Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 14
"O amor é arriscado, mas sempre foi assim. Há milhares de anos as pessoas se buscam e se encontram". – Paulo Coelho.


Notas iniciais do capítulo

Então gente... Acho que a primeira coisa que devo a vocês é um pedido de desculpas. Realmente, dessa vez demorei demais, mais de dois meses sem postar, isso é um absurdo! Ainda mais quando houveram oito comentários no capítulo passado, e torço realmente para que cada pessoa comente de novo nesse, ou até mais se puder, comentários são sempre bem-vindos!

Agora o motivo da demora. Inspiração, é tudo o que me faltou para escrever feito uma doida como faço com Thinking of You e a terceira temporada dela. A culpa não é a falta de reviews, porque se fosse isso, eu teria postado muito mais cedo por causa dos oito reviews que recebi capítulo passado, a culpa mesmo é minha e apenas minha, e peço minhas sinceras desculpas, sinto até um pouco de vergonha por isso.

Outra coisa, talvez eu comece a fazer uma rotina com Love Story, assim como faço com Thinking of You e tem dado certo para mim. O seguinte, escreverei quando me der inspiração, não importa quando, mas escreverei, e postarei a cada duas semanas, ou três, e nos domingos. Desculpa por não ser semanal como Thinking of You, mas é que preciso de tempo para escrever mais, estou quase no "volume morto", KKKKKKKKKKK

Enfim, não demorarei muito e sintam-se a vontade para comentar e dizer o que acharam do capitulo. Beijos e boa leitura! A gente se vê nas notas finais! Fui!



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Olhei para o meu lado, a cama bagunçada e o despertador faltando um minuto para apitar. Os meus olhos cansados e exaustos, e o meu corpo dolorido por ter ficado parado por tanto tempo, porém sem dormir. O despertador toca, estico o braço apertando o botão para fazê-lo parar, é tão irritante.

Me coloco de pé e alongo a minha coluna e pernas, e sinto tudo estalar. Acabo gemendo baixinho de alivio andando até o banheiro ainda um pouco dispersa. Jogo água no rosto várias vezes até despertar direito, e logo em seguida para o box tomar banho.

Termino de me arrumar rapidamente, e tomo o café da manhã rapidamente também. Saio da casa trancando a porta, e quando olho para o lado, vejo a sua porta fechada, o tapete na frente da porta sujo de poeira. Lembro que ele costumava limpar toda manhã, e agora que não está aqui, não faz isso. Meu coração se aperta como sempre faz quando lembro dele.

A noite toda passei pensando na senhora Mags e no Steve. Bom, me convencer que a senhora Mags está bem e que vai superar aquilo de uma maneira surpreendente foi até um pouco fácil. Mas me convencer que o meu namorado vai voltar para casa amanhã mesmo? Bem mais difícil, eu ainda nem havia conseguido.

Espanto aqueles pensamentos descendo as escadas e dando bom dia ao porteiro, que retribuiu simpático, e andei sentindo o vento frio bater na minha pele, puxei o casaco me protegendo melhor do frio. Ainda bem que eu havia saído de gorro, casaco e luvas, e com pelo menos dois pares de meia nos pés. O tempo estava fechando rapidamente essa semana, poderia chover, ou até nevar.

No caminho, passo numa padaria e comprando pão doce, como no caminho até a papelaria. Termino batendo as pães retirando farelos de pão da minha boca e das minhas luvas. E finalmente cheguei até a papelaria, a vendo fechada, e estranho. Bom, tenho as chaves, posso abrir. Destranco a porta e vejo Andrew com uma caixa em mãos, e uma estante completamente vazia.

–Bom dia – digo dando um fraco sorriso e fechando a porta. Ele coloca a caixa no chão e continua me olhando – Você está bem? E a senhora Mags? – pergunto me arrependendo de imediato de ter perguntado aquilo com tanta pressa, eu deveria ter sido mais cautelosa.

–Estou bem Laura – responde pegando a caixa de volta e a levando até os fundos. O acompanho.

–Tem certeza? E me desculpe por ontem, eu não deveria tê-lo abandonado daquele jeito – peço nervosa, e gelo ao ver que ele colocou a caixa no chão dos fundos num baque alto, e suspirando bem alto.

–Laura, para, eu estou bem, juro – diz se virando para mim e me olhando calmo, ou uma calma forçada, eu não tinha muita certeza. Demoro alguns segundos para me decidir se ele estava mesmo bem, mas acabei assentindo com a cabeça e ele volta para a loja.

