Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 13
"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar". – Rubem Alvez.


Notas iniciais do capítulo

Minha gente! Estão felizes em me ver? KKKKKKK Não enrolarei muito, apenas irei dizer que o história agora ficará mais movimentada, somente isso. Beijos!!
Ps: Pelo jeito ninguém notou a pista de spoiler que eu deixei no capítulo passado. Não darei dicas pois se eu der, darei a resposta praticamente. Então, procurem!! ;)



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Depois de conversar um pouco, e conseguir amansar a fera da Alicia bem aos poucos, decidimos ir para a casa, mas a chuva atrapalhou um pouco, então decidimos esperar ela passar, mas se passou quase dez minutos e nada.

–Olha, a minha casa é aqui pertinho mesmo, podemos esperar lá enquanto a chuva não passa, que tal? – sugere e Alicia e eu nos entreolhamos. Ainda são seis horas da tarde, temos tempo de sobra.

–Claro – aceita Alicia e saímos com os casacos sobre a cabeça, já que nenhuma de nós teve a inteligência de trazer um guarda-chuva, e Andrew não precisava, ele morava tão perto que atravessando a rua e correndo um quarteirão apenas, chegamos ao seu prédio. E assim que destranca a porta, pede para fazermos silêncio, a avó dele está dormindo, a senhora Mags.

Nos sentamos no sofá macio da casa dele, e na frente havia uma televisão grande, parecendo bem cara, ao contrário de todo o apartamento simples. Suspiro enquanto esperamos o Andrew buscar toalhas para nos secarmos direito.

–Ele é bonito... – comenta Alicia baixinho, para que ele não escutasse.

–Concordo. Pede o número dele – sugiro aos sussurros, ela nega com a cabeça de maneira firme.

–De jeito nenhum, ele que tem que pedir, até lá, irei jogar charme – responde enquanto joga o cabelo de lado, brincando. Rio baixinho e o moreno volta com duas toalhas, e entrega.

–Ainda bem que estão secas, se precisarem do banheiro, é o primeiro a esquerda – explica piscando o olho esquerdo e indo até a cozinha.

–Ele piscou para você – digo baixinho para a Alicia que secava o cabelo.

–Piscou? – pergunta surpresa – Sério? – pergunta novamente e afirmo com a cabeça. Ela dá um sorriso vitorioso e se seca rapidamente, e se levanta em seguida.

–Aonde você vai? – pergunto secando o meu cabelo, os cachos sumiram por causa da chuva.

–Jogar charme – responde e vai até aonde Andrew estava.

Dou um sorriso de lado, sabia que ela faria isso. Termino de me secar e checo o meu telefone, nenhuma ligação do Steve, e com um frio na barriga, mando uma mensagem para ele perguntando se está tudo bem.

Demora alguns minutos para a Alicia voltar, e volta com um sorriso no rosto, feliz e com um papel em mãos.

–Conseguiu? – pergunto animada, mas disfarço rapidamente quando Andrew volta com um bolo e uma jarra de suco – Você fez o bolo agora? – pergunto surpresa enquanto o mesmo colocava na mesinha de centro.

–Não, já estava pronto, minha avó que fez. O suco eu fiz agora, de laranja – responde cortando o bolo e me entregando um pedaço num prato.

–Obrigada, está muito bom – elogio o bolo que era de cocó. Parto um pedaço com o garfo levando até a boca. Andrew agradece e corta mais um pedaço para Alicia e um para si mesmo.

Logo terminamos com o bolo, e a chuva parou. Alicia e eu agradecemos ao Andrew com abraços, e ele nos levou até a porta. De lá, peguei um ônibus voltando para casa, e Alicia foi de táxi. Cheguei em casa e joguei tudo em cima da mesa, casaco, bolsa, cachecol, e me joguei no sofá, e por pouco, quase dormindo.

Uma semana depois...

–Tenha uma boa tarde – desejo a pessoa que havia acabado de comprar algo, agradeceu e foi embora. Suspiro doida para ir para casa, porém, sem um motivo exato, pois percebi que Steve era o que me fazia querer chegar em casa logo, mas como ele não deu notícias desde que foi embora, minha preocupação e o meu medo estavam me matando. Eu tentei ligar para ele não sei quantas vezes, até pedi ao Sam que tentasse ver algo naquela organização de espionagem dele, mas ele respondeu que não podia fazer nada.

Passei a mão pelo rosto e atendi mais outra pessoa, disfarçando totalmente o que eu sentia por dentro. E depois outra, e outra, e outra... Até quando faltava meia hora para terminar e poder finalmente ir para casa, Andrew apareceu no caixa esbaforido. Perguntei o que estava acontecendo preocupada, e ele me disse que a avó dele piorou.

