Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 23
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Boa dia pessoas lindas do meu coração!
Para quebrar a monotonia, essa semana foi relativamente boa e como consequência aqui está um capítulo novinho em folha - meu presente de formatura à vocês.
Aproveitem!



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No último capítulo...

Sabíamos que isso estava vindo, mas só agora que realmente aconteceu é que eu conseguia acreditar. Dumbledore finalmente dormia para sempre. Nada mais que um corpo frágil e sem vida deitado contra o cimento.

Assisti ao funeral prendendo um sorriso. Eu não me sentia assim, tão bem, há um bom tempo. O mais difícil foi esconder minha felicidade. Agora que o velho estava morto, o “bem” estava um passo mais próximo de seu fim, meu pai estava mais perto de realizar seu sonho. Eu estava vingada.

Capítulo 18

POV Hermione Riddle

Eu mal podia conter minha felicidade. Depois que concordei em ir para o casamento de Gui e Fleur na Toca e saímos da parte bruxa de Londres, fui até um apartamento em uma vila trouxa onde disse à Ordem que eu passaria minhas férias. De fato, fiquei lá por um dia, mas apenas para proteger o local e colocar algumas magias que certificariam que eu recebesse qualquer mensagem enviada a mim pela Ordem.

A energia que emanava da Mansão Malfoy era contagiante. Todos, mas principalmente meu pai, estavam radiantes com a morte do velho. Eu compreendia perfeitamente o que minha família estava sentindo. A morte de Dumbledore era o que mais tinha poder para abalar a Ordem da Fênix e Harry Potter. E eu, pessoalmente, recebia o prazer de minha vingança.

No dia seguinte a minha chegada, papai anunciou que em breve haveria uma reunião. Já estava fazendo planos para acabar com o tédio quando trancassem a mim e a Draco em algum cômodo, quando meu pai disse que todos maiores de 17 anos que quisessem se alistar para lutar pela causa deveriam estar presentes.

Meu primo era quem aparentava estar mais animado nos dias que se seguiram. Parecia uma criança contando os dias para o Natal, mas era apenas Draco fazendo contagem regressiva para receber sua Marca. Internamente eu também estava animada, mas sabia como controlar minhas emoções muito melhor a essa altura.

Com a morte do velho, Severus não podia mais espionar a Ordem. Assim sendo, Draco, alguns de seus amigos que também pretendiam receber a Marca, e eu estávamos recebendo algumas aulas de última hora com Sev. Tenho orgulho de dizer que sou de longe a melhor duelista e não fui atingida nem uma vez, exceto por Severus.

Certo dia, a me ver andando sozinha com meu professor por um dos inúmeros corredores da Mansão, me obriguei a perguntar o que estava me atormentando nos dias anteriores:

– Como é matar alguém? – soprei.

– Por que a pergunta agora, Carinho? – Sev ergueu uma sobrancelha em um gesto tipicamente conhecido e indagou.

– Ser a filha do chefe trás suas vantagens. Eu sei que no dia da reunião seremos enviados para alguma vila trouxa... E só conseguiremos voltar para cá depois que tirarmos ao menos uma vida. Então, como é matar alguém? Lembro-me de minha mãe falar a Potter depois que ela matou Sirius que é preciso querer usar a maldição. – paramos de andar. Escorei contra a parede fria de pedra, hesitando antes de dizer qual era meu real problema com a situação – Contudo, não consigo me imaginar lançando uma maldição da morte contra um inocente.

– E eu agradeço por isso. O Avada Kedavra, apesar de proporcionar uma morte rápida, cobra seu preço.

– Eu sei! Tanto é que esse é o último passo para construir uma Horcrux. Você já me ensinou isso Sev! Mas eu não vou falhar. Eu quero minha Marca! – bradei com força.

– Você não precisa destruir sua alma por isso! – Severus pontuou parecendo estar triste, ou talvez fosse indignação que enchia sua voz. – Existem outras formas de tirar uma vida. Também já te ensinei isso, e terá o mesmo efeito para o ritual de iniciação.

– Para eu passar vergonha? Para os outros futuros Comensais verem que a filha do Lorde das Trevas não é capaz de lançar uma maldição imperdoável? – rosnei ao sentir minha vergonha por algum motivo começar a se tornar raiva.

