Don't be fear of the darkness escrita por ABNiterói


Capítulo 16
Bônus 2


Notas iniciais do capítulo

Não sou desenhista, mas tentei fazer o Bakant como eu o imaginei... se alguém tiver curiosidade, está no link abaixo...
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Bônus 2

POV Severus Snape

O fim do torneio Tribruxo acarretou grandes mudanças. Assim que consegui sair do castelo, fui até meu Lorde. Sua primeira pergunta foi sobre Hermione. Contei a ele tudo o que podia, e Tom pediu para olhar minhas lembranças sobre sua filha. Mostrei a ele todos os momentos que eu tinha de Hermione desde o seu primeiro dia em Hogwarts.

Ele concordou com minha ideia de mandar Maya vigiá-la, e depois que teve certeza que Hermione estava bem e em segurança, passamos a tramar um plano para tirar Bellatrix de Azkaban. Não foi tão difícil manipular alguns dementadores, e logo uma Bella ansiosa para ver sua filha estava entre nós.

Com um pouco de esforço o Lorde das Trevas conseguiu convencer a esposa de que Hermione nem sabia que era adotada, e seria um susto muito grande para ela se Bella aparecesse na frente de sua casa dizendo que era sua mãe.

Poucos dias depois Maya apareceu na minha sala, dizendo que minha Hermione havia descoberto ser adotada. Depois de me contar todos os detalhes do que aconteceu com a minha pequena e com seus pais trouxas, mandei que a elfa fosse até a Mansão Malfoy, contar a novidade aos meus Lordes.

No dia seguinte Hermione foi levada para o Largo Grimmauld, mas por causa do feitiço Fidelius, Maya não pode segui-la. Passei o resto de suas férias desesperado para saber alguma notícia sua. Cada reunião da Ordem era um alívio, apenas pelo fato de que eu, com certeza, sentiria seu cheiro e se tivesse sorte, conseguiria vê-la de relance.

Potter foi atacado por Dementadores, o que era um grande mistério, já que Voldemort não havia ordenado o ataque. O lado das trevas estava crescendo rapidamente. My Lord chamou todos os seus seguidores após seu retorno, castigou quem devia e parabenizou quem merecia. Em seguida ele reforçou os feitiços que impediam todos nós, Comensais, de divulgar o que acontece entre nós.

O circulo interno foi reunido. Os Cavaleiros de Walpurgis estavam de volta. Nossa primeira missão foi programar uma fuga em massa de Azkaban, para os Comensais que estavam presos.

Mais uma vez eu “voltei a ser” espião de Dumbledore.

O velho foi obrigado pelo Ministério a contratar uma professora de Defesa contra as artes das trevas indicada por eles: Dolores Umbridge. Por algum tempo teríamos que jogar com três times, mas logo Tom dominaria o Ministério, e tudo voltaria a ser mais simples.

A sapa cor de rosa, como focou conhecida pelos alunos logo ao ser apresentada em 1º de setembro, era os olhos, mãos e cérebro de Fudge dentro de Hogwarts. Como minha Hermione bem disse, o Ministério estava interferindo na escola. Felizmente sabíamos que seria por pouco tempo. Esse deve ter sido o ano mais longo para todos dentro do castelo.

Eu via Hermione cada vez mais nervosa com o passar dos dias. Maya me disse que Potter estava irritando ela, e apesar de achar ótimo que ela ficasse com raiva do Potter, não suportava ver minha pequena companheira sofrer. Aumentei a quantidade de ingredientes calmantes em sua poção de sono sem sonhos, e ela instantaneamente voltou ao seu normal.

Certa manhã uma coruja dos Malfoy chegou com uma carta a Hermione. Minutos depois de ler a carta ela se dirigiu a minha sala, onde teria sua primeira aula. Ao vê-la tão distraída, não resisti, e facilmente entrei em sua mente, vendo o conteúdo da carta que recebeu.

Amaldiçoei Bellatrix mentalmente. Ela não podia esperar mais um pouco para falar com Hermione? Aprecei-me em proteger essa memória de Hermione, antes que o velho sentisse vontade de entrar em sua mente e visse que ela é adotada.

Hermione bateu em uma das cadeiras, fazendo com que o barulho ecoasse pela sala vazia, e quando olhou para mim, não tive tempo de desviar o olhar. Ela corou, abaixou a cabeça e se dirigiu ao seu lugar. Às vezes eu tinha muita vontade de saber como ela seria se tivesse sido criada por sua verdadeira família. Não importava. Eu a amaria com a mesma intensidade, de qualquer forma.