Fazia apenas alguns dias desde que Andrew internou a avó num hospital, pois ela precisava de cuidados que ele não podia dar, apenas um enfermeiro, e eles não tinham condições de contratar um enfermeiro para cuidar exclusivamente dela, e por isso, a internou. A senhora Mags até aceitou numa boa, mas reclamava quando recebia cuidado demais ou excessivos.

E agora, com aquela notícia me deu uma vontade sem tamanho de largar tudo e ir correndo para o hospital. Mas respirei fundo e tentei me manter calma, aquela notícia havia me abalado ainda mais. Eu disse ao Andrew para ir correndo até o hospital ver a avó, e ele foi, mas não sem antes perguntar se eu dava conta, e é obvio que eu disse que dava.

As pessoas foram até compreensíveis comigo, pois eu errava a conta de vez em quando, dava troco errado e trocava as compras, agradeci a todas elas, e quando todas foram embora, coloquei a plaquinha de fechado e fui trocar de roupa. Peguei as minhas coisas fechando a papelaria e peguei o primeiro ônibus que me levasse ao hospital aonde a senhora Mags estava internada. O caminho todo observei a janela, estava pensando cada tipo de coisa... E torcendo o máximo que eu podia para ela estar bem de verdade, e aquilo ser somente um exagero do neto dela.

Porém, quando eu cheguei para vê-la, não tinha nada de exagero. Através do vidro eu via uma sala de cirurgia, com vários médicos cuidando da senhora, que estava de olhos fechados e respirando através de um tupo na sua boca, aquilo partiu o meu coração. Toquei no ombro do Andrew, que estava quieto, e apenas observando a avó ser cuidada pelos médicos. O moreno levou a mão na boca a tampando. O abracei e ele continuou imóvel, suspirei não querendo ver aquilo, mas eu reconhecia o barulho graças a filmes e séries sobre isso. Eu estava escutando o barulho de algo elétrico se chocando contra a senhora deitada na cama desacordada.

Eu sabia o que eles estavam fazendo e porque, só não queria aceitar. Minhas lágrimas inundaram os meus olhos, e continuei abraçada ao Andrew, e fechei os olhos com o rosto virado para o outro lado além daquele vidro vendo a pessoa que me acolheu, que me ajudou tanto, estar quase morrendo, e o seu coração só voltar a bater depois de ser eletrificado por uma máquina.

Funguei um pouquinho, e senti Andrew se mexer, me fazer soltar os meus braços dele e sair da sala. Passei a mão pelo rosto e o segui. Fui até a sala de recepção e o encontrei sentado num sofá pequeno abraçado aos pés. Me sentei ao seu lado.

–Laura, vai para casa – ele disse seco, neguei com a cabeça – Por favor – pede e penso que talvez seja o que ele quisesse mesmo.

–Tem certeza que quer que eu vá? – pergunto tocando na sua mão, ele observa o meu toque e assente com a cabeça. Me levanto, beijo o topo da sua cabeça e peço para que ele me avisasse de qualquer coisa, e me coloquei a sua disposição, ele apenas assentia com a cabeça. Fui embora sem saber se foi o certo a se fazer nessas horas.

Andei pelas ruas sem saber ao certo aonde ir, apenas vagueando sentindo o vento frio bater na minha pele. Suspirei triste. Agarrei a minha bolsa e andei pelas ruas com os pensamentos muito longe da real situação. Demorou, mas quando percebi, eu havia chegado na frente do meu prédio. Passei pelo porteiro que sempre me incomodou, mas que ao ver o meu estado, não fez nada, apenas me observou estranhando o meu comportamento.

Eu andei de cabeça baixa o caminho todo, agarrada a bolsa e fechando o casaco em volta do meu corpo. Subi as escadas sentindo um alivio por estar mais quente, e eu estava tão gelada, que até o meu cabelo estava frio, mesmo por dentro do casaco. E minhas pernas e pés doíam horrores por causa da longa caminhada.

Não me importei quando cheguei ao meu apartamento e fui direto para o meu quarto, me joguei na cama fechando os olhos, e adormecendo em seguida, não me importando se eu estava com roupa de sair, de sapatos e de casaco ainda, eu precisava descansar e colocar a minha mente para vaguear por aí.

Meus pensamentos estavam me incomodando, sempre me levando a crer que a senhora Mags não iria sobreviver, ou que Steve havia sido sequestrado, capturado, ou até mesmo coisa pior. Eu não suportaria perder os dois.

Quando acordei, o céu estava bem escuro, devia ser dez ou onze horas, e sem chances de ir dormir novamente. Suspirei sentindo o tédio se apoderar da minha mente. Eu não tinha muita coisa a fazer, e tinha que ir dormir, amanhã é sexta e tenho trabalho.

Me sento na cama e checo o meu celular, nenhuma mensagem ou ligação perdida. Cheguei a cogitar a ideia de ligar para o Sam e o Andrew pedindo novidades do Steve e da senhora Mags. Eu deveria ligar, eu queria ligar, eu necessitava de notícias, mas era tão tarde que acho que os dois estariam dormindo a essa hora.

