Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 37
“E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também" – Oswaldo Montenegro.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Aqui eu estou para fornecer aquele tão esperado capítulo, já que eu deixei as coisas jogadas no passado, mas agora vou juntar e formar um lindo laço. Lindo, né?

Bom, eu venho dizendo há um bom tempo... As coisas vão melhorar, e vão nesse aqui. Eu acho que vai melhorando aos pouquinhos, a Laura tá bem chateada com o nosso loiro lindão no início, mas eles se amam, ela vai perdoar (isso não é um spoiler, ok? Tá na cara!).



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449742/chapter/37

—Laura – ele me chama subindo os degraus e ficando na minha frente. Eu me sentia nervosa. O meu coração batia rápido dentro do peito. Eu não estava bem. Estava zangada com ele, mas ao mesmo tempo querendo abraçar ele por um bom tempo – Podemos conversar? – pergunta e assinto com a cabeça concordando. Ouço seu mínimo suspiro aliviado. Acho que pela minha expressão, Steve achava que eu não iria querer nem conversar.

—Também preciso falar com você – aviso e ele assente. Vejo sua moto, acho que ele planejava ir para casa, deve estar cansado, querendo o conforto da sua casa. Mas não. Tenho que me manter firme. Iremos conversar naquela padaria que comprei o meu café da manhã hoje –Vamos conversar na padaria, ok? – determino apontando para a loja. Não sei se ele reprovou a ideia, mas não disse nada.

Andamos até a padaria, não tinha muita gente, mas as que tinham estavam esperando a próxima fornada de pão. Nos sentamos numa mesa perto da parede e observo a mesa pintada com um amarelo vibrante e as cadeiras em tons coloridos, como azul, vermelho, verde. E suspiro colocando a bolsa no canto e não sabendo bem como começar.

—Desculpa ter faltado o seu teste – ele começa e fico observando os meus dedos juntos em cima da mesa. Ele inclina a cabeça para conseguir ver o meu rosto cabisbaixo – Desculpa mesmo, Laura. Eu juro que tentei voltar mais cedo. Mas não consegui – Steve completa com firmeza e assinto com a cabeça sabendo que ele faria isso.

—Eu sei – é só o que eu digo. Não sou orgulhosa, mas não quero perdoá-lo tão fácil. Mesmo que a culpa não fosse dele, a ausência que ele deixou fez falta, principalmente quando não avisa que vai embora para uma missão que durou quatro dias sem sequer dizer que estava vivo.

—Então porque você está assim? – pergunta levantando o meu rosto, mas tiro sua mão voltando a olhar para a mesa – Laura – ele insiste e mordo os dois lábios com os dentes não querendo discutir. Eu não quero discutir.

—Eu não estou brava por você ter ido embora tendo deixado um simples recado com o Andrew, ou por ter faltado a minha apresentação que você tanto disse que não perderia por nada – consigo ver o olhar culpado dele que chega a dar pena – Ou por ter ficado tanto tempo sem sequer mandar uma simples mensagem – concluo e vejo o loiro suspirar antes de responder.

—Você sabe como isso funciona. Não tenho acesso nem a um celular enquanto a missão não terminar – ele lembra aos sussurros para que as outras pessoas não ouvissem –E desculpa por isso – ele pede novamente.

—Eu não estou brava por isso – aviso mas logo vejo que não é verdade por completo – Não muito – acrescento – Mas sim por eu ter que mentir aos meus amigos por sua causa – confessei e vejo no seu olhar a compreensão, entendendo o que exatamente quero dizer.

—Eu sinto muito por fazer você passar por isso – ele lamenta tocando a minha mão, e não recuo. Encaro nossas mãos por míseros segundos antes de voltar a olhar o seu rosto – Mas eu confiei esse segredo a você – ele lembra e assinto com a cabeça um pouco irritada com o objetivo daquelas palavras.

—Eu sei, Steve – afirmo irritada, ele não precisava ter me lembrado isso. Ou ele pensava que para eu me livrar desse fardo, eu iria contar a verdade a eles? Só para tornar tudo mais fácil?

