Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 21
Capítulo 16




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No último capítulo...

– Ah Carinho! Eu sempre vou estar aqui por você. Lembre-se disso. Para qualquer coisa que você precisar, eu sempre estarei aqui. Sempre ao seu lado. – Ele me puxou então para o seu colo, e apesar de que se eu estivesse em plena consciência, eu acharia tudo aquilo estranhamente bom, eu estava feliz. Eu estava mais feliz do que nunca, por estar em seus braços, e aquilo acalmava minha dor. Era o contrapeso perfeito. Tudo o que eu precisava.

Ele me segurou apertado e então começou novamente a passar as mãos em meus braços e meus cabelos, fazendo círculos suaves com as mãos, me deixando em um estado bom de letargia. Eu ainda sentia dor pela perda, mas estava feliz por estar lá, em seus braços.

E com esses pensamentos minha mente foi nublando, até não existir mais nada, apenas o escuro, e eu dormi tranquilamente em seus braços. Sentindo sua respiração em minha cabeça, e ouvindo seu coração batendo em meu ouvido.


Capítulo 16

POV Hermione Riddle


Uma das coisas que posso afirmar sem qualquer sombra de duvidas é que existem poucas sensações melhores que acordar ao lado de quem se ama. A primeira vez que acordei ao lado de Severus – no seu colo, na verdade – não me lembrei de nada alem de seu cheiro que invadia meus poros e sua mão repousada em minha cabeça.

Mesmo estando acordada, não me mexi ou abri os olhos. Apenas permaneci lá, aproveitando cada segundo antes que eu tivesse que voltar ao mundo real. Infelizmente, o tempo passou rápido de mais. Logo os primeiros raios solares invadiam o quarto, e a mão de Severus começou a deslizar por entre as mechas de meu cabelo. Abri os olhos para me deparar com seus orbes negros me encarando.

– Como você está se sentindo Carinho?

– Ainda estou letárgica de mais para conseguir sentir qualquer coisa. Conseguir dormir já foi um progresso.

– Quer que eu pegue outra poção calmante?

– Não. Eu quero que você me conte quem fez isso.

– Carinho...

Não deixei que ele continuasse. Levantei, sentando-me ao seu lado, encarando firmemente seus olhos.

– Eu vou matá-lo Severus. Não importa quem seja. Eu vou matá-lo. Se você quiser me ajudar, me guiar, eu ficarei muito grata. Mas não tenho problema algum em fazê-lo sozinha. Quem matou meus pais vai morrer. Com ou sem a sua ajuda.

Confiei na promessa que Severus havia feito a meus pais, Tom e Bellatrix, de me proteger e esperei que ele acabasse me ajudando. Apesar de minhas palavras, seria muito mais fácil se Sev estivesse ao meu lado.

– Antes de qualquer coisa, precisamos conversar sobre semana passada.

– Não. Desculpe-me por como agi. Ou melhor: eu super-reagi. Depois eu pesquisei sobre Bakant e entendi o que você é. Eu apenas não sabia como me portar na sua frente depois do escândalo que fiz à toa. – Uma coisa era eu entender e aceitar o que Severus é, outra bem diferente seria conversar com ele sobre isso como se eu não me importasse ou como se o assunto não me afetasse. – Não tem o que conversarmos sobre isso. Agora, fale do assassino dos meus pais.

– Não agora.

– Sev...!

– Escute Hermione! Se você quer que isso funcione, você vai me ouvir. Está quase na hora da primeira aula. Quero que você vá até Potter e Weasley. Conte a eles tudo o que aconteceu. Diga que você chegou ao castelo ontem e passou a noite em alguma sala vazia, pois não queria ver ninguém. Se te falarem para contar a Dumbledore, o que eu não duvido que Potter dirá, fale que está com medo e não quer ir sozinha. Os dois farão qualquer coisa para perderam aula. Chegando lá, conte tudo ao velho. Chore. Mas lembre-se de manter sua barreira mental firme. Dumbledore irá me chamar para te levar alguma poção. Quando o velho disser para você ir ao seu dormitório e descansar, diga que não quer ficar parada para não pensar no que aconteceu. Lembrarei ao velho que estamos atrasados na produção do estoque de poções. Quando voltarmos a ficar sozinhos, responderei a qualquer pergunta que você tiver. Agora vá, você tem menos de vinte minutos antes da primeira aula começar.

Obedeci, imediatamente correndo para a sala de transfigurações. Nem liguei para o fato de que meu cabelo não via um pente há pelo menos vinte e quatro horas, ou que meu rosto devia estar totalmente marcado pelas lágrimas. Também não me importei que todos os alunos estivessem me encarando, ou que eu parecesse desesperada. Tudo isso apenas serviria para dar mais veracidade ao plano de Severus.

