavam.

The world is harsh.
I'm stuck in the dark.
I'll make my mark.
I've got my spark