—Então o que você quer que eu faça? – pergunta com uma faísca de irritação, não sabendo exatamente o que eu queria. Na verdade, nem eu sei como corrigir isso. O dano já foi feito afinal, não é?

Suspiro me encostando na cadeira e passando as mãos pelo rosto cansada. Eu não fazia ideia nem do que eu queria. Eu teria fazer o quê? Arrumar um daqueles negócios do filme Homens de Preto, apagar a minha memória de meses e estaria tudo resolvido? Ou era algo que nem o Steve poderia corrigir?

—Nada – respondo e ele fica confuso – Não é algo que pode ser consertado. Agora já era – lamento e ele concorda sentido.

—Você se arrepende de eu ter te contado? – pergunta ainda bastante pesaroso. A verdade é que eu não faço ideia. Steve ter me contado seu segredo foi a maior demonstração de confiança que ele poderia me dar. Eu poderia fazer qualquer coisa, mas ele confiou que eu honraria seu segredo e o manteria comigo até o tumulo ao invés de compartilhar com quem quer que seja.

Porém trouxe consequências e deveres que não sinto o menor prazer de cumprir. Se ele não tivesse me contado, ele teria que continuar mentindo para mim. Chego à conclusão que ele preferiu me contar a verdade correndo todo o risco de alguém de fora ficar sabendo a ter que continuar mentindo para mim.

—Acho que o importante é: Você se arrepende? – questiono colocando os cotovelos sobre a mesa me aproximando centímetros esperando pela sua resposta. Mas sei que pelo o seu olhar era não, ele não se arrepende.

—Não – Steve confirma o que eu estava pensando – Mas se fosse para evitar de te fazer se sentir mal, eu não teria contado – explica com carinho enquanto leva a mão até o meu rosto. Fecho os olhos sentindo o seu toque. Um pequeno e simples carinho enquanto observa o meu rosto. Me aproximo e o beijo de leve, sabendo que eu estava morrendo de saudades dele.

Logo em seguida voltamos para o estacionamento das Indústrias Stark, pegamos a moto dele e fomos ao nosso prédio. Subimos e fomos para o seu apartamento, já que agora divido o meu com o Andrew, por mais que ele não estivesse em casa agora, daqui há uma hora e meia estará.

O deixo sentado no sofá enquanto vou para a sua cozinha e volto com um pequeno lanche, que dividimos enquanto eu contava como havia sido o meu dia, por mais que fosse entediante, ele escutou com atenção.

—E a apresentação? – ele pergunta batendo as mãos para retirar os farelos. Deixo o prato na mesinha de centro dele e me encosto em seu peito de costas bem mais confortável assim.

—Eu me distrai a ponto de trocar a música – conto risonha e ele ri descrente comigo – Eu estava tão avoada que acabei tocando uma música que ouvi antes de dormir – conto e ele pede por mais detalhes.

Conto desde o meu nervosismo até o que o diretor havia falado sobre o meu teste. Contei até a reação da minha mãe, que foi simplesmente contar para a família inteira que eu havia ido muito bem, e claro, causado um alarme todo por coisa pouca, não havia sido o teste final nem nada. Ele riu mais, é claro.

Mas então eu perguntei como havia sido a missão dele. Tenho que confessar que depois da última vez que ele me contou como foi, não quero mais saber. Mas eu preciso demonstrar que eu me preocupo com ele, pois se eu não perguntasse, ele com certeza iria se perguntar se eu me importava com a segurança dele, não é?

—Foi na África – conta e já consigo sentir o tom de seriedade na sua voz. Acho que como da última vez, alguma coisa ficou na mente dele e não consegue deixar de pensar – Combate a terroristas. O de sempre. Entrar atirando e depois perguntar – conta muito rapidamente e superficialmente.

—Você não quer conversar sobre isso, não é? – pergunto preocupada com ele, e esticando o meu pescoço para ver o seu rosto, sério e fechando os olhos, para logo voltar abri-los e com um sorriso lindo no rosto.