Potter e Weasley estavam escorados em uma parede próxima a porta que, por sorte, ainda não havia sido aberta.

– Hermione?! – os dois chamaram quando me viram.

– Por favor – pedi puxando os dois pelas mãos – eu preciso falar com vocês...

– Temos aula agora... – começou Ronald como se alguma vez ele tivesse se importado com alguma aula.

– Comensais mataram meus pais! – quase gritei e olhei nos olhos de Harry. Isso deve tê-lo abalado, por que ele sussurrou um “vamos” e tentou nos levar para longe do corredor.

– Senhores Potter e Weasley! Onde vocês pensam que vão?

– McGonagall! – exclamamos ao mesmo tempo. Por um segundo me lembrei da antiga e inocente Hermione que se metia em problemas com os amigos para “salvar o mundo”. Não senti saudade alguma daquele tempo.

– Hermione! – chamou preocupada minha segunda professora preferida quando viu meu estado. – O que aconteceu querida?

Olhei para meus supostos amigos e para minha professora sem saber o que fazer. Apesar de eu ainda confiar plenamente em Minerva, não queria arriscar o plano de Severus. Felizmente, Potter decidiu por mim o caminho que seguiríamos.

– Professora, os pais da Mione foram atacados por Comensais!

Minerva me encarou com os olhos arregalados e eu confirmei o que Harry havia dito.

– Estão todos dispensados! – disse a professora para os outros alunos e gritos de comemoração se espalharam. – Vocês três venham comigo. Precisamos informar o diretor.

Harry segurou minha mão enquanto seguíamos os passos apressados da professora de transfiguração. Permiti-me àquele momento de conforto, mas nada se comparava à sensação da presença de Severus.

– Lemon Drop! – de alguma forma e por algum motivo, professora McGonagall parecia mais ansiosa e assustada que eu. Subimos até o escritório do diretor em um ritmo rápido e constante.

– Minerva – ouvimos a voz de Dumbledore antes das portas se abrirem – Não esperava vê-la novamente antes da próxima refeição. Entrem. O que lhe traz aqui no meio de uma aula? E na presença dos Senhores Potter e Weasley e da Senhorita Granger...

– Albus... – Minerva cumprimentou fazendo sinal para que nos aproximássemos e sentássemos nas cadeiras estofadas que ela conjurou na frente da mesa do diretor. Mantive minha cabeça baixa o tempo todo, certificando-me que minhas barreiras mentais estavam no lugar. – Os pais de Hermione... eles foram atacados por Comensais! – eu podia sentir o medo e a incerteza em sua voz.

– Eu temi que algo havia acontecido quando não fui avisado de sua chegada ao castelo na noite passada... Senhorita Granger, entendo que esta é uma grande perda, mas eu gostaria de ouvir o que aconteceu.

O cinismo em seu tom parecia tão óbvio a mim e dava-me vontade de matá-lo... era quase como se o velho soubesse... Balancei a cabeça acabando com essa linha de pensamentos e me concentrei em responder a pergunta que me foi feita.

– Era final da tarde ontem... – comecei torcendo para que eu não alterasse nada nos planos de Severus por estar contando aquilo à Minerva também – Eu estava no meu quarto, arrumando minhas malas. Eu não quis fazê-lo com magia, pois queria aproveitar a oportunidade de lembrar-me de alguns objetos da minha infância. Eu estava distraída, então não sei exatamente o que aconteceu, mas em algum momento ouvi um barulho estranho no andar de baixo. – mesmo eu não querendo, mais uma vez eu estava de volta ao dia anterior, vivenciando cada sensação, cada visão que eu havia experimentado. – Desci as escadas correndo. Meus pais estavam no corredor. Na frente deles havia dois Comensais. Eles usavam aquelas roupas pretas e as máscaras... Eu vi quando eles começaram a torturar meus pais, e então os mataram. Eu estava com tanto medo! Eu travei, não consegui fazer nada para protegê-los! Quando pensei que os Comensais fossem vir até mim, eles sumiram. – enxuguei as lágrimas que corriam livremente por meu rosto e respirei. Ao meu lado Minerva continha as próprias lágrimas. Harry estendeu a mão até mim prendendo-me como podia em um meio abraço. – Eu não sabia o que pensar ou o que fazer. Então fiquei com raiva de mim por não ter conseguido mantê-los vivos. Acho que perdi o controle da minha magia, pois a casa começou a pegar fogo. Eu só consegui pensar em aparatar de volta para o castelo. Não sei que horas eram, mas eu não queria ver ninguém, então corri até uma sala vazia e me tranquei lá. Devo ter adormecido em algum momento, pois quando acordei o sol batia em meu rosto. Corri então até Harry e Ron... – sequei as lágrimas que ainda caiam, e pela primeira vez olhei nos olhos do velho – Eu sei que eu devia ter vindo falar com o senhor imediatamente, mas eu estava, estou com tanto medo...