–E a senhora Mags? – pergunto cruzando os braços e me apoiando na porta o observando colocar produtos da loja dentro de caixas de papelão grandes.

–Internada ainda, teve duas paradas respiratórias, vai fazer a cirurgia depois de amanhã – conta e não sei como reagir a isso – Mas está bem, conversando normalmente – acrescenta e fico um pouco aliviada, mas não o suficiente.

Assinto com a cabeça quieta, e só o observando guardar as coisas com pressa, e noto que várias estantes estão completamente vazias. E quase nenhuma caixa no depósito indicando novas mercadorias.

–E o que você está fazendo? – pergunto e ele para de guardar, e olha para mim.

–Olha Laura, sei que vai ser difícil, mas presta atenção – pede vindo até mim, descruzo os braços ficando preocupada com o que vem a seguir – Em uma semana, depois que a minha avó fizer a cirurgia e o médico disser que ela está bem, vamos voltar para Wisconsin, sinto muito – diz tocando o meu rosto, e definitivamente não sei como reagir.

O meu primeiro pensamento foi: E eu? Como vou ficar? Sei que posso conseguir outro emprego, mas não quer dizer que vai ser fácil.

–Eu não consigo lidar com as finanças da loja sozinho, eu nem sei como fazer isso, eu tinha esperança da minha avó se recuperar e me ajudar, mas agora não dá, não desse jeito – explica e assinto com a cabeça tentando entender – Mas não se preocupe, vou pagar tudo o que devo a você – acrescenta e me puxa para um abraço apertado, e aos poucos, cerco o seu corpo correspondendo ao abraço ainda um pouco atônica.

–Mas e você? E o teste? Vai desistir desse jeito? – pergunto e ele me solta num suspiro passando a mão pela testa – Você veio para cá justamente por causa disso – lembro e Andrew olha para qualquer outra parte além de mim.

–Eu sei, mas tenho que cuidar da minha avó. Meus pais são ocupados demais para isso – explica e assinto com a cabeça entendendo a sua parte – Não se preocupe comigo, vou ficar bem. Um dia volto e continuo com isso – garante e beija o topo da minha cabeça com carinho – Pode ir, só volta aqui amanhã para receber, ok? – diz e assinto com a cabeça não pensando em nada de concreto agora. Apenas pego a minha bolsa e saio da loja lhe entregando a chave e me despedindo rapidamente.

Olho para a rua, esquerda e direita, sem saber para aonde ir. Posso ir para casa, mas não é lá que quero estar. Algo dentro de mim diz que tenho que começar a procurar imediatamente um emprego. Alguma outra coisa diz para eu simplesmente seguir em frente sem destino fixo. Acabo seguindo a minha intuição e seguindo a rua.

Coloco fones de ouvido e as mãos dentro do bolso do casaco as protegendo do frio, que mesmo com as luvas, estavam geladas, dava para sentir. Olho as vitrines das lojas, tão bonitas e algumas com roupas tão caras que eu teria que dar o dobro do meu salário para conseguir pagar a primeira parcela de pelo menos cinco.

Inúmeras pessoas passam por mim, quase todas sérias e ao telefone, e nem sequer olham para mim, e não consigo evitar de me sentir sozinha desse jeito. Aperto o casaco contra o meu corpo e aumento o volume da música dos fones.

Alguns minutos se passam, e percebo que estou um pouco longe de casa, provavelmente o mais longe que eu já fui a pé. Sorrio distraída e noto uma floricultura a alguns metros à frente, e ando ansiosa para entrar e comprar talvez algumas flores.

Mas algo me chama a atenção, uma moto na frente estacionada com cuidado, muito familiar. Paro de andar e fico parada no meio da calçada. As pessoas passam por mim, algumas esbarram no meu ombro. Ando até a moto e percebo que a mesma que eu pensava que era. Meu coração bate tão rápido, minhas mãos suam e retiro as luvas as deixando no bolso do casaco.

Olho na direção da floricultura vendo um homem grande, alto, loiro com um buquê de rosas cor-de-rosa parado na porta, me observando. Sorrio o reconhecendo e me jogando para cima dele num abraço apertado, e segurando o máximo que posso as lágrimas. Steve me abraça com força me levantando do chão. Sorrio de orelha a orelha apertando os meus braços contra o seu pescoço.

