Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 43
"Amigo é para a gente se divertir" - Renato Russo.


Notas iniciais do capítulo

EU TÔ APAIXONADA POR ESSE CAPÍTULO! NÃO PERCAM TEMPO COMIGO! VÃO LER LOGO! AGOOOOOORAAAAAAA!!!



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Detesto fazer as coisas na pressa, mas dessa vez é necessário. O médico disse para não fazer exercícios pesados, semana passada foi a prova que a recomendação era necessária. Uma hora depois de ir para o quarto com o Steve semana passada, meu nariz começou a sangrar. Pesquisei na internet e foi porque me esforcei demais e respirei demais pelo nariz. Agora tenho medo e respiro pela boca.

Porém, todo o meu medo de fazer o nariz sangrar foi embora e deu lugar ao medo de ter a minha cama coberta por formigas vermelhas se eu não voltar para casa em quinze minutos no máximo.

O carrinho do supermercado faz um barulho irritante, minha bunda ainda dói onde escorreguei no corredor de frios, meu cabelo está bagunçado e o coração acelerado. Andrew vai me matar!

Steve está se virando como pode para me ajudar. Ele pega as verduras que eu pego os enlatados. Juntos seria uma bagunça por causa de preço. Steve se ofereceu para pagar já que também vai aproveitar para comprar algumas coisinhas para o seu apartamento. Isso foi uma desculpa para não me irritar. E o que compraria? Uma lata de ervilhas, no máximo, para dizer que fez compras.

Mas não tenho tempo para discutir com Steve Teimoso Rogers, preciso entregar toda essa comida ao Andrew para que dê tempo de fazer o jantar. Meu deus. Ele deve ter me ligado dezessete vezes nos últimos quinze minutos me cobrando. Até Alicia sofreu com a ansiedade do moreno. Ela foi encarregada de comprar novos pratos, já que eu os quebrei naquele dia.

Peguei a caixa de suspiros rosa e verde, uma lata de milho integral, farinha de trigo com fermento, seiscentas gramas de queijo parmesão, uma lata de requeijão, macarrão talharim e um vidro de maionese. Isso só nos últimos cinco minutos. E acho que perdi o Steve de vista. Agora mais essa! Preciso caçar aquele loiro patriota! Mereço!

Enfurecida, percorri todo o supermercado com uma pressa inabalável. Mexendo a cabeça e olhando para os lados empurrando um carrinho cheio e fazendo um barulho alto demais. Mas eu não o encontrava. Eu vou para o caixa, ele que me perdoe por abandona-lo aqui, mas quem mandou não trazer o celular?

Porém, por ironia, o encontrei. Eu poderia escolher qualquer outro momento para encontrá-lo, mas não, o encontrei justamente na sessão de farmácia comprando... Preservativos. Eu ia dar meia-volta, mas já foi tarde. Ele me viu. Jogou a caixa de qualquer jeito na prateleira e veio constrangido até mim.

—Eu só estava vendo o preço – ele tentou se explicar, mas não era necessário. Somos tão tímidos que chega a ser patético. Somos adultos e usamos camisinhas! Somos namorados, oras!

—Está tudo bem, Steve. Usamos, e daí? – forço isso a sair da minha boca, mas não saí muito verdadeiro, saí meio travado. Ele assente com a cabeça concordando comigo, mas ainda meio constrangido. Por isso, pego a caixa, nem vejo o preço, coloco no carrinho e saio dali com ele me seguindo.

—Vamos ao caixa agora? – perguntou enquanto me acompanhava. Empurro o carrinho e ele coloca suas compras nele e assume a direção.

—Já peguei tudo – respondi tentando ignorar aquela caixa tão em cima. Tenho medo até das pessoas ficarem nos observando por causa daquele maldito produto. Comprar camisinha é vergonhoso para algumas pessoas.

—Também – respondeu olhando para frente, mas sem aquele sorriso que tanto adoro. E para mudar isso, esqueço que estou com uma pressa desesperadora, me aproximo e abraço seu braço enquanto andávamos rápido.

—Obrigada por me acompanhar – agradeço, e ele sorri em retorno beijando o topo da minha cabeça.

—Isso não é nada – ele responde e sorrio em retorno achando grande coisa sim, pois Emanoel nem isso faria.

Chegamos ao caixa, estava com fila, mas por sorte fomos atendidos rápido. Coloquei produto por produto na esteira, e sentindo uma vergonha ao colocar a caixa de camisinhas. Mas me concentrei no preço e torcendo para não ficar caro demais, ou Andrew vai me pagar depois.

Preciso nem dizer que só Steve conseguiu fazer Andrew se acalmar, né? Steve consegue acalmar qualquer um, principalmente a mim. Mas dessa vez nunca vi alguém tão ansioso como o moreno estava. Era somente um jantar, não um pedido de casamento ou um anuncio que estava com câncer.

Meu amigo cozinhava com fúria. Mexendo nas panelas a ponto de fazer a comida sujar o fogão. Brigava com a pia. Massacrava os tomates. Socava o alho até ele virar um creme. Eu estava chocada! Observar Andrew cozinhar deixou de ser algo apaziguador e foi como ver uma luta na televisão, algo violento. Até Steve concordou com a minha comparação.