– Não se preocupe criança. Agora você está entre aqueles que te amam verdadeiramente. Nada vai lhe acontecer. Armando, você poderia ir até Severus? Peça para ele trazer uma poção calmante para a Senhorita Granger.

– Claro professor – respondeu o quadro, que em seguida sumiu pelo fundo da tela.

– Hermione – chamou minha professora –, sei que você já atingiu a maioridade, mas nunca é saudável nos isolarmos. Você sabe que eu sempre tive um grande carinho por você. Estarei aqui para qualquer coisa que você precisar.

– Obrigada Minerva – limitei-me a dizer. Eu nunca gostei de mentir, e fazer isso com alguém que parecia realmente se importar comigo era difícil.

Vi que o velho analisava com atenção nossa pequena troca de palavras; ele teria dito algo, mas neste momento a porta abriu-se revelando a chegada de Severus.

– Mandou que me chamassem, Albus? – a voz seca e rude fez comigo mais que qualquer poção calmante poderia fazer.

– Severus! – era impressionante ver o quão bem Sev havia enganado Dumbledore. O velho era encantado pelo espião. – Meu filho, você trouxe a poção?

Sev vasculhou os bolsos de sua capa por um segundo antes de me entregar o frasco. Murmurei um “obrigada” e engoli metade do conteúdo que ali havia.

– Agora... Harry, você e o Senhor Weasley deveriam voltar para suas aulas. Senhorita Granger, eu recomendaria que você voltasse ao seu quarto e descansasse pelo resto do dia. – os garotos se levantaram, mas eu não me mexi.

– Com todo o respeito Senhor, mas ficar sozinha agora apenas me fará pensar ainda mais no que aconteceu ontem. Eu prefiro manter minha cabeça em algo, me distrair...

– Entendo, mas ainda assim não considero conveniente que a Senhorita volte para sala de aula no momento. As notícias correm rápido, apesar de nossos esforços para contê-las. Em pouco tempo os alunos saberão o que lhe aconteceu e acho... que a Senhorita não vai querer contar novamente pelo que passou.

– Se me permite Albus – o velho acenou para que Sev continuasse – como te falei, estou atrasado no preparo de algumas poções por conta da dificuldade que estamos tendo de obter Aronia melanocarpa. Noite passada eu encontrei um local onde posso colhê-las.

– Sim meu filho! Ótima ideia. Senhorita Granger? Talvez uma viagem com Severus para ajudá-lo seja o suficiente para distrair sua mente.

– Não acho que seja uma boa ideia... – começou Potter.

– E o senhor possui alguma ideia melhor, Potter? – inquiriu professor Snape.

– Não Harry! – o parei antes que ele revidasse. Eu não estava no clima para presenciar brigas bobas – Eu vou aceitar diretor.

– Perfeito! – o velho respondeu animado. – Harry, Senhor Weasley, tenham uma boa tarde. Senhorita Granger, por favor, espere do lado de fora. Eu preciso conversar em particular com Minerva e Severus.

– Na verdade Albus... Senhorita vá até meu laboratório. Você pode começar a arrumar as coisas que precisaremos para pegar as aroniae. Você vai encontrar um pequeno livro de capa marrom na terceira gaveta com tudo o que você precisa saber.

– Sim Senhor. Com licença.

Corri até o laboratório. Não foi difícil achar o livro do qual Sev havia falado. Conjurei uma bolsa, coloquei um feitiço indetectável de expansão nela e comecei a guardar as coisas que precisaríamos para colher e transportar as Aroniae.

Parecia impossível o modo como meu pai e Severus conheciam Dumbledore. Eu já havia descoberto que meu pai era capaz de prever as ações e a linha de raciocínio que o velho seguiria em seus planos; hoje Severus me surpreendeu ao prever exatamente como o diretor reagiria à notícia da morte dos meus pais trouxas.

Terminei de organizar os instrumentos e sentei-me em frente à lareira que permanecia sempre acesa. Automaticamente segurei e comecei a brincar com a pedra do colar que Severus me deu. Harry parecia verdadeiramente tocado com o que aconteceu comigo, talvez por que os acontecimentos o lembraram de seus próprios pais. Ronald não havia esboçado reação nenhuma, nem dado alguma palavra de consolo. Dumbledore parecia mais curioso com a estória e minhas reações a qualquer outra coisa.