– Desde quando você se importa com o que os outros pensam Hermione? – era um argumento verdadeiro – Sua alma é um dos seus bens mais precioso. Se for para quebrá-la, que seja por algo que realmente valha. Depois que a alma se divide pela primeira vez, não há como restaurá-la! Isso vai te mudar!– eu sentia a tensão crescendo a nossa volta junto de nossas vozes, mas tornava-se cada vez mais difícil controlar o que eu dizia.

– Por que isso importa? Se não for dessa vez, será na próxima ou na seguinte. Estamos em guerra Severus! Você sabe disso melhor do que eu. – minha voz estava subindo cada vez mais de tom, descontrolada e de algum modo indignada por sua aparente falta de confiança em mim.

– Quem disse que você vai voltar para o campo de batalha depois de sua iniciação? – ele rugiu.

– E QUEM VOCÊ ACHA QUE É PARA DIZER O QUE EU POSSO OU NÃO FAZER?! – gritei ainda mais irritada por ele estar tentando me controlar.

– EU SOU SE... – ele parou de repente. O silêncio inesperado fazia meus ouvidos pulsarem, o eco de seu grito ainda refletindo em minha mente. – Apenas não use a maldição da morte. Você vai se sair bem. – A contradição do grito com sua habitual voz de sala de aula, seca e baixa, fez com que eu me sentisse mal pela forma como eu estava agindo e ainda mais por saber que ele estava certo.

Seu pedido ressoou enquanto Severus se afastava, deixando-me sozinha no corredor. Torturando-me.

Cada um dos iniciantes era facilmente encontrado no salão, pois usávamos pela primeira vez nossas vestes de Comensais (http://www.polyvore.com/death/set?id=141550067), ao contrario dos adultos – na maioria pais e parentes de quem passaria pela iniciação essa noite – que estavam apenas vestindo preto dos pés à cabeça.

Há dias eu não falava ou via Severus. Mais precisamente desde nossa pequena discussão no corredor, e saber que eu teria que vê-lo hoje, por algum motivo, me embrulhava o estomago. Eu ri quando o pensamento passou pela primeira vez por minha cabeça, mas aquela discussão estava parecendo mais uma briga de casal que qualquer outra coisa. Infelizmente, não era por isso.

Ao contrario dos bailes que eu havia participado, nesta reunião todos estavam sérios. Inicialmente pequenos grupos foram formados e conversas sussurradas. Eu permaneci ao lado de minha mãe, como tia Ciça disse que era esperado de mim, mas ela estar junto aos Cavaleiros de Walpurgis, e consequentemente a Severus, não estava ajudando a minha tentativa de controlar minha ansiosidade e concentração.

Quando papai finalmente chegou, todos ficaram em silêncio e se curvaram. Como ninguém disse o que eu devia fazer, segui os movimentos de minha mãe, que também tinha se curvado.

– Bellatrix, Hermione. – meu pai chamou. Levantei o olhar e andei um pouco atrás de mamãe, que parou na frente de meu pai antes de ser beijada em cumprimento. Logo após se afastarem, meu pai me abraçou dizendo baixinho – Boa sorte essa noite, minha filha.

Não pude agradecê-lo, pois em seguida caminhávamos até a enorme mesa que ornava o salão, e nos sentávamos em nossos respectivos lugares em sua ponta.

– Juntem-se a nós, meus Comensais!

Após a permissão ser concedida, todos se levantaram e ocuparam seus lugares à mesa, obviamente respeitando uma hierarquia de poder. Abaixo de mim e de minha mãe, que ocupávamos os primeiros lugares ao lado do Lorde das Trevas, sentaram-se os Cavaleiros de Walpurgis e, para minha irritação, Snape estava ao meu lado. Não que eu estivesse irritada com ele... Depois que esfriei a cabeça concordei que ele estava certo sobre as consequências do Avada Kedavra, e eu realmente não precisava desse feitiço especificamente, mas ainda assim, sua presença hoje estava me deixando incomodada.