Mas porque Andrew estava a ponto de ter um colapso nervoso? Seus pais estavam vindo para cá me conhecer melhor e conhecer sua namorada. Pois é. Mel vai vir.

Mel é a aquela garota que eu vi dormindo na minha sala algumas semanas atrás. Nem parece que só fazem dias que eles se conheceram. Mas Andrew demonstrou ser um ótimo partido para ela que aceitou em três dias o pedido super-romântico.

Como os pais dele, eu também não a conheço, mas irei hoje. É uma pena Steve não ficar, mas até eu concordo que será melhor assim. Preciso deixar uma boa impressão para duas pessoas que nem conheço e já me assustam um pouco por dentro.

Banho tomado, um vestidinho lindo e simples, perfeito para hoje. Mesa pronta, e um Andrew coberto por um suor e manchas de diversas cores na sua roupa, uma camisa branca e uma calça jeans velha.

—Vá tomar banho agora. Falta quinze minutos! – aviso e ele concorda deixando o prato com calma na mesa. Era um strogonoff e estava muito quente, por isso estava liquido demais e por isso o cuidado.

—Falta três no forno. Coloque para mim! – ele pede e concordo em seguida. Retira a camisa e vai correndo até o banheiro. Não posso deixar de notar o quanto ele estava musculoso ultimamente. Será que anda malhando por causa da Mel?

Fui até a cozinha. Esse lugar estava uma bagunça. Louça para tudo que é lado, e claro, todas sujas. Com exceção do que está na mesa, não há mais nem um talher limpo aqui. Até os panos não escaparam. Mas tem aquelas luvas térmicas velhas da minha mãe que eu trouxe para cá. Posso usar para levar coisas quentes.

Abro o forno. Um cheiro delicioso invade minhas narinas. Ainda vou inscrever Andrew num programa de culinária. Eu não fazia ideia do que era, mas parecia complicado de fazer, doce e muito elegante, pena que a porção era mínima. Acho que é sobremesa. Coloquei na mesa, mas tendo que empurrar outros cinco pratos. Pois é, cinco.

O jantar é para cinco pessoas, mas isso aqui poderia alimentar oito, com facilidade e sem deixar sobras na geladeira. Que raio de geladeira Andrew pensa que nós temos? Mal caberia um terço, só torço para as outras quatro pessoas terem apetite de leão.

Os outros dois pratos ficaram sem espaço. Droga, Andrew! Se ele soubesse do meu esforço de acomodar esses dois últimos, do meu ódio por causa do exagero dele, nem sairia do banheiro. CINCO pessoas, Andrew, CINCO, não todos os nossos vizinhos desse prédio.

Mas agora só resta esperar. Me sentei calmamente no sofá observando a mesa. Estava tão linda, e tão... Cheia. Um banquete inteiro. Esse rapaz só está tentando impressionar a Mel, só pode ser.

—Cheiroso? Bonito? – perguntou o próprio dois minutos depois de ter ido às pressas ao banheiro tomar banho. Tomou mesmo? Duvido.

—Você fez isso como? – pergunto curiosa e observando ele tomar uma cara de dúvida.

—Fez o quê? Ficar tão lindo? – perguntou brincalhão dando uma pequena voltinha. Uma calça jeans nova, uma camisa branca e um blazer preto. O cabelo posto de lado como sempre e o perfume que ele tanto adora usar, e aposto que Mel também.

—Tomar banho em dois minutos – o corrijo me levantando e me aproximando. Puxo o seu blazer para mais perto e aspiro o seu cheiro e toco de leve seu cabelo, úmido e parecendo estar lavado – Ok, Flash, me conte o seu segredo.

—Não demoro como vocês, mulheres. E além do mais, você acha mesmo que eu ia deixar essa louça toda para os meus pais verem? – questionou como se fosse uma pergunta óbvia. E era óbvio que não. Mas fiquei curiosa do que eles achariam se isso acontecesse.

—Quer ajuda? – ofereço e ele dá um pequeno sorriso enquanto aceita com a cabeça e caminha para a cozinha, o sigo. Pego os aventais e corremos para lavar e secar toda aquela louça antes de chegar às sete horas finalmente.

Lavamos, secamos e guardamos tudo, e acho que quebrei o meu recorde de louça lavada em menos tempo. E eu percebi o quanto de coisas eu tinha de cozinha, era impressionante e me dava a sensação de finalmente perceber que estou me adaptando a essa nova fase da vida. Mas não deu muito tempo de comemorar isso, pois a campainha soou exatamente às sete. Eu já tinha ideia de quem seria.

—Eu atendo – Andrew avisou e concordei. Tirei o avental e guardei o dele. Respirei fundo, ajeitei o cabelo e ensaiei o meu melhor sorriso enquanto tentava me manter calma. Vai dar tudo certo, Laura, eles vão te adorar! – Chegaram cedo – comentou Andrew e andei até ele para cumprimentar seus pais, mas não eram só eles, Mel estava com eles.