Foi mais difícil do que pensei que seria contar novamente o que se passou algumas horas atrás. Achei sinceramente que a essa altura eu estaria melhor, mas...

Pulei no lugar ao sentir uma mão repousando em meu ombro. Não tinha visto ou ouvido Severus chegando.

– Como você está?

– Ótima – respondi esfregando o rosto – o que o velho queria?

– Basicamente mandou eu e Minerva avisarmos se percebermos algo estranho em você. Agora devemos ir. Quando chegarmos ao campo responderei o que você quer saber.

Sem que eu tivesse tempo para raciocinar, Sev pegou a bolsa e me arrastou por uma passagem até um ponto nos jardins onde conseguimos aparatar.

Severus não disse nada enquanto protegia a área que era basicamente um campo com gramíneas, arbustos e varias árvores de casca seca e retorcida. Não foi complicado encontrar as pequenas flores e frutas que viemos colher. Meu professor separou, ainda em silêncio, o que usaríamos e começou a guardar algumas Aroniae que usaríamos em natura.

– Sev? – pedi momentos depois quando percebi que ele não falaria nada.

– Albus Dumbledore. Foi Albus Dumbledore quem mandou matar seus pais.

– Astoria não ficará com ciúmes? – sorri ao passar meu braço pelo de Draco.

– Ela sabe que é por uma boa causa. E, além disso, eu não perderia a chance de ver a cara do Potter e do Weasley.

Ri com meu primo enquanto descíamos as escadas da torre de Gryffindor. Mantivemos uma conversa leve enquanto percorríamos o castelo. Ansiosidade percorria meu ser. Ao chegarmos ao final do último lance de escadas o silêncio se fez tão presente que eu era capaz de ouvir o sussurrar de meu vestido (http://www.polyvore.com/quattrodici/set?id=140713975) deslizando contra o chão.

– Pronta? – pediu meu primo ao pararmos na frente da porta.

– Pessoas me encarando pasmas tem se tornado um costume. É claro que estou pronta.

Não foi surpresa quando os alunos e convidados se viraram para olhar conforme eu e Draco passávamos. Segui meu primo enquanto ele cumprimentava alguns funcionários do Ministério. Para meu espanto, havia um considerável número de Comensais espalhados pela sala. Ao me reconhecerem eu era cumprimentada com respeito e adoração, mas mesmo assim discretamente.

– Como você está? – perguntou Severus tranquilamente ao finalmente pararmos no balcão de bebidas.

– Ansiosa. Você realmente acha que isso vai funcionar?

– Já discutimos isso Carinho. Relaxe e siga o plano.

– Agora não é hora de reconsiderar. Potter está vindo. – avisou Draco.

Encarei os olhos de Severus em uma forma tola de tentar me acalmar. Enquanto Potter se aproximava, Draco passou o braço por minha cintura e começou a conversar com Sev sobre algo que não prestei atenção.

– Hermione! – a careta que o Potter esboçava era impagável.

– Harry! – tentei soar o mais aliviada possível com a sua interrupção – Com licença professor Snape, Draco... – fiz questão de beijar o canto da boca de Draco demoradamente antes de sair.

– O que foi isso? – perguntou Potter vermelho e perdido.

– Você acha que alguém viu?

– Se eu acho? Eu tenho certeza Hermione! Estamos em uma festa do Slughorn!

– Ótimo. Assim quando pegarmos o trem todos já estarão sabendo.

– Venha cá. – Potter pegou meu braço e me puxou até um dos cantos mais vazios da sala particular do professor Slughorn. – Explique.

– Explicar o que Harry?

– Não se faça de boba Mione. O que você está fazendo com o Malfoy? Beijando-o!

– Bem, o professor Slughorn disse para trazermos algum acompanhante. Eu ia convidar o Ron, mas depois do que ele fez mais cedo... Draco queria vir e eu imaginei que ele seria a melhor escolha. Quer dizer, Grope consegue ser mais cavalheiro que o McLaggen, e achei que Ginny não iria gostar se eu viesse com Smith. No fim, Draco acabou sendo a opção mais acessível para aborrecer Ron.

– Isso tudo é sobre Ron?

– Nem venha defendê-lo! Você ouviu o que ele disse? Só por que eu estava rindo de algo que todo o resto da sala também ria!

– Não estou falando que Ron está certo, mas... – Potter pareceu pensar por uns instantes, mas não deve ter achado argumentos para me contrariar. – Você vai mesmo voltar para Londres? – ele mudou de assunto – por que não vem para a Toca?