—Para quê conversar sobre coisas desse tipo quando tenho você aqui comigo? – pergunta carinhosamente e sorrio em resposta. Steve se aproxima me beijando mais uma vez. Toco sua nuca com carinho e um pouco sem jeito por causa da nossa posição. Aprofundo o beijo sempre desejando mais vindo dele. Se tem algo que nunca irei enjoar é dele.

Cheguei em casa pronta para jantar, mas Andrew não estava em casa. Chequei o celular e já era oito horas e nenhuma noticia dele. Homens, sempre sumindo quando a gente menos se espera e sem deixar nenhum aviso ou bilhete.

De qualquer forma, bati na porta do Steve e jantamos fora. Foi um jantar simples, não tudo aquilo que foi como na quarta passada que só de lembrar... Ahhh... Foi tão lindo... Que acho que se fosse repetir, não perderia a graça.

E assim como foi naquela noite, eu dormi na casa dele. E dessa vez, certifiquei que o meu celular iria me despertar. Eu não iria correr desesperada e temendo ser demitida na hora de ir trabalhar. Só tenho pena é que irei provavelmente e sem querer acordando o Steve. Do meu toque de despertador ninguém escapa.

Bom. Ele não acordou. Só eu, porque ele já estava acordado com um caderno em mãos e me desenhando. Claro que reclamei, brincando é claro. Eu adoro os desenhos dele, mas sinto uma vergonha quando eu os vejo. São tão bem feitos que nem parece que sou eu.

Peguei o travesseiro e jogando nele, mas logo lembrando e agarrando o cobertor na frente do corpo. Eu ri mesmo durante esse mínimo momento de vergonha, mas ele riu mais. Gargalhou deixando o lápis e o caderno de lado e caminhando até a cama onde eu estava.

Encarei o seu rosto e depois sorri sentindo os seus lábios sobre os meus, combinando perfeitamente com o clima dessa manhã. Um carinho e uma doçura jogada pelo ar. Posso dizer que essa foi a melhor manhã de toda a minha vida. Acordar dessa maneira com o homem que eu amo? Como se supera?

O puxei rindo para mais beijos até que ele caiu na cama. Rimos e enrolamos apenas por mais dez minutos, um tempo pequeno e que passou tão rápido... Mas era preciso. Eu tinha que ir trabalhar, não queria, mas tinha. Até cheguei a cogitar seriamente e dizer ao Jhones que eu estava muito doente, mas é claro que Steve não deixou.

Vesti a roupa de ontem que estavam jogadas pelo chão enquanto Steve tomava banho no banheiro. Combinei com ele de irmos tomar café da manhã depois eu me arrumar. Eu estava animada, tanto que abri a porta do meu apartamento ansiosa e logo fechando tão rápido quanto eu abri.

Tomando um belo de um susto e ainda sentindo predominar o meu corpo, senti o meu celular vibrando na minha mão com uma mensagem. O desbloqueei e li a mensagem:

“Não abra a porta. Bata antes.

NÃO ABRA! É sério. Estou com uma garota”.

É sério? Eu nem percebi Andrew (leia com a ironia e você saberá o que estou querendo dizer).

Pena que eu li a mensagem tarde demais, quer dizer, recebi a mensagem tarde demais. Só recebi depois de abrir a porta e ver duas pessoas peladas dormindo na minha sala. No sofá-cama dele. A gente tem que conversar sobre isso e fazer de uma forma que isso não se repita.

Eu não sabia o que fazer. Eu voltava para o apartamento do Steve e ia para o trabalho com a mesma roupa de ontem? Ou encarava e ia trocar de roupa correndo o sério risco de eles acordarem e causar um sério constrangimento?

Toma vergonha na cara, Teixeira!

Respirei fundo, tomei coragem de café da manhã e abri a porta devagar e pensando que eu tomei coragem cedo demais hoje. Ri baixinho e logo tampando a minha boca fechando a porta com extremo cuidado. Retirei os sapatos e andando na ponta do pé.