– Está tudo bem? – perguntei sem me conter. Ela olhou para os lados, espantada por eu dirigir-lhe a palavra. Eu me culpava intensamente por isso, por ela não confiar em mim, e talvez até sentir medo de minha pessoa.

– Sim, eu... – O Bakant se agitou por um momento, e pode captar a apreensão vinda dela, a curiosidade, uma centelha de confiança, e, por fim, a resignação. – Eu estou bem – eu sabia que ela estava mentindo. – Obrigada professor, não apenas por perguntar, mas principalmente pelas poções. Acho que nunca tive a chance de agradecer devidamente, e o senhor não imagina o quanto elas me ajudam todas as noites.

Eu ia dizer que não havia o que agradecer, aquele era o mínimo que eu podia fazer, mas ouvi alguns alunos se aproximando. Com um pequeno sorriso voltei a corrigir o trabalho que estava em minhas mãos.

Na noite seguinte, Maya veio a mim, mais feliz do que nunca, dizer que sua senhora havia lhe chamado. A elfa me contou sobre a reunião que Hermione organizou no Cabeça de Javali, disse o nome dos alunos que participariam da ‘Armada de Dumbledore’, e por último o encontro de Hermione e Bellatrix.

Minha pequena reagiu muito melhor do que eu poderia esperar, e pareceu acreditar em tudo muito mais facilmente do que eu e seus pais pensávamos que ela faria. Quando Maya disse que as duas mulheres falaram sobre mim, e descobri que minha menina queria me deixar orgulhoso dela, fiquei feliz como há tempos não ficava. Ao mesmo tempo o Bakant rugia de alegria e orgulho.

Meses depois, Tom me disse que Hermione havia aceitado ir passar o fim de ano na Mansão. Em uma reunião particular, decidimos não falar para ela sobre mim ainda.

– Eu compreendo sua ansiedade para estar livremente com minha filha, Severus – Tom disse naquela noite – Mas antes que eu permita qualquer aproximação sua, eu a quero, no mínimo, aceitando quem ela é. Não vai ser fácil para ela, e eu nunca a obrigaria a escolher meu lado nessa guerra. Estou contando que você pode esperar até que ela faça sua escolha. Depois disse voltaremos a conversar.

– É claro, My Lord.

Maya era minha fonte de informações. Mesmo estando em segurança, mandei que a elfa estivesse sempre próxima a Hermione, e, por consequência, eu sabia tudo o que minha companheira fazia. Não me surpreendi por ela se dar tão bem com a família. Hermione tinha uma mente muito aberta, e um coração bom demais.

Uma noite, após uma reunião no penúltimo dia do feriado, arrisquei passar por seu quarto, e talvez vê-la dormir. Nada podia ter me preparado para o que eu encontrei lá. Ao chegar ao corredor de seu quarto, pude sentir seu cheiro, e o de Draco. Tentei me enganar, dizendo a mim mesmo que o quarto de Draco ficava a algumas portas de distância, e era isso que eu estava sentindo. O Bakant estava totalmente agitado, e eu tinha dificuldade em controla-lo. Nunca em toda a minha vida eu havia perdido o controle, eu não podia deixar que essa fosse a primeira vez.

Ao me aproximar de sua porta, pude sentir o cheiro dos dois, misturado ao odor típico de sexo, impregnado no quarto. Estava forte o suficiente para eu saber que meu afilhado ainda estava dentro do quarto de minha companheira, apesar de, com a falta de movimentação, eu assumir que no momento eles estavam dormindo. O Bakant rosnava dentro de mim, implorando para eu deixá-lo sair e tomar o controle. Por um momento cogitei deixá-lo, mas ele estava furioso e eu não sabia o que a fera poderia fazer.

