Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 44
"Amigo é bom demais!” – Carina Toninatto.


Notas iniciais do capítulo

Hey minha gente! Tudo bem?

Gostaram do capítulo passado? Ainda estou apaixonada por ele.

Não tem muita coisa nesse, quer dizer, ter até tem, mas vocês verão o quanto uma amizade sincera vale a pena ter quando você mais precisa.

Bom, é isso por hoje e simbora ler o capítulo! Beijos e uma boa leitora! ;)



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Então... Tudo bem. Deu tudo certo, até agora.

Lisa e Andrew conversavam sobre em que lugares de Nova Iorque eram bons para tirar fotos e conhecer. Mel até tentava dar uma sugestão, mas eu sentia que Lisa não dava muita abertura para ela. Talvez insegurança de mãe, eu não sei. Tentei inclui-la na conversa, mas acho que ela preferia comer em paz.

—Vou pegar a sobremesa – Andrew avisou depois que todos terminaram seus pratos. Eu estava farta. O cinto do vestido estava extremamente apertado. Acho que não cabia mais nada.

—Vou te ajudar – Mel avisou se pondo de pé e pegando seu prato e o meu. Andrew aceitou sua ajuda e ambos foram para a cozinha carregando louça suja.

—Então, Laura, você mora aqui há quanto tempo mesmo? – Lisa perguntou interessada e o seu pai também se tornou interessado na conversa. Me senti num interrogatório da S.H.I.E.L.D de novo.

—Quatro meses, quase cinco – respondo, mas penso melhor, eu estava trabalhando nas Industrias Stark fazia duas semanas, então... –Não, já são cinco meses mesmo – me corrijo e Lisa concorda aceitando minha resposta.

—E o seu nariz, o que houve? – ela perguntou, e aposto que se passava na cabeça dela que havia sido uma briga, esperando o pior de mim. Mas sorri e a vergonha voltou por ter que continuar usando esse troço. Eu havia esquecido completamente.

—Um acidente com a porta do banheiro – respondo e Bob levanta uma sobrancelha, talvez não acreditasse na minha justificativa – Andrew abriu a porta justamente quando eu estava passando. Mas vou mandar consertar essa porta. Ela abre para fora quando deveria abrir para dentro – digo e eles parecem aceitar, porém só transferi o problema para as mãos do moreno.

—Mas eu juro que estou recompensando – Andrew avisa vindo da cozinha e concordo com ele. E estava mesmo. A culpa não era totalmente dele, assim como não era minha. Era da empresa que construiu esse prédio, ou do operário que instalou essa porta.

—Trabalha? – Lisa voltou a perguntar. E agora percebo, Andrew avisou que eles vieram Wisconsin apenas para conhecer Mel e a mim. Mas não percebi que isso seria um interrogatório.

—Trabalho na mesma empresa do Andrew, Indústrias Stark – respondo e Bob assente com a cabeça, talvez aceitando que eu trabalhasse num bom lugar. Talvez melhor do que a papelaria da sogra dele.

—Ah sim, e o que exatamente você faz? – ela está perguntando se eu não sou apenas uma estagiaria como Andrew, talvez curiosa se talvez tivesse sido minha culpa que Andrew trabalhasse lá também. Ou ele não contou que tentou como qualquer outro estagiário?

—Sou secretária de um engenheiro – conto e parece que eles querem ainda mais detalhes – Faço relatórios, entrego documentos, cuido da agenda do senhor Jhones – dou alguns exemplos do que eu faço, mas oculto que sou paga para fazer nada durante grande parte do dia e para chegar em casa mal conseguindo andar de tanto que andei durante o expediente.

—E toca violino como Andrew?  – Bob finalmente fez uma pergunta. Assinto com a cabeça.

—Mas não tão bem quanto eu – brinca Andrew e reviro os olhos achando graça.

—Você está nesse... Concurso com ele? – Bob volta a perguntar e percebo que isso é um assunto de interesse para ele.

—Sim, estou. Mas não há nenhuma competitividade entre a gente. Há espaço para mim, ele e a nossa amiga Alicia, que também está participando – explico e eles concordam com a minha explicação.

—Mas eu ganho das duas fácil, fácil – Andrew brinca voltando da cozinha para levar mais pratos.

—Eu só quero ouvir vocês tocando – Mel comenta e sorrio. As pessoas as vezes são curiosas para ver uma pessoa tocando um instrumento não tão comum como o violão. Imagino ela depois de ouvir Andrew comentar sobre isso, e talvez falar sobre por horas e horas.

—Você veio de onde? Seu sotaque é bem leve para quem mora aqui há apenas alguns meses – sua mãe é gentil em perguntar isso, mas Andrew realmente não falou nada sobre mim nesse tempo em que ele mora comigo? Sério?