Eu não queria olhar para o jovem casal dormindo tão pesadamente no sofá. Andrew estava deitado esparramado com os braços e pernas esticados e com o lençol o cobrindo muito pouco para o meu gosto. E a moça estava deitada sobre ele, de bruços e o lençol cobrindo muito pouco também.

Mas espera. Eu a conheço. Me aproximei curiosa, mas muito curiosa. Muito curiosa mesmo. E mesmo sabendo que o que eu estava fazendo era errado, continuei. O rosto dela era muito familiar. Definitivamente eu a conhecia. Era uma repórter daquele canal furreca que o Andrew adora assistir. Acho que agora sei o motivo.

Ri baixinho e voltei a ir na ponta do pé para o meu quarto. E enquanto eu procurava uma roupa para usar no meio de toda aquela bagunça, fiquei pensando porque Andrew gostava tanto dela. Quer dizer, ela era bonita. Mas se conheciam? Ele nunca falou sobre ela. Deve ser a coisa que ele tanto protelava em me dizer e que eu não fazia ideia do que era. Agora eu sei.

Com a sapatilha em mãos e cabelo arrumado, bolsa pronta e andando tão na ponta do pé que chega a doer. Os anos sem o balé estão fazendo falta, e anos quero dizer décadas. A última vez que coloquei uma sapatilha de balé, eu ainda conseguia mostrar a minha idade com apenas uma mão.

Abri a porta da sala, ela rangeu e travei o maxilar temendo que fosse acordar o casal dorminhoco na sala. Abri mais um pouco e rangeu ainda mais alto. Mas que droga de porta! Abri mais um pouco, rangeu e ouvi a garota resmungando alguma coisa e se movendo. Fechei os olhos e travei. Só depois de vários segundos, abri a porta, saí e fechei dando inveja ao Flash pela rapidez e agilidade.

Eu estava me sentindo energética! Eu havia passado pelo apartamento inteiro e eles nem perceberam! Continuaram dormindo como se não fosse nada demais! E se não fosse pela maldita porta, a moça sequer teria se mexido!

De tanta animação, comecei a treinar pequenos socos, golpes de karatê, tudo o que aprendi com o mestre Jack Chang! É sério! Vi tantos filmes dele que consigo até fazer alguns golpes, com o ar, é claro.

O problema é que fiquei tão concentrada nos meus golpes de mentirinha que não machucaria nem uma mosca, que nem vi uma porta sendo aberta, e só parei com o susto estampado no meu rosto ao ver Steve me observando na porta segurando o riso ao máximo.

—Isso, ria da pobre coitada da sua namorada – ironizo e ele ri mais a ponto de gargalhar – Isso porque você consegue até chutar aquela lâmpada – reclamo e aponto para a lâmpada no teto acima da minha cabeça.

—Não consigo, não – ele nega cruzando os braços.

—Sim, você consegue – insisto imitando sua posição.

—Não consigo, não – ele insiste como eu e reviro os olhos.

—Não mente para mim que é feio – brinco e Steve ri.

—Não consigo chutar – ele confessa observando melhor – Mas consigo dar um pulinho e socar – explica e reviro os olhos mais uma vez com a sua exibição “senhor-eu-sou-demais”.

—Ok, Cap – abrevio o seu alter ego e ele ri começando a me acompanhar para irmos tomar café.

—Gostei desse – ele comenta e sorrio orgulhosa – Mas agora vai me contar porque estava fazendo... aquilo? – ele pergunta e olho fixamente para ele com aquela mesma expressão descrente “sério-mesmo-que-essa-é-a-melhor-palavra-que-você-pensou?”. Dói dizer que era soco de mentirinha? Ou uma tentativa patética? Mas “aquilo”? Magoou...

“E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também. ”

—Oswaldo Montenegro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu amo escrever sobre a Laura, amo! Ela é tão maluquinha, engraçada, amorosa e sempre esperando o melhor das pessoas, com qualidades incríveis. Agora posso ver porque o nosso Steve Rogers está quase de joelhos por essa mulher, KKKKKKKKK

Bom, gostaram do capítulo? Pois eu amei! Ri bastante escrevendo e relendo agora.

Beijos! E até semana que vem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Story" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.