—Aquele taxista era um louco – comentou uma mulher, imagino que tivesse sido a mãe dele – Estávamos subindo esse prédio, que é um absurdo não ter um elevador, e subimos junto com essa mocinha adorável – ela avisou com um sorriso enquanto tocava o ombro de uma moça mais jovem. Mel! E eu juro que ouvi um suspiro aliviado vindo do Andrew.

—É, foi uma coincidência incrível! Seus pais estavam subindo junto comigo e só percebemos no terceiro andar! – Mel comentou e sorri, bem no fundo, uns metros distantes da porta – Essa é a Laura? Olá! – ela sorriu lindamente, se aproximou e abriu os braços para um abraço, que aceitei sem nem pensar duas vezes – É um prazer te conhecer finalmente.

—O prazer é meu, Melissa – a cumprimento de volta com sorriso enorme. Ela é ainda mais bonita pessoalmente do que deitada seminua no sofá-cama da minha casa e na trabalhando na televisão. Mesma altura do que a minha, morena dos olhos castanhos pequenos, pele negra e lindos cachos emoldurando seu rosto.

—Me chame de Mel – ela sorri e nos afastamos e logo me antecipei para conhecer os pais do Andrew. Estavam sérios, mas não tanto como na última vez que os conheci. Claro, era um enterro da avó do Andrew, mas baseado no que o moreno me fala, eu esperava dois coronéis, no mínimo.

—Senhora e senhor Levine, é um prazer conhecê-los – tento ter o máximo de simpatia que posso para quebrar aquele medo que eu tinha deles. Não que eu achasse que eles fossem virar monstros e comer a minha pele comigo viva ainda, não, claro que não. Mas agora que eu pensei nisso, confesso que agora tenho.

Aperto a mão do pai do Andrew primeiro. Um homem alto, de pele enrugada e olhos caídos. O cabelo branco já cobre grande parte dos seus fios, mas isso só serve para frisar seu jeito sério e duro. E seu aperto de mão e duro e firme, mas isso eu já esperava.

—Me chame de Bob, e essa é minha esposa, Lisa – ele nos apresentou e logo apertei a mão de sua esposa. Cabelos curtos, pele madura e um sorriso encantador. Ela sorriu para mim, mas senti seus olhos atrás de mim, na minha casa, e seu sorriso murchou, mas só um pouco.

—Vamos, entrem. O jantar está pronto – Andrew avisa acompanhando seus pais até a mesa de jantar. Confesso que mesmo eu não tendo feito nada daquilo, apenas comprado os ingredientes, eu estava orgulhosa. Imagino como Andrew deve estar.

—Nossa... Andrew... Uau.. – Mel comentou impressionada com a quantidade de comida que ali havia. Eu também fiquei, mas meio que já esperava pela quantidade de itens que ele me pediu para comprar hoje.

—Exagerei? – ele perguntou brincalhão. É claro que ele sabia. E sorriu enquanto puxava a cadeira para Mel se sentar, que agradeceu ainda mais impressionada. Andrew sabe mesmo causar uma boa impressão. Seu pai se sentou na ponta, Lisa e Andrew a esquerda e direita dele. Mel e eu ficamos uma de frente para a outra. Lisa ao meu lado e Andrew ao lado de Mel.

—Andrew sempre gostou de cozinhar, e sempre fez maravilhosos jantares e almoços – sua mãe comentou orgulhosa, mas seu pai não muito. Estava de cabeça baixa e observando a mesa e nos aperitivos que seu filho fez. Me passou pela cabeça que ele não se sentia orgulhoso que seu filho soubesse cozinhar. Oras...

—Só não sabe medir muito bem o quanto fazer, né? – pergunto risonha, como uma brincadeira. Mel concordou rindo e sua mãe, Lisa, concordou comigo. Mas seu pai não riu. Isso eu já esperava também.

E então começamos a nos servir. Não era nenhuma bagunça como no jantar de natal da minha avó reunindo toda a família, até de outros estados, mas também não era super organizado. Como falei, eram pratos demais para espaço de menos. Isso ainda vai dar besteira.

"Amigo é para a gente se divertir".

—Renato Russo.


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Notas finais do capítulo

Eu adorei esse capítulo, mas acho que deixei isso bem claro com as letras maiúsculas. Primeiro, adorei a comédia do Steve Envergonhado Rogers, o "drama dramático" da Laura no supermercado, a fúria do Andrew cozinhando... Adorei tudo! E tipo, imaginei o Andrew cozinhando no fogão com uma carinha de anime, sabe? Ah! Eu amei e morri de tanto rir!

Confesso que o Steve não aparece no próximo capítulo, mas achei desnecessário colocá-lo no jantar, são personagens demais e o foco é Andrew e os pais, não o casal principal da fic, sabe?

Mas espero que tenham gostado tanto quanto eu. Eu me diverti muito escrevendo, e espero que se divertam lendo.

Beijos e até daqui a duas semanas!



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