Meu deus! A senhora Mags! Ela está bem? Um sentimento de arrependimento invade a minha cabeça me deixando numa situação complicada comigo mesma. Eu não deveria ter deixado Andrew sozinho naquele hospital. Ele estava tão arrasado, e agora, pensando bem, ele não estava nada bem. Que raio de amiga o deixa sozinho num momento tão difícil como esse?

Mas eu havia pedido para ele me avisar de algo que tenha acontecido, de bom ou ruim, não importa, e se ele não me ligou, é porque não aconteceu nada, não é? Bom, torço para ele ter seguido essa mesma lógica do que eu. Pórem, para a minha infelicidade, algo dentro de mim insistia que não era assim que aconteceria, seria justamente se acontecesse algo que ele não ligaria.

Me deito novamente na cama olhando para o teto entediada, e quase me convencendo a sair da cama e ir para a sala assistir algo na televisão, ou comer alguma coisa, poderia até ser um banho. Porém, achei melhor não. Eu sabia que se eu fizer algo, vou acabar por ficar com insônia e não conseguir dormir mais. Por isso, deitei e fechei os olhos torcendo para dormir rapidamente.

Fiquei me remexendo na cama tentando não pensar em nada do que aconteceu, e nada do que me deixasse a beira de chorar, mas estava difícil. Steve foi para alguma missão fazia uma semana, e até agora, nada de notícias, e perdi a conta de quantas vezes liguei para o seu celular, dando sempre caixa postal.

Lembro que uma vez, anteontem mesmo, a saudade apertou de uma maneira claustrofóbica, e eu o liguei, mesmo sabendo que ele não atenderia, mas eu só gostaria de ouvir a sua voz, e chorei ouvindo a sua voz da caixa postal com o coração apertado dentro do peito.

Cogitei a ideia de ligar para a minha mãe ou a Alicia, mas a minha amiga provavelmente estaria dormindo, ela tem faculdade amanhã, mas a minha mãe não, e no Brasil ainda está de dia! Porém, o que eu iria dizer? Que o meu namorado de meses de relacionamento, no qual eles nem conhecem, foi para uma missão perigosa e agora estou sofrendo por causa dele?

Balancei a cabeça desistindo de qualquer coisa que me faria revelar ou dar pistas da identidade secreta do Steve, eu sabia que ele nunca me perdoaria por causa disso, e prefiro continuar do jeito que está.

E talvez eu esteja exagerando um pouco, oras, Steve é o Capitão América! A lenda viva! O mesmo homem que ficou congelado por quase setenta anos! E não seria agora que ele iria... Bom, prefiro nem dizer a palavra, só de pensar nisso meu estomago se contraí, sinto o suor frio molhar as minhas mãos e fico nervosa só de pensar!

Desisto da ideia de tentar dormir novamente, apenas fico deitada na cama olhando para o teto, e me levanto indo até a janela vendo a movimentação fraca do Brooklyn, mas eu sabia que o centro estaria mais movimentado do que um formigueiro.

As luzes dos postes se estendendo até aonde eu conseguia enxergar, e ainda, se eu me esforçasse um pouco, eu conseguiria ver a ponte do bairro, bom, eu acho que é. E se eu fosse para a janela da sala, eu poderia ver o estádio de basquete, aonde eu fui semana passada com o Steve e o Sam, e aonde eu conheci o Tony, a Pepper e o Jhonny.

Sorri e fiz alguns desenhos no vidro com a ponta dos meus dedos, dois pontos e um arco, uma cara sorrindo. Bufei com aquele meu terrível desenho fazendo a janela embaçar. Saí do quarto ligando a luz da sala e fui direto para a mesa de centro, aonde teria uma pequena gaveta aonde eu guardo uma pasta muito especial.

Steve havia me dado essa pasta a três semanas, eu acho, ou mais, mas não importa. Eram desenhos seus, alguns na verdade, uma dúzia deles, em papel branco e feito a lápis ou a caneta. E são tão bem feitos que sugeri que ele fosse tornar daquilo um hobbie de verdade. Ele tinha rido da minha ideia.

Foleei as folhas. Eram desenhos do parque, da vista da rua na lanchonete, a rua vista do seu apartamento, mas feitos com tanto cuidado e tantos detalhes que eram deslumbrantes, no mínimo. Mas um deles eu até sentia um pouco de vergonha. Ele havia me desenhado, sem eu saber, quando eu, acidentalmente, acabei dormindo no sofá do seu apartamento, e a criatura me desenhou! Ri com aquela lembrança.

Guardei os desenhos num suspiro triste. Novamente, a saudade estava começando a apertar.

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar".

Rubem Alvez.


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Notas finais do capítulo

Me digam? Gostaram? Espero que sim! Me digam o que gostaram nos reviews! Please! A fic tem quase cem leitores e só recebi dois reviews ontem! Apareçam pessoal!! Beijos!!