Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 22
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Este capítulo chegou rápido! Perém é um capítulo de transição, o que faz dele relativamente curto e um tanto chato, mas necessário.



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No último capítulo...

– Seus pais estão vivos.

– Você entendeu o que eu quis dizer. É minha culpa! – gritei – Eles morreram por que eu me afastei do Potter. É minha culpa Jean e Paul estarem mortos! – bati a cabeça contra a parede sem querer, soltando um arquejo de dor – Eu não aguento mais Sev! – soltei um pouco mais calma – Não aguento mais fingir que está tudo bem, que eu estou bem. Não consigo mais olhar para o velho toda manhã sabendo o que ele fez. As poções pararam de fazer efeito, faz dias que não consigo dormir e pode parecer besteira, mas a escuridão tem sido ainda mais escura que normalmente... Eu não consigo mais ficar sozinha. Eu só queria que tudo isso acabasse.

– Vai acabar logo, eu te prometo. – Severus se aproximou e me abraçou pelas costas – E você não está sozinha. Eu já te falei que estarei sempre aqui, Carinho. Sempre.

Capítulo 17

POV Hermione Riddle


– Podemos conversar?

– Oi? Sim. Claro. Aconteceu alguma coisa?

– Mais ou menos... Vamos andar, sim? Não quero que ninguém ouça.

Sai ao lado de Potter do salão comunal e andamos em silêncio até chegarmos a um corredor vazio.

– Desculpa.

– Por...? – perguntou Potter perdido.

– Por ter abandonado vocês. Eu não tenho estado presente, não tenho sido uma boa amiga... Eu mesma não sabia por que isso estava acontecendo, mas nesse tempo que fiquei sozinha no feriado consegui colocar a cabeça no lugar.

– Você está me deixando ainda mais perdido Mione.

– Eu sei! – respirei fundo – Eu gosto do Ron! Eu não tinha percebido, não conscientemente pelo menos, mas fiquei pensando e cheguei à conclusão de que comecei a me afastar de vocês quando Ron começou a sair com Lilá. Você já tinha falado que eu estava com ciúmes, mas não quis acreditar. Depois o diretor e o professor Snape pediram minha ajuda para fazer poções para a Ordem, e eu usei isso como desculpa para me afastar de Ron e consequentemente de você sem pensar duas vezes sobre o que eu estava fazendo. Então mataram meus pais na minha frente e eu fiquei tão cega com a vontade de vingança que não pensei nos meus amigos, na minha outra família. Nesse feriado, quando fiquei sozinha, comecei a pensar em tudo o que passamos juntos. Eu morreria por vocês, assim como sei que vocês fariam por mim. Eu estava mesmo com ciúmes de Ron, agora vejo isso, e sei que deixei que isso controlasse minha mente. Eu me afastei e deixei vocês na mão. Desculpe-me por isso.

Passar tanto tempo na companhia de Severus havia feito ao menos um bem: ler as emoções das outras pessoas tornou-se uma tarefa simples, pelo menos se comparando a habilidade necessária para ler as emoções do próprio Severus. No momento, a culpa estava escancarada nos olhos de Harry Potter.

– Você não precisa pedir desculpas Mione. Eu sei o quanto estar apaixonado pode nos distrair. Você sabe que eu e Ginny estamos juntos?

– Não! Sério?

– Sim, bem...

Potter começou a me encher com os detalhes de seu relacionamento com a Weasley mais nova, e eu soube que esse era seu modo de dizer que estava tudo bem entre nós. Facilmente me perdi em lembranças do meu feriado de fim de ano enquanto escutava a voz de Potter ao meu lado.

Logo que cheguei a Mansão Malfoy, tia Ciça me prendeu em um abraço tão forte que pensei que eu seria quebrada ao meio.

– Oh querida! Por que tanta coisa ruim tem que acontecer com você? Eu, Lucius e seus pais queríamos ter ido até você assim que Severus contou o que aconteceu, mas era arriscado demais.

– Eu estou um pouco melhor agora, tia. Tive tempo de me acostumar com a situação.

– Sim, mas isso não quer dizer que você mereça passar por isso. Venha, venha. Bella está louca para vê-la.

Entramos em uma das salas de reunião. Sem me importar com os Comensais que me observavam, fui diretamente até minha família, abraçando forte mamãe e beijando o rosto de meu pai.

– Com foi de viagem? – perguntou papai ao beijar minha testa.

– Tranquila... Posso subir para meu quarto? Quero tomar um banho e vestir algo descente.

– Claro querida. Mandarei um elfo te chamar quando forem servir o jantar.