—Do sul do Brasil – respondo e ela assente calmamente, se encostando na cadeira e sorrindo tranquilamente. Retribuo e de repente fica um silêncio meio incomodo.

—A brasileira menos brasileira que eu já conheci – Andrew comenta risonho com uma travessa enorme de vidro cheio de mousse colorido em três cores. Mousse de chocolate, de morango e um de maracujá ou baunilha.

—Não é porque eu não sei sambar que eu deixo de ser brasileira, seu bobo – rebato com bom humor enquanto o observava colocar o mousse em cima da mesa. Estava bonito, parecia muito difícil colocar três mousses diferentes num mesmo pote, mas Andrew conseguiu. E uau.

—Quantas horas você levou para fazer tudo isso? – pergunta Mel curiosa voltando a se sentar na mesa enquanto Andrew voltava com outra. Um dos pratos que tive que tirar do forno enquanto o moreno tomava um banho impressionantemente rápido. Mas que voltou para cozinha, talvez tenha sido ele mesmo.

—Duas horas, talvez duas horas e meia – ele responde dando de ombros, como se aquilo não fosse nada demais. Porém, tarde demais para avisar, vi o prato voando e caindo graciosamente e muito lentamente até o colo de Bob, que se levantou afastando a cadeira ao receber uma sobremesa e se sujando todo – Meu deus... Desculpa, pai!

Saio da cadeira e Lisa também. Eu tinha que fazer alguma coisa. Porém eu não sabia o que fazer. A surpresa e a sensação de impotência de Andrew é compartilhada comigo e provavelmente com Lisa.

—Droga, Andrew – reclama Bob ao ver sua calça preta social completamente manchada por uma sobremesa branca – Mas que merda – e puxa um pano de colo para tirar o excesso enquanto xingava.

—Onde fica o banheiro? – Lisa pergunta e finalmente acordo.

—Primeira porta à esquerda – respondo e Bob saí da mesa caminhando bravo até onde indiquei. Fecha a porta com força e dou um pequeno pulo na cadeira depois de sentar ao escutar o barulho.

—Desculpa, mãe, foi sem querer – Andrew tenta se justificar, mas o rosto de sua mãe é duro e frio como o do pai. Ela estava chateada com o filho, por isso a expressão. E coitado de Andrew. Foi apenas um acidente.

—Tá, Andrew – uma resposta curta e seca apenas para fazê-lo parar de falar. Me doeu ainda mais depois de ver o seu rosto. Ele havia ser esforçado tanto...

—Está tudo bem, aposto que você deve ter uma calça para emprestar ao seu pai, uma que caiba, né? – sugere Mel e concordo com ela e vendo o quão doce ela está sendo. Mas sua mãe é ao contrário, azeda, e revira os olhos com a sugestão da morena.

—Ele não vai aceitar – Andrew justifica e não entendo o porque – Meu pai não aceita as calças de outro homem. Aconteceu algo parecido quando eu tinha dezesseis – ele explica e volto a olhar para o meu prato sem saber o que dizer.

—Vou ver se ele precisa de ajuda – Lisa avisa e saí da mesa indo ao banheiro até onde seu marido estava. E não pude deixar de sentir um alivio por ela ter saído.

—A culpa não foi sua, Andrew – me adianto em destacar bem isso – Foi um acidente, você mesmo disse isso.

—Eu sei, mas era para ter dado tudo certo. Eu sempre estrago tudo – ele lamenta de um jeito que só me faz querer abraça-lo. Andrew coloca a cabeça sobre as mãos e os cotovelos sobre a mesa tirando sua mão do aperto carinhoso de Mel.

—Você não estragou tudo – eu insisto, mas sei que não serve de nada. Ele está se culpando, nada do que eu disse irá servir, apenas o que o pai dele disser, mas duvido que seja algo positivo, ou até mesmo que diga alguma coisa.

—Eles estavam gostando de vocês. Percebi isso. Minha mãe disse que você é adorável, Mel – Andrew lembra e a morena dá um sorriso compreensivo – E eles não disseram nada de desagradável de você – ele se refere a mim e concordo. Mas será que isso significa que eles gostaram de mim ou só me aprovaram?

—Mas isso não vai mudar por causa de um acidente – aviso me apoiando na mesa pelos cotovelos e o observando. Ele esfregou os olhos e depois passou a mão pelo rosto de uma maneira cansada.

—Não, mas ele vai ficar ainda mais duro. E já peço desculpas por isso, vocês não merecem isso – uma desculpa desnecessária. E me aperta o coração saber que ele está se culpando e se desculpando por uma atitude que o pai ainda não cometeu, mas irá.

—Não é culpa sua, Andrew – lembra Mel, e concordo com ela. Mas já falei isso, e ele não acredita. Vai que Mel consegue?

—Tá – é só o que ele diz.