–Senti saudades – a primeira coisa que ele diz, e bem perto do meu ouvido. Steve me coloca no chão, e sorrio para ele boba por ter encontrado ele por acaso.

–Também senti – digo o abraçando novamente passando os meus braços em torno do seu peito e respiro fundo sentindo o seu cheiro, e como senti falta. Mas ele levanta o meu rosto, e fico na ponta dos pés até a minha boca tocar a sua num beijo delicado e simples. Steve toca a minha nuca e sinto algo bater contra o meu braço, algo de plástico, e lembro do buquê. O observo, tão lindo que agradeço de imediato, e acariciando uma rosa com cuidado, tão delicada e bonita.

Steve me chama para sentar na moto dele, mas perguntando o que eu estava fazendo ali, respondi enquanto colocava o capacete que estava andando por aí, sem destino, ele riu e ligou a moto provavelmente nos levando para casa. Mas ao em vez de virar a rua na direção do nosso prédio, ele foi justamente para o outro lado. E minutos depois, ele para em frente a uma lanchonete. Desço da moto tirando o capacete e ajeitando o cabelo enquanto ele estacionava direito.

–Vamos, tenho algumas coisas para contar – disse pegando na minha mão e me levando para dentro. Nos sentamos numa mesa perto da janela, ele suspira e coloco a minha bolsa em cima da mesa junto ao buquê. O loiro pega na minha mão e sorrio. E só agora pude perceber o alivio que foi ter ele aqui, comigo, bem na minha frente, e sorrindo para mim. Mas algo me puxa de volta para a realidade, algo que me preocupa e que está nos olhos dele.

–O que houve? – pergunto olhando bem em seus olhos, e tinha algo de errado, não estavam brilhando como antes, algo havia acontecido – Tem a ver com o que aconteceu essa semana? – tento adivinhar e ele assente com a cabeça. Suspiro preocupada.

–Primeiro, eu tenho que me desculpar por ter ido embora daquele jeito semana passada, por não ter te ligado ou simplesmente mantido contado – diz preocupado e apertando a minha mão, assinto com a cabeça com um leve sorriso.

–Está tudo bem, Steve – digo mas ele não se convence – Tudo bem que eu fiquei preocupada, mas o que importa é que você está aqui – retribuo ao aperto na sua mão.

–Não Laura, não está tudo bem – nega e reviro os olhos com a sua teimosia – O Sam me contou a maneira como você ligou para ele – revela e bato com a mão livre com força na mesa com raiva.

–Aquele fofoqueiro... – comento com raiva e olhando para a janela, mas Steve nega.

–Não, ele deveria ter contado sim – afirma e escondo o meu rosto com as minhas mãos.

–É que tem tanta coisa acontecendo... Que acho que vou pirar! – digo fechando os olhos com força e passando as mãos neles – A senhora Mags está internada no hospital, você tinha sumido, Andrew e a avó dele vai voltar para Wisconsin e eu vou ficar sem emprego – conto rapidamente e nem percebendo quando as palavras saiam da minha boca, apenas... Saíam.

Steve pega na minha mão novamente olhando bem nos meus olhos.

–Vamos dar um jeito, ok? – diz de maneira firme, e apenas assinto com a cabeça me sentando direito e desviando do seu olhar.

–Mas o que houve na sua...

–Missão – ele completa calmo – Deixa para lá, conto em casa – responde e assinto com a cabeça. Em seguida, uma garçonete vem nos atender e peço apenas um cappuccino, e Steve um bolo de limão – E como a senhora Mags está? – ele pergunta enquanto esperávamos pelos nossos pedidos.

–Andrew disse que ela está bem – respondo mexendo delicadamente com uma das rosas do meu buquê – Mas, sinceramente, eu acho que não. A reação do Andrew na papelaria foi muito estranha. Estava quieto demais, queria mudar de assunto toda hora...

–Mas o que ela teve? – pergunta o loiro curioso.

–Duas paradas respiratórias, e parece que o que ela tinha antes, piorou – respondo e ele assente com a cabeça complacente com a situação dela.

Depois que terminamos de comer na lanchonete, Steve pagou a conta e me levou para casa. Abri o meu apartamento para ele que entrou retirando o casaco e o pendurando junto com o meu. Peguei um vaso com água e deixei as flores ali, embelezando e perfumando o meu apartamento. Aspirei o cheiro delas mais uma vez antes de abrir uma latinha de suco. Me sentei ao lado do Steve no sofá deitando a minha cabeça no seu ombro enquanto assistíamos a qualquer coisa na televisão.