Ele – e meu lado humano também – não conseguia acreditar que nossa companheira havia nos traído. “Ela não sabe que é sua companheira” minha consciência humana dizia tentando me acalmar “Hermione é livre para fazer o que quiser, inclusive dormir com o primo dela”. “Nós não fudemos ninguém em 17 anos por causa dela, e é assim que essa garota retribui?” Rosnou o Bakant. “Se não tivemos sexo em todo esse tempo é unicamente por sua causa.” Respondeu a consciência humana com sarcasmo, mas o Bakant ignorou-a “Ela não teria feito isso conosco se houvéssemos marcado-a quando era pequena.” A fera respondeu cheia de raiva. “Nós não podíamos fazer isso. Não podemos ainda: ela é uma criança!” brigou meu lado humano, indignado com a linha de pensamento do Bakant. “Ela não é mais uma criança. Tiraram sua inocência. Hermione já é uma mulher. E não por nossa causa.” “Não podemos mudar o passado. Se tudo tivesse acontecido como nosso Lorde determinou, então seriamos os únicos em sua vida, mas nunca imaginamos que ela tivesse que ir morar com trouxas; que ela poderia se esquecer de tudo, inclusive de nós. Hermione tem toda a liberdade de transar com quem ela quiser, e não podemos fazer nada em relação a isso. Apenas lembre-se que, no final, somos nós quem ficaremos com ela. É ao nosso lado que ela acordará todos as manhãs. Serão nossos filhos que ela carregará. E será apenas a nós que ela amará.”

Eu sabia que os dois lados estavam certos, mas eu não podia fazer nada no momento. Aparatei para casa onde passei minha infância, e, sabendo que ninguém iria até mim naquela noite, quebrei tudo o que estava em minha vista. Depois, com a raiva e o ódio um pouco mais sob controle, permiti que o Bakant tomasse o controle de meu corpo. Foquei-me na dor da transformação, sentindo meu corpo mudar rapidamente para aceitar as mudanças. Primeiro meus olhos dilatavam e eram cercados pelo vermelho, melhorando minha visão. Em seguida as asas rasgavam por minhas costas – a parte mais dolorida da transformação – e as unhas transformavam-se em garras vermelhas. Por fim o corpo humano assumia a forma de pantera. Nossas consciências se tornavam una, e não havia como diferenciar o homem da fera.

O Bakant é muito mais emocional do que meu lado humano, então, quando nos unimos, fui atingido por uma tempestade de emoções. Nós conseguíamos entender que Hermione não sabia o que era para nós, e que ela tinha liberdade de fazer o que quisesse, mas a dor e os sentimentos de traição e de renegação eram incontroláveis. Depois de um rugido de raiva, nos enrolamos em torno de nosso corpo e nos jogamos no chão. Não tenho vergonha de dizer que, nessa hora, nós choramos por ela. No misto de sentimentos, acabamos dormindo.

Hermione parecia mais feliz quando as aulas voltaram. Eu ainda não conseguia olhar para ela sem lembrar-me do cheiro que senti, e o que aquilo representava. Fiz então todo o esforço para enviar aquilo para o fundo da minha mente, e cuidar dela o melhor possível. Eu e o Bakant acabamos por concordar que por agora não podíamos fazer nada, mas assim que nossa companheira escolhesse um lado, faríamos o que fosse necessário para conquistá-la.

Por culpa do grupo de Defesa do Potter ter sido descoberto, Dumbledore fugiu da escola. Nem eu sabia onde o velho estava. Umbridge assumiu a diretoria.

O ano estava quase acabando, e eu pensei que, pela primeira vez, Hermione terminaria um ano sem se meter em problemas. Vi que eu estava errado quando fui chamado à sala de Umbridge, onde ela e seus amigos estavam sendo presos por membros da Brigada Inquisitorial. A diretora pediu Veritasserum, mas ela já havia utilizado todo o meu estoque. Estava quase saindo da sala quando Potter enigmaticamente disse que Voldemort havia capturado Black.

Tom estava a quase um ano tentando pegar a profecia que foi feita entre ele e Potter, e parece que dessa vez ele descobriu um meio de levar o garoto ao Ministério. Voltei para meus aposentos, e minutos depois Maya apareceu batendo a cabeça na parede.

– O que aconteceu? – perguntei afastando a elfa da parede.

– Maya desobedeceu Mestre Snape. Mestre mandou Maya seguir a senhorita Hermione, mas a menina saiu voando com os amigos maus dela nos cavalos feios. Maya não consegue voar. Maya não consegue seguir a senhorita Hermione.

Foi muita ingenuidade minha imaginar que Hermione não iria atrás de Potter. Mandei Maya avisar Bellatrix que sua filha estava indo de Testrálio para o Ministério, junto de Potter, Weasley 6 e 7, Longbottom e Lovegood. Esperei o máximo que pude antes de ir para o Largo Grimmauld e avisar aos membros da Ordem que lá estavam sobre o que aconteceu. Voltei ao castelo, e passei a analisar cada emoção minha, torcendo para não sentir nada que não estivesse ligado a mim.