Mel e eu nos entreolhamos. Sabemos que Andrew não vai aceitar tão fácil a verdade. E pelo jeito, nenhuma de nós sabe o que fazer. Porém a porta do banheiro é aberta. E sinto uma sensação que algo ruim está por vir. Não é grande coisa, mas que me preocupa.

—Nós vamos voltar para o hotel – avisa Lisa ao lado de Bob, que pegou o seu casaco que estava pendurado na cadeira onde ele estava sentado – Conversamos depois – acho que isso foi sua despedida. Andrew se levanta para leva-los até a porta – Não é necessário – ela o dispensa com um aceno de mão e Bob a segue até a porta e saem.

Afundo na minha cadeira quase chocada. Eu nunca vi pais tão frios com os filhos como os do Andrew. Isso me choca imensamente pois venho de uma família que se eu ralasse os joelhos, vinha tio de outra cidade me dar beijinho para sarar mais rápido. Isso me dói pois a provável única fonte de carinho que ele deve ter tido foi da senhora Mags, que se foi.

—Eu sinto muito – digo carregada de emoção e compaixão por ele. Isso é bastante claro ao ver os meus olhos quase começando a aguar. Mel toca sua mão e a segura com firmeza.

—Está tudo bem. Estou acostumado com eles desse jeito – Andrew justifica, mas não me convence.

—Vamos comer a sobremesa? Que tal? – sugiro, mas sei que não seria o suficiente para animá-lo, ele não é uma formiguinha como eu sou, mas eu só queria alguma coisa para levantar o astral dele. Eu iria elogiar tanto a sobremesa que ele me mandaria calar a boca.

—Podem comer. Estou sem fome – uma resposta totalmente desanimada. Levanta da cadeira e se joga no sofá ligando a televisão. Suspiro deixando a cabeça cair para frente e sem saber o que fazer. Não posso evitar de sentir raiva de Bob e Lisa. São uns idiotas por tratar o filho desse jeito.

—Não, não e não. Você vai comer com a gente sim – é quase uma ordem o que Mel diz. E pega a tigela de vidro com mousse e três colheres – Vamos comer tudo e depois você me diz se está melhor ou não, ok? – ela se senta no sofá ao seu lado e os acompanho ficando do outro lado, assim Andrew fica entre nós duas.

—Tô sem vontade – ele justifica e reviro os olhos. Essa desculpa não vai colar com a gente. Mel e eu não vamos desistir de fazê-lo se animar. Ele precisa disso. Além do mais, ele é nosso amigo, depois daquilo, será mais do que necessário para esquecer um pouco.

—Eu não estou nem aí – respondo numa displicência fingida, como parte da brincadeira. Mel ri pegando a primeira colherada. E como sempre, depois de experimentar qualquer receita nova do Andrew, aquele gemido de prazer com o paladar em festa. É sempre assim. Pego uma das colheres e pego um pouco do doce em seguida. Uma mistura do mousse de morango com o de chocolate.

—Ainda te inscrevo num programa de televisão – avisa Mel ainda saboreando a sobremesa. Andrew solta um sorriso, fraco, mas já é alguma coisa.

—Eu digo isso para mim mesma o tempo todo... – comento ainda sentido o doce sabor e meio grogue, consequência da sobremesa.

—Vou nem perguntar como você fez isso pois tenho medo da resposta – brinca Mel e Andrew dá um sorriso sem graça. Estamos conseguindo! – Vai que é um feitiço, mandinga, ou magia negra, sei lá! – brinca novamente ela, num sorriso feliz.

—Você é como eu? Não sabe nem fazer ovo? – pergunto risonha e Mel afirma rindo comendo mais do mousse.

—Vocês sabem congelar água? – ela pergunta e assentimos com a cabeça – Me passem a receita? – pergunta inocentemente para nós dois rirmos feito dois retardados que somos.

“Não importa como seja seu amigo...

Seja lá como for...
Que ele seja retardado... e só se meta em confusão...
Que ele seja complicado de lidar... mais esteja sempre ali

Aquele que só de vc olhar vc já da risada...
Aquele que vc quando pensa ele aparece do nada pra te fazer sorrir...

Amigo... é tão bom ter amigos...
seja lá como for...
Distantes... por internet...
pessoalmente...
amigos chatos... amigos convencidos... amigos que falam demais...
Mais no final vc se diverti sempre
Amigos novos...

Amigo é bom demais!”

—Carina Toninatto.


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Notas finais do capítulo

E então...? Curtinho, eu sei, mas acho que o próximo vai recompensar isso. E outra, vai ser inteiramente Steve e Laura, TODINHO! Vai ter uma especie de declaração fofa, então... Até daqui a duas semanas!

Ownnn... Tadinhas... Vocês não deveriam ter que esperar tudo isso, né? Mas é só comentar que a tia volta a postar toda semana. Eu quero postar toda semana, mas recebendo dois reviews por capítulo numa história que tem muitos mais leitores, não dá, né?



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