– Não Harry... não vou ser uma boa companhia durante o feriado. Se eu ficar no castelo, sei que ficarei estudando. Na Londres trouxa pelo menos eu ficarei sozinha e colocarei a cabeça no lugar.

– Você vai ficar bem? – apesar de ser uma pergunta, seu tom fazia parecer como uma afirmação.

– Pare de se preocupar. E sobre Malfoy, pense pelo lado positivo: até o final da noite poderei te garantir se ele é ou não um Comensal.

A risada de Potter parecia verdadeira. Depois de mais algumas palavras trocadas Slughorn convidou todos para jantar, e Draco apareceu para me resgatar.

Cercada por meu primo, Severus e alguns Comensais, a noite passou rapidamente. Quando o professor de poções ficou bêbado o suficiente para os alunos começarem a se pegar, deixei a sala em silêncio.

O pouco de álcool que eu havia ingerido na festa serviu para nada alem de deixar minha cabeça um pouco mais leve. Subi lentamente as escadas até a torre do relógio. Entrei devagar, torcendo para que não houvesse nenhum casal aproveitando o espaço. A sorte estava ao meu lado.

Apoiei-me contra a parede e me concentrei a olhar para o jardim. A noite estava tranquila, opostamente a minha mente.

Uma das coisas que mais admiro no mundo bruxo é a falta de iluminação presente constantemente nas cidades trouxas. As noites bruxas tornam-se naturalmente mágicas com o céu coberto de estrelas e, dependendo do lugar, era possível ver a via láctea.

Meu devaneio foi perdido no fundo de minha mente no instante em que ouvi passos subindo as escadas. Peguei minha varinha e me escondi nas sombras.

– Sou eu Hermione – a voz de Severus veio da penumbra.

– Como você me achou?

– Feitiço de localização.

Claro que era um feitiço de localização! Bufei em meus pensamentos irritada e voltei para onde eu estava, observando a paz do lago e da floresta.

– É muito errado de mim querer que isso pudesse ser verdade? – perguntei sem ter certeza se queria que Severus respondesse.

– O que você gostaria que fosse verdade? – Sev pediu ao se aproximar.

– Essa estória de que eu me afastei dos grifinórios por que estou apaixonada por Ron. Não! – interrompi quando vi a cara de Severus – Eu não sinto nada pelo Weasley. Só estou dizendo que seria muito mais fácil se meu maior problema fosse ciúmes. Se eu não fosse quem eu sou meus pais ainda estariam vivos.

– Seus pais estão vivos.

– Você entendeu o que eu quis dizer. É minha culpa! – gritei – Eles morreram por que eu me afastei do Potter. É minha culpa Jean e Paul estarem mortos! – bati a cabeça contra a parede sem querer, soltando um arquejo de dor – Eu não aguento mais Sev! – soltei um pouco mais calma – Não aguento mais fingir que está tudo bem, que eu estou bem. Não consigo mais olhar para o velho toda manhã sabendo o que ele fez. As poções pararam de fazer efeito, faz dias que não consigo dormir e pode parecer besteira, mas a escuridão tem sido ainda mais escura que normalmente... Eu não consigo mais ficar sozinha. Eu só queria que tudo isso acabasse.

– Vai acabar logo, eu te prometo. – Severus se aproximou e me abraçou pelas costas – E você não está sozinha. Eu já te falei que estarei sempre aqui, Carinho. Sempre.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas!

Desculpem pela demora do capítulo... alguém já passou por um mês de merda em que nada da certo? Bem, está é minha situação. Primeiro eu estava participando de um concurso, e se eu ganhasse eu teria meu livro (um original) publicado. Foi uma enorme decepção quando saiu o resultado e eu não fiquei nem entre os finalistas. Isso me desanimou muito a ponto de eu não conseguir escrever nenhuma palavra por algumas semanas. E para completar eu não passei na faculdade que eu estava me matando de estudar para conseguir entrar. Certo, eram 20 vagas para mais de 400 inscritos. Certo, ainda tem o vestibular de outra faculdade, e se não der certo nesse também, sempre existe a possibilidade de fazer um ano de cursinho e tentar novamente no próximo ano... mas os "nãos" acabaram comigo.
Desculpem o desabafo.
Sobre Don't be fear of the darkness... Hoje mesmo vou começar a escrever o próximo capítulo e espero terminá-lo até o próximo sábado. De qualquer forma, depois do dia 6 de dezembro minha única responsabilidade será para com a escrita.
Pequeno spoiler: só mais dois capítulos e um bônus para...
Kisses