Eu soube que Hermione havia sido atingida quando cai no chão sem consegui me mexer. Agarrei a ligação – fraca por ainda não a ter marcado – que tinha com minha companheira, e puxei para mim toda a dor que ela estava sentindo. Eu podia sentir que ela estava desmaiada, e a cada minuto que passava eu e o Bakant ficávamos cada vez mais preocupados. Finalmente senti que Hermione acordara, ainda com dor, mas pouco depois a dor sumiu.

Uma ou duas horas depois Lupin veio pedir para eu ajudar Pomfrey a cuidar dos grifinórios. No caminho para a enfermaria o lobisomem me agradeceu por ter avisado a Ordem a tempo, e contou o que aconteceu.

Fui ao Weasley, que entre todos parecia estar em pior estado. Consegui por o garoto no lugar, depois de uma grande quantidade de poções e feitiços de cura, mas algumas cicatrizes ficariam para sempre. Quando terminei, só faltava Hermione para ser curada. Facilmente dispensei Papoula e fui até minha companheira.

– Como você está se sentindo Srta Granger? –perguntei dando-me a regalia de sentar ao seu lado na maca.

Ela fez uma careta e não me respondeu.

– Você avisou meus pais que eu estava indo com Harry para o Ministério. – mesmo não sendo uma pergunta, confirmei e sorri. – Mas também avisou a Ordem onde estávamos.

Novamente acenei. Ela ergueu uma sobrancelha, um gesto que eu estava mais que acostumado a fazer – É um tanto confuso. Não vou falar sobre lealdade ou estratégias agora. – disse sinceramente, conhecendo sua curiosidade.

– Que maldição te acertou? – pedi antes que ela fizesse outra pergunta.

– Como você sabe que uma maldição me acertou?

– Quando foi me chamar, o lobo disse que Longbottom falou que você ficou desacordada por um bom tempo. – menti lembrando-me da dor que senti através dela.

– Não sei que maldição era. Acho que foi Dolohov quem lançou. Pelo menos foi isso que minha mãe disse depois que fez um feitiço diagnóstico em mim. E ela já me curou.

O Bakant se agitou com raiva. Dolohov era muitíssimo conhecido em nosso circulo por essa maldição em especifico, que ele mesmo criou. A maldição agiria por dez horas, corroendo aos poucos cada órgão interno que alcançava. Por sorte ele não acertou minha companheira no coração, o que seria fatal. Senti um alivio por Bella já a ter curado, impedindo que a maldição se espalhasse. Passei a varinha por cima do pequeno corpo ao meu lado, identificando que não houve tempo de nada ser lesado. Apenas curei algumas pequenas feridas que tinham sangue coagulado em seu braço.

– Prefiro que você passe a noite aqui, mas se você quiser, pode voltar para o seu dormitório – ela negou depois de um segundo. – Você ainda tem os pesadelos?

Hermione olhou espantada para mim. Ela achava que eu não me lembraria de seus pesadelos, sendo que há cindo anos fabrico as melhores poções para ela?

– Desde que eu estou tomando as poções todas as noites, não. Mas hoje não é o dia que eu pretendo descobrir se estou “curada”.

– Aqui está – tirei de um bolso interno da minha capa um frasco de sono sem sonhos e lhe entreguei.

Observei minha pequena engolir o conteúdo de uma vez, e quase instantaneamente cair no sono. Retirei o vidro de sua mão, e sem impedir os movimentos do Bakant, nos permiti sussurrar próximo a sua orelha um “Boa noite Carinho” e em seguida beijar sua testa.

Na última noite dos alunos no castelo, senti raiva acompanhada por mágoa. Chamei Maya e perguntei se estava acontecendo alguma coisa. A elfa me mostrou o que Hermione ouviu de seus amigos, e o estado que ela estava. “Vamos lá” pediu o Bakant “Ela precisa de consolo!” sim, ela precisava de consolo, mas eu aparecer em seu quarto não ajudaria em nada no momento. Conjurei um ramalhete de gerânios vermelhos, borrifei poção calmante nas flores, e escrevi uma pequena nota antes de enviar uma coruja lhe entregar.

Logo ela já estava mais calma, mas eu sabia que nunca perdoaria os grifinórios por aquele dia.

No começo das férias, enquanto Hermione estava com seus pais trouxas, eu senti mais emoções do que já havia sentido em toda a minha vida. Passando de incredulidade até ódio mortal, minha pequena companheira sofreu pela traição.