E quando se passou quase uma hora, e o céu começava a se fechar para chover de novo, me remexi no seu colo, já que os músculos do meu pescoço doíam por ter ficado tanto tempo parados com a minha cabeça no ombro dele, decidi ficar deitada no sofá com a minha cabeça no seu colo. Steve acariciava o meu cabelo, e até me dava um pouco de sono. Mas eu não conseguia parar de pensar no que aconteceu com o Steve, ele estava quieto demais.

Me sentei e ele olhou para mim curioso. Suspirei colocando os pés para cima do sofá e abraçando minhas pernas.

–O que aconteceu? – pergunto preocupada e com um olhar triste. Ouço o seu suspiro enquanto desligava a televisão pelo controle remoto.

–Essa última missão, foi a pior que eu já tive – conta e fico ainda mais preocupada – Foi numa cidade do Egito, distante de qualquer outra. Haviam muitos terroristas, e a todo momento tinha que olhar para baixo, pois senão poderia pisar numa mina enterrada – conta e meu coração se aperta ao ouvir suas palavras – Passamos poucos dias, mas os poucos que foram, serviram para matar metade da minha equipe – revela e tampo a minha boca em pasmo.

–Steve... – digo baixinho, ele escuta, mas ainda assim continua a contar.

–Eu vi tanta gente morta... Que quando eu fechava os olhos para dormir, era a primeira coisa que eu via... – diz para terminar fechando os olhos com força – Eram até crianças... - o abraço de imediato, com força, e enterrando o meu rosto na curvatura do seu pescoço, na tentativa de fazê-lo esquecer de tudo aquilo de imediato. Ele me abraça com mais força e respirando bem forte.

–Você está aqui, comigo, nada disso vai acontecer, você está comigo – digo firme e perto do seu ouvido, ele apenas assente com a cabeça. Depois de alguns minutos, me afasto aos poucos apenas para olhar para o seu rosto, e em momento algum, ele diminuiu o aperto do seus braços no meu corpo. Toco o seu rosto e ele olha para mim, sorrio e me aproximo beijando seus lábios com carinho. Steve toca a minha nuca e me sento no seu colo cercando seu pescoço com meus braços o aproximando para mais perto de mim.

Nos deitamos no meu sofá, o loiro tocando a minha cintura e eu me segurando no seus ombros, ele por cima de mim, mas ainda mantendo um espaço respeitoso entre nós dois. Quando meu fôlego terminou, nos deitamos no sofá, apenas abraçados e percebi que pouco tempo depois, Steve acabou por dormir, e seu braço esquerdo me servindo de travesseiro.

Suspirei olhando para teto. Era bom ter ele de volta, mas com o que ele me disse... Não parava de se repetir na minha mente. Eu sempre soube que esse mundo era cruel, mas estar tão perto dessa crueldade era horrível. E agradeço por ele estar aqui, comigo, em segurança. E talvez, toda aquela preocupação, o que se passava na minha cabeça quando ele não atendia as minhas ligações, talvez não fossem tão exageradas quanto eu pensava.

Olhei no relógio de parede da cozinha, faltavam cinco minutos para as três horas quando Steve acordou, e eu fiquei quieta pensativa nos seus braços. Senti ele se remexer e eu queria disfarçar o máximo que eu podia da minha atual situação, um pouco abalada demais, ele ficaria preocupado, e era a última coisa que eu gostaria.

Apenas sorri e beijei o seu queixo, o máximo que eu conseguia. Ele sorriu e bocejou esticando os braços, me sentei no sofá, mas o loiro me puxou novamente me abraçando com força, e retribui ao abraço da melhor maneira que eu podia, da melhor maneira que eu podia para demonstrar o meu amor.

"O amor é arriscado, mas sempre foi assim. Há milhares de anos as pessoas se buscam e se encontram".

Paulo Coelho.


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Notas finais do capítulo

E então? A espera valeu a pena? Bom, eu sei que o capítulo foi meio murcho, mas escrevi algo esses dias que balançará um pouco as coisas.

Bom, espero que tenham gostado do capítulo, comentem e a gente se vê no próximo capítulo, que ainda estou escrevendo, mas a gente se vê em duas ou três semanas! Beijos! ;3