Nos dias que se passaram pude descansar como há muito não fazia. Depois de minha conversa com Sev na torre do relógio ele havia fortificado minhas poções de sono sem sonhos, e mais uma vez eu era capaz de dormir.

Pierre, meu amado estilista, fez uma longa visita para preparar os vestidos que eu usaria nas comemorações de Natal e Ano Novo (http://www.polyvore.com/tredici/set?id=140709939) e mais alguns agrados que ganhei para usar em futuras reuniões depois que eu recebesse minha Marca e em “encontros românticos”, palavras do próprio francês.

Sem duvida alguma a melhor parte do feriado foi o Natal. Sorri com as lembranças e algo quente começou a se agitar em meu estomago. Eu tinha passado algum tempo dançando com Draco e outros sonserinos, como Nott e Zabine, que descobri serem pessoas muito agradáveis. Quando meus pés começaram a pedir por momentos de descanso, me dirigi até a mesa de bebidas, servi uma taça de champagne e deslizei por entre os convidados que dançavam até a mesa onde meus pais estavam sentados. Ou essa era minha intenção inicial.

Eu estava andando junto à parede para evitar a multidão quando algo prendeu meu corpo e eu não consegui andar ou me mover. Quando olhei para cima, deparei-me com um visgo que definitivamente não estava no meu caminho momentos antes. É claro que algum brincalhão deve tê-lo enfeitiçado para se mover sorrateiramente pelo salão e paralisar pessoas distraídas.

Olhei ao redor procurando por alguém conhecido que pudesse me salvar antes que algum atrevido resolvesse se aproveitar da minha situação. Infelizmente não vi ninguém. Felizmente a voz que eu mais poderia desejar ouvir naquela situação chegou aos meus ouvidos.

– Todo o treinamento e ainda assim você consegue ser presa por um simples visgo.

– Se fosse algo prejudicial eu teria percebido – respondi mal humorada e um pouco envergonhada por minha situação. – Draco fugiu para algum quarto com Astoria... e eu realmente não quero ficar presa aqui sujeita a ser beijada por qualquer um. – resmunguei mais para mim que para ele.

– Espero que a senhorita não me considere qualquer um. – sussurrou Severus em meu ouvido antes de juntar seus lábios nos meus. Êxtase percorreu meu corpo. – Seu pai está te esperando para começar o jantar. – Sev disse ao separar sua boca da minha cedo de mais.

Eu quis pedir desculpas por ele ter tido que me beijar para me libertar da magia do visgo. Provavelmente sua companheira estava em algum lugar naquele salão. Talvez esperando por ele... Mas não consegui fazer com que as palavras fossem pronunciadas. Logo chegamos à mesa e Severus puxou uma cadeira para que eu sentasse ao lado esquerdo de meu pai. A chance para dizer algo havia passado. Mesmo Severus estando sentado ao meu lado eu não arriscaria dizer qualquer palavra que pudesse chegar a ouvidos indesejados.

O beijo nunca veio à tona em nossas conversas, e o tempo foi correndo. No meu penúltimo dia de férias meu pai convocou uma reunião “de família” onde fui questionada se ainda pretendia espionar Potter de perto. Não precisei dizer como eu me sentia sobre aquilo, todos conheciam minha dor, mas este seria um sacrifício que eu me propunha a realizar.

Papai afirmou que o Potter perdoaria minha ausência nos últimos meses se eu jogasse com sua maior fraqueza: amor. Mamãe disse que Severus havia contado o que aconteceu durante o semestre letivo passado, e que os três concordaram que eu agir como se estivesse apaixonada por Ronald Weasley seria nossa melhor chance.

Foi por esse motivo que Sev me aconselhou a ir à festa de Natal do Slughorn com Draco e agir com Potter como se aquilo fosse uma provocação ao Weasley.

Mais uma vez, eles não podiam estar mais certos.

Ao pisar novamente no Castelo assim que as aulas voltaram, pude ouvir murmúrios de que eu e Draco éramos um casal. Assim que encontrei Ron na mesa de Gryffindor, ele veio me questionar sobre o que estava acontecendo e eu, muito tranquilamente, mudei de assunto.

Na noite anterior, enquanto eu preparava algumas poções com Severus, ele disse que estava na hora de eu contar a verdade ao Potter. Por esse motivo, no atual momento, eu me encontrava fingindo prestar atenção ao que Potter dizia sobre Ginny.

– Quem dera estar apaixonado fosse algo simples. – comentei quando o garoto ficou em silêncio.

– Você devia falar com Ron.

– Eu? Não! Ele está namorando.

– Todos nós sabemos que ele não gosta da Lilá de verdade. Tenho certeza que se vocês conversassem ele terminaria com ela na hora. Ou se você preferir, posso falar com ele primeiro.