Estávamos em uma reunião mensal dos Cavaleiros de Walpurgis quando Hermione apareceu ao lado do pai. Eu não sabia como ela havia feito isso, já que não é possível aparatar dentro da Mansão, mas o Lorde não parecia ao todo surpreso, então devia ter sido ideia dele. Depois que Maya tirou Hermione da sala, Tom e Bella explicaram aos que não sabiam sobre Hermione quem ela era.

Até o fim da reunião eu me tornei responsável pelo treinamento de Hermione, agora que ela havia escolhido um lado para lutar nessa guerra, e a partir de primeiro de setembro ela seria minha aprendiza em Hogwarts. Não foi surpresa alguma Hermione aprender tudo o que eu ensinava com facilidade. A parte mais difícil para ela era criar estratégias, pois minha pequena não tinha confiança em sua imaginação, e sempre queria usar a lógica, o que torna qualquer plano seu muito obvio, mas com os dias eu estava conseguindo aperfeiçoa-la.

Tom e Bella me chamaram para uma reunião, querendo saber como eu pretendia contar a Hermione sobre ela ser minha companheira. Bellatrix deixou claro que sua filha sabia apenas que estava noiva, e que não gostava nenhum pouco da ideia de se casar tão cedo. Eu não esperava outra coisa dela. Ao fim de algumas horas, decidimos não dizer nada a Hermione por enquanto. Eu me aproximaria dela, e quando fosse a hora, ela descobriria por si própria a verdade sobre nós.

“Não posso acreditar que você está deixando-a fugir mais uma vez!” Brigou o Bakant quando voltei para minha casa. Ao contrário do que o velho pensa, depois que minha mãe morreu, eu herdei todo o legado Prince, incluindo uma conta grande o suficiente no Gringotes para sustentar até meus tataranetos sem que ninguém trabalhasse por um dia sequer, e a Mansão Prince. Eu só ia até lá para ficar sozinho, e quando eu tinha certeza que não seria chamado pelo velho. “Não estamos deixando Hermione fugir. Vamos primeiro ganhar sua total confiança. Ela já tem muita coisa acontecendo em sua vida. Nós estamos ligados a ela, e dessa vez nada se colocará entre nós.” “Deixe-me marcá-la. Depois você, com toda a sua humanidade, pode fugir o quanto quiser.” “Não. O que você acha que ela vai pensar se, do nada, nós aparecermos em sua cama e mordermos seu seio?” “Não sei o que ela vai pensar, só sei que ela vai gemer muito” ronronou o Bakant, animado com o pensamento. Sim, era uma imagem estimulante, mas minha consciência humana tinha razão. Hermione nunca mais olharia na minha cara se eu fizesse algo assim sem seu consentimento.

Dias depois, Hermione decidiu que queria ajudar, e mesmo com a dor que ainda sentia por ter sido traída por seus amigos, ela iria fingir que tudo estava bem para poder espionar Potter de perto. Ela estava decidida, e nada pode mudar sua mente. Não pude deixar de ver a lágrima que escorreu por seu rosto ao receber a resposta de uma carta que ela havia mandado a Potter e Weasley.

Dessa vez não pude segurar o Bakant. Pouco depois que ela deixou a biblioteca, levantei e corri até seu quarto. Parei do lado de fora da porta fechada. Dessa vez eu apenas podia sentir seu cheiro lá, não havia mais nenhum resquício de sexo, o que me deixou feliz, mas logo ouvi um soluço alto, e a felicidade se foi. Entrei e fechei a porta novamente atrás de mim. A única luz vinha que uma vela na cabeceira de sua cama.

Sem dizer nada, sentei ao seu lado no chão, e a puxei para mim, abraçando-a contra meu corpo. Senti minha camisa ficar molhada por suas lágrimas, então comecei a mexer em seu cabelo e a acariciar suas costas, tentando acalmá-la.

Ao lado da vela estavam os gerânios que lhe mandei. Meu coração perdeu uma batida ao ver que ela havia deixado as flores em estase. Apesar Hermione não saber quem havia enviado o ramalhete, ela gostou o suficiente para mantê-los.

– Você está nos meus pesadelos – sai dos meus pensamentos ao ouvir suas palavras, e enrijeci, temendo o que suas palavras podiam significar. – Eu estou com medo, mas então tem alguém comigo nesses sonhos, e quando ele me abraça, o medo passa, mas então eu estou sozinha novamente, e é quando eu começo a gritar. Era você quem estava comigo.

– Como você pode ter tanta certeza? – Relaxei visivelmente ao entender ao que ela se referia. Sim, eu sabia que estava em seus pesadelos, mas queria saber como ela havia descoberto.

– Porque estou me sentindo agora, em seus braços, da mesma forma que me senti quando era pequena e você me protegeu do que quer que tenha acontecido naquela noite. – ela respondeu, sua respiração batendo em meu pescoço conforme ela falava.

– Eu sempre estarei aqui para você, Carinho. – assegurei, prendendo-a mais forte entre meus braços. Continuamos ali, em silêncio, apenas aproveitando, até que um elfo veio anunciar o jantar.

Estar tão próximo ao seu corpo e ao seu coração deixou-me ainda mais ansioso para o dia que ela seria minha, mas para que isso acontecesse, nós dois precisávamos sair vivos dessa guerra. Intensifiquei, assim, ainda mais seus treinos. Não falamos sobre o que aconteceu em seu quarto, mas não era necessário.

Agosto chegou rápido, e com ele os preparativos para o aniversário da minha companheira. Hermione havia conseguido me derrubar pela primeira vez em um duelo quando Bellatrix entrou acompanhada por um estilista francês. Hermione se virou para ver quem abriu a porta, e aproveitei o momento para puxá-la em minha direção, derrubando seu corpo em cima do meu.

– Nunca vire as costas para seu inimigo até ter certeza de que ele está morto – disse em seu ouvido.

Les deux grand ensemble – o homem falou. Os dois ficam muito bem juntos, minha mente traduziu e eu ri. Ajudei Hermione a se levantar e fomos até onde os dois esperavam.

Contrôler jusqu'à Pierre! Elle ne sait rien. – respondeu Bella brava, como sempre acontecia quando alguém dizia algo a respeito de mim e sua filha.

– Eu não falo francês – resmungou minha companheira.

– Nenhum problema, mon cher. Vou interromper seu treino. Tenho que deixar nossa Princesse parfaite para seu aniversarie. – Pierre disse.

Il sera impossible de la rendre plus belle. – Falei sinceramente. Uma roupa bonita não podia deixar minha pequena mais bela que ela é naturalmente.

Je vais devoir faire l'impossible alors. – Pierre prometeu.

E cumpriu. Quando chegou o dia, Lucius teve que me agarrar para que o Bakant não pulasse da mesa para cima de Hermione. Ela estava estonteante, e apesar de sua vergonha, nunca havia a visto mais bela.

Tom apresentou a filha a todos os Comensais, e o salão se encheu de aplausos. O jantar começou enquanto eu e o Bakant travávamos uma batalha interna. Por fim meu lado humano venceu, e consegui convencer a fera a permanecer em seu canto por hoje.

– A senhorita me da à honra dessa dança? – perguntei a Hermione estendendo-lhe a mão. Sem hesitar, ela colocou a mão encima da minha, e eu a conduzi ao centro do salão. Segurei sua cintura e trouxe-a para mais perto do meu corpo, e entrelacei os dedos de sua mão livre nos meus. Conduzi minha companheira pelo salão sem trocarmos nenhuma palavra. A primeira musica acabou, mas não a deixar se separar de mim.

– Parece que terei que agradecer a Pierre. – Quebrei o silêncio. Hermione olhou dentro de meus olhos, deixando-me bobo com a intensidade que ela possuía – Ele conseguiu cumprir a promessa.

– Que promessa?

– Você está muito mais linda do que normalmente é Hermione.

Admiti apenas para ela abaixar a cabeça ficando corada. Sem soltar sua mão levantei seu rosto, fazendo-a voltar a me encarar, e dessa vez ela não desviou o olhar.

– Não tenha vergonha de receber elogios Carinho.

Ela mordeu o lábio inferior, e quase gemi com vontade de repetir seu ato. Seu sorriso me desarmou em seguida. Não esperava que meu elogio fosse deixá-la tão feliz.

– Obrigada Severus.

Eu queria responder, continuar nossa conversa, mas vi Tom vindo em nossa direção, e me resignei em beijar sua testa, com os lábios entreabertos, sem pressa alguma, inalando seu cheiro e provando do doce sabor de sua pele.


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Notas finais do capítulo

E aí está a ponto de vista de Severus dos acontecimentos... espero que tenham gostado!
Com este capítulo acaba o Primeiro Ato de Don't be fear of the darkness.
Kisses e até o próximo!