Seguido aos Cavaleiros estavam os outros Comensais. Eu não duvidava que mesmo entre eles houvesse algum tipo de hierarquia, mas não perdi meu tempo analisando a questão. Na verdade, depois das primeiras palavras de meu pai, também deixei de prestar atenção ao que estava sendo dito. Não que eu não achasse aquilo importante ou desnecessário, ao contrario, porém números e estratégias nunca foram meus fortes. Se fosse necessário eu tiraria meu tempo e faria perfeitamente o que fosse preciso, mas meus pais não necessitavam da minha ajuda naquela hora, então me abstive a apenas observar.

Horas devem ter se passado enquanto cada Comensal recebia atenção de seu Lorde e a cada minuto eu ficava mais ansiosa.

– É o suficiente por hoje. – meu pai disse em algum momento. Suspirei aliviada; eu já não aguentava ficar sentada apenas ouvindo. – Permaneçam apenas nossos futuros Comensais e seus acompanhantes.

Diversas pessoas deixaram a Mansão depois de mais uma vez se curvarem perante meu pai. E isso levou mais um tempo que só serviu para aumentar minha curiosidade pelo que viria a seguir.

– Meus jovens. – papai acenou para uma parede e aqueles de nós que usávamos máscaras nos posicionamos lado a lado contra ela. Não éramos mais que sessenta, mas algo me dizia que ao final da noite esse número cairia drasticamente.

– Fico honrado em tantos jovens como vocês quererem se juntar a nossa causa. – Meu pai caminhava na nossa frente, analisando cada um. – Sua vontade, seu vigor são o combustível que mantêm nossas fileiras. Com minha liderança vocês seguirão um caminho de prosperidade. Juntos nós levaremos o mundo a um novo patamar, onde nós, bruxos e bruxas, não precisaremos mais nos esconder. Tomaremos o que é nosso por direito. Mostraremos a verdade aos trouxas. Venceremos! – aplausos animados encheram o salão, mas assim que Voldemort estendeu a mão, todos voltaram a ficar em silêncio. – Vocês, meus jovens, são o futuro. Vocês serão os responsáveis pela nação unida que formaremos. Vocês trarão ao mundo a próxima geração, geração esta que viverá em paz, sem saber o que é viver em uma guerra. A partir de agora está em suas mãos tornar essa visão em realidade. Depende apenas de sua coragem, de sua sagacidade e de sua honra. Não importa o que criemos e façamos, sobreviveremos! E quando nada restar de nós, vocês continuarão, vocês levantarão o nosso mundo das cinzas se for necessário, assim como eu e seus antepassados uma vez fizemos. E lembrarão que não poderá ser de outro modo, senão o de seus corpos e mentes trabalhando juntos. Porque vocês são carne de nossa carne, sangue de nosso sangue, magia de nossa magia! E vossas mentes jovens mantêm vivo o mesmo ideal que hoje nos orienta. Vocês estão unidos a nós, e quando as grandes colunas marcharem vitoriosas, sei que vocês estarão lá, clamando a vitória conosco. – Novamente a sala foi inundada por aplausos, aos quais me juntei animadamente. – Entretanto, temos um grande caminho a percorrer, e preciso saber se vocês serão capazes de passar por tudo, pagar o preço necessário. Preciso saber quem é digno de minha confiança. Ajoelhem-se e recebam minha Marca!

Com um só movimento, eu e os outros mascarados nos ajoelhamos e estendemos o braço esquerdo. Ouvi arquejos e gritos de dor quebrarem o silêncio em diferentes intensidades, chegando cada vez mais próximo a mim. Alguém não deve ter aguentado, pois um homem marchou para fora do aglomerado que se formou com os Comensais que ficaram como acompanhantes e uma mulher se aproximou nervosamente e levitou um corpo para fora do salão.

Procurei por minha mãe. Ela, tia Ciça e tio Luc revezavam olhares preocupados entre mim e Draco que estava duas pessoas antes de mim. Poucos metros atrás deles, Severus me encarava fixamente. “Boa sorte, Carinho” li as palavras inaudíveis saírem de sua boca quando meu olhar encontrou o seu. Confiança começou a murmurar em meu âmago.

Quando papai parou em minha frente, encarei-o. Um leve sorriso tingiu seu rosto me passando ainda mais tranquilidade e ele encostou a varinha em meu braço, começando a cantar o feitiço. Minha pele desatou a queimar e arder, como se houvesse um ferro quente pressionado contra ela. A dor crescia cada vez mais e eu mordia meu lábio inferior por debaixo da máscara para me impedir de gritar. Do nada, a Marca Negra apareceu na face interna de meu braço, vermelha e pulsante.

A dor parou no instante em que a varinha deixou de tocar minha pele. O orgulho brilhava nos olhos de meu pai quando ele partiu para repetir o processo em quem estava ao meu lado. Assim que ele tocou no braço da garota, ela gritou.

Admirei a tatuagem que parecia estar viva. Conforme a vermelhidão sumia e o desenho ficava preto, eu podia perceber o quão clara a imagem estava, como se fosse apenas uma sombra da Marca real.

– Como vocês devem ter percebido – disse meu pai ao terminar de marcar a todos – suas Marcas ainda não estão completas. Esta noite vocês sairão às ruas pela primeira vez. A Marca os levará até uma vila trouxa. Seu prazo será o nascer do primeiro raio solar, e vocês só conseguirão aparatar de volta para cá se suas marcas estiveram completas. Quem não for capaz de voltar, considere-se banido para sempre de nossa causa, pois as marcas que não estiverem completas entrarão em combustão ao amanhecer.

– O que tempos que fazer para completar nossas marcas, My Lord? – gritou alguém.

– Este é seu desafio, Senhor Malcon. Mostre-me que é digno da Marca que você agora carrega. – Ninguém mais ousou dizer uma palavra. – Levantem-se, meus jovens! – obedeci sentindo a adrenalina despertar e percorrer meu corpo. – VÃO!

Segurei minha varinha com forca e, antes de aparatar, concentrei-me no poder que emanava de minha Marca. Era estranho aparatar sem ter um lugar fixo em mente, sem seguir os três D’s, mas eu sabia que minha Marca me levaria ao lugar certo. Uma nuvem de fumaça negra cercou meu corpo, impedindo-me de ver para onde eu ia.

O mundo a minha volta parou de girar, parei sentindo o chão fazer pressão contra meus pés, e minha visão clareou apenas o suficiente para eu distinguir uma vila minúscula a alguns metros de distância. Outros futuros Comensais chegaram ao meu lado, mas eu sabia que não podia depender deles aqui.

Agachei-me contra o chão coberto por gramíneas sem tirar a aldeia de vista. “Tempus!” lancei o feitiço mentalmente. 2 horas e 23 minutos da manhã. Isso nos dava aproximadamente três horas e meia antes do sol nascer. Era um tempo razoável, mas, apesar de minha confiança anterior, algo me dizia que havia algo errado.

Para azar de todos, minha teoria foi comprovada quando algum apressado correu em direção a cidadezinha e, assim que ele chegou, fomos surpreendidos por um alarme sonoro que explodiu pela cidade. Pudemos ouvir gritos vindos das casas mais próximas e as poucas pessoas que estavam fora de casa, provavelmente em um bar ou algo assim, começaram a correr. A situação me lembrou das guerras trouxas, quando sirenes tocavam para anunciar aos moradores da cidade que uma possível bomba esta a caminho. Estávamos em guerra. Depois que o alarme começou a soar, levou menos de um minuto para pessoas surgirem do nada na vila. Obviamente, eram aurores.

O ser apressado que ativou o alarme foi rapidamente abatido. Antes ele do que eu. Meu subconsciente disse. Ao contrário do meu pensamento de quando chegamos, me peguei dizendo em meio tom – Não deixaremos um dos nossos morrer sem derramamento de sangue. Vamos mostrar do que somos capazes. Permaneçam juntos e ataquem!

Assim que a última palavra saiu por minha boca, corremos todos juntos, cruzando a distância que nos separava dos aurores em um átimo. Não sei o que eles esperavam encontrar, mas ao nos verem avançando os vinte homens congelaram. Os primeiros feitiços cruzaram a cidade sendo facilmente desviados por nossos adversários, mas conforme nos aproximávamos, a luta começava.

O primeiro feitiço que passou por minha mente foi estupore, e foi isso que aconteceu com o auror mais próximo quando acertei seu peito. Tudo o que aprendi com Severus nos últimos meses voltou de uma vez, porém eu estava acostumada a duelar com Sev em uma sala fechada, um contra um. Aqui, apesar de meu foco ser o jovem auror que revidava meus ataques, eu tinha que manter a mente aberta e os olhos atentos para não ser atacada pelas costas. Desviei de um incarcerous e com raiva realisei um conjuntivictus cegando meu oponente.

Como um aviso, lembrei-me que, por conta da adrenalina e do trabalho exaustivo, eu facilmente perderia noção do tempo. Como não estava em meus planos morrer queimada viva quando o sol nascesse, achei melhor completar minha Marca de uma vez. Como o Avada Kedavra estava fora de cogitação, escolhi um meio para acabar com uma vida que tinha me deixado extremamente curiosa quando aprendi sua teoria.

Invadi, sem encontrar dificuldade alguma, a consciência do meu oponente momentaneamente cego. Quase não teve graça assistir o pequeno feitiço que realisei em seu cérebro, uma espécie de imperius, mandando que o órgão obrigasse o coração a parar de pulsar. Em um segundo o cara tentava se equilibrar, já que claramente ele nunca antes lidou com privação sensorial, e no segundo seguinte ele caiu no chão, convulsionou duas vezes e morreu.

É só isso? Perguntou-me meu subconsciente e em seguida gritei, automaticamente segurando meu braço esquerdo. Não contive minha curiosidade e espiei minha Marca que agora estava preta, brilhando e contrastando com minha pele clara. Completa.

Voltei minha concentração para o campo a minha volta. Era possível achar caídos ao chão, corpos de aurores tanto como de trouxas e como de Comensais. Mesmo sabendo que não era o mais digno de se fazer, lancei em mim um feitiço de invisibilidade e, me esgueirando por entre meus aliados, acabei com a vida dos aurores mais distraídos.

Aos poucos a escuridão se tornou uma leve penumbra, anunciando que logo tudo estaria acabado. Eu estava quase aparatando de volta para Mansão Malfoy quando vi alguém se aproximando por trás do meu primo, que perdeu sua máscara em algum momento.

– Draco! – gritei para chamar sua atenção, mas distraído com o auror à sua frente, ele não ouviu. Sem pensar, corri em sua direção. Meu feitiço de invisibilidade deve ter se perdido em minha corrida, mas não me importei. Sabendo que não erraria a mira, tirei o athame que Severus me deu de um bolso interno da capa e lancei-o em direção ao covarde que se atreveu a mexer com minha família.

Não acertei o coração, como pretendia, mas cheguei perto o suficiente para derrubar o homem. Ao sentir o que estava acontecendo, Draco virou-se e ao ver o auror atrás de si morto, seu rosto procurou por mim. Enquanto meu primo finalmente acabava com seu adversário anterior, cruzei o resto da distância até ele em mais alguns passos.

– Obrigada Herms. – retribui o abraço e chamei a máscara de Draco, que voou por entre os corpos espalhados pelo chão. – Seu pai sabia que haveria aurores? – ele perguntou depois de recolocar a máscara em seu rosto.

Olhando ao redor podíamos ver apenas capas pretas de pé, embora nosso número inicial tenha diminuído.

– Não sei Dray. – respondi sinceramente.

– E agora vamos voltar e deixar os que morreram para trás?

– Se o Ministério ou a Ordem enviar alguém para ver o que aconteceu e acharem os corpos, vão saber que estamos recrutando jovens. Não acho que isso vá nos ajudar em algo.

– Ao menos que tomem o Ministério antes. – meu primo deu de ombros. – Mas você está certa. Fogo?

– Parece ser a saída mais simples. Vá chamar os outros. Encontraremos-nos aonde chegamos.

– E te deixar sozinha aqui? Nem pensar! Sobrevivi a minha primeira missão de campo, não quero ser morto quando chegar em casa.

– Há, há. Muito engraçado. Vamos logo.

Andei ao lado de Draco conferindo se todos estavam mortos e dizendo aos vivos o que planejamos. Alguns poucos estavam desesperados, pois não haviam conseguido completar suas marcas. Azar deles. Não era minha responsabilidade dizer o que eles deviam ter feito. O desespero de outros vinha da consciência do que eles haviam acabado de fazer. Pela primeira vez agradeci de verdade por não ter usado a maldição imperdoável.

Terminando a vistoria, eu e os outros Comensais incendiamos os corpos. Assim que tivemos certeza de que ninguém poderia ser reconhecido, aparatamos de volta para casa. Ou melhor, nós tentamos.

– Eu fiz! Minha Marca está completa! – alguém gritou – Por que não conseguimos aparatar?

De alguma forma senti que todos os olhares se dirigiram a mim. Aquela era uma boa pergunta. Olhei ao redor procurando por qualquer coisa que pudesse me ajudar a entender o que acontecia de errado. O desespero abrindo espaço por todos nós.

– O que é aquilo? – sussurrou uma garota apontando para o lado oposto ao que eu olhava.

Virei a cabeça na direção que ela mostrava. A luz branca voava rapidamente em nossa direção. – Fênix! – mal a palavra saiu de minha boca e estávamos cercados. Mentalmente, agradeci por minha máscara, pois na minha frente estava Kingsley Shacklebolt.

Eu não queria falar, por medo de reconhecerem minha voz. Provavelmente haviam colocado barreiras anti-aparatação na cidade, por isso não conseguimos aparatar. E agora estávamos cercados.

– Soltem suas varinhas e nós não lhe faremos mal algum. – Kingsley disse.

– Acho que não. – alguém respondeu. – AGORA!

Não foi preciso outra palavra. Atacamos e logo duelávamos novamente. Dessa vez, apesar de ainda haver menos membros da Ordem que Comensais, eles estavam mais preparados que os aurores, e nós ficamos em desvantagem.

Já cansada, recebi o que devia ser a última dose de adrenalina que restava em meu corpo. Apertei a mão de Draco por um instante. Minha mão se moveu quase sem que eu pensasse, empunhando a varinha e contra-atacando os membros da Ordem, agindo automaticamente.

Pouco depois ouvi um grito horrível. Todos no campo pareciam ter parado os feitiços para ver o que aconteceu. O sol nascia. Quem não tinha matado agora morria. A luz do sol parecia criar reações contra a pele daqueles que não completaram suas marcas. Eram oito. Aos poucos cada corpo se transformou em uma fogueira e um cheiro horrível tomou conta do lugar enquanto uma fumaça espessa cobria o céu acima de nós.

Aproveitando a distração dos membros da Ordem, abati meu atual oponente, e isso despertou os outros da cena macabra que assistiam. Desferi mais alguns golpes, mas eu já me sentia esgotada, sabia que meus movimentos estavam mais lentos e eu não tinha certeza de quanto tempo mais eu aguentaria. Nem um segundo de distração foi necessário até quando ouvi meu nome ser gritado em tom de aviso.

– RIDDLE!

Tudo pareceu estar em câmera lenta. Eu pude ver o raio de luz verde vindo diretamente em minha direção, mas eu estava tão cansada... Meu corpo parecia não responder aos estímulos enviados por meu cérebro. Tudo parecia se mover em câmera lenda, eu não conseguia me mover rápido o suficiente. O pavor tomou conta de mim e eu soube que não havia nada que eu pudesse fazer.

Eu quase pude sentir o feitiço tocar meu peito. Senti meu peito se aquecer, meus olhos se arregalarem e um grito começar a se formar em minha garganta, mas de alguma forma me vi estirada contra o chão a metros de distância. Gritei desesperada, perdida. Com a vista embaçada e o corpo em choque, apenas identifiquei olhos extremamente vermelhos a poucos centímetros de meu rosto. Então o resto de minha consciência se foi e tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Mais alguém ficou com vontade de se alistar aos Comensais da Morte depois do pequeno discurso de Lord Voldemort? Kkkkk
Amanhã é minha última prova de vestibular até a segunda fase da fuvest - torçam por mim! - e como não vou para casa do meu pai esse ano (o/) vou conseguir escrever bastante nas férias.
Será que alcançamos 300 comentários antes do bônus?
Só mais um capítulo - na verdade um bônus com POV Severus dos acontecimentos - antes de chegarmos ao terceiro ato e ao que vocês tanto esperam.
Até o próximo, darlings!
Kisses