– Não Harry. Vamos deixar as coisas como estão, pelo menos por enquanto. Quando a guerra acabar, se ainda estivermos vivos, contarei a verdade.

Depois desse dia Potter não me tocou novamente no assunto. Prometi terminar com Draco, o que bastou uma pequena fofoca nos ouvidos certos e logo ninguém mais se lembrava do episódio. Voltei a ficar quase todo o tempo ao lado dos Weasley, de Potter, Longbottom e Lovegood, aguentando suas criancices e manias bobas. Minha salvação eram as noites que eu passava com Severus preparando poções, treinando alguma magia ou simplesmente em sua companhia.

Não tão emocionante, mas não por isso menos importante, nos messes que se seguiram tivemos aula de aparatação – as quais eu me saí muitíssimo bem e recebi minha licença com louvor. Potter voltou a me contar sobre seus encontros com Dumbledore enquanto eu discretamente sondava sua mente em busca de mais detalhes. O garoto era horrível em Oclumência.

Quando o velho incumbiu Potter de recuperar uma lembrança de Slughorn, inventei uma desculpa muito esfarrapada e corri até Severus para lhe contar. Sev disse que avisaria meu pai, mas que eu devia distrair Potter para que ele levasse o máximo de tempo possível para conseguir essa memória. Infelizmente não havia mais duvidas de que o velho sabia sobre as Horcrux de meu pai e que ele estava buscando destruí-las.

No aniversário do Weasley ele acabou tomando um hidromel envenenado. Lamentavelmente Potter achou um bezoar, mas aquela teria sido uma forma no mínimo cômica de presenciar a morte de Ron Weasley.

Em um jogo de quadribol Potter quase foi morto por um balaço. Esses “quases” estavam começando a me irritar. Por que ninguém podia fazer o trabalho direito e acabar com todos os problemas? No fim Potter apenas permaneceu por alguns dias na Ala Hospitalar se recuperando.

Eu quase surtei quando descobri que Potter estava usando Dobby e Monstro para espionar Draco. Por sorte os elfos não viram ou ouviram nada importante, ou melhor, Dobby não o fez. Monstro sempre permaneceria leal à sua família.

Potter apenas conseguiu a memória que Dumbledore queria ao usar Felix felicis. Pena para ele que a essa altura meu pai já havia colocado uma Horcrux falsa no lugar de cada verdadeira. Foi emocionante recuperar o Diadema perdido de Rowena Ravenclaw, mas se Severus não estivesse me acompanhando naquele passeio à Sala Precisa, provavelmente eu teria cedido à tentação de experimentar o Diadema e, segundo meu pai – no pequeno puxão de orelha que levei quando ele descobriu que eu quase coloquei o objeto em minha cabeça – se aquilo tivesse acontecido, eu teria sido infectada da mesma forma que a mão de Dumbledore foi. Sev seria capaz de remover a maldição, o que ele me ensinou a fazer assim que chegamos ao seu quarto, mas ainda assim eu teria sofrido uma pequena tortura momentânea.

Junho havia começado há alguns dias quando o velho chamou Potter para acompanhá-lo em uma viagem na busca de uma Horcrux. Não recusei quando Potter disse para que Ron, Ginny e eu dividíssemos o que sobrou de sua Felix felicis. Depois que o garoto correu para o velho, fui até meu quarto e enviei uma mensagem a Severus avisando o que estava acontecendo. Peguei minha esquecida moeda da AD e pedi “reforços”.

A noite passou rapidamente em meio a adrenalina. Meu primo conseguiu trazer Comensais para dentro da escola e executou seu papel perfeitamente, enrolando o velho na Torre de Astronomia até que Severus chegasse e terminasse o serviço. Eu quis correr junto deles e fugir depois que o trabalho foi feito, mas eu sabia que meu lugar era ali. Por enquanto.

Fora Dumbledore não houve nenhuma perda importante, mas conseguimos o que queríamos. A Ordem da Fênix estava desestabilizada. Potter estava fraco e perdido.

Sabíamos que isso estava vindo, mas só agora que realmente aconteceu é que eu conseguia acreditar. Dumbledore finalmente dormia para sempre. Nada mais que um corpo frágil e sem vida deitado contra o cimento.

Assisti ao funeral prendendo um sorriso. Eu não me sentia assim, tão bem, há um bom tempo. O mais difícil foi esconder minha felicidade. Agora que o velho estava morto, o “bem” estava um passo mais próximo de seu fim, meu pai estava mais perto de realizar seu sonho. Eu estava vingada